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1 de mar. de 2023

Cuba denuncia a politização dos direitos humanos em Genebra

                                    

"A promoção e a proteção dos direitos humanos é um ideal comum. Nenhum país está isento de desafios, e nenhum tem autoridade para se considerar um paradigma na matéria, para julgar outros, e muito menos para politizar e usar para estigmatizar Estados soberanos", advertiu aqui.

   Falando no segmento de alto nível da 52ª sessão do Conselho, Rodríguez condenou as tentativas imperialistas de transformar este órgão da ONU em um tribunal contra países que não se subordinam aos interesses geopolíticos de governos poderosos.    Neste sentido, ele chamou a atenção para o fato de que esta posição corrói a credibilidade do Conselho de Direitos Humanos e a leva de volta à atmosfera prevalecente na antiga Comissão de Direitos Humanos.

    Em nome da ilha, seu ministro das Relações Exteriores destacou no fórum a rejeição da tentativa de estigmatizar governos e projetos econômicos e sociais que não se subordinam aos desígnios dos "mestres das finanças, mercados e armas".

     Ele também ratificou a posição de Cuba como Estado membro fundador do Conselho para defender o diálogo e a cooperação internacional e o pleno respeito aos princípios de universalidade, indivisibilidade, objetividade e não seletividade no campo dos direitos humanos e seu tratamento.

   É dentro deste espírito que apresentamos nossa candidatura à reeleição como membro do Conselho de Direitos Humanos para o período 2024-2026, anunciou ele.

      Sobre esta questão, ele afirmou que a nação antilhana continuará a levantar sua voz do Sul em defesa dos países em desenvolvimento, dos pobres e dos excluídos.

    Em seu discurso na ONU em Genebra, Rodríguez apelou para a construção de um mundo mais unido e cooperativo diante de padrões irracionais e insustentáveis de produção e consumo que ameaçam a existência humana.

https://cubaenresumen.org/2023/02/28/cuba-denuncia-en-ginebra-politizacion-de-derechos-humanos/

                                                                


DECLARAÇÃO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DE CUBA, BRUNO RODRIGUEZ, NO SEGMENTO DE ALTO NÍVEL DA 52ª SESSÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS. GENEBRA, 28 DE FEVEREIRO DE 2023.

Sr. Presidente:

Longe de encorajar a construção de um mundo mais unido e cooperativo, as desigualdades, a pobreza, a fome e a exclusão se multiplicam. Uma pequena minoria desfruta de um aumento exponencial da riqueza, enquanto a grande maioria luta para sobreviver.

Os padrões atuais de produção e consumo são irracionais e insustentáveis e ameaçam a existência da espécie humana.

É essencial lutar por uma ordem internacional justa, democrática e equitativa, centrada no ser humano, nos povos do mundo.  

A promoção e a proteção dos direitos humanos é um ideal comum. Nenhum país está isento dos desafios e nenhum país tem autoridade para se considerar um paradigma nesta área, para julgar outros e muito menos para politizá-los e usá-los para estigmatizar Estados soberanos e projetos econômicos e sociais que não estejam de acordo com os desígnios dos mestres das finanças, dos mercados e das armas. 

As tentativas imperialistas de transformar este Conselho de Direitos Humanos em um tribunal contra países que não se subordinam aos interesses geopolíticos de governos poderosos, corroem a credibilidade deste órgão e parecem estar tentando levá-lo de volta aos caminhos da extinta Comissão de Direitos Humanos, que implodiu justamente por causa destas práticas. 

Cuba, como Estado membro fundador do Conselho de Direitos Humanos, defende o diálogo respeitoso e construtivo e a cooperação internacional.

Defendemos o pleno exercício e respeito aos princípios de universalidade, indivisibilidade, objetividade e não-seletividade no tratamento do assunto. 

Neste espírito, apresentamos nossa candidatura à reeleição como membro do Conselho de Direitos Humanos, para o período de 2024-2026, nas eleições a serem realizadas em outubro próximo. Agradecemos antecipadamente a confiança de todos aqueles países que já nos deram seu valioso apoio. 

A voz de Cuba continuará sendo levantada com uma visão universal, mas do Sul, em favor dos interesses legítimos dos países em desenvolvimento, dos pobres, dos negligenciados e excluídos, através do engajamento construtivo, do diálogo responsável e da indeclinável responsabilidade pela plena realização dos direitos humanos para todos.

                             https://twitter.com/BrunoRguezP/status/1630635822683701261?s=20       
 Sr. Presidente: 

O governo estadunidense aplica uma política genocida de bloqueio, intensificada no extremo e de "máxima pressão", que submeteu a economia cubana a tensões extraordinárias que afetam a deterioração do consumo e do padrão de vida das famílias, a inflação, os preços, os salários, a disponibilidade de alimentos e medicamentos, e o serviço elétrico; e atinge a renda do país, as transações financeiras, a indústria, a construção, os serviços, o comércio, os investimentos, a saúde e a educação. 

A infame e infundada inclusão de Cuba na lista arbitrária do Departamento de Estado de países que supostamente patrocinam o terrorismo agrava ainda mais a difícil situação causada pelo bloqueio e tem efeitos devastadores em nosso sistema financeiro.

O imperialismo estadunidense financia operações de desestabilização e "mudança de regime", calúnias contra a cooperação médica internacional de Cuba e campanhas de difamação; utiliza poderosas plataformas tecnológicas tóxicas e incentiva a censura e a manipulação de grandes redes digitais contra Cuba.

Esta política ilegal incentiva deliberadamente a emigração, especialmente de pessoas qualificadas em idade de trabalhar.

Cuba se levanta todos os dias diante dessas investidas, unindo forças, inovando, com uma capacidade de resistência e criatividade sem limites; e avança no debate inclusivo, na participação democrática, particularmente dos jovens; e na mudança fértil e renovadora de "tudo o que precisa ser mudado".

Continuamos com passos firmes e irreversíveis para aperfeiçoar o Estado socialista baseado no Estado de direito e na justiça social, e nosso modelo socialista de desenvolvimento cultural, social e econômico, com o amplo e ativo apoio do povo cubano.

Somos profundamente gratos pela solidariedade e cooperação internacional que Cuba recebe de todos os cantos do mundo.

Sr. Presidente:

Em um referendo livre e universal em 2019, adotamos uma nova Constituição com o voto secreto de 87% dos cidadãos que reforça as garantias e o marco jurídico-institucional para a proteção e promoção dos direitos humanos de todos os cubanos. 

O Programa Nacional para o Avanço da Mulher, a Estratégia Integral para a Prevenção e Atenção à Violência de Gênero e Violência no Cenário Familiar, o Programa Nacional contra o Racismo e a Discriminação Racial e o novo Código das Famílias, aprovado por referendo com 62% de apoio, foram implementados. 

Sr. Presidente:

Agiremos a partir da alta responsabilidade assumida com a Presidência do Grupo dos 77 mais a China em 2023, convencidos de que um mundo melhor é possível, se ouvirmos a voz de nossos povos, trabalharmos em seu benefício e defendermos com coragem e unidade os interesses coletivos e justos do Sul. 

Muito obrigado.


Tradução: Carmen Diniz/ Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba


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