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10 de fev. de 2016

O BLOQUEIO DOS EUA CONTRA CUBA COMPLETA 54 ANOS

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Foto: Tomada de www.radiorebelde.cu

Por Gabriela Toro

Estados Unidos (EUA) mantém desde 07 de fevereiro de 1962 um bloqueio total contra Cuba, o que pode ser considerado como o genocídio mais longo da história, devido à sua política dirigida essencialmente a minar pontos vitais da defesa e da economia da ilha caribenha.

Há 54 anos, o então presidente dos EUA, John F. Kennedy, mediante a Seção 620A da Lei de Assistência Exterior (Setembro de 1961) declarou o bloqueio total contra a ilha depois de anos aplicando essas medidas de modo progressivo, como parte de suas políticas imperiais, após o 01 de janeiro de 1959 quando as forças revolucionárias de Cuba acabaram com a ditadura de Fulgencio Batista, movimento liderado por Fidel Castro.

As novas medidas adotadas pelo governo revolucionário em Cuba foram destinadas a recuperar as riquezas do país e pô-las a serviço do povo, o que afetou os interesses dos grandes monopólios estadunideses, que há mais de meio século haviam saqueado os recursos da ilha e influenciado diretamente em sua política interna.

Na verdade, a decisão de agir de forma independente e promover mudanças decisivas nas políticas econômicas e sociais da ilha, para uma maior estabilidade do seu povo, foi o gatilho histórico entre os dois países. EUA responderam rapidamente e com sanções brutais para subjugar a revolução cubana com um bloqueio total que levou a uma guerra econômica contra Cuba.

As políticas de bloqueio começaram em fevereiro de 1959, e cada vez que se tornavam mais evidentes e graves a partir da não aprovação de um modesto crédito solicitado para apoiar a moeda cubana; restrições à exportação de combustível para Cuba pelas multinacionais Esso, Texaco e Shell, em 1960; a proibição de exportações dos EUA para a ilha, com exceção de alimentos, remédios e equipamentos médicos, não incluídos em subsídios; o rompimento das relações diplomáticas dos EUA com Cuba, em 03 de janeiro de 1961; e intensa manobra estadunidense na Organização dos Estados Americanos (OEA) para que a maioria dos países latino-americanos rompessem relações com a ilha.

Em seu intenso jogo imperialista os EUA também implantaram formalmente em Fevereiro de 1962, o "bloqueio" total de comércio com Cuba; assim como a proibição de entrada em território dos Estados Unidos de qualquer produto produzido, total ou parcialmente, por Cuba, ainda que fosse por um outro país; em 1963 todas as transações com Cuba foram proibidas e os valores do Estado cubano em território dos Estados Unidos foram congelados; e em maio de 1964, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos introduziu uma proibição total de embarques de alimentos e medicamentos a Cuba, embora na prática já estavam interrompidas.

Não se pode falar de um "embargo" quando se refere às ações exercidas contra Cuba pelo governo dos EUA, pelo contrário, são classificadas como um bloqueio, uma medida de guerra, para obter o isolamento, a fim de trazer a as pessoas a renunciar à sua decisão de ser soberano e independente, com uma rendição pela força ou pela fome.

Bloqueio não funcionou

A 17 de dezembro de 2014, os EUA e Cuba anunciaram a decisão de restabelecerem as relações diplomáticas, e o atual presidente dos EUA, Barack Obama reconheceu que o bloqueio não surtiu nenhum efeito.

Para chegar a este acordo de restabelecer as relações, Obama e Raúl Castro, presidente de Cuba, iniciaram uma série de negociações que mostraram algum progresso, como o retorno para a ilha caribenha, no mesmo 17 de dezembro, de Gerardo Hernández, Ramón Labañino e Antonio Guerrero, que se juntaram a René e Fernando Gonzalez (já livres naquele momento), depois de permanecerem injustamente encarcerados em território estadunidense.

Da mesma forma, se restabeleceram as relações diplomáticas e a reabertura das embaixadas em ambos os países, que foi precedida pela retificação da designação injusta de Cuba como um Estado patrocinador do terrorismo. Se expandiu a cooperação já existente em temas de interesse mútuo, tais como a segurança aérea e da aviação; e o combate ao narcotráfico, ao tráfico de imigrantes e a fraude migratória.

No entanto, Raul Castro tem sido enfático em afirmar que o povo cubano não renunciará aos princípios e ideais pelos quais tem lutado; as exigências históricas de respeito à sua soberania para estabelecer relações bilaterais com o governo dos EUA e o fim imediato do bloqueio econômico, comercial e financeiro contra a ilha.

"O povo cubano não renunciará aos princípios e ideais pelos quais vária várias gerações de cubanos têm lutado ao longo do último meio século. O direito de cada estado de escolher o sistema econômico, político e social que deseje, sem a interferência de nenhuma forma, deve ser respeitada ", afirmou Raúl ao completar-se um ano do anúncio do acordo para restaurar as relações entre as duas nações.

(Com informações da AVN)

Publicado en: Bloqueo contra Cuba
 
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