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29 de set. de 2023

O bloco progressista da América Latina se alinha na ONU contra as sanções de Washington

                            

🖋️ Ociel Alí López, RT

     A mudança para a esquerda que está ocorrendo atualmente nos governos da América Latina foi palpável nos discursos presidenciais na 78ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), que está sendo realizada esta semana.

     Esses governos foram particularmente unificados em seu desacordo com a aplicação das sanções dos EUA contra a Venezuela e Cuba. Houve também um consenso entre eles para protestar contra a inclusão de Cuba na "lista de países que patrocinam o terrorismo" do governo dos EUA.

     Desde a posse do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente colombiano Gustavo Petro, as críticas a essas políticas se tornaram comuns nesse tipo de fórum. Mas a força com que o presidente chileno, Gabriel Boric, e seus colegas da Argentina, Alberto Fernández, e de Honduras, Xiomara Castro, se juntaram a essa demanda, mostra que há uma demanda formal e sincera da região para Washington.

     Boric chegou a argumentar que as sanções contra a Venezuela colocavam em risco o próprio evento presidencial programado para 2024: "Estamos convencidos de que, para garantir eleições livres, com garantias para todos os setores, também é imperativo que os Estados Unidos levantem as sanções que têm atualmente contra a Venezuela".

    Como os outros presidentes mencionados acima, o presidente chileno foi enfático ao rejeitar a política de Washington em relação a Havana: "Declarar que Cuba é um país que promove o terrorismo não é apenas falso, mas também nos violenta. Portanto, instamos os EUA a seguir a linha adotada pelo governo de Barack Obama quando retirou Cuba dessa lista infame".

    Esta é a primeira vez nos últimos anos que um número tão grande de vozes presidenciais se une em coesão em torno dessas demandas, que já estão tomando a forma de um protesto regional.

     O presidente argentino, cuja posição foi moderada durante os primeiros anos de seu mandato presidencial, foi categórico nessa ocasião: "A Argentina se opõe firmemente ao uso de medidas unilaterais de coerção e à adoção de práticas comerciais discriminatórias. A perpetuação do bloqueio contra Cuba é inadmissível. Ano após ano, esta Assembleia Geral exige, por uma maioria esmagadora, a necessidade de pôr fim ao bloqueio". Em seguida, Fernández enfatizou a exigência de retirar Cuba da lista mencionada: "solicitamos, mais uma vez, a exclusão de Cuba da lista de países que supostamente patrocinam o terrorismo internacional". No mesmo tom de protesto,  exigiu "o fim imediato das sanções impostas pelos Estados Unidos à Venezuela".

     A presidenta de Honduras também fez uma advertência sobre a Venezuela e exigiu "o fim das práticas de sanções, pirataria e confisco de bens de uma nação contra outra", já que "não podemos falar de um mundo civilizado quando estamos expostos a embargos e a ter nossas reservas congeladas em bancos estrangeiros, como está acontecendo atualmente com a Venezuela, cujos bens foram confiscados em violação a todas as normas do direito internacional".

   Na mesma linha, o presidente colombiano denunciou que Cuba está sendo "injustamente bloqueada".


Washington responde

     Após a enxurrada de denúncias apresentadas na Assembleia Geral da ONU, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Kristina Rosales, concedeu recentemente uma entrevista a um meio de comunicação latino-americano e respondeu: "Cuba continua na lista, não vai sair; não temos nenhum anúncio ou qualquer informação para dizer que vamos tirar o país da lista ou tomar qualquer ação que contemple outro país, um terceiro país, que neste caso é o que o presidente Petro diz. Cuba continua na lista".

     Mantendo uma linguagem radical que indica pouco apreço pelas posições dos governos latino-americanos, Rosales continuou: "Os EUA têm um processo de avaliação sério em que a situação do país é examinada, Cuba não será removida e, se houver uma mudança, serão os EUA que farão o anúncio, mas não comunicamos, indicamos ou informamos um terceiro país sobre o que poderia acontecer com uma designação terrorista".

    A posição de Washington aumenta o nível de tensão em suas relações com vários governos da região e não há sinal de melhora que possa levar a um diálogo mais fluido.


https://actualidad.rt.com/opinion/ociel-ali-lopez/480840-america-latina-alinear-sanciones-washington

radução/Edição: Comitê Carioca 

Abaixo o bloqueio criminoso e genocida dos EUA a Cuba!


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