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7 de mar. de 2016

O SIONISMO NÃO PODE COM O NOSSO AMOR PELA PALESTINA

Arquivado o caso aberto pelo DAIA contra os jornalistas Carlos Aznárez e Ruben Saboulard

Publicado por ROMPIENDO MUROS em 22 de de 2016


por Carlos Aznárez
Diretor de Resumen Latinoamericano


Em meio aos contínuos atentados e assassinatos contra o povo palestino, e quando o nosso colega, o jornalista Muhammad Al-Qiq ainda lutando contra a morte nos 89 dias de sua greve de fome, na Argentina, podemos transmitir uma boa notícia ligada à luta em defesa da autodeterminação da Palestina ocupada. Um ano e dois meses depois que a Delegação de Associações Israelitas Argentinas (DAIA), expressão local do sionismo com a Embaixada de Israel, abriu um processo criminal contra os jornalistas Carlos Aznárez (Diretor de Assunto Latino-americano) e Ruben Saboulard (diretor da revista La Maza), o promotor responsável pelo caso decidiu arquivar o problema por não encontrar provas suficientes para iniciar o julgamento e muito menos para enviar para a prisão os dois jornalistas, como queriam os representantes sionistas. 

Como argumentamos em todas as oportunidades o que estava em discussão era a defesa da liberdade de expressão e de opinião e não um ataque a crenças religiosas ou raciais da comunidade judaica, como alegado pelo DAIA.

No meio de toda essa insólita agressão por parte do sionismo, tentaram neutralizar meu trabalho jornalístico, através da apreensão de todos os meus e-mails de trabalho e pessoais, infrutiferamente exigindo ao Google internacional que facilitasse, vasculharam nosso site em busca de sinais delinquenciais onde só encontraram informações objetivas do que realmente está acontecendo na Palestina ocupada e em outras partes do mundo, e não o que o DAIA gostaria de ser encontrado.

Nós dissemos na época, quando comunicamos esta manobra repressiva e pedíamos apoio para a batalha: por trás de todas essas jogadas (comuns no sionismo) existe a ideia de disciplinar aqueles que trabalham no jornalismo ao lado dos povos e, neste caso, da muitas vezes ultrajada nação palestina. Quiseram nos condenar pelo uso da liberdade de expressão e opinião, por falar em um evento condenando o massacre produzido por soldados israelenses em Gaza, por relatar a partir de nossa própria sensibilidade sobre o uso de bombas de fósforo contra a população civil ou execuções sumárias diárias que estão ocorrendo na Cisjordânia. Tentaram nos silenciar por protestar através de palavras e atos, pela subjugação através de décadas de direitos humanos das mulheres, homens, crianças da Palestina, por nos recusarmos a aceitar como natural que nas prisões-túmulo de Israel estejam confinados mais de 4.500 palestinos e palestinas, muitos deles crianças de pouca idade, que sofrem todos os tipos de tortura. Que mostremos em nossos meios de comunicação tudo isso e muito mais, é o que desagrada aqueles que fazem uso de ataques e penas criminais contra as opiniões daqueles que discordam de suas práticas.

Por isso consideramos, a partir de resenhas Latino-americano, que este arquivo é uma grande vitória contra os poderes repressivos. E como sempre ocorre, há protagonistas que vencendo o medo muitas vezes infundem a arrogância sionista e não hesitaram um só instante para nos defender e repudiar o ataque que sofremos. Todos eles, têm sido importantes: começando com os nossos queridos companheiros da União dos Advogados e a Liga Argentina para os Direitos do Homem, que através dos doutores Eduardo Soares, Roberto Perdía e Ernesto Trastenberg, que tomaram para si a tarefa de combater judicialmente o abuso. Por que não dizer do colaboradores e correspondentes do Resumo da América Latina aqui em Cuba, Brasil, na Venezuela, nos Estados Unidos e na Europa, ou colegas jornalistas, de organizações de direitos humanos e movimentos populares, sindicatos, estudantes e os políticos, que desde o primeiro dia se aproximaram com suas mensagens de apoio, assinando notas e manifestos ou difundiram midiaticamente o que acontecia com o nosso caso.

Menção especial também para o acompanhamento de numerosas entidades e personalidades judaicas não-sionistas que sabendo de primeira mão, muitas delas por terem sofrido o que é o sionismo, não hesitaram um momento para aderir à campanha.

No entanto, há algo que nos tocou especialmente: que é a rede internacional de solidariedade. Milhares de assinaturas chegadas de todos os continentes defendendo nosso direito de falar e expressar-nos. Vozes totalmente distintas e muitas vezes diferentes politicamente unidas na defesa da Palestina.

Agora que este processo judicial foi indeferido desejamos não baixar a guarda e seguir ecoando pelo amor a Resistência Palestina, de tudo o que acontece no território ocupado, ajudando desta maneira a romper o cerco informativo imposto pelo sionismo e pelo imperialismo estadunidense. E a nível local, comprometer-nos a apoiar ao nosso colega Saboulard, que enfrenta um caso semelhante aberto há tempos pela DAIA.

                                               VENCEMOS !!! VENCEREMOS !!!

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