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12 de nov. de 2019

Nota de Solidariedade ao Povo Boliviano


Com o apoio das Forças Armadas (FFAA), latifundiários e oligarquias locais e grandes grupos do setor empresarial, a Bolívia sofreu, neste último domingo, um golpe violento que levou à renúncia do presidente Evo Morales e do vice-presidente García Linera, democraticamente eleitos em Outubro (2019). Morales declarou que com seu afastamento pretendeu estancar o derramamento de sangue do povo – principalmente camponeses e indígenas – que há semanas vem enfrentando o Exército e a polícia bolivianos os quais, a mando da elite local e do governo estadunidense, têm reprimido brutalmente os protestos a favor da permanência de Evo na presidência. 

 
 
A vitória de Morales não foi reconhecida pelo setor conservador do país, levando a Bolívia a um estado de instabilidade política que há semanas vem se agravando. Mesmo convocando novas eleições horas antes de sua renúncia, a fim de chegar a uma solução pacífica para a questão e dar fim aos ataques, Evo Morales foi obrigado a renunciar por temer pela segurança de seu povo e sair do país, resguardando sua vida, de seu vice e de seus familiares ao aceitar asilo político oferecido pelo governo mexicano. 




Diversos correligionários também estão sofrendo perseguição e ameaças de morte. A truculência da repressão fascista (e notadamente racista, pois os indígenas são o principal alvo dos atos violentos das FFAA e das forças policiais) torna ainda mais evidente a onda de ataques atualmente em curso a países latino-americanos que se recusam a cumprir à risca as políticas neoliberais impostas pelo grande capital.


Materializado, na América Latina, mormente na agenda de política externa estadunidense de Trump e nas elites locais ultraconservadoras, vem interferindo na política interna de diversos países, impondo medidas que retiram direitos sociais básicos conquistados por seus povos (como observamos atualmente no Brasil, com o desmonte dos direitos trabalhistas e a entrega de recursos naturais às “corporations” internacionais). É precisamente contra esse projeto neoliberal (adotado pela Argentina de Macri e Colômbia de Duque) que tem se rebelado massivamente o povo latino-americano, gerando um cenário de revolta popular e crescente instabilidade política na região (vide Chile, Equador e Haiti). 

 

Essa nova ofensiva do grande capital deixa claro que pretende nos manter subalternizados, como neocolônias de exploração, fonte inesgotável de matéria-prima para as grandes corporações mundiais – no caso da Bolívia, tem-se, por exemplo, a maior reserva de lítio do mundo, considerado o ”ouro branco” pois permite produzir, dentre diversas mercadorias, celulares e medicamentos (antidepressivos). 



Assim, o Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba se une às diversas organizações internacionais e condena veementemente o golpe de Estado na Bolívia – assim como todo e qualquer ataque que possa ferir a autonomia e a dignidade dos povos historicamente subalternizados não apenas na América Latina, mas em todo o mundo. 



E expressa, nessa nota, seu apoio a Evo Morales que, assim como alguns governos não alinhados à necropolítica do grande capital (como Cuba e Venezuela) vinha implementado políticas sociais as quais – mesmo que modestas – permitiriam à população boliviana desenvolver-se autonomamente e exercer, enfim, o “singelo direito de simplesmente ser, entre os povos, e de existir para si mesmos”, como afirmava Darcy Ribeiro.

TODO APOIO À RESISTÊNCIA DO POVO BOLIVIANO!

ABAIXO O GOLPE FASCISTA NA BOLÍVIA!

PELA AUTONOMIA E DIGNIDADE DOS POVOS DE TODO O MUNDO!

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Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba.

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