Ministro das Relações Exteriores: “Não podemos repetir os erros que cometemos com a autoproclamação de Guaidó”.
Vieira defendeu que a resolução da situação na Venezuela, após as eleições presidenciais de 28 de julho, que resultaram na reeleição do presidente Nicolás Maduro, deve ser resolvida por meio do diálogo.
As declarações do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, enfatizam o desejo do país de adotar uma abordagem mais diplomática em relação à situação venezuelana, enfatizando a necessidade de diálogo e negociação em vez da imposição de sanções externas e isolamento.
Em uma recente declaração ao Comitê de Relações Exteriores e Defesa do Congresso, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, enfatizou a importância de uma abordagem diplomática para lidar com a atual situação política na Venezuela. Vieira disse que a solução deve ser “construída pelos próprios venezuelanos, não imposta de fora com mais sanções e isolamento”, já que os esforços anteriores não funcionaram. “Não podemos repetir os erros que cometemos na época da autoproclamação de Guaidó como presidente.”
O ministro das Relações Exteriores do Brasil reconheceu o relacionamento tenso entre os dois países, que se deteriorou desde 2017 após as tensões políticas e o boicote da oposição às eleições presidenciais de 2018. Vieira, no entanto, enfatizou que os princípios do atual governo incluem “a defesa da democracia, a não interferência em assuntos internos e a resolução pacífica de disputas”.(grifo nosso)
#O chanceler do Brasil, Mauro Vieira, enfatiza que os problemas da Venezuela devem ser resolvidos pelos venezuelanos e não pelo exterior, aplicando sanções e isolamentos:
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A declaração de Vieira ecoa a posição expressa anteriormente por Celso Amorim, assessor especial da presidência brasileira, que enfatizou a importância de o Brasil manter seu papel de interlocutor com a Venezuela, apesar dos atritos diplomáticos que ocorreram desde as eleições presidenciais.
O interesse do governo brasileiro no processo eleitoral venezuelano, de acordo com Vieira, deve-se em parte ao seu papel como testemunha dos Acordos de Barbados, bem como ao monitoramento das eleições de 28 de julho.
Referindo-se à retirada do embaixador venezuelano no Brasil, Vieira esclareceu que esse foi um procedimento diplomático de rotina e não uma indicação de uma ruptura permanente nas relações. “Ele [o embaixador] foi chamado para consultas. E quando isso acontece, é por um período”, disse Vieira, acrescentando que não há ‘nenhum sinal de que a saída do embaixador seja definitiva’.
Vieira deixou claro que o Brasil não pretende romper relações ou isolar ainda mais a Venezuela. “Mesmo que as circunstâncias inevitavelmente imponham uma diminuição no dinamismo da relação bilateral, isso não significa que o Brasil deva romper relações ou algo do gênero com a Venezuela. Pelo contrário, o diálogo e a negociação, e não o isolamento, são a chave para a construção de qualquer solução pacífica e duradoura na Venezuela”, disse ele.
Recentemente, o presidente brasileiro Lula da Silva disse que os problemas da Venezuela não eram assunto do Brasil e que cada país deve encontrar uma maneira de resolver seus conflitos por meio de suas instituições. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse: “Concordo com Lula. Cada país tem que encontrar uma maneira de resolver seus assuntos, seus conflitos, seus problemas. O Brasil com suas instituições e sua dinâmica nacional, soberana, e a Venezuela com suas instituições e nossa dinâmica soberana”, disse ele.
As declarações do ministro das Relações Exteriores do Brasil enfatizam o desejo do país de adotar uma abordagem mais diplomática para a situação venezuelana, enfatizando a necessidade de diálogo e negociação em vez da imposição de sanções externas e isolamento.
Cínica essa posição da diplomacia brasileira. Diz que não concorda com medidas para isolar a Venezuela mas veta o ingresso deste país no BRICS, fundamental nesta conjuntura para romper o isolamento e sanções impostas pelo império estadunidense e seus aliados.
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