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5 de ago. de 2011

Vídeos - Entrevistas e Declarações das Esposas dos Cinco

 
Elizabeth Palmeiro, esposa de Ramón


Adriana Perez, esposa de Gerardo, e Olga Salanueva, esposa de René

Veja Também:

Adriana Pérez e Olga Salanueva, esposas de dois dos cinco cubanos condenados por espionagem e presos desde 1998 nos Estados Unidos, afirmaram que o presidente americano, Barack Obama, mereceria um Prêmio Nobel da Paz se decidisse libertá-los.
 
Assista à entrevista, traduzida para o português, em:
 

 


Cubanos Presos nos EUA são Proibidos de Receber Visitas


Elizabeth Palmeiro é esposa de Ramón Labañino, um dos cinco cubanos ilegalmente presos há mais de dez anos nos Estados Unidos por motivos políticos. Em entrevista ao Fazendo Media, Elizabeth denuncia que os vistos dela e dos familiares dos outros quatro cubanos para que possam ingressar nos Estados Unidos já foram negados até sete vezes.

Elizabeth e Ramón


Desde 1998, além do companheiro de Elizabeth, estão presos Antonio Guerrero, Fernando González, Gerardo Hernández e René González. Para ela, é urgente furar o bloqueio midiático da grande imprensa estadunidense para conseguir reverter a prisão arbitrária. Elizabeth Palmeiro participava da XVI Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, realizada no Rio de Janeiro, de 21 a 24 de maio.

Fazendo Media - Conte um pouco da história da luta das esposas dos cinco...

Elizabeth Palmeiro
- Meu marido está preso nos Estados Unidos desde 1998 junto a outros quatro companheiros de causa. Eles se encontravam na cidade de Miami, infiltrados em grupos terroristas dessa cidade que durante anos provocaram danos ao povo cubano, mediante realizações de sabotagens e ações terroristas com o apoio do governo dos Estados Unidos. Cuba não teve alternativa senão mandar homens para conhecer de antemão os planos dos terroristas para por fim neles de alguma maneira.


Em 1998 foram presos e submetidos a um julgamento manipulado na cidade de Miami, em que todos foram considerados culpados de todos os crimes independente de que não se pudesse prová-los. Foi imposto com um júri pressionado e manipulado. Considerou-se a todos culpados, e pegaram penas terríveis. Meu marido está condenado a cadeia perpétua de 18 anos nos Estados Unidos. E está havendo a violação de seus direitos humanos mais elementares, como preso e como pessoa.

Antonio e Maggie


A mais dolorosa de todas é a violação do direito de receber visitas. Faz dois anos que não vou visitá-lo. Não renovam os meus vistos e das minhas filhas. 

Fernando e Aurora


E acontece o mesmo com os outros companheiros, como o caso de René. Faz sete anos que não recebe visitas de sua esposa. Negaram-lhe o visto em sete oportunidades. 

René e Olga

E Gerardo que faz dez anos que não vê a sua esposa. Também lhe negaram o visto em sete oportunidades. Como é necessário visto para entrar nos Estados Unidos, este mecanismo está sendo utilizado para provocar mais dor, mais sentimento, pelo fato de que estão presos pela luta contra o terrorismo.
Adriana e Gerardo


Você tem recebido apoio de organizações de direitos humanos?

Sim, nós já temos sete anos de campanha internacional para fazer conhecer a situação de nossos familiares. E já temos conseguido alguns avanços, mas ainda não o suficiente. Mas já podemos enumerar algumas coisas, como o interesse da Anistia Internacional em denunciar o que está ocorrendo e em reclamar que os familiares tenham direito de visitá-los, para assim manter uma comunicação estável com eles na prisão. A Comissão de Direitos Humanos também se pronunciou em 2005. O Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias disse em 2005 que os cinco estavam presos ilegal e arbitrariamente nos Estados Unidos, e pediu ao governo norte-americano para por fim a essa situação.

Mas ainda hoje não se consegue que o governo dos Estados Unidos mude a sua postura ou tome medidas para liberá-los e fazer justiça. Apelamos para um processo mas não sabemos que tempo vai levar. As cortes norte-americanas não têm limite de tempo para decidir sobre uma apelação. Já faz sete anos que estamos com essa apelação e não sabemos quanto mais tempo vai nos tomar.


Existe algum indício de tortura?

Tortura física não. Não se pode falar de tortura física e corporal, mas de tortura psicológica. Isso de impedí-los de receber visitas de seus familiares, de estarem submetidos a uma prisão de segurança máxima ao lado de verdadeiros delinqüentes e criminosos. Isso é uma tortura psicológica. Também é uma tortura psicológica a demora na correspondência deles. Como se obstaculiza a comunicação deles com seus familiares, não somente através das visitas mas também através das correspondências. O impedimento de receber todo e qualquer tipo de literatura.

A tortura psicológica se trata de quebrá-los em seu espírito, em sua firmeza, mediante a aplicação dessas medidas restritivas. E a mais cruel de todas é o impedimento de receber visitas de sua família. Qualquer preso dentro de uma prisão pode ser visitado pela sua família. É inconcebível.


Temos conversado com muitos amigos de movimentos progressistas de todo o mundo que tem trabalhado temas parecidos de justiça, e nunca os vejo reclamar do direto à visita. Porque é um direito elementar da pessoa que está presa. Tivemos que criar uma comissão pelo direito de visita.


Existe alguma data para prosseguir o julgamento?

Não, não existe. Estamos esperando o processo judicial. Estamos numa apelação, e não há data para que prossiga essa apelação. Eles não têm limite de tempo. Eles respondem quando consideram. E existem casos nos Estados Unidos em que uma pessoa apela a uma decisão e cumpre dez anos de prisão e está livre, e em dois ou três anos sai a decisão da corte de que não era verdade, de que a pessoa era inocente, de que era incorreta a condenação.

Nós seguimos pedindo apoio internacional, porque é uma causa política, e merece apoio e solidariedade internacional. Por isso estou hoje aqui no Brasil, onde existe um movimento de solidariedade pelos cinco, e há um comitê de solidariedade que tem feito diferentes ações ao redor da grande rede de comitês internacionais em diferentes países que pouco a pouco têm conseguido mobilizar a opinião pública com o interesse de que se conheça o que está acontecendo nos Estados Unidos. Porque nos Estados Unidos não se conhece a situação de nossos familiares. O povo norte-americano não sabe. Enquanto mandam tropas ao Iraque, ao Afeganistão, em uma guerra contra o terrorismo, há lutadores contra o terrorismo presos em cárceres nos Estados Unidos, submetidos a essas condições.


E terroristas que causaram mortes ao povo cubano vivem livres em Miami e em outras cidades dos Estados Unidos como Luis Posada Carriles e Orlando Bosch, e terroristas internacionais reconhecidos inclusive por autoridades norte-americanas. Vivem livres. Posada Carriles, o governo da Venezuela está pedindo sua extradição a seu país por crimes cometidos na Venezuela. E não lhes respondem. E aos cinco, verdadeiros lutadores contra o terrorismo, eles mantém presos e submetidos a terríveis torturas psicológicas.


Vocês chegaram a tentar ingressar nos meios de comunicação estadunidenses?

Nós tentamos chegar aos grandes meios de comunicação dos Estados Unidos, mas é muito difícil como família chegar aos meios de comunicação, quando nem sequer nos dão visto para chegar aos Estados Unidos, e somente para poder visitá-los na prisão. Não podemos dar entrevista nem sequer a meios alternativos. Não podemos porque corremos o risco de que deixem de nos dar visto e nos expulsem do país. Porque o motivo pelo qual nos dão visto é somente o de visitas familiares.

Temos nos Estados Unidos amigos de comitês de solidariedade, de comitês pela liberdade dos cinco, Comitê Free the Five. Eles realizam uma mensagem informativa aos grandes meios de comunicação. Mas é muito difícil os grandes meios dizerem ao governo que seu discurso tem moral dúbia, que tem um discurso dúbio. Dizer que lutam contra o terrorismo e ao mesmo tempo têm lutadores contra o terrorismo presos. É muito difícil que publiquem algo. Não nos reconhecem, e portanto eles têm um muro de silêncio ao redor que é necessário romper com o apoio da grande solidariedade internacional. Já em muitos países se conhece o problema dos cinco.


Em quantos países já existe comitê?

Em mais de cem países. Aqui no Brasil existem vários comitês, porque é um país muito grande. São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Pernambuco. Mas ainda não é suficiente. Precisamos incrementar mais o trabalho desses comitês e das personalidades que se tem convidado para dar apoio.

Por exemplo, a Ordem dos Advogados do Brasil esteve presente ao evento que se realizou em Atlanta no ano passado, em 2007. Tivemos a informação de que um advogado representante da Ordem dos Advogados do Brasil esteve presente para protestar contra esses homens que estão presos somente por motivações políticas. Porque tecnicamente, falando do ponto de vista legal, eles são inocentes, mas o julgamento foi manipulado politicamente. Distorceram a lei, e o processo de apelação está sendo barrado.


E como a imprensa oficial de todos esses países trata desse assunto?

A imprensa oficial dos países onde existe o comitê se pronuncia pouco sobre os cinco, mas temos encontrado um bom espaço e grande avanço nos meios alternativos. Pela internet você pode encontrar muitos sítios onde se fala do problema dos cinco, mas ainda não é suficiente.

Falta muito. Não podemos desprezar os esforços feitos até agora, mas consideramos que falta muito, porque todos esses meios alternativos têm que tratar de chegar aos Estados Unidos. É a opinião pública norte-americana que vai nos ajudar. Tem-se obtido grande êxito quando parlamentares do Brasil, do México, da Grã-Bretanha, têm assinado cartas pedindo justiça, pedindo a liberdade desses cinco homens. Mas ainda não é suficiente a quantidade de informação sobre isso. Temos que seguir promovendo um movimento internacional que faça com que o governo dos Estados Unidos se sinta pressionado com respeito a esse assunto e trate de por fim a essa injusta situação.


Nós estamos dando entrevista a importantes meios de imprensa dos Estados Unidos, e quando levam o material a seu editor, não se publica. Damos entrevista de uma hora, tiram fotos, fazem tudo, mas quando chegam ao editor, ele barra. Esses são os países da liberdade de imprensa! Não publicam nada. Bom, através dos meios alternativos pensamos que podemos conseguir muita coisa.


Outras informações
no site http://www.freethefive.org


Por Jéssica Santos e Leandro Uchoas, da redação
Publicado Originalmente em www.fazendomedia.com/ 


 

Personalidades do mundo exigem vistos para parentes dos Cinco

HAVANA, Cuba (ACN) O presidente da Assembléia Geral da ONU, Miguel D'Escoto, é uma das muitas personalidades de 27 países que solicitaram de Washington conceder vistos aos familiares dos cinco lutadores antiterroristas cubanos que foram injustamente presos nos Estados Unidos dez anos atrás.
De acordo com fontes Comitê Internacional em defesa dos Cinco, no domingo passado foi enviada, simultaneamente, para a Secretária de Estado dos E.U. Hillary Clinton, para o chefe do Departamento de Segurança Interna, Janet Napolitano, e ao procurador-geral Eric Holder, uma carta com a exigência.

A mensagem demanda que Washington conceda vistos a Adriana Pérez e Olga Salanueva, para visitaren seus maridos, Gerardo Hernández e René González, respectivamente.

Segundo a agência de notícias Prensa Latina, o documento também foi assinado, entre outros, pelo Prêmio Nobel da Paz Rigoberta Menchu e Adolfo Pérez Esquivel; ainda, pelo escritor americano Noam Chomsky e pelas Mães e Avós da Praça de Maio, na Argentina.

Gerardo, René, Antonio Guerrero, Fernando González e Ramón Labañino - internacionalmente conhecidos os Cinco Heróis Cubanos - foram presos na Flórida em 1998 por se infiltrarem em organizações anti-cubanas de direita e grupos que estavam planejando realizar ações terroristas contra o arquipélago caribenho.

Adriana e Olga já solicitaram vistos para visitar seus maridos em nove ocasiões. Em todas, receberam um não por resposta. 

  Publicado originalmente em EmbaCuba Brasil