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20 de mai. de 2024

CUBA NÃO COOPERA NEM PATROCINA O TERRORISMO

                                 

 Raúl Antonio Capote*

  O anúncio do Departamento de Estado dos Estados Unidos – há muitos interessados ​​em ampliá-lo como uma grande notícia – sobre a exclusão de Cuba da lista de países que não cooperam plenamente na luta contra o terrorismo, nada mais foi do que o reconhecimento de o que a Ilha sempre fez em todos os seus anos de Revolução: combater um flagelo do qual foi apenas vítima.

   Esta certeza sempre foi muito clara para o Governo “listador”. Sabe que não há nenhum argumento que apoie a manutenção de Cuba nesta que é, de certa forma, uma subcategoria daquela outra lista de países que são acusados, não de "não cooperar plenamente", mas de patrocinar o terrorismo, na qual continua e incluem Cuba, e que é a causa fundamental da extorsão econômica que sofre. Significa que, com o recente anúncio, a contradição só aumenta, e a manipulação política do Governo dos EUA nesta questão fica ainda mais exposta. Foi o que questionou o Primeiro Secretário do Comitê Central do Partido e Presidente, Miguel Díaz-Canel Bermúdez : “Ao constatar  o que é amplamente conhecido, que Cuba está cooperando na batalha contra o terrorismo, os EUA deveriam retirar Cuba da lista arbitrária do Departamento de Estado e acabar com as medidas econômicas coercitivas que a acompanham”.

   Segundo informações divulgadas pelo Departamento de Estado dos EUA, “foi determinado” que “as circunstâncias para a certificação de Cuba como país que não coopera plenamente com os esforços antiterroristas (NFCC) mudaram de 2022 para 2023 e que, portanto, o Itamaraty não designa a Ilha como tal para o ano civil de 2023, de acordo com a Lei de Controle de Exportação de Armas.”

  A inclusão da lista NFCC – é importante reiterar que não é a mesma dos “Estados Patrocinadores do Terrorismo (SST)” – foi tornada pública em 13 de maio de 2020, e foi ratificada ano após ano, até hoje. . No outro, o SST, fomos “inseridos” pela primeira vez na administração do presidente Ronald Reagan, em 1982; e em 2015, o governo de Barack Obama retirou o arquipélago dessa lista; Porém, no final da presidência de Donald Trump, em 12 de janeiro de 2021, foi novamente designado como patrocinador do terrorismo. Usar termos semelhantes é “a confusão” de que se aproveita o asqueroso coro de mercenários – a maioria, por ignorantes, certamente confuso–; mas insistimos que o recente anúncio da Casa Branca não exclui Cuba da lista SST.

  O fato de isso ser feito num contexto eleitoral pode levar à suposição de que se trata de uma espécie de “cortina de fumaça” dirigida a um grupo-chave de apoiantes democratas que não concordam com a política contra Cuba e que poderiam ter peso nas urnas. Talvez para já, sobre o que realmente querem os cubanos que vivem nos Estados Unidos para o seu país natal, a própria Universidade da Flórida realizou uma pesquisa, citada pelo PL, cujas estatísticas revelaram que 53% são a favor das relações diplomáticas, 64% apoiam a venda de alimentos, 72% envio de medicamentos e 64% aplicação de políticas “para melhorar o bem-estar económico do povo cubano”.

  A única coisa coerente que o Governo dos EUA pode fazer é separar Cuba de qualquer ligação com o terrorismo. Elevar o rótulo de “patrocinador” é o mais urgente. Claro, a coerência a que apelamos é com a verdade, porque se falamos da autoridade moral da Casa Branca para exigir nesta matéria... vamos lá, não há nenhuma.


(*) Escritor, professor, pesquisador e jornalista cubano. É autor de Juego de Iluminaciones”, “El caballero ilustrado”, “El adversario”, “Enemigo” y “La guerra que se nos hace”.”.

Foto da capa: CNN.

https://www.resumenlatinoamericano.org/2024/05/16/cuba-ni-coopera-ni-patrocina-el-terrorismo/

@comitecarioca21


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