ÍNDICE

28 de fev. de 2022

Noam Chomsky, no Tribunal de Belmarsh organizado pelo The People's Forum

                 
Outra importante voz se soma contra o #Bloqueo de #EstadosUnidos a #Cuba e à  denúncia da ilegal Base Naval de Guantánamo, trata-se do filósofo e cientista político Noam Chomsky que tratou destes temas no último 25 de fevereiro no Tribunal de Belmarsh realizado em Nova York:

"Contra décadas de prevaricação, há uma ilustração dramática da tortura de Cuba durante sessenta anos, incluindo a guerra terrorista de John F. Kennedy contra Cuba, que quase levou à guerra nuclear em 1962, e o bloqueio esmagador, fortemente oposto por praticamente todos, incluindo a grande maioria dos americanos.

Quando a União Soviética entrou em colapso e retirou seu apoio limitado a Cuba, a ilusão equivocada desmoronou-se com ela e os EUA impuseram medidas ainda mais brutais para esmagar Cuba sob Clinton e Bush.

As falsas justificações foram concebidas para convencer o público em geral e são encontradas em documentos internos, que são admiravelmente francos sobre as verdadeiras razões para torturar Cuba, que são explicadas nos documentos classificados dos anos 60 de Kennedy e Johnson.

O crime de Cuba é chamado de "seu desrespeito bem sucedido pelas políticas dos EUA que remontam à Doutrina Monroe de 1823", que declarou o direito de Washington de dominar o hemisfério, um princípio que se tornou muito mais difundido após a Segunda Guerra Mundial.

Acabamos de comemorar o 20º aniversário de um dos mecanismos utilizados para estrangular Cuba, o controle das instalações navais na Baía de Guantánamo, vital para o desenvolvimento de Cuba. Guantánamo foi roubado de Cuba à mão armada em 1903 como parte do sistema para mantê-lo como uma colônia virtual depois que os Estados Unidos intervieram para impedir a libertação de Cuba do domínio espanhol.

Os esforços de Cuba para recuperar Guantánamo têm sido ignorados. Durante muitos anos, foi usado ilegalmente para manter os asiáticos que fugiam do terror e da miséria gerados pelos EUA. Há vinte anos, a administração Bush a transformou em uma das câmaras de tortura mais horríveis do mundo, ainda mantendo vítimas torturadas esem acusações.

Informações sobre tudo isso e inúmeros outros assuntos foram fornecidas aos estadunidenses e ao público mundial pelo WikiLeaks, um crime que não será perdoado, pois o poder começa a evaporar quando exposto à luz do dia."


  Tribunal de Belmarsh onde Chomsky falou:




Íntegra da Sessão do Tribunal de Belmarsh:


     https://www.youtube.com/watch?v=Tp8b6U3Pvlk&ab_channel=ThePeople%27sForumNYC


Fonte: https://cubaenresumen.org/2022/02/26/noam-chomsky-en-the-belmarsh-tribunal-organizado-por-the-peoples-forum/


Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba

                                        








27 de fev. de 2022

'"CUBA DEFENDE UMA SOLUÇÃO QUE GARANTA A SEGURANÇA E A SOBERANIA DE TODOS"

            Declaração do Governo Revolucionário

A determinação dos EUA em continuar a expansão progressiva da OTAN em direção às fronteiras da Federação Russa levou a um cenário com implicações de alcance imprevisível, que poderia ter sido evitado.

As movimentações militares dos Estados Unidos e da OTAN nos últimos meses em regiões adjacentes à Rússia, precedidas pela entrega de armas modernas à Ucrânia, são bem conhecidas e equivalem a um cerco militar progressivo.

Não é possível examinar a situação atual na Ucrânia com rigor e honestidade sem avaliar cuidadosamente as justas reivindicações da Federação Russa contra os Estados Unidos e a OTAN e os fatores que levaram ao uso da força e à não observância dos princípios legais e das normas internacionais que Cuba subscreve e apoia com todo vigor e que são uma referência essencial, particularmente para os países pequenos, contra o hegemonismo, os abusos de poder e a injustiça.

Cuba é uma defensora do direito internacional e comprometida com a Carta das Nações Unidas, que sempre defenderá a paz e se oporá ao uso ou ameaça de força contra qualquer Estado.

Lamentamos profundamente a perda de vidas inocentes de civis na Ucrânia. O povo cubano teve e continua tendo uma relação íntima com o povo ucraniano.

A história responsabilizará o governo dos EUA pelas consequências de uma doutrina militar cada vez mais ofensiva fora das fronteiras da OTAN, que ameaça a paz, a segurança e a estabilidade internacionais.

Nossas preocupações são reforçadas pela recente decisão da OTAN de ativar, pela primeira vez, a Força de Resposta desta aliança militar.

Foi um erro ignorar durante décadas os bem fundamentados apelos da Rússia por garantias de segurança e supor que a Rússia permaneceria inerte diante de uma ameaça direta à sua segurança nacional. A Rússia tem o direito de se defender. A paz não pode ser alcançada através do cerco ou do encurralamento dos Estados.

O projeto de resolução sobre a situação na Ucrânia não adotado no Conselho de Segurança em 25 de fevereiro, que será apresentado à Assembleia Geral, não foi concebido como uma contribuição real para encontrar soluções para a crise atual. 

Pelo contrário, é um texto desequilibrado, que não leva em conta as legítimas preocupações de todas as partes envolvidas. Tampouco reconhece a responsabilidade daqueles que instigaram ou implantaram ações agressivas que precipitaram a escalada deste conflito.

Defendemos uma solução diplomática séria, construtiva e realista para a crise atual na Europa, por meios pacíficos, que garanta a segurança e a soberania de todos, assim como a paz, a estabilidade e a segurança regionais e internacionais.

Cuba rejeita a hipocrisia e os dois pesos e duas medidas. Deve-se lembrar que em 1999 os Estados Unidos e a OTAN lançaram uma grande agressão contra a Iugoslávia, um país europeu que eles fragmentaram, com grande custo de vidas, na busca de seus objetivos geopolíticos, desconsiderando a Carta das Nações Unidas.

Os Estados Unidos e alguns aliados têm usado a força em várias ocasiões. Eles invadiram Estados soberanos para provocar mudanças de regime e intervir nos assuntos internos de outras nações que não se curvam aos seus interesses de dominação e defendem sua integridade territorial e independência.

Eles também são responsáveis pela morte de centenas de milhares de civis, que eles chamam de "danos colaterais"; por milhões de pessoas desalojadas e por uma vasta destruição em toda a geografia de nosso planeta como resultado de suas guerras predatórias.


Havana, 26 de fevereiro de 2022


https://cubaenresumen.org/2022/02/26/cuba-aboga-por-una-solucion-que-garantice-la-seguridad-y-soberania-de-todos/

Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba


                                               


26 de fev. de 2022

DIA INTERNACIONAL DE MOBILIZAÇÕES PELA LIBERDADE DE ASSANGE #AssangeLivreJa (+vídeo, fotos e imagens de projeções no Rio de Janeiro)

                                                           


Em  25/02, os movimentos sociais do campo popular e centrais sindicais organizados na ALBA Movimentos - Capítulo Brasil se manifestaram na entrada do Consulado Americano no Rio de Janeiro. O ato simbólico bradou pela liberdade de Julian Assange, preso político perseguido pela CIA e EUA. Assange, um dos fundadores do WikiLeaks, é um valoroso jornalista que teve a coragem de denunciar as violências, torturas e assassinatos cometidos ilegalmente na invasão dos EUA no Iraque, Afeganistão e Iêmen, e outros atentados contra a soberania dos povos, como espionagem e desestabilização de governos no mundo inteiro. Assista o depoimento de Carmen Diniz do Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos no ato simbólico que  bradou pela liberdade de Julian Assange, preso político perseguido pela CIA e EUA. 

                                

Julian Assange não deve ser extraditado! Liberdade para Assange JÁ!

Fotos e vídeo:@pablovergarafotografia 

#AssangeLivreJá

#FreeAssangeNOW

A carta que foi encaminhada nos consulados dos EUA e da Inglaterra:  https://server.ipa-aip.org/s/bFSiP2jGmTqDMBr?dir=undefined&openfile=23909


Veja matérias completas e a história das fitas amarelas usadas no Rio de Janeiro :   

 https://www.brasildefato.com.br/2022/02/25/liberdade-para-assange-e-reivindicada-em-protestos-em-seis-capitais-brasileiras-e-no-exterior


 

https://www.brasildefato.com.br/2022/02/25/manifestantes-pedem-pela-liberdade-de-assange-no-consulado-dos-estados-unidos-no-rio?fbclid=IwAR3QiBKkLtVdURgejsQmwgYvN_IkpJdzLCM7vx_O1lEICUwl9wSmfxoZcFw

                                                    




Neste Dia Internacional pela Liberdade de Assange, projeções nas paredes e muros no Rio de Janeiro :



                                                                       




                                     


 






Fotos: Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos - Capítulo Brasil


                                             



24 de fev. de 2022

O TRIBUNAL DE BELMARSH: IMPERIALISMO EM JULGAMENTO

     O Tribunal de Belmarsh chega a Nova York para expor os crimes da chamada Guerra ao Terror 20 anos depois que os primeiros prisioneiros foram levados para Guantánamo, e para reiterar seu apelo para a libertação de Assange.

     Em 25 de fevereiro de 2022, a Internacional Progressista convocará especialistas jurídicos, representantes da ONU, denunciantes, jornalistas e muitos outros para investigar e expor os crimes da chamada Guerra ao Terror, para buscar justiça para suas vítimas e para exigir o fechamento do campo de concentração de Guantánamo.

       Inspirado pelos Tribunais Russell-Sartre do final dos anos 60, que julgaram o governo dos EUA por seus crimes de guerra no Vietnã, o Tribunal de Belmarsh irá expor os crimes da chamada Guerra contra o Terror 20 anos após os primeiros prisioneiros terem sido levados para Guantánamo, e pedir a libertação de Assange.

      O evento - convocado em colaboração com DiEM25, a Fundação Courage, The People's Forum, DSA International Committee, The Intercept, Peoples Dispatch e a Assembléia Internacional dos Povos - será conduzido pela filósofa Srećko Horvat e pela advogada de direitos civis Margaret Kunstler. As testemunhas incluirão: Alice Walker, Angela Richter, Austin Gonzalez, Balthesar Garzón, Chip Gibbons, Chris Hedges, Clare Daly, Claudia De la Cruz, Cornel West, Deborah Hrbek, Golriz Ghahraman, Guillaume Long, Jeremy Scahill, Jodi Dean, Milo Rau, Nancy Hollander, Nathan Fuller, Nick Estes, Noam Chomsky, Renata Avila, Roger Waters, Sevim Dagdalen, Srećko Horvat, Steven Donziger, Vijay Prashad e Yanis Varoufakis.                    

      O Tribunal de Belmarsh coincide com o 20º aniversário da abertura do campo de concentração na baía ocupada de Guantánamo, na costa sudeste de Cuba. Em janeiro de 2002, os primeiros 20 detentos chegaram lá. Desde então, 779 homens e meninos muçulmanos de 49 países já foram detidos lá. O detento mais jovem tinha apenas 14 anos quando chegou. O mais velho tinha 89 anos. Durante anos e décadas, os detentos enfrentaram tortura, humilhações e a incerteza de uma detenção prolongada sem acusação ou julgamento.

   Duas décadas após a abertura das instalações, 39 pessoas ainda definham em Guantánamo, 27 delas sem acusação, "prisioneiros eternos" com pouca esperança de libertação e nenhuma perspectiva de justiça. Muitos deles permanecem confinados pela simples razão de que sua libertação lhes permitiria testemunhar sobre o tratamento brutal que sofreram.                 

     Documentos classificados vazados por Chelsea Manning e publicados pelo Wikileaks em 2011 revelaram as características sombrias do regime de detenção e tortura dos EUA em Guantánamo. Muitos prisioneiros - inclusive um jornalista da Al Jazeera - foram mantidos durante anos, apesar de não representarem oficialmente nenhuma ameaça para os EUA. Muitos desenvolveram sérios problemas de saúde mental como resultado de seu tratamento. Alguns cometeram suicídio.

      Hoje, no entanto, não são os perpetradores que enfrentam a perseguição, mas os denunciantes. Em abril deste ano, Julian Assange entrará em seu terceiro ano de detenção no HMP Belmarsh - uma prisão de segurança máxima, às vezes chamada de "A Guantánamo britânica", que foi infamemente usada para deter suspeitos de terrorismo sem julgamento - ao tentar recorrer da decisão do tribunal para extraditá-lo para os Estados Unidos.

     É por isso que a Internacional Progressista  está levando o Tribunal de Belmarsh para as 'entranhas  da besta'. Em 25 de fevereiro de 2022, no Fórum do Povo em Nova York, reuniremos especialistas jurídicos, representantes da ONU, denunciantes, jornalistas e muitos outros para investigar e denunciar os crimes da chamada Guerra ao Terror, para buscar justiça para suas vítimas e para exigir o fechamento do campo de concentração de Guantánamo.

                                Diante do Tribunal, um dos intelectuais públicos mais proeminentes de nosso tempo e membro do Conselho da Internacional Progressista, Noam Chomsky, disse:

   "Acabamos de registrar um dos mecanismos para estrangular Cuba: o controle das instalações navais da Baía de Guantánamo, vital para o desenvolvimento de Cuba, que foi roubada do país em 1903 como parte do sistema para manter Cuba como uma colônia virtual depois que os Estados Unidos intervieram para impedir a libertação de Cuba da Espanha. Há vinte anos, a administração Bush passou a transformá-la em uma das câmaras de tortura mais horríveis do mundo, ainda mantendo vítimas brutalizadas sem acusação. Informações sobre tudo isso foram fornecidas ao público americano e mundial pelo WikiLeaks. Estes são os crimes que não podem ser perdoados, pois o poder começa a evaporar quando é exposto à luz solar".

                                                           



https://progressive.international/wire/2022-02-14-the-belmarsh-tribunal-imperialism-on-trial-1/es

Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba


                                       


23 de fev. de 2022

DECLARAÇÃO DO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DE CUBA: Exigimos a preservação da paz e da segurança internacionais.

Declaração do MINREX

O empenho dos EUA em impor a expansão progressiva da OTAN em direção às fronteiras da Federação Russa constitui uma ameaça à segurança nacional da Federação Russa e à paz regional e internacional.

Há semanas o governo dos EUA vem ameaçando a Rússia e manipulando a comunidade internacional sobre os perigos de uma "iminente invasão maciça" à Ucrânia. Forneceu armas e tecnologia militar, enviou tropas para vários países da região, aplicou sanções unilaterais e injustas, e ameaçou outras medidas de retaliação. Ao mesmo tempo, desencadeou uma campanha de propaganda antirrussa.

Cuba já havia advertido anteriormente sobre o perigo desta política.

Em 22 de fevereiro de 2014, o então Presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, General do Exército Raúl Castro Ruz, advertiu: "Neste momento, eventos alarmantes estão ocorrendo na Ucrânia. A intervenção das potências ocidentais deve cessar (...) Não se deve ignorar que estes eventos podem ter consequências muito graves para a paz e a segurança internacionais".

Anos depois, em 26 de setembro de 2018, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, o Presidente da República Miguel Díaz-Canel Bermúdez, advertiu que: "A expansão contínua da OTAN em direção às fronteiras com a Rússia causa graves perigos, agravados pela imposição de sanções arbitrárias que rejeitamos".

Exortamos os Estados Unidos e a OTAN a atenderem com seriedade e realismo às exigências bem fundamentadas de garantias de segurança da Federação Russa, que tem o direito de se defender.

Cuba defende uma solução diplomática através de um diálogo construtivo e respeitoso.

Exigimos a preservação da paz e da segurança internacionais.


Ministério das Relações Exteriores da República de Cuba

Havana, 22 de fevereiro de 2022


http://www.minrex.gob.cu/.../llamamos-preservar-la-paz-y


Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba.


                                                


AFINAL, QUEM RESPEITA OS DIREITOS HUMANOS ? (+vídeo de 1 min)

     Carmen Diniz*  

    É instigante a política internacional. O governo dos EUA insiste em extraditar para seu país um jornalista australiano que está detido injustamente em Londres. O Reino Unido, outrora tão poderoso, agora serve aos desígnios estadunidenses em um melancólico papel. 

    A justiça britânica cede aos argumentos pífios dos EUA de que Julian Assange terá um tratamento humanitário nos cárceres norte-americanos e de acordo com os padrões firmados por eles. Acredita e concede a extradição. Os advogados de Assange recorrem da funesta decisão e a Suprema Corte do Reino Unido decidirá sua vida ou morte. Se extraditado, pode ser condenado a 175 anos de prisão, o que equivale a uma prisão perpétua.  Direitos Humanos para quem não cometeu nenhum crime? 

            Por outro lado, o governo estadunidense cobra ferozmente de outros países, em especial daqueles que não se ajoelham perante suas determinações, o cumprimento dos Direitos Humanos acusando-os de desrespeitá-los e de manter pessoas presas por delitos de opinião, ou seja, presos políticos. 

        Em 2016 o presidente Barack Obama visitou Cuba. Ali em Havana ele e Raul Castro participaram de uma coletiva de imprensa onde jornalistas estadunidenses se sentiram à vontade para questionar Raul sobre os presos políticos na ilha. Muito provavelmente não o fariam em outro país até por uma questão de diplomacia e educação.

      Raul, à época presidente de Cuba, não pestanejou e pediu ao jornalista os nomes dos supostos presos políticos que antes do anoitecer, se comprovados, estariam em liberdade. Os nomes não apareceram.  Mas a resposta do mandatário ficou registrada . 

                         


        São esses fatos que confirmam que não há uma coerência do governo estadunidense ao cobrar direitos humanos de outros países. Que o digam os povos do Iraque, Afeganistão, Líbia,  Síria e outros países ameaçados pela OTAN sobre o respeito aos direitos humanos que o império impõe em seus países. Internamente, os imigrantes, os negros, crianças condenadas, execuções, têm seus direitos humanos respeitados? O básico, o Direito Humano à VIDA?

     E Cuba, afinal, tem presos políticos em seu território? Sem defesa? Torturas, desaparecimentos ? Aí temos que apontar onde isso ocorre, infelizmente : na base militar estadunidense localizada no território ocupado ilegalmente da baía de Guantánamo.  Um território ocupado contra a vontade de todo o povo cubano que tem que ser devolvido a ele. Simultaneamente tentam asfixiar o povo com um bloqueio desumano que impede a normalidade da vida das famílias cubanas, faltam medicamentos, alimentos, insumos médicos em plena pandemia. Mas aí não se fala de direitos humanos, não é mesmo ? Fica o registro. 

               


*Coordenadora do Capítulo Brasil do Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos.



21 de fev. de 2022

ALGUMAS DECLARAÇÕES DE JULIAN ASSANGE DE DENTRO DO CÁRCERE. #FreeAssangeNOW

No tribunal em Belmarsh Assange separado de sua companheira Stela Moris por um vidro blindado. 


   "Eu estou morrendo. Devagar, mas sem parar. Estou exausto e perdi muito peso. O confinamento na solitária em Belmarsh me mata.

Há apenas contato esparso com o mundo externo. Tudo porque eu tornei públicos crimes de guerra. Para abrir os olhos da sociedade e mostrar o que governos estão escondendo.

Estou morrendo. E temo que comigo, também a liberdade de imprensa e a democracia.”

- Julian Assange (fundador do Wikileaks)

                               

         "Fui isolado de qualquer possibilidade de preparar minha defesa: sem laptop, sem internet, nunca, sem computador, sem biblioteca, até agora. E mesmo se eu tivesse acesso, seria apenas por meia hora, com todos os outros, uma vez por semana.

Apenas duas visitas por mês, e leva semanas para conseguir alguém na lista de contatos, e é difícil obter seus detalhes para a verificação de segurança. Em segundo lugar, todas as chamadas, exceto aquelas para advogados, são gravadas, e as chamadas não são mais que dez minutos, em uma janela limitada de trinta minutos por dia, durante a qual todos os prisioneiros brigam por telefone.

E o crédito? Apenas algumas libras por semana e ninguém pode ligar. Do outro lado ? Uma superpotência que há nove anos vem se preparando , com centenas de pessoas e milhões de dólares gastos com isso. Estou indefeso e conto com você e outras pessoas de bom caráter para salvar minha vida."

 Julian #Assange

- Karen Sharpe, "Julian #Assange parle".

                                 


                 

       Traduções: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba



                     


       

18 de fev. de 2022

E QUANDO O BLOQUEIO ACABAR ? EM UMA FRASE, UMA LIÇÃO. #SolidaridadVsBloqueo

                                    

Carmen Diniz

        Sempre que que se comenta sobre o fim do bloqueio que os EUA impõem a Cuba há mais de sessenta anos é inevitável a sensação de quanto isso será  positivo. E logo se pensa: "Imagina Cuba sem o bloqueio, a gente vai ter uma Suíça, uma Dinamarca aqui pertinho" - e é lógico que para o império esse seria um exemplo ameaçador.  Por isso insistem em manter esse criminoso bloqueio que tanto prejudica o povo cubano. E qual é a razão de existir do bloqueio mesmo?.....ah, sim, não há uma motivação que eles possam argumentar, claro. 

       Nas jornadas em Washington que um grupo de ativistas da solidariedade a Cuba organiza, se realizam audiências  com os parlamentares estadunidenses no Congresso para reivindicar e questionar o bloqueio. Lá eles repetem  : "Ah,  o problema é o regime de governo cubano que é uma ditadura" Inevitavelmente  um dos nossos (em geral um latino-americano) retruca: "Ok, se vocês continuam insistindo, vamos por hipótese aceitar que isso seja verdade. Mas neste caso, meu país teve ditadura e vocês nunca nos bloquearam". Pano rápido.  Contra fatos não há argumentos.

     O fato é que há um grande desejo coletivo em muitos países para a derrocada do bloqueio imposto a Cuba.  A nossa solidariedade é o que temos para oferecer e os cubanos sempre nos agradecem efusivamente, mas na verdade é  pouco o que podemos fazer em comparação com o que Cuba faz pelos pobres deste mundo. 

     Uma rápida análise facilmente comprova esta afirmação: as brigadas médicas espalhadas pelo mundo, o método de alfabetização Sim, Eu Posso aplicado em tantos países,  a quantidade de jovens pobres de vários países graduados gratuitamente em Cuba,  a Operação Milagros que devolveu a visão a tantas pessoas, as 26.000 crianças vítimas do acidente de Chernobyl e mais 53 brasileiros vítimas do Césio 135 recebidos para tratamento em Cuba, a Brigada Henry  Reeve especialmente divulgada neste período da pandemia mas que já atuava bem antes em casos de desastres naturais, enfim, algum outro país oferece algo parecido? Melhor ainda: algum país RICO oferece isso ?

        Cuba é um país pobre, pequeno, bloqueado, uma ilha que não possui riquezas naturais e que mesmo assim mantém um índice de desenvolvimento humano (IDH) comparável aos dos países ricos. Ninguém passa fome, não há população em situação de rua, não há desnutrição infantil, toda criança tem escola, todos tem saúde gratuita, os serviços são subsidiados. Então que milagre é esse? Segundo o atual presidente Diaz-Canel não é milagre. É socialismo.

                                      

      É então o paraíso na terra? Claro que não, até porque não há nenhum paraíso na terra. Talvez em outro lugar exista, conforme seja cada crença, mas neste planeta, não há. Cuba tem problemas como qualquer outro país que seja povoado por seres humanos. Mas ela tem mais um problema e bem árduo: um bloqueio que não permite que seus cidadãos vivam de forma normal, com acesso a todos os produtos que necessita. Daí se vê o problema do abastecimento, da dificuldade com a moeda internacional em suas transações, com a compra de medicamentos, aparelhagem hospitalar e tudo que não seja produzido por eles mesmos. Difícil, não é? Por isso tiveram que inventar suas próprias vacinas. Não, não é nada fácil.

      Daí vem aquele argumento de que "o socialismo não deu certo". É mesmo? E o capitalismo, então, deu ? Percebe-se especialmente em nossas grandes cidades. Mas e se o socialismo pudesse viver em condições normais ? Por exemplo, sem um bloqueio, com uma vida normal, transações comerciais internacionais como qualquer outro país e onde o ser humano fosse o centro de todas as preocupações? Como seria então? Podemos tentar, senhores imperialistas. E aí veremos onde está o problema, mas em igualdade de condições.

     Bom, seria como no primeiro parágrafo deste texto, uma nova "Finlândia ou Suíça tropical" ?  Mas será que é isso que o povo cubano pensa?   Aí, cabe aqui uma autocrítica : realmente é impressionante como não nos damos conta de quanto da ideologia capitalista acaba por nos impor um parâmetro que não é o nosso. E aí percebemos que não somos realmente imunes como se pensa.

      Explico: uma declaração do cantor e compositor cubano Silvio Rodriguez impressiona e aqui está para reflexão porque é um pouco da síntese do pensamento cubano que nada tem a ver com coisas materiais :


"Cuba sem bloqueio seria um país ainda mais generoso e solidário, ou seja, um terrível perigo para o egoísmo universal"


   Revolucionária esta conclusão.  Sempre o internacionalismo e a solidariedade permeando a sociedade cubana. Fruto de uma Revolução que tanto fez e faz por seu povo com saúde, educação, cultura e ciência.  Mais uma vez agradeço ao povo cubano pelas lições que dá ao mundo e, confesso minha autocrítica, uma vez que só pensei no "enriquecimento" de Cuba, crescimento de seu IDH. Isso também seria/será muito bom, mas o mais importante seria o que Silvio Rodriguez declara. 
       Por outro lado, seguimos com nossa campanha pelo fim do bloqueio a Cuba. Até porque a solidariedade não se pode bloquear ! E se o bloqueio continua, a solidariedade também.
   
   #CubaVive                           #EliminaElBloqueo 
                                         

   

16 de fev. de 2022

A RÚSSIA REVELA COMO SURGIU A "INVASÃO RUSSA À UCRÂNIA"


Forças da OTAN realizam exercício militar conjunto com forças ucranianas no oeste da Ucrânia. Foto: Reuters.

     A Rússia tem sido alvo de um ataque da mídia com o objetivo de desacreditar suas demandas por garantias de segurança, informa o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

    Em uma declaração emitida na sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia noticiou um ataque da mídia com o objetivo de desacreditar suas legítimas demandas por garantias de segurança e desviar pensamentos de que Moscou pretende invadir a Ucrânia.

   Além disso, o Ministério das Relações Exteriores russo esclareceu que no final de 2021 e no início deste 2022, Moscou estava sob diferentes ataques sem precedentes da mídia com o objetivo de convencer a comunidade global de que a Rússia estava planejando uma invasão da Ucrânia.

"As falsas publicações na mídia ocidental são a prova de que um ataque coordenado da mídia está sendo realizado contra Moscou, com o objetivo de minar e desacreditar as justas exigências da Rússia para o fornecimento de garantias de segurança, bem como justificar as aspirações geopolíticas ocidentais e a invasão militar do território da Ucrânia", disse o ministério russo.

  Em que se baseia a iniciativa da Rússia?

O pedido russo inclui, entre outras exigências, a suspensão da expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em particular na Ucrânia e Geórgia; e a retirada das tropas e armamentos da Otan para suas posições anteriores a 1997.

      Em resposta a esta iniciativa russa de distensão, os EUA e a OTAN responderam por escrito às propostas de Moscou em 26 de janeiro. Entretanto, no mesmo dia e em uma reação inicial, a Rússia salientou que a resposta às suas propostas de segurança deveria ser vinculativa, embora admitisse que mesmo isso não eliminaria completamente a tensão.

     O presidente russo Vladimir Putin criticou que, em sua resposta escrita, o Ocidente não respondeu às exigências fundamentais de Moscou sobre a segurança no leste, pois as preocupações de princípio da Rússia "foram ignoradas".

   O Ocidente também acusa a Rússia de planejar uma invasão militar da Ucrânia, citando o acúmulo militar da Rússia na área; contudo, Moscou alega que sua presença militar em suas fronteiras é uma questão de defesa e dissuasão ante a ameaça de uma possível ofensiva da OTAN.


O "ataque iminente" da Rússia à Ucrânia

E haverá guerra. No final, haverá guerra, pessoas morrerão e todos nós pagaremos por ela, especialmente aqueles de nós que vivem neste país e nas proximidades. Como eles nunca fazem guerra perto de suas fronteiras, eles sabem como fazer isso bem. Eles jogam sempre longe, para que não respingue muito neles.    Aqui: http://www.cubadebate.cu/opinion/2022/01/22/el-inminente-ataque-de-rusia-contra-ucrania/



http://www.cubadebate.cu/noticias/2022/02/13/rusia-revela-como-surgio-la-invasion-rusa-a-ucrania/

Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba



                                   


14 de fev. de 2022

A UNIVERSIDADE DEVE FORMAR BONS SERES HUMANOS, NÃO APENAS FORÇA DE TRABALHO

Universidade de Havana  Foto: Alberto Borrego
Autor:  

      Durante cinco dias de intensos debates, trocas de experiências no enfrentamento da covid-19, assinatura de acordos de colaboração, conferências por acadêmicos e atividades colaterais, a Universidade 2022 tornou possível incorporar novos argumentos e fornecer ferramentas para o propósito nacional de fortalecer a ciência e a inovação como base para o desenvolvimento cubano.

    A universidade precisa repensar urgentemente seu papel social, para que seus compromissos transcendam cada vez mais o propósito de formar mão-de-obra qualificada para o mercado - como ocorre no capitalismo - e, em vez disso, educar em valores e princípios éticos. 

     Tais avaliações foram oferecidas pelo intelectual e teólogo brasileiro Frei Betto, durante sua palestra Desafios da universidade em tempos de transição do mundo pandêmico para o pós-pandêmico, ao fim do dia de encerramento do Congresso Universitário Internacional 2022, que contou com a presença do Primeiro Secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e Presidente da República, Dr. Miguel Díaz-Canel Bermúdez.

  Betto afirmou que as instituições de ensino superior têm que ser centros de pesquisa para serem sustentáveis, que incluam e não excluam, e que além de estarem comprometidas com a objetividade científica e tecnológica, também devem estar comprometidas com a subjetividade humana.

    As universidades cubanas, disse ele, estão comprometidas com este ideal, herdeiras do pensamento e do trabalho de personalidades que ele descreveu como "arquitetos da libertação", entre os quais mencionou Félix Varela, Ignacio Agramonte, os estudantes de medicina, Martí e Fidel Castro.

      O amigo de Cuba referiu-se a dois grandes desafios atuais: covid-19 e redes digitais. Sobre o primeiro, ele advertiu que o fenômeno poderia ter sido evitado, pois assegurou que os relatórios de inteligência dos EUA haviam advertido, com suficiente antecedência, sobre a possível presença de um vírus altamente contagioso, e ainda assim "chegamos agora a cinco milhões de mortes", lamentou ele.

     Nas redes sociais, ele recomendou aproveitar a tecnologia das redes digitais para estabelecer critérios altruísticos, e ao avaliar como no futuro o ensino será híbrido, uma mistura de digital e presencial, ele considerou importante incluir a gestão de redes digitais nos currículos.

      No dia de encerramento se divulgou que a 14ª edição deste Congresso Internacional será realizada em Havana, de 5 a 9 de fevereiro de 2024.


https://www.granma.cu/cuba/2022-02-11/la-universidad-debe-formar-seres-humanos-de-bien-no-solo-mano-de-obra-11-02-2022-23-02-17

Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba


                                         


12 de fev. de 2022

JULIAN ASSANGE : A ESQUERDA FRANCESA E OS DIREITOS HUMANOS

Por Guy Malaterra*

A Assembleia Nacional francesa acaba de rejeitar o direito de asilo de Julian Assange.

Esta má notícia merece uma análise séria

Composição da Assembleia Nacional Francesa :

A Assembleia Nacional tem 568 deputados com uma forte maioria presidencial:  267 deputados do grupo do Presidente Macron " La République en Marche ",   os 102 deputados do grupo "Les Républicains" e os 57 deputados do grupo "Modem",  para um total de 426 deputados. Vários grupos centristas têm 82 MPs.

Os três grupos de esquerda têm 60 deputados: 28 do grupo "Socialistas", 17 do grupo "La France Insoumise" e 15 do grupo "Gauche Démocratique et Républicaine", incluindo 11 comunistas.  

A proposta de um direito de asilo para Julian Assange

38 deputados da Assembleia Nacional propuseram um direito de asilo para Assange. Anexo aqui o documento oficial da Assembleia Nacional, com o texto da proposta e a lista dos 38 signatários.

Mais do que qualquer outro país, a França tem o dever de defender os seres humanos injustamente ameaçados: iniciar a proposta era digno da pátria dos direitos humanos.

Olhando através da lista dos 38 signatários, pode-se ver com prazer que a defesa de Assange cruzou as linhas do partido: 19 deputados da direita (incluindo 12 da "Republique en Marche"), 5 centristas e 14 da esquerda.

A única fraqueza foi o número de deputados da esquerda: 14 em cada 60, menos de 25%.  O documento menciona os eleitores e o grupo político de cada um deles.

Apresento um resumo abaixo

Resultado : Deputados registrados 568

        votos  declarados 48

       votos a favor da proposta 17

       votos contra a proposta 31 

A proposta de asilo em favor de Julian Assange é rejeitada.

Participação

 Dos 568 eurodeputados registrados, 48 votaram, ou 8,45%.

Análise dos votos

  Votos da maioria presidencial :

  As revelações do Wikileaks sobre a baixeza dos EUA não poderiam deixar um presidente indiferente a um presidente dócil às ordens de Washington.

  É por isso que, dos 12 deputados de La République en Marche que tinham assinado a proposta    1 permaneceu a favor da proposta e 29 LRM chegaram para votar contra a mesma proposta.  Apenas mais 2 eurodeputados se juntaram aos votos contra, para um total de 31 votos.

 Votos centristas

 O grupo centrista "Liberté et Territoires" tem 17 MPs.

5 assinaram a proposta, mas foram 10 que votaram a favor de asilo político para Assange.  Entre eles, o deputado François-Michel Lambert, que apoiou fortemente a candidatura da Brigada Henry Reeve ao Prêmio Nobel.

  Votos dos eurodeputados de esquerda

  Chegou o momento de avaliar a situação:

  31 vozes contra e 11 a favor da proposta (1 LRM, 10 centristas).

Houve 21 votos a menos do que a maioria na votação . Havia 60 deputados de esquerda e apenas 14 assinaram a proposta (24%).   Com mais 7 votos, a batalha pelo direito de asilo de Assange ganharia.

Conseguir 21 votos dos 60 deputados de esquerda parecia ser fácil para uma causa tão comovente.

 Mas o pior aconteceu

Dos 60 deputados de esquerda, havia .... 4 votos a favor da proposta de asilo.

Dos 14 signatários, apenas um MPE votou a favor da proposta: François Rufin de la France Insoumise

Três eurodeputados que não tinham assinado também votaram a favor da proposta:

Alexis Corbiere de la France Insoumi

Stéphane Peu do Grupo "Gauche démocrate et républicaine

Claudia Rouaux do Grupo " Socialistes et apparentés

Dos 56 outros, nada se ouviu: permaneceram na infâmia do silêncio.

Chegamos ao final de nosso estudo: os números são terríveis.

O caso exemplar de Assange não mobilizou sequer 10% dos deputados da pátria dos direitos humanos.        

Pior ainda, em meio a este desastre, estamos ainda mais aflitos com a espetacular omissão do que devem ser os melhores lutadores na luta pelos direitos humanos.

Esta atitude vergonhosa permanecerá uma mancha indelével na história da  esquerda francesa. 

O futuro é sombrio quando se perde a alma.

E logo teremos que suportar uma punição maior: não há dúvida de que pelo menos dois dos "56 calados da esquerda" aproveitarão a campanha presidencial para se proclamarem com palavras agitadoras, o mais corajoso dos corajosos Quixotes de direitos humanos                                          

                         Tartufo não está morto no país de Moliere

     *vice-presidente do conselho departamental de Tarn (França)

                                                                       

Devem ser julgados os que cometem crimes de guerra, não o que os revela. 


                                                                  

           

                                        PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Srs. Deputados

 

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Senhoras e Senhores,

"Devemos proteger todas as liberdades, a liberdade de imprensa, mas também a liberdade dos indivíduos". Assim disse o Presidente Emmanuel Macron, em 2019.

No entanto, hoje, no caso de Julian Assange, ambas as liberdades estão sendo pisoteadas. Acima de tudo, é um aliado da França, de sua independência, que não está protegido.

Fundador do site Wikileaks, este denunciante revelou a espionagem de l’Élysée por nossos aliados americanos. Julian Assange foi submetido a um ataque judicial, mas na realidade político, por parte dos Estados Unidos por mais de dez anos.

Seu crime? Ter feito o trabalho da verdade, do jornalismo.

Hoje, os Estados Unidos continuam pressionando para sua extradição, com o objetivo de condená-lo a 175 anos de prisão. E Julian Assange está definhando nas prisões britânicas.

A França deve asilo a Julian Assange

Há meses, cidadãos, advogados e médicos vêm pedindo ao Presidente da República que conceda asilo político a Julian Assange.

Em fevereiro de 2020, o próprio Éric Dupont-Moretti, antes de se tornar Ministro da Justiça, enfatizou a medida em que Assange prestou um serviço à nossa nação:

"Recordaremos, no entanto, o que ele tornou possível revelar". Ele tornou possível revelar na França que Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e François Hollande tinham sido espionados pelos americanos, o que não é uma façanha sem sentido. Também tornou possível revelar que Pierre Moscovici e François Baroin, dois ministros franceses da economia, haviam sido objeto de uma operação de espionagem econômica liderada pelos Estados Unidos".

E ainda assim, apesar destes serviços, apesar de todos os alarmes sobre suas condições de detenção, a França não fez nada. O país dos direitos humanos é silencioso.

Algumas vozes são levantadas no mundo.

O Relator Especial da ONU sobre a Tortura, Nils Melzer, explica que "Julian Assange deve agora ser libertado imediatamente, reabilitado e compensado pelos abusos e arbitrariedades a que foi exposto".

Estamos, portanto, diante de um detido sem condenação. A França não pode permanecer em silêncio.

Continuar em inação seria uma clara derrota para a liberdade de informar. Seja na França ou no resto do mundo.

Assim, como representantes da nação, exigimos que Julian Assange obtenha o direito de asilo.

"Se as guerras podem ser iniciadas por mentiras, a paz pode ser preservada pela verdade". Julian Assange.

 

MOÇÃO PARA UMA RESOLUÇÃO

Artigo único

A Assembleia Nacional,

Tendo em conta o artigo 34-1 da Constituição,

Tendo em conta a regra 136 do Regulamento Interno da Assembleia Nacional,

Recordando as palavras do Presidente da República: "Devemos proteger todas as liberdades, a liberdade de imprensa, mas também a liberdade dos indivíduos";

Considerando o compromisso da França com a defesa da liberdade de imprensa e a liberdade de informar

Considerando a inocência de Julian Assange

Considerando o serviço prestado ao mundo através do Wikileaks e as informações reveladas sobre as ações ilegais dos Estados Unidos da América

Considerando o serviço prestado à nação e ao povo francês ao revelar a espionagem do l’Elyseé por seu aliado americano;

Recordando as observações feitas por Éric Dupont-Moretti em fevereiro de 2020;

Considerando o apelo de numerosas organizações e instituições não governamentais para sua libertação

Considerando o pedido do Relator Especial das Nações Unidas sobre a Tortura

Considerando o papel que a França deve desempenhar na defesa da justiça e da liberdade;

Convida o Governo a conceder asilo político a Julian Assange.


                                         


Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba