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6 de jun. de 2020

Matéria do Granma sobre os médicos cubanos e o Brasil



Bolsonaro nunca disse a verdade

"Não somos deuses, mas somos médicos revolucionários ... Hoje, eu me pergunto o que será desses pacientes", disse um desses profissionais que serviu lá e agora está em Cuba, ou em qualquer outro "canto longínquo" do mundo, na Infomed, trazendo saúde, salvando vidas

Autor: Raúl Antonio Capote | internacional@granma.cu
6 de junho de 2020 00:06:54

Carlos Varela conta a verdade enquanto chove abundantemente em uma Havana sempre inquieta. Da janela, vejo as pessoas passando, indo para o mercado da esquina, e meu vizinho, inclemente, aumenta o volume em seu sistema de música.

Eu li no Sputnik sobre a situação dos médicos cubanos que decidiram ficar no Brasil, já que o presidente daquele país, Jair Bolsonaro, em novembro de 2018, decidiu encerrar o programa Mais Médicos.

"Impotência por não poder ajudar em um momento crítico e desespero por não poder trabalhar, quando são mais necessários do que nunca, é o que sentem", diz Sputnik.
À medida que a pandemia explodiu, muitos desses médicos pediram para trabalhar para ajudar a enfrentá-la, mas o governo não aceitou.

O executivo brasileiro chegou a chamar veterinários para trabalhar na pandemia, relata a agência russa, mas ignorou a alegação dos especialistas que um dia Bolsonaro prometeu "mundos e fundos" e que não conseguiram exercer uma profissão para a qual são altamente qualificados.

Bolsonaro nunca disse a verdade, mentiu quando lhes ofereceu lugares que eles nunca poderiam ocupar; ele mentiu desqualificando-os, seguindo instruções de outros que nunca dizem a verdade; Faltava novamente com a verdade, chamando-os de escravos, convidando-os a abandonar a solidariedade, a trocar virtude por dinheiro.

Aqueles que ficaram tiveram que trabalhar "no que apareceu", enquanto " a gripezinha", como o presidente do Brasil a  chamava, já matou mais de 30.000 cidadãos do gigante sul-americano.


Entre os mortos e os doentes, o Brasil é o epicentro da pandemia em um continente que, por sua vez, é a pior região do mundo. Foto: AFP

A imprensa anuncia o retorno de nossos médicos de várias regiões do mundo e outras brigadas marcham para o Peru, Guiné Conakry e Kuwait para colaborar no confronto com a covid-19.

Alguns saem felizes pela oportunidade de cooperar, de oferecer conhecimento e sabedoria, uma verdade que aqueles que fazem da medicina uma mercadoria não entendem. Outros retornam satisfeitos, com a luz que trazem aqueles que se entregam aos outros, o amanhecer martiano daqueles que cumprem seu dever.

Havia 28.000 cubanos espalhados por toda a geografia do planeta em 59 países, antes da pandemia causada pelo novo coronavírus e, com a doença, outras brigadas se juntaram a 27 nações. É o postulado de solidariedade militante de um país pequeno em tamanho e grande em virtude.

Ouço Carlos Varela, do gravador de um vizinho, falar sobre as 25.000 mentiras sobre a verdade. Penso em  quantas mentiras foram contadas sobre os profissionais de saúde e sobre Cuba em geral.

O ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, escreve no Twitter que a colaboração é essencial em tempos de pandemia.

Pergunto-me, com dor, quantas vidas poderiam ter sido salvas no Brasil se Jair Bolsonaro não tivesse encerrado o programa Mais Médicos.

"Nós não somos deuses, mas somos médicos revolucionários ... Hoje me pergunto o que será desses pacientes", disse um desses profissionais que serviu lá e agora está em Cuba, ou em qualquer outro "canto longínquo" do mundo, levando saúde, salvando vidas.

Eles não são deuses, são médicos revolucionários, e essa é uma grande verdade que nenhum dos trumps e bolsonaros deste mundo pode silenciar.





Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba


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