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18 de ago. de 2016

UMA ENTREVISTA COM FIDEL CASTRO

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Este é um episódio muito interessante da Revolução Cubana. Encontra-se bem no começo da Batalha da Sierra Maestra, que vai dos anos de 1956 a 1958, no qual é contado no Diário de um Combatente, escrito por Che Guevara.

Dia 4 de janeiro de 1957, um mês e quatro dias após o desembarque em Cuba, Fidel Castro, então líder da Revolução, é dado como morto pelo governo de Batista. Sendo o relato de Che Guevara :

“Chegaram notícias de que teria ocorrido um combate em Chivirico, de que Fidel havia sido morto em um combate e que as tropas se retiravam da Maestra”

Tal informação é falsa, Fidel não tinha sido morto e as tropas rebeldes não tinham saído da Sierra. Foi um equívoco do exército de Batista.

Porém no dia 16 de fevereiro de 1957, o Movimento Revolucionário (conhecido como Movimento 26 de Julho) recebeu uma notícia de que no dia seguinte viria um jornalista americano entrevistar Fidel para o New York Times, com o intuito de ver não apenas se o revolucionário continuava vivo mas também saber sobre os interesses do grupo.

Segundo Guevara :

“Anunciou-se que à noite viria um correspondente do New York Times para uma entrevista”.

O jornalista se chamava Herbert Matthews, era editor-chefe dos temas relacionados à América Latina.

A entrevista ocorreu no dia 17 de fevereiro, um dia depois. Quatro pessoas estavam na conversa, Fidel, o jornalista e duas pessoas que serviram como tradutor, um filho de um revolucionário chamado Felipe Pazos, e uma revolucionária chamada Vilma Espín.

Che Guevara diz em seu relato :

“O jornalista do New York Times veio, e tinha como tradutor um filho de Felipe Pazos, o famoso economista. Não presenciei a entrevista, mas, segundo conta Fidel, o homem se mostrou amigável e não fez perguntas capciosas. Perguntou a Fidel, se era anti-imperialista, e Fidel respondeu que sim, era, no sentido de querer despojar sua pátria das amarras econômicas, mas não no sentido de sentir ódio dos Estados Unidos ou do seu povo. Fidel se queixou da ajuda militar prestada a Batista, fazendo-o perceber que era ridículo pensar que essas armas seriam para a defesa do continente quando não podiam acabar com um grupo de rebeldes da Sierra Maestra. O gringo foi embora cedo”

Esse dia foi interessante. Depois da publicação da entrevista no New York Times, o movimento ganhou popularidade na ilha e souberam que Fidel não havia morrido.

Uma pergunta que o jornalista fez foi se Fidel era Anti-imperialista, uma pergunta que todos fariam pra um líder Comunista que enfrenta uma Ditadura financiada pelos Estados Unidos. Ele entrega uma resposta inteligente, diz que sim, mas não no sentido de ter raiva de seu povo ou de seu país, e sim, no sentido de despojar de sua pátria as amarras econômicas, as quais estavam presentes no governo de Fulgencio Batista.

Tanto é que depois do triunfo da Revolução, a primeira atitude que o comandante fez, foi tirar todas as amarras econômicas, também nacionalizando todas as transnacionais americanas.

Fonte : Livro Diário de Um Combatente, escrito por Che Guevara, Editora Planeta, maio de 2012.


                                                  VENCEMOS !!! VENCEREMOS !!!

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