ÍNDICE

30 de abr. de 2020

Urgente: abrem fogo contra a embaixada cubana em Washington com um rifle, capturam um suspeito; nenhuma vítima é relatada.



Nas primeiras horas desta quinta-feira, 30 de abril, um indivíduo desconhecido disparou com uma arma de fogo no prédio da Embaixada de Cuba nos Estados Unidos, informou o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado à imprensa em seu site.

Não houve danos ao pessoal da missão, que estão seguros e protegidos, mas houve danos materiais no edifício resultantes do impacto do tiroteio.


                                    Os agentes encontraram o suspeito com um rifle e o prenderam.

O indivíduo, cuja identidade o governo cubano não possui informações, foi detido pelas autoridades locais no local e está sob custódia.

A missão diplomática cubana, localizada na cidade de Washington DC, possui um sistema de proteção e segurança para enfrentar qualquer ameaça contra pessoal e instalações.
O governo cubano aguarda a investigação das autoridades norte-americanas sobre a identidade e as motivações do autor dessa agressão, bem como sobre as circunstâncias que cercam o ato. O Departamento de Estado está ciente do que aconteceu.

É uma obrigação dos Estados Unidos adotar todas as medidas apropriadas para proteger as instalações de uma missão diplomática credenciada em seu país contra qualquer invasão ou dano e evitar que a tranquilidade da missão seja perturbada ou que sua dignidade seja violada”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores.

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, repudiou o ataque à embaixada cubana nos Estados Unidos . Em sua conta no Twitter, o Ministro das Relações Exteriores expressou que é obrigação dos Estados Unidos proteger os diplomatas acreditados para ele e suas instalações.
Detalhes dos fatos, de acordo com a imprensa local:
“O tiroteio aconteceu por volta das 2h10 da frente da embaixada, na 16th Street NW, perto da Fuller Street NW, antes que a polícia na área chegasse ao local e em poucos minutos prendesse o suspeito, que as autoridades se recusaram a identificar ”, diz The Washington Post.

O tenente da polícia de DC Brian Hollan disse a jornalistas que ninguém ficou ferido no tiroteio, mas eles ainda estão investigando até que ponto a embaixada cubana foi danificada.
Vários moradores da área, usando o aplicativo do bairro Nextdoor, relataram que haviam acordado após  ouvir uma enxurrada de tiros e gritos.
O tenente do Departamento de Polícia de Washington DC explicou que a investigação agora está sendo liderada pelo Serviço Secreto.
"O Serviço Secreto disse que uma pessoa foi presa sob a acusação de possuir uma arma de fogo não registrada e  munição  não registrados".



Nas fotos, impacto do tiroteio no prédio da embaixada





O ataque à Embaixada de Cuba nos EEUU é consequência do clima de ódio que funcionários do Departamento de Estado geraram contra a colaboração médica cubana. Mas o ódio não  a deterá.




 Mais informações do fato e de outros:







Embaixada de Cuba nos EEUU foi atacada na madrugada desta quinta-feira, após o discurso de ódio do secretario de Estado Mike Pompeo.



29 de abr. de 2020

Organização francesa pede Prêmio Nobel da Paz para médicos cubanos #CubaSalva #BloqueioMata


O pedido é motivado pela atitude de apoio de Cuba que mantém brigadas médicas em mais de 20 países em todo o mundo lutando contra o Covid-19.
Atualmente, dezenas de milhares de profissionais de saúde cubanos realizam missões de cooperação em mais de 60 países ao redor do mundo. | Foto: EFE

A organização francesa Cuba Linda pediu na terça-feira a entrega do Prêmio Nobel da Paz às brigadas médicas cubanas Henry Reeve, implantadas em mais de 20 países, combatendo o Covid-19.

"A comunidade internacional é testemunha da solidariedade dos profissionais de saúde que deixam seu país para prestar serviços e compartilhar experiências em outras partes do mundo que, no caso da pandemia causada pelo novo coronavírus, chegam ao coração da Europa", disse a organização em comunicado.

Além disso, indicou que "a imprensa não pode esconder um gesto que causa surpresa a muitos na Europa, mas é muito familiar na África, Ásia e América Latina, onde milhares de médicos da maior das Antilhas salvam vidas desde os primeiros anos. do triunfo da Revolução”. (grifo nosso)

"Fidel Castro afirmou em 2003, em Buenos Aires, que Cuba enviava médicos e não bombas, e dois anos depois o Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastres e Epidemias Graves Henry Reeve nasceu com a intenção de ajudar a população pobre de Nova Orleans, abandonada após o furacão Katrina pelo governo dos EUA, que rejeitou a proposta”, também é declarado no comunicado.

Cuba Linda destacou que os sindicatos da Noruega propuseram os médicos da ilha para o Prêmio Nobel da Paz em 2015, no contexto de sua presença na África Ocidental para enfrentar o Ebola.

Quase 1.500 profissionais ajudam outras cidades a enfrentar a pandemia, segundo dados do Ministério da Saúde Pública. A esse número podem ser adicionados os outros milhares que já estavam em outros 40 países antes da pandemia e se juntaram ao combate.

Cuba Linda criou o grupo público no Facebook "Prêmio Nobel das Brigadas Médicas Cubanas", convidando todo o público a se juntar a ele para apoiar a entrega do Prêmio Nobel da Paz aos médicos cubanos.


Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 




A solidariedade continental se reúne para continuar fortalecendo o exemplo de Cuba.




No âmbito da pandemia de Covid 19 que afeta o mundo, a solidariedade com Cuba não para e se aprofunda quando representantes de mais de 12 países do continente americano realizaram uma videoconferência na noite de 27 de abril para continuar articulando ações a fim de  denunciar a ofensiva intensificada de Donald Trump em relação ao exemplo duradouro de dignidade e resistência da ilha.

Essa atividade decorre da necessidade de coordenar um plano de trabalho conjunto em defesa da Revolução Cubana, no momento em que é objeto do cerco e da mais brutal e difamatória  campanha de descrédito à colaboração médica cubana no mundo, que venceu o prestígio e o reconhecimento graças ao altruísmo e desinteresse com os quais realizam seu trabalho voluntário para salvaguardar a saúde e a vida dos mais humildes da terra.

O encontro virtual contou com a representação do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), que agradeceu a iniciativa promovida pelos amigos de Cuba que, apesar das dificuldades que vivem em seus países, em solidariedade assumem a defesa da maior das Antilhas neste momento crucial para os povos do mundo.

Esta experiência enriquecedora com as contribuições dos 22 participantes presentes propõe uma resposta vigorosa ao grupo de intelectuais de direita agrupados na Fundação Libertad, presidida por Mario Vargas Llosa, acompanhado por Gerardo Bongiovani, Mauricio Macri e o ex-presidente espanhol Aznar, que divulgou um manifesto em que pretende difamar as conquistas acumuladas ao longo dos anos pelo internacionalismo e solidariedade de Cuba q assim pretende pagar sua dívida com a humanidade.
Nesse sentido, se  propõe emitir uma declaração vigorosa para rejeitar categoricamente as falácias emitidas no panfleto mencionado acima produzido nos laboratórios financiados por oligarquias recalcitrantes que têm como aparelho de propaganda a grande imprensa europeia e a americana que rasteja todos os dias aos pés dos projetos da Casa Branca.

Este documento será apresentado em 1º de maio como uma homenagem ao glorioso aniversário do proletariado mundial que teve em Havana, Cuba suas demonstrações mais evidentes ​​de unidade e patriotismo em defesa das conquistas sociais iniciadas com a luta dos trabalhadores. ao longo dos anos; além disso, para aderir ao grande tweet que será realizado para celebrar junto com o povo cubano, conforme relatado por seu presidente Migual Díaz Canel: “Neste primeiro de maio, a casa será a Praça.

Também se revisaram as medidas realizadas em cada país do continente na luta contra o Covid-19 e a grande diferença nos resultados epidemiológicos entre os países, especialmente os agrupados no Cartel de Lima e os que obedientes ao exemplo do presidente dos EUA não tomaram as medidas apropriadas para preservar a vida de seus compatriotas que sofrem o rigor da pandemia de maneira fatal, em meio ao caos de seus sistemas de saúde desmantelados, para fornecer lucros a esses serviços de maneira mercantil.
Na mesma linha, foram destacadas as medidas com as quais o governo liderado pelo legítimo Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, abordou de maneira antecipada, científica, consciente, disciplinada e rigorosa a pandemia que lhe permite exibir indicadores epidemiológicos positivos no país na estratégia corpo a corpo junto à população, com o apoio de mais de 23 mil colaboradores cubanos na luta contra esse vírus mortal.

Ainda neste debate virtual, foram proferidas declarações de solidariedade ao povo de Bolívar e Chávez que sofrem as maiores escaladas de agressões e medidas coercivas ilegais, acusações loucas que distorcem a realidade, como o vínculo com o narcotráfico, o apelo a um governo de transição de Trump e sua camarilha na  sua obsessiva  intenção de apropriar-se dos importantes recursos naturais que a Venezuela possui, sem descartar a agressão militar que geraria sérias consequências para a região.

Por fim, o Movimento Continental de Solidariedade com Cuba continuará sob a administração do ICAP em sua agenda de luta sob esta modalidade tecnológica que lhe permite consolidar iniciativas que culminarão na celebração dos 60 anos de criação pelo Comandante no chefe Fidel Castro Ruz, do instituto que obteve solidariedade mundial com o povo de Cuba e sua Revolução.

Tradução: Comitê Carioca e Solidariedade a Cuba




28 de abr. de 2020

#CubaSalva . Coronavírus evidencia falta dos médicos cubanos, por João Marcelo Goulart

MAIS MÉDICOS

Artigo | Coronavírus evidencia falta dos médicos cubanos, por João Marcelo Goulart

Sempre me questionam sobre ter estudado em Cuba: muitos ignoram mas o país tem os melhores indicadores de saúde do mundo

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
 
A formação médica cubana é voltada para a promoção de saúde e prevenção de doenças - AFP
Em meio a pandemia do coronavírus o que realmente importa é preservar a vida. No entanto, em um mundo globalizado onde milhões de famílias passam fome ou morrem por não terem saneamento básico a prioridade parece ser outra. No Brasil, “liderado” por Bolsonaro essa realidade é pior ainda. Tínhamos o exemplo de outros países do mundo que falharam ao ignorar o isolamento social para não parar a economia. Essa se tornou uma estratégia genocida e falida em todo o mundo, mesmo assim, Bolsonaro e seus seguidores insistem em atentar contra a saúde do povo brasileiro mandando-os para a rua.
 
Sempre sou questionado das minhas razões de ter ido estudar medicina em Cuba. Poucos sabem, outros negam e maioria é desinformado, mas Cuba tem os melhores indicadores de saúde do mundo.
 
Isso só é possível porque eles possuem um sistema público eficiente, que é voltado para evitar que sua população adoeça. Ora, nada mais lógico do que isso, certo? Diferentemente do Brasil que segue o modelo “hospitalocentrico” norte-americano de mero assistencialismo, a formação médica cubana é voltada para a promoção de saúde e prevenção de doenças. Prevenir sempre, inclusive aos que já estão doentes.
Exemplo: para um paciente diabético e hipertenso, nós somos muito enfáticos na prevenção de desenvolvimento de complicações como AVC, insuficiência renal e infartos. Nós aprendemos, em Cuba, sobre as doenças dentro das comunidades, conhecendo a realidade das pessoas. Suas dificuldades e limitações, características do bairro e geografia, etc. É muito mais fácil ter êxito nos indicadores de saúde quando estamos inseridos no dia a dia dessas pessoas. A informação chega mais rápido e mais vezes. No Brasil, aprendemos o que é hipertensão já com o paciente numa unidade de terapia intensiva (UTI) após ter desenvolvido as complicações.
Não basta o caráter social e humanitário da formação medica cubana, também se faz necessário um Estado que investe em saúde. Em Cuba o acesso às medicações de uso contínuo é praticamente gratuito. A população tem acesso a exames de alta complexidade, sempre e quando necessários. É aqui que ter investido na prevenção faz a diferença. Ao termos uma população bem atendida na atenção primária à saúde, temos poucos doentes com necessidade de exames e procedimentos caros, aliviando muito os gastos.
 
Assim que retornei de Cuba trouxe na bagagem essa formação humanitária, social e preventiva.
 
Iniciei minha trajetória como médico do Programas Mais Médicos em comunidades de Duque de Caxias, na baixada fluminense, e em seguida na Rocinha, uma das maiores favelas no Rio de Janeiro. Meu maior desafio desde então é trabalhar da maneira que aprendi. Porém, na prática, ao invés de atender no máximo uma população de 1,8 mil pessoas, nunca trabalhei com menos de 5 mil pessoas nessas localidades. Esse é um dos grandes desafios do nosso sistema de ensino e de formação em saúde: formar mais profissionais para a atenção primária à saúde e melhorar o atendimento.
O Programa Mais Médicos tinha três pilares fundamentais: o suprimento imediato de carência de médicos (ai entraram os cubanos em maioria); o aumento de vagas na formação em residência médica; e a humanização do curso de medicina - ou seja, tornar a formação dos médicos mais voltada para a prevenção. Após o golpe de 2016, o programa passou a ser desidratado e finalmente acabado com o governo Bolsonaro, que expulsa os médicos cubanos com base em um discurso covarde e atende às exigências do “Tio Sam”.
 
Que falta sentimos dos médicos cubanos, que iniciaram o processo de humanização de nosso sistema de saúde. A população já se acostumava com o médico ligando no final de semana para saber se já estava melhorando ou daquela médica que liga pra perguntar porque a mãe não levou a criança para vacinar.
 
Hoje em meio a pandemia, Cuba dá exemplos de como controlar a doença, preservar vidas e mesmo assim preservar sua economia. Cuba tem hoje quase 1,4 mil casos confirmados de coronavírus, 3,5 mil pessoas internadas com suspeita e apenas 54 mortes. É um país cuja a economia depende em grande parte do turismo, que hoje não existe em função do coronavírus, mesmo assim não esperou o colapso para fechar fronteiras. Cuba envia voluntários para África, Europa e Ásia no combate a doença. Enquanto os EUA estão retendo equipamentos médicos de outros países que precisavam urgentemente. Quantas vidas não se perderam por isso?
Por fim, se os médicos cubanos estivessem atendendo certamente teríamos como evitar muitas mortes, já que o paciente teria um médico próximo que o avaliasse e o encaminhasse com antecedência ao hospital. A interação precoce salva vidas. Hoje muitos acabam morrendo em casa e outros já estão  falecendo nas ruas esperando leitos ou respiradores porque não foram avaliados e internados a tempo.
*João Marcelo Goulart é médico, formado em Cuba e especializado em medicina da família. É um dos oito netos do ex-presidente João Goulart, o Jango. 
Edição: Mariana Pitasse

27 de abr. de 2020

Célia, neta do Che à frente da Batalha contra Covid-19 em Cuba #CubaSalva #BloqueioMata




           Essas são fotos de Célia, neta de Ernesto Che Guevara e filha de Aleidita Guevara, no meio de uma batalha contra o COVID-19 em um dos hospitais de Havana. "Simplicidade e grandeza da Revolução Cubana. Orgulho de todos ”, afirmam seus colegas.

     Muitos no mundo conhecem a figura e o pensamento de Che a partir do triunfo da Revolução Cubana e do louvável e exemplar trabalho que ele realizou, mas às vezes aparece o antecedente de sua vocação intelectual e humanista, o que explica, em parte, os objetivos que ele perseguiu ao longo de sua vida.


                     O  Che trabalhou em um  famoso Instituto em Buenos Aires, Argentina, em projetos e estudos genéticos                                                      sobre as enfermedades alérgicas. Foto: Wafy Ibrahim/ Facebook.

    O desejo do jovem Ernesto de entrar no mundo do conhecimento e da pesquisa científica se destaca por suas preocupações no campo das ciências médicas quando, como estudante de medicina, começa a trabalhar em um renomado instituto em Buenos Aires, Argentina, seu país de origem, dedicado a estudos de alergia.

                          Dra Aleida em uma missão das Nações Unidas na América do Sul. Foto: Wafy Ibrahim/ Facebook.

     A partir dessa experiência, surgem resultados de pesquisas e publicações nas quais ele aparece como membro da equipe da instituição. Sem dúvida, essas experiências e resultados no mundo da pesquisa médica contribuem para uma visão mais particular dos métodos e técnicas necessárias para empreender novos projetos de pesquisa.

Un dia ele disse: “Me dei conta  que para ser um  médico revolucionário ou  ser revolucionário, o primeiro que deves ter é a revolução”.



                         Célia (de azul) com seus colegas mkédicos em um dos hospitais em Havana  na luta contra a Covid-19.



Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 




25 de abr. de 2020

Devemos aplaudir o sistema de saúde cubano, diz ativista dos EUA



    Deveríamos aplaudir o sistema de saúde de Cuba e aprender com ele, disse a ativista norte-americana Medea Benjamin, destacando o potencial da ilha para enfrentar a pandemia que está atingindo o mundo hoje.
  Em um artigo publicado nesta quarta-feira na revista Jacobin, a co-fundadora das organizações Global Exchange e CODEPINK afirmou que essa emergência causada pelo coronavírus SARS-Cov-2 "mostrou ao mundo inteiro o lado heróico do sistema de saúde cubano".

   Vi esse heroísmo em primeira mão quando trabalhei com médicos cubanos em cidades pobres e remotas da África. Era a década de 1970 e eu era uma jovem funcionária nutricionista na Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, lembrou.
  Como ela viu então, a motivação dos profissionais da ilha naqueles lugares "era puramente para ajudar as pessoas necessitadas".

Eles o chamavam de internacionalismo e disseram que era seu dever revolucionário pagar suas dívidas à sociedade, acrescentou a ativista americana, que elogiou o sistema de saúde pública do país do Caribe e seu compromisso com a solidariedade internacional.

É realmente inspirador que esta pequena ilha pobre tenha indicadores básicos de saúde iguais ou melhores que os dos países mais ricos do mundo. Isso é ainda mais notável após enfrentar o brutal bloqueio e sanções dos EUA por sessenta anos, disse ela.

Benjamin observou que, como a maior parte do mundo, o país das Antilhas agora está lidando com o coronavírus ', mas o sistema de saúde gratuito e universal de Cuba, que inclui um sólido grupo de profissionais de saúde, coloca a ilha em uma  melhor posição para enfrentar esta crise. '
Ele acrescentou que a maior das Antilhas não apenas treina seus próprios médicos, mas também médicos de todo o mundo, inclusive dos Estados Unidos, na Escola de Medicina da América Latina (ELAM).

Mas Benjamin alertou que a administração do presidente dos EUA, Donald Trump, representa um desafio significativo aos programas sociais cubanos, pois desde que chegou ao poder, ele impôs restrições às viagens e ao envio de remessas, interferiu no transporte de petróleo e tenta sabotar colaborações médicas.

Ela observou que o governo Trump conseguiu convencer os governos de direita do Brasil, Equador e Bolívia a remover colaboradores médicos cubanos dessas nações. "Em uma virada trágica, esses mesmos países agora estão sobrecarregados com o coronavírus e lamentam a perda de profissionais experientes".
À medida que avançamos nessa crise, vemos a tragédia da superpotência rica com seu sistema de saúde privatizado e disfuncional falhando com seu povo, enquanto seu vizinho empobrecido, sob constante ataque da superpotência, estende a mão para ajudar o mundo, declarou.

(Prensa Latina)




Tradução : Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 
http://www.cubavsbloqueo.cu/es/cuba-no-esta-sola/debemos-aplaudir-el-sistema-de-salud-cubano-dice-activista-de-eeuu?fbclid=IwAR1GhkEoYEIJI0I0Q0Q0Q0A0A0A0A0A0A0

Em Cuba o olhar mais bonito


Eu vi belas paisagens na vida, com olhos que emitem esmeraldas brilhantes, rubis e brilhantes, mas nunca assim, como naquele dia ...



19 ABR. 2020
  HERNANDO CALVO OSPINA


           O mais lindo olhar que vi foi na minha mãe. Ou melhor, ela o entregou ao mar cubano, nas praias de Santa Maria, nos arredores de Havana.
E esse mar me fez ver nela os olhos mais atônitos do universo.
Foi durante sua primeira visita a essa ilha para nos encontrar novamente, não me lembro da data agora. A última vez que nos vimos tinha sido no aeroporto de Quito, alguns anos antes, em uma situação muito diferente.

Eu estava cercado pela polícia, sem a possibilidade de alguém se aproximar de mim. Quando escutei: "Meu filho não vai ser levado sem um beijo!" De baixa estatura, eu a vi afastar os uniformes, até que ela alcançou meus braços e me encheu de beijos. Meu pai a seguiu. Foi quando eles me expulsaram, depois de passar três meses preso por razões políticas.
Estranhamente, naqueles breves momentos, seus olhos não choraram. E ela é fácil de chorar. Mas eles tinham um brilho indecifrável.

Agora estávamos em Havana, mais livres que o vento e os sonhos.
Assim que saímos do carro, ela agarrou meu braço. Eu tinha notado que toda vez que íamos passear, ela me segurava. Tenho certeza de que era para me proteger, para que  não pudessem me  roubar dela e machucar seu "grandão" novamente. Por mais que eu repetisse que nada aconteceria comigo em Cuba, ela queria se assegurar.

Não estávamos com pressa, pois o mundo e o seu tempo eram nossos. Ela mal tinha sessenta anos e dançou boa parte da noite.
Tomamos um gole de rum sob o sol que já estava esquentando, e eu a levei lentamente para me aproximar da praia. Meu pai nos seguiu, como o melhor guarda-costas. Arbustos e uma estrutura de palmeiras impediam que o mar fosse visto.

De um momento para o outro, ele o  tinha na frente, azul turquesa, muito claro. Ela ficou sem palavras, boquiaberta. Por  aqueles olhos e aquela boca engoliu toda aquela imensidão. E apenas conseguiu dizer: “Que beleza! Este é o mar?”

Não pôde se mover por alguns momentos, encantada. Eu senti sua mão  apertar  meu braço. Então ela me abraçou, me beijou e agradeceu à vida por estarmos  vivos. E outros beijos por tê-la levado para ver a magia feito água.

Ela passou quase toda a sua vida a três horas de carro do Pacífico, sem saber o que era o mar. As economias familiares não o permitiram.

Nunca acreditou que ele existia tal e qual eu lhe contava.





 Tradução : Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba

https://blogs.mediapart.fr/hernando-calvo-ospina/blog/190420/en-cuba-ha-sido-la-mirada-mas-bella?fbclid=IwAR0hHSltDHoLR61Lzv7_WxF3X0k2fyeontMYFdbxpZqqqv



23 de abr. de 2020

Noam Chomsky: “O único país que tem demonstrado um internacionalismo verdadeiro tem sido Cuba”


                                                         Noam Chomsky. Foto: Apu Gomez.


Para o filósofo e linguista Noam Chomsky, a primeira grande lição da atual pandemia é que estamos diante  de outra falha em massa e colossal da versão neoliberal do capitalismo, que no caso dos Estados Unidos está agravado pela natureza dos bufões sociopatas que dirigem o governoliderado por Donald Trump.
De sua casa em Tucson (Arizona) e longe de seu gabinete no Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), desde que transformou para sempre o campo da linguística, Chomsky repassa em uma entrevista com Efe as consequências de um vírus que deixa claro que os governos estão sendo o problema e não a solução.

Que lições positivas podemos extrair da pandemia?

A primeira lição é que estamos diante de outra falha em massa e colossal da versão neoliberal do capitalismo. Se não aprendemos isso, a próxima vez que acontecer algo parecido vai ser pior. É óbvio após o que ocorreu depois da epidemia do SARS em 2003. Os cientistas sabiam que viriam outras pandemias, provavelmente da variedade do coronavirus. Tivesse sido possível se preparar naquele ponto e abordá-lo como se faz com a gripe. Mas não se fez.
As empresas farmacêuticas tinham recursos e são super-ricas, mas não o fazem porque os mercados dizem que não há lucros em se preparar para uma catástrofe virando a esquina. E depois vem o martelo neoliberal. Os governos não podem fazer nada. Estão sendo o problema e não a solução.
Estados Unidos é uma catástrofe pela jogada que trazem em Washington. Sabem como culpar  todo mundo exceto a eles mesmos, apesar de serem os responsáveis. Somos agora o epicentro, em um país que é tão disfuncional que nem sequer pode prover de informação sobre a infecção à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Que opina do gerenciamento da administração Trump?

A maneira em que isto se desenvolveu é surrealista. Em fevereiro a pandemia estava já fazendo estragos, todo mundo nos Estados Unidos o reconhecia. Justo em fevereiro, Trump apresenta uns orçamentos que vale a pena olhar. Cortes no Centro de Prevenção e Controle de Doenças e em outras partes relacionadas com a saúde. Fez cortes no meio de uma pandemia e incrementou o financiamento das indústrias de energia fóssil, a despesa militar, o famoso muro…
Tudo isso diz algo da natureza dos bufões sociopatas que administram o Governo e que o país está sofrendo. Agora buscam desesperadamente culpar  alguém. Culpam a China, a OMS… e o que têm feito com a OMS é realmente criminoso.  Deixar de financiá-la? Que significa isso? A OMS trabalha em todo mundo, principalmente em países pobres, com temas relacionados com a diarreia, a maternidade… Então que estão dizendo? “Ok, matemos um montão de gente no sul porque talvez isso nos ajude com nossas perspectivas eleitorais”. Isso é um mundo de sociopatas.
Trump começou negando a crise, disse inclusive que era um boato democrata.....Pode ser esta a primeira vez que os fatos venceram  Trump ?

A Trump  há que lhe conceder um mérito... É provavelmente o homem mais seguro de si mesmo que já existiu. É capaz de sustentar um cartaz que diz “os amo, sou seu salvador, confiem em mim porque trabalho dia e noite para vocês” e com a outra mão te apunhalar pelas costas. É assim que se relaciona com seus eleitores, que o adoram independentemente do que faça. E recebe ajuda por um fenômeno mediático formado por Fox NewsRush LimbaughBreitbart… que são os únicos meios que assistem os republicanos.
Se Trump diz em um dia “é só uma gripe, esqueçam dela”, eles dirão que sim, que é uma gripe e que há que se esquecer. Se no dia seguinte diz que é uma pandemia terrível e que ele foi o primeiro a se dar conta, gritarão em uníssono e dirão que ele é a melhor pessoa da história.
Ao mesmo tempo, ele mesmo olha Fox News pelas manhãs e decide o que  supõe que tem que dizer. É um fenômeno espantoso. Rupert Murdoch, Limbaugh e os sociopatas da Casa Branca estão levando o país à destruição.

Pode esta pandemia mudar a maneira com que nos relacionamos com a natureza?

Isso depende dos jovens. Depende de como a população mundial reaja. Isto nos poderia levar a estados altamente autoritários e repressivos que expandam o manual neoliberal inclusive mais que agora. Recorde: a classe capitalista não cede. Pedem mais financiamento para os combustíveis fósseis, destroem as regulações que oferecem alguma proteção… No meio da pandemia nos EE.UU. eliminaram-se normas que restringiam a emissão de mercúrio e outros contaminantes… Isso significa matar mais crianças  estadunidenses, destruir o meio ambiente. Não param. E se não há contraforças, é o mundo que nos sobrará.

Como fica o mapa de poder em termos geopolíticos depois da pandemia?

O que está acontecendo a nível internacional é bastante chocante. Está isso que chamam de União Europeia. Escutamos a palavra “união”. Ok, veja a Alemanha, que está gerenciando a crise muito bem… Na Itália a crise é aguda… Estão recebendo ajuda da Alemanha?  Felizmente estão recebendo ajuda, mas de uma superpotência como Cuba, que está mandando médicos. Ou chinesa, que envia material e ajuda. Mas não recebem assistência dos países ricos da União Europeia. Isso diz algo…


O único país que tem demonstrado um internacionalismo genuíno tem sido Cuba, que tem estado sempre sob  estrangulamento econômico por parte dos  EE.UU. e por algum milagre têm sobrevivido para seguir mostrando ao mundo o que é o internacionalismo. Mas isto não se  pode dizer nos EE.UU. porque o que tens de fazer é culpar  Cuba de violações dos direitos humanos. De fato, as piores violações de direitos humanos têm lugar ao sudeste de Cuba, em um lugar chamado Guantánamo que Estados Unidos tomou à  ponta de pistola e se nega a devolver.


Uma pessoa educada e obediente supõe-se que tem que culpar a China, invocar o “perigo amarelo” e dizer que os chineses vêm nos destruir, nós somos maravilhosos.
Há um chamamento ao internacionalismo progressista com a coalizão que Bernie Sanders começou nos Estados Unidos ou Varoufakis em Europa. Trazem elementos progressistas para contrarrestar o movimento reacionário que se forjou da Casa Branca (…) da mão de estados brutais do Oriente Médio , Israel (…) ou com gente como Orban ou Salvini, cujo desfrute na vida é se assegurar de que as pessoas que fogem desesperadamente da África se afoguem no Mediterrâneo.
Coloque todo esse reacionarismo internacional de um lado e a pergunta é… serão contestados? Eu só vejo esperança no que Bernie Sanders  tem construído.

Que tem perdido…

Diz-se comumente que a campanha de Sanders foi um fracasso. Mas isso é um erro total. Tem sido um enorme sucesso. Sanders tem conseguido mudar o âmbito da discussão e a política e coisas muito importantes que não podiam ser mencionados há alguns anos e que agora estão no centro da discussão, como o Green New Deal, essencial para a sobrevivência.
Não lhe financiaram os ricos, não tem tido apoio dos meios… O aparelho do partido teve que manipular para evitar que ganhasse a indicação. Da mesma maneira que no Reino Unido o ala direita do Partido Trabalhista destruiu  Corbyn , que estava democratizando o partido de uma maneira que não podiam suportar.
Estavam dispostos até a perder as eleições. Temos visto muito disso em EE.UU., mas o movimento permanece. É popular. Está crescendo, são novos... Há movimentos comparáveis na Europa, podem marcar a diferença.

Que acha que passará com a globalização tal e qual a conhecemos?

Não há nada de mal com a globalização. É bom ir de viagem à Espanha, por exemplo. A pergunta é que forma de globalização. A que se desenvolveu tem sido sob o neoliberalismo. É a que se tem desenhado. Tem enriquecido os mais ricos e existe um enorme poder em mãos de corporações e monopólios. Também tem levado a uma forma muito frágil de economia, baseada em um modelo de negócio da eficiência, fazendo as coisas ao menor custo possível. Esse raciocínio leva a que os hospitais não tenham certas coisas porque não são eficientes, por exemplo.

Agora o frágil sistema construído está colapsando porque não pode lidar com algo que tem saído mal. Quando desenhas um sistema frágil e centralizas a produção em um só lugar como a China… Olha Apple. Fatura enormes  lucros e poucos ficam na China ou em Taiwan. A maior parte de seu negócio vai para onde provavelmente têm localizado um escritório do tamanho de meu estúdio, na Irlanda, para pagar poucos impostos em um paraíso fiscal.

Como é que podem esconder dinheiro em paraísos fiscais? Isso faz parte da lei natural? Não. De fato nos Estados Unidos, até Reagan, era ilegal. Assim como as compras de ações. (...) Eram necessárias? Reagan legalizou

Tudo foi projetado, são decisões… que têm consequências que vemos ao longo dos anos e uma das razões que se encontra é o mal chamado “populismo”. Muita gente estava enfadada, resentida e odiava o governo de forma justificada. Isso tem sido um terreno fértil para demagogos que podiam dizer: sou teu salvador e os imigrantes isso e aquilo, etc.
Acha que, depois da pandemia, Estados Unidos estará mais perto de uma previdência universal e gratuita?

É muito interessante ver essa discussão. Os programas de Sanders, por exemplo, previdência universal, taxas universitárias gratuitas… Criticam-no em todo o espectro ideológico. As críticas mais interessantes vêm da esquerda. Os colunistas mais liberais do New York TimesCNN e todos eles… Dizem que são boas ideias, mas não para os estadunidenses.
A previdência universal está em todas as partes. Em toda Europa de uma forma ou de outra. Em países pobres como Brasil, México… E a educação universitária gratuita? Em todas as partes… Finlândia, Alemanha, México… em todos os lados. De modo que o que dizem os críticos na esquerda é que Estados Unidos é uma sociedade tão atrasada que não pode ser colocado à altura do resto do mundo. E isso diz bastante da natureza, da cultura e da sociedade.




Tradução:  Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba