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2 de out. de 2020

Dilma: pressão dos EUA à Opas é parte de grande ofensiva contra Cuba - Prensa Latina 2/10/2020

 

São Paulo, 2 de out (Prensa Latina) Ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff destacou que Cuba é um dos países mais solidários do planeta e denunciou os governos de Trump e de Bolsonaro para impedir o país de cooperar com o resto do mundo: 'algo extremamente perverso'.

A ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff denunciou, em entrevista no Bom Dia 247, que os recentes ataques dos Estados Unidos contra a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) 'é parte de uma grande ofensiva contra Cuba os órgãos multilaterais de cooperação'.

'Nós vimos isso acontecer com a OMS [Organização Mundial da Saúde], em plena pandemia, quando Donald Trump retirou o apoio à organização, tentando pressioná-la para uma avaliação absurda a respeito da pandemia', disse.

Segundo Dilma, a pressão dos norte-americanos à Opas tem um caráter parecido, mas com o interesse de 'inviabilizar a presença da Opas em ações cooperativas com o governo cubano, como é o caso do Mais Médicos no Brasil'. 'A Opas está pressionada da mesma forma que pressionaram a OMS, onde retiraram a contribuição durante a pandemia', continuou. Ela denuncia, neste sentido, que os EUA estão querendo abrir um comitê para avaliar o programa e atacar Cuba.

Ela reforça, porém, que o Mais Médicos foi aprovado, no Brasil, pelo Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal de Contas da União (TCU); e internacionalmente, os órgãos de controle internos da Opas deram parecer positivo.

A ex-presidente destaca ainda que os EUA querem 'atacar o governo cubano' e 'tentar descaracterizar uma das maiores ações de solidariedade que um país já fez em todas as esferas'. Para ela, isso não se resume à pandemia de Covid-19, 'onde ficou clara contribuição que Cuba deu, generosamente, a países da Europa, como Itália e Espanha'. Pode-se lembrar que durante a crise do Ebola, os médicos cubanos foram enviados ao continente africano para ajudar populações desassistidas.

'Cuba mostra uma ação de solidariedade clara', afirma Dilma. O país 'foi responsável por ajudar uma população brasileira do SUS [Sistema Único de Saúde] que estava desatendida e foi crucial na formação da quantidade de médicos que havia aqui no País', continuou.

Para Dilma, 'o programa mais médicos criou uma oferta de atendimento para a população muito significativa'. Ela destaca que havia falta de médicos em diversas regiões do Brasil, como no interior mais pobre, nas periferias das grandes cidades e nos territórios indígenas - onde só veio a ter atendimento com a chegada dos médicos cubanos, já que muitos médicos brasileiros não queriam ir aos lugares mais pobres e cobravam muito caro por um atendimento que não era permanente

'O programa Mais Médicos foi um sucesso por conta dos médicos cubanos. Havia um contato humano e um atendimento permanente', reforçou Dilma. Por isso, ela destaca que 'temos de estar alertas na parceria dos EUA com o governo brasileiro, que querem destruir a possibilidade de Cuba cooperar com outros países'. 'Querem desmantelar a possibilidade de qualquer futura ação de Cuba na América Latina como um todo', denuncia.

'Os EUA querem que o bloqueio se estenda para impedir que Cuba coopere e isso é algo extremamente perverso e tem um eco eleitoral em relação ao Partido Republicano e a uma política de endurecimento que os republicanos acham que é mais adequada', afirmou. 'Tem eco eleitoral lá e tem eco eleitoral aqui', continuou.


https://www.prensa-latina.cu/index.php?o=rn&id=400752&SEO=condenan-en-brasil-campana-para-desfigurar-solidaridad-medica-de-cuba

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