ÍNDICE

4 de fev. de 2022

JULIAN ASSANGE É INDICADO AO PRÊMIO NOBEL DA PAZ

            


   O jornalista e fundador do Wikileaks Julian Assange foi nomeado para o Prêmio Nobel da Paz, paralelamente ao crescimento do movimento contra sua extradição para os EUA e por sua libertação incondicional.

     Assange foi nomeado por várias pessoas, incluindo membros do Parlamento Europeu e ganhadores de prêmios, que atenderam aos pedidos de sua companheira, Stella Moris. A nomeação foi apresentada em 29 de janeiro pelos políticos alemães Martin Sonneborn, membro do Parlamento Europeu, e Sevim Dağdelen, membro do parlamento alemão.

   Em suas cartas ao comitê Nobel, explicaram que a nomeação de Assange é "em homenagem a suas inigualáveis contribuições para a busca da paz, assim como seus imensos sacrifícios pessoais para promovê-la para todos". Observaram ainda que o trabalho de Assange e Wikileaks contribuiu para mecanismos internacionais de verdade e justiça, como o Tribunal Penal Internacional, cuja missão é "acabar com a impunidade processando 'as piores atrocidades conhecidas pela humanidade': crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio".

    Além de Sonneborn e Dağdelen, Marketá Gregorová e Patrick Breyer, eurodeputados pelo Partido Pirata, e Sabrina Pignedoli, política italiana no Parlamento Europeu, entre outros, também o indicaram. As indicações, assim como declarações de apoiadores em todo o mundo, destacam a contribuição de Assange para o estabelecimento da paz mundial através da publicação de documentos classificados do Wikileaks sobre crimes, tortura e violações dos direitos humanos cometidos pelos Estados Unidos e seus aliados no Iraque e no Afeganistão.

  As indicações tornam Assange elegível para fazer parte da lista candidata ao prêmio, que será elaborada entre fevereiro e março. Durante a última década, houve inúmeros apelos para que Assange fosse nomeado para o Prêmio Nobel. O comitê de premiação não publica a lista completa dos indicados ou finalistas até que se completem 50 anos.

   Nos últimos anos, os indicados ao Prêmio Nobel da Paz anunciaram publicamente suas candidaturas e os indicados oficiais, o que chamou a atenção do público e da mídia para o processo de seleção dos indicados. Antes da indicação deste ano, Assange é conhecido por ter sido indicado duas vezes. A primeira foi em 2011, indicada pelo deputado norueguês Snorre Valen, e a segunda foi em 2021, indicada pela ganhadora do Prêmio Nobel da Paz Mairead Maguire, que também nomeou Chelsea Manning e Edward Snowden.

    Em suas indicações, Maguire argumentou que "o Comitê Nobel poderia proteger e ajudar a salvar as vidas desses três defensores da paz, concedendo-lhes o Prêmio Nobel da Paz de 2021". Através desta escolha, o Comitê honraria o desejo [de Alfred] Nobel, pois recompensaria os verdadeiros heróis da paz".

   Snorre Valen disse que "o Wikileaks contribuiu para a luta global pelos mesmos valores ao expor (entre outras coisas) corrupção, crimes de guerra e tortura, às vezes realizada pelos próprios aliados da Noruega". Enquanto os EUA tentam extraditar Assange nos tribunais britânicos, e ele permanece detido sem acusação na prisão de segurança máxima de Belmarsh, os apoiadores do jornalista enfatizaram a repetida "omissão" do Comitê Nobel de Assange e dos denunciantes de crimes de guerra dos EUA. Embora o Prêmio Nobel da Paz tenha sido criticado no passado por seus vários preconceitos, o desdém do comitê pelo trabalho de Assange ficou ainda mais evidente no ano passado, quando os jornalistas Maria Resa das Filipinas e Dmitry Muratov das Filipinas receberam conjuntamente o prêmio. Eles foram agraciados com o Prêmio Nobel da Paz por seus "esforços para salvaguardar a liberdade de expressão"

    Também é digno de nota que a indicação de Assange por três anos não recebeu quase nenhuma cobertura da mídia, apesar de outros indicados proeminentes serem mencionados em histórias sobre a lista de possíveis laureados. Enquanto isso, Assange está travando uma longa batalha legal e apelando contra um veredito da Suprema Corte britânica, proferido em dezembro de 2021, sancionando sua extradição para os Estados Unidos. Se extraditado, Assange enfrentará 18 acusações de espionagem e crimes cibernéticos, que juntos somam até 175 anos da pena máxima de prisão.


Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba

 https://www.resumenlatinoamericano.org/2022/02/03/comunicacion-julian-assange-es-nominado-al-premio-nobel-de-la-paz/

                                         


                                               



                                   

Um comentário: