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28 de out. de 2022

#CamiloVive Camilo Cienfuegos O SENHOR DA VANGUARDA !

                                 
Por Maria Leite

Camilo Cienfuegos Gorriarán nasceu em 6 de fevereiro de 1932, em Havana, Cuba. Ele foi um fiel combatente revolucionário, homem humilde, de caráter jovial, com ótimo senso de humor e um sorriso sincero, qualidades que o colocaram como um dos dirigentes mais carismáticos da revolução.

Ernesto Guevara, seu companheiro inseparável, assim se referia a Camilo: “Sempre sendo o companheiro de todos, ele era o mais brilhante de todos os guerrilheiros”.
                                       


    Em 12 de novembro de 1959 foi anunciado o seu desaparecimento em um comunicado oficial na televisão, feito por Fidel Castro. No dia 28 de outubro, uma forte tempestade ocorria no local onde passava o avião em que viajava Camilo. O bimotor alterou a rota, mas devido ao desvio não previsto, aponta-se que o combustível acabou e, não tendo um lugar para pousar em segurança, o avião caiu no mar. Camilo Cienfuegos desapareceu durante um voo de avião quando voltava a Havana da região centro oriental, para onde tinha viajado para frustrar um ato de traição de Huber Matos contra o governo revolucionário.

Alguns meses depois do triunfo revolucionário, Camilo falava sobre o papel do Exército Rebelde:
“Todos nós que fomos à guerra, sabemos que a Pátria precisa de nossos esforços e de nossos braços. Se na guerra empunhamos os fuzis, hoje estamos dispostos a pegar as enxadas para semear a terra, para que esta nossa terra produza o que precisamos; para que Cuba cresça, para que Cuba floresça, para que a reforma agrária seja um exemplo para os demais países irmãos, para sair da miséria em que vivemos durante mais de 50 anos”.

Todos os dias 28 de outubro, os cubanos homenageiam o desaparecido comandante do Exército Rebelde Camilo Cienfuegos, com peregrinações em todo o país. Crianças, jovens e adultos depositarão flores em rios e no litoral para prestar homenagem a quem contava com um extraordinário apoio popular, no aniversário 63 de seu desaparecimento físico.

Muitos cubanos ainda lembram com tristeza quando Fidel Castro compareceu em televisão pública para informar ao povo que se tinha perdido comunicação com o avião bimotor Cessna no qual viajava o hoje reconhecido como Senhor da Vanguarda.
Nunca foram encontrados rastros da aeronave nem de corpo algum, rememoraram.
Para especialistas, Camilo Cienfuegos se caracterizava por seu poder unificador, por sempre ter o que dizer e por uma excepcional análise da realidade.
Também qualificam como essencial sua participação na luta contra o Fulgencio Batista e o consideram como um dos homens necessários nessa contenda que levou ao triunfo da Revolução, em primeiro de janeiro de 1959.




A VOTAÇÃO NA ONU CONTRA O BLOQUEIO IMPOSTO PELOS EUA A CUBA - #MejorSinBloqueo

                                     

Carmen Diniz

       No próximo dia 2 de novembro Cuba apresentará na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) pelo 30° ano uma resolução pelo fim do bloqueio. Trata-se de uma proposta que é submetida às 193 nações que compõem a Organização das Nações Unidas (ONU) anualmente e que tem sido aprovada por essas nações em sua quase totalidade..

   Este ano de 2022 a Resolução leva o número 75/289 e se intitula:

“Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto  pelos Estados Unidos contra Cuba". 

 

 Em rápido cálculo pela tabela aqui inserida, se observa que  a condenação ao bloqueio atinge nos últimos anos em média 98% dos países membros da ONU. Ressalte-se que os únicos dois países que insistem em votar contra o fim do bloqueio são EUA e Israel com algumas adesões pontuais de alguns poucos países.  Inicialmente na década de 90 ainda se viu Romênia (1992) Albânia e Paraguai (1993) Uzbequistão (de1995 a 1997) Ilhas Marshall (de 2000 a 2003) acrescido de Palau (de 2004 a 2009), dois territórios ligados ao poderio estadunidense.  A partir de 2013 somente EUA e Israel votam contra o fim do bloqueio. Em 2016 pela primeira vez na história ambos decidem se abster e, portanto naquele ano não houve qualquer país membro contra. A partir de 2017 voltam a votar contra a Resolução os dois países de sempre: EUA e  Israel. Em 2019 o Brasil rompe com sua tradição diplomática e vota contra o fim do bloqueio, alvo de muitas críticas dentro e fora do país. Em 2020, em função da pandemia, não foi realizada a AGNU e em 2021 os dois votos de sempre contra  (EUA e Israel) e 3 países se abstêm : Colômbia (governo Duque), Ucrânia (já com o atual aliado da OTAN Zelenski) e o Brasil (de Bolsonaro). O gráfico é um retrato da geopolítica mundial em suas diferentes etapas. Mas em nenhum ano desde o início da votação histórica o bloqueio foi aprovado pelas Nações Unidas, fundada com a precípua finalidade de incentivar a paz no mundo.

   De se perguntar, neste caso, por que então o bloqueio não se encerra? A resposta está no fato de que a Assembleia Geral da ONU não tem poder decisório, de determinar a algum país que faça ou deixe de fazer algo, a AGNU é um órgão consultivo que só tem o poder de dar um parecer, de demonstrar o que os países que formam parte daquela instituição indicam como sugestão. 

     O fato é que o governo dos Estados Unidos ignora a reivindicação da quase totalidade dos países parceiros e ainda recrudesce o bloqueio a níveis intoleráveis para todo o povo cubano que em última análise é quem sofre as consequências de uma política falida em vigor há mais de seis décadas e que já foi inclusive considerada publicamente por um de seus recentes presidentes como uma medida "sem efeito nenhum". É medida ilegal, desumana e extraterritorial.

    O bloqueio criminoso que os Estados Unidos impõem ao povo cubano é genocida, assim como a inclusão de Cuba em uma lista abjeta e unilateral como Estado patrocinador de terrorismo, quando o mundo sabe que é  Cuba que é vítima de inúmeros atentados de terrorismo de Estado. Esta inclusão, assim como o bloqueio, causa imensas dificuldades no comércio internacional com a Ilha, assim como dificuldades em transações financeiras.  Os Estados Unidos, com essa arrogância em relação ao restante do mundo só serve para isolar cada vez mais seu próprio país dos demais


A palavra-chave usada neste ano em relação

à AGNU em sua votação contra o bloqueio é:

 #MejorSinBloqueo.

O mundo pede o fim do bloqueio

  




O bloqueio causa prejuízos inquantificáveis às famílias cubanas e impede Cuba de se desenvolver normalmente.  As perdas acumuladas em seis décadas devido ao impacto do bloqueio  de acordo com o Relatório 2021, totalizam mais de um trilhão de dólares. Nos primeiros 14 meses da administração do Presidente Biden, os danos causados pelo bloqueio atingiram mais de seis bilhões de dólares, outro recorde histórico.

A este respeito já se pronunciou o chanceler cubano Bruno Rodriguez Parrilla em seu twitter:              

El 2 y 3 de noviembre, presentaremos ante #AGNU, por

30ª ocasión, el proyecto de resolución vs bloqueo

Tras más de 60 años de asedio, esa política impacta hoy,

como nunca, a las familias cubanas dentro y fuera del país #Cuba tiene derecho a vivir sin bloqueo #MejorSinBloqueo

 https://twitter.com/BrunoRguezP/status/1570362246475436034



   Cuba tem o direito de viver sem o bloqueio. 

Cuba tem o direito de viver e desenvolver-se em paz. 

Será sempre melhor sem um bloqueio. 

Para Cuba, para os próprios  Estados Unidos e para o mundo.  

O Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba se solidariza mais uma vez com o valente povo cubano que com toda essa carga criminosa resiste e mantém uma Revolução que a tornou o Primeiro Território Livre das Américas  para nos inspirar e mostrar que outro mundo é possível. E necessário.  

Hasta la Victoria, Siempre !                                           




25 de out. de 2022

REJEIÇÃO DO BLOQUEIO CONTRA CUBA EM DEFESA DOS POVOS - JOSÉ MUJICA #MejorSinBloqueo

                                   

A rejeição internacional do bloqueio dos EUA contra Cuba é hoje um princípio em defesa de todos os povos do mundo, afirmou o ex-presidente uruguaio, José Mujica.

Assim o declarou em uma entrevista exclusiva com a Prensa Latina, faltando pouco mais de uma semana para a Assembleia Geral das Nações Unidas tratar da questão da política hostil de Washington pela trigésima vez.

O caso de Cuba é a enésima expressão de uma política bárbara praticada por potências desenvolvidas por razões ideológicas contra países terceiros, disse ele de sua casa, na periferia da capital.

Pepe, como seus compatriotas o chamam, fez referência a outros cercos cometidos na história "e são sempre os setores mais pobres que pagam o preço".

"A prática do bloqueio econômico é um recurso bastardo na política internacional que deveria ser banido", frisou ele.

"Não serviu a nenhum outro propósito além de colocar as pessoas passando necessidades e é um abuso de arrogância", disse ele.

Disse que, no caso de Cuba, a recusa dos Estados Unidos em cumprir as decisões tomadas pelas Nações Unidas, em particular o chamado da comunidade internacional para levantar o cerco na ilha caribenha, tem sido repetida até o cansaço.

É um grande poder, praticamente por si só, que reitera sem cerimônia uma recusa fechada em considerar a posição do mundo, observou.

Considerou que ao fazer isso, Washington desrespeita os outros e sua posição ridiculariza a existência de organizações internacionais, seus mecanismos e acordos reconhecidos.

"Para que queremos instituições mundiais se um país poderoso faz o que quer?", ele perguntou.

"É como se esse país não se importasse com o que acontece no planeta", acrescentou ele, referindo-se a outros problemas globais cujas soluções também são bloqueadas pela Casa Branca.

 Um embuste

O ex-líder uruguaio descreveu a inclusão de Cuba na lista unilateral de países que promovem o terrorismo, a última volta do parafuso no bloqueio assinado por Donald Trump antes de deixar o cargo, como um "embuste".

É uma medida que torna o cerco ao país antilhano ainda mais letal e fecha as portas ao comércio internacional, às finanças e aos investimentos.

"A presença de Cuba nesta lista não tem base alguma, é um trapo", exclamou Mujica.

"Pelo contrário", enfatizou, "Cuba é vítima do terrorismo. A este respeito, Washington mantém a linguagem da Guerra Fria, que hoje não faz qualquer sentido".

Além disso, concluiu que as punições impostas ao país caribenho, por sua vez, prejudicam parte da sociedade estadunidense.

Na semana passada, em Havana, o Ministro das Relações Exteriores cubano Bruno Rodríguez apresentou o relatório sobre os danos causados pelo bloqueio que seu país apresentará à Assembleia Geral da ONU em novembro.

O documento afirma que  seis décadas desta política hostil causou perdas para a economia da maior das Antilhas, superiores a 154 bilhões de dólares.

Desse total, mais de seis bilhões de dólares correspondem aos danos causados durante o atual mandato do Presidente Joe Biden.

Cuba considera o bloqueio dos EUA como o maior obstáculo ao seu desenvolvimento.

O relatório já circulando na ONU afirma que entre agosto de 2021 e fevereiro de 2022, o Produto Interno Bruto da ilha poderia ter crescido 4,5% sem as medidas punitivas do bloqueio dos EUA.


https://cubaenresumen.org/2022/10/24/rechazo-de-bloqueo-a-cuba-en-defensa-de-los-pueblos-jose-mujica/

Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba           

                                 


                             


O PIOR CICLONE É O BLOQUEIO #MejorSinBloqueo

                                 

Marcia Choueri*

       A temporada ciclônica no Caribe vai de 1º de junho a 30 de novembro, e a deste ano está bem animada, infelizmente. Os meteorologistas fizeram uma previsão de que em 2022 teremos 17 eventos que chegarão a receber nomes, ou seja, serão tormentas tropicais ou furacões. 17 poderia parecer pouco, mas não é, porque, quando esses fenômenos atingem terra, causam muita destruição.

       Na madrugada de 27 de setembro, o fenômeno Ian entrou pelo extremo oeste de Cuba como furacão de categoria 3, e dali sairia algumas horas depois, já com categoria 4, classificado em uma escala que vai de 1 a 5.

       As províncias mais atingidas foram as de Pinar del Río e Artemisa, e mais a Ilha da Juventude, mas os ventos e chuvas também causaram grandes prejuízos no resto da região ocidental, que inclui também as províncias de Havana, Mayabeque e Matanzas.

       A mudança de categoria do furacão se dá porque, dependendo das condições que encontra, o meteoro pode se intensificar ou debilitar. No caso, o Ian se intensificou bastante, porque, após sair de Cuba, entrou no território dos Estados Unidos já com categoria 5.

       Na Ilha, os prejuízos foram enormes. Cerca de 90 mil casas ficaram danificadas, e mais de 8 mil foram totalmente destruídas. Isso representa 8 mil famílias mais sem vivenda, em um país que já sofre um débito habitacional considerável.

       Como ocorre sempre aqui, a prioridade das ações governamentais foi de proteger a vida. O trabalho da Defesa Civil nesses casos é muito bem organizado. Foram aplicadas as medidas preventivas de transferir, a casas de familiares ou a abrigos, as pessoas que vivem em habitações em risco. Graças a isso, houve apenas 3 casos de falecimento pela passagem do furacão.

       A Ilha ficou várias horas totalmente sem luz, porque os ventos danificaram as linhas de transmissão de eletricidade, com a caída de árvores e postes. Já no dia 5 de outubro, o jornal Granma informava que em seis dias se restabelecera o serviço elétrico em Havana. Neste momento, a província de Artemisa já tem mais de 95% de recuperação do serviço, mas em Pinar só foi possível chegar a pouco mais de 50%, após quase um mês.

       Os ventos fortes destruíram muitas plantações e, no caso de Pinar, também derrubaram casas de tabaco, onde se secam as folhas do que é um dos principais produtos de exportação cubanos, os charutos. O prejuízo é enorme e repercutirá sobre a economia da Ilha por um tempo longo.

       Os trabalhos de recuperação continuam incessantemente, com grande esforço e transferência de recursos de outras áreas, mas é preciso dizer que poderiam ser muito mais rápidos, se Cuba não estivesse bloqueada.

       Os Estados Unidos ofereceram, através do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, uma contribuição material avaliada em dois milhões de dólares para recuperação dos danos do furacão Ian, que o ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez Parrilla, agradeceu publicamente.

       Mas, como também declarou em uma coletiva de imprensa concedida no dia 19 de outubro, o bloqueio é o furacão constante, é a pandemia permanente. Nessa coletiva, o ministro deu alguns números que constam do informe dos prejuízos causados pelo bloqueio, informe esse que será apresentado ante a Assembleia Geral das Nações Unidas no próximo mês de novembro, quando se colocará novamente em votação a resolução “Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”.

       O documento mostra que, em apenas sete meses de 2021 – de janeiro a julho –, o bloqueio provocou os seguintes prejuízos, em dólares, por setor: Saúde – US$113.498.300; Alimentação e Agricultura – US$369.589.550; Educação – US$30.032.550; Esporte – US$2.827.515; Cultura – US$19.155.000; Comunicações e Informática – US$37.520.578; Indústria – US$31.278.520; Energia e Minas – US$136.063.043; Construção – US$22.793.000.

       De modo que pode ser muito simpático e demagógico mandar um dinheirinho de ajuda, mas seria bem mais efetivo, justo e, inclusive, juridicamente correto, que o governo Biden tomasse as medidas a seu alcance para reduzir o infame bloqueio que os Estados Unidos praticam contra Cuba há mais de 60 anos, e que foi aprofundado e exacerbado durante o governo Trump.

       O furacão Ian passou e, em um dia, derrubou casas, plantas e postes, mas o bloqueio provoca escassez e sofrimento ao povo cubano todos os dias, sem descanso.

       Como todo e qualquer país, Cuba merece que seja respeitado o seu direito a viver em paz, com o sistema escolhido, aprovado e apoiado por seu povo, sem ingerências, nem intervenções.

                                  

*Integrante do Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba


                              
     

21 de out. de 2022

A CRISE DE OUTUBRO E O SEGREDO MAIS BEM GUARDADO DA INTERNET

                                       

Por: Juan Alfonso Fernández González*

Tradução: Marcia Choueri

Este ano  a Crise de Outubro completa meio século. E, apesar de terem escrito muito sobre isso, pouca gente sabe que esse acontecimento histórico foi parcialmente responsável pelo surgimento da internet.

No final do ano de 1962, o presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, e seu Secretário da Defesa, Robert McNamara, estavam muito insatisfeitos com os problemas de comando e controle que tinham enfrentado durante a Crise de Outubro, particularmente pela impossibilidade de obter e analisar dados em tempo real e interagir com os comandantes militares no terreno.

Para enfrentar esse problema, colocaram o cientista Joseph Carl Robnett Licklider à frente do recém criado Escritório de Técnicas para o Processamento da Informação (IPTO) da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada (ARPA), do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O objetivo era trabalhar no chamado “Problema da Segurança Estratégica do Ocidente”, relativo à sobrevivência da cadeia de comando, ante um ataque nuclear inesperado.

Licklider buscou ajuda nas mais importantes universidades norte-americanas e pensou em interconectar todas elas por meio  de uma rede de computadores, que ele chamava de “Intergalactic Computer Network”, a qual posteriormente receberia o nome oficial de ARPAnet, a precursora da internet. E, como se diz, o resto é história.

 Mas não é este o segredo mais bem guardado da internet, talvez seja o segundo. O que está em primeiro lugar é o da iniquidade no pagamento da conexão internacional à internet.


Qual é o problema?

Se duas ou mais organizações participam na prestação de um serviço pago por um terceiro, o mais natural é que a entrada relativo a esse pagamento seja compartilhada de alguma forma entre as referidas organizações. Isso ocorre, por exemplo, no serviço de telefonia de longa distância internacional, em que existem acordos para compartilhar a entrada pelos pagamentos das ligações, segundo os quais o operador de telecomunicações no país que origina a ligação, e que cobra por ela, realiza um pagamento compensatório ao operador no país destino da ligação.

Entretanto, na internet, não acontece assim: os provedores de serviços de internet dos países em desenvolvimento pagam o custo total dos enlaces de interconexão com a internet, enquanto os operadores de países desenvolvidos utilizam essas facilidades para encaminhar seu tráfego sem pagar nada em troca. Um exemplo, retirado de um estudo sobre essa situação no continente africano permite explicar melhor: “Quando um usuário final no Quênia envia um e-mail a um destinatário nos Estados Unidos, é o provedor de serviço de internet queniano quem assume o custo da conectividade internacional do Quênia aos Estados Unidos. No caso inverso, se um usuário final estadunidense envia um e-mail ao Quênia, também é o provedor de serviço de internet queniano quem assume o custo da conectividade internacional, e é o usuário final queniano que, em última instância, sofre a pior parte de ter de pagar subscrições mais altas.”[1]

Esta situação é tão escandalosa, que um artigo da BBC a denominou: “O grande roubo africano da internet”. [2] A quantidade de dinheiro que vai, por este motivo, dos países subdesenvolvidos para os desenvolvidos é tão grande, que um artigo publicado pela União Internacional das Telecomunicações (UIT) conclui, do mesmo modo que o estudo citado anteriormente, que a situação estabelece o paradoxo de que “os países pobres estão subsidiando os ricos”. [3]

Essa situação provocou um impacto negativo nos países em desenvolvimento, onde os pagamentos provenientes dos mecanismos de liquidação que se aplicam à telefonia internacional constituíram tradicionalmente uma fonte de receitas que ajudou a financiar o investimento na infraestrutura de telecomunicações desses países. A UIT estima que, entre 1993 e 1998, os fluxos diretos da liquidação dos pagamentos de telecomunicações dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento totalizaram cerca de 40 bilhões de dólares. Segundo dados do Banco Mundial, esta receita que os países subdesenvolvidos recebiam está desaparecendo, à medida que mais tráfego de telecomunicações se move para a internet. [4]

Esta situação foi discutida em diversos organismos internacionais, sem que tenha havido, até o momento,  alguma solução para essa discriminação que os países subdesenvolvidos sofrem para conectar-se à internet.

Por exemplo, em outubro de 2000, a Assembleia Mundial de Normalização das Telecomunicações da UIT aprovou a recomendação D.50 sobre este assunto. O propósito da recomendação era estabelecer os princípios para a negociação de acordos para a transmissão internacional de tráfego de internet e reconhece também a necessidade de compensações entre os provedores que levam o tráfego. Entretanto, como seu nome indica, essa recomendação não é um acordo vinculante, e por essa razão não foi aplicada.

A Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação (CMSI) pronunciou-se sobre o tema em 2003, declarando que: “Os custos de trânsito e interconexão de internet que resultem de negociações comerciais devem orientar-se por parâmetros objetivos, transparentes e não discriminatórios, tendo em conta o trabalho em curso sobre o tema.” [5] Este chamado também não foi ouvido.

Os anos passam, e este tema no só não foi resolvido, senão que se estabeleceu como outro componente mais da injusta ordem econômica internacional vigente, cujo nefasto impacto recrudesceu por causa da globalização neoliberal e que torna impossível a superação da chamada brecha digital, que cresce e aprofunda a desigualdade e a polarização entre o bem-estar e a pobreza.

 

É preciso continuar lutando

O desenvolvimento das Tecnologias da Informação e Comunicações (TICs), entre as quais se encontra a internet, coloca importantes desafios, mas também oferece grandes oportunidades aos países em desenvolvimento.

Elas têm o potencial de brindar novas soluções aos problemas do desenvolvimento, particularmente no contexto da globalização, e podem promover o crescimento econômico, a competitividade, o acesso à informação e aos conhecimentos, a erradicação da pobreza e a inclusão social.

É por isso que há uma urgente necessidade de continuar lutando para eliminar os obstáculos que os países em desenvolvimento enfrentam para ter acesso às novas tecnologias, como a insuficiência de recursos, infraestrutura, educação, capacidade, investimento e conectividade, bem como os relacionados à propriedade intelectual e à transferência de tecnologia.

E, entre esses obstáculos, está o da iniquidade no pagamento da conexão internacional à internet, um de seus segredos mais bem guardados.

***

Referências:

[1] “The Halfway Proposition,” “Background Paper on Reverse Subsidy of G8 Countries by African ISPs,” Johannesburgo, África del Sur, (Octubre 19, 2002).

[2] “The Great African internet Robbery,” BBC News, (Abril 15, 2002).

[3] “International internet Connectivity – Are Poor Countries Subsidizing the Rich?”, ITU News Magazine, N° 03, (Abril 2005).

[4] “Identifying Key Regulatory and Policy Issues to Ensure Open Access to Regional Backbone Infrastructure Initiatives in Africa,” El Banco Mundial, (Diciembre 9, 2004).

[5] “Plan de Acción de Ginebra, Primera Fase de la CMSI” párrafo C2. 9., Ginebra, (Diciembre 12, 2003).

 

* Assessor no Ministério da Informática e Comunicações (MIC) e Professor Adjunto na Universidade das Ciências Informáticas (UCI)


 Publicado por La pupila insomne


                            


QATAR 2022, A COPA DO MUNDO MALDITA.

                                   

Jon Kokura

"O que começa mal, acaba mal" disse minha avó, que era sábia e muito bonita.

12 anos atrás, em dezembro de 2010. Joseph Blatter, presidente da FIFA na época, anunciou que a Copa do Mundo de 2022 seria disputada no Qatar.

Os únicos que saltaram de seus assentos felizes como vermes foram os membros da família Al Thani.

Eles são os senhores e donos do Qatar.

Este pequeno território se enfiou no Golfo Pérsico, com apenas uma fronteira terrestre, com a Arábia Saudita, com a qual eles se encontram bastante mal.

No Qatar está situada a terceira maior reserva mundial de petróleo e gás.

Sua população é de 250.000 Qataris.

E 2.750.000 trabalhadores migrantes.... Sim, 80% da população é estrangeira.

No Qatar, a palavra democracia é uma piada de mau gosto.

Ali, quem corta o queijo é a família real Al Thani.

E o xeque Tamim Bin Hamad Al Thani, 42 anos e com três lindas esposas... por enquanto.

Como eles são os proprietários do Qatar, sua riqueza é de cerca de 350 bilhões de dólares.

E eles não sabem mais o que fazer com tantos petrodólares, além de construir edifícios luxuosos no deserto.

E comprar clubes de futebol, PSG entre outros.

Alguém sugeriu que eles deveriam financiar ONGs que trabalham para alimentar as crianças famintas do mundo... mas eles não deram a mínima.

Um dia, os homens da família Al Thani (as mulheres não podem dizer um pio) disseram: "E se comprarmos a Copa do Mundo de 2022?".

"Vá em frente!" todos responderam.... E eles compraram uma Copa do Mundo.

Foi barato para eles.

Pagaram um milhão de dólares a alguns delegados da Concacaf (América Central) Um milhão e meio a outros da Conmebol (América do Sul) Um par de milhões aqui e um milhão ali... Diz-se que o astro do futebol francês Michel Platini, que era virgem, casto e puro, recebeu 7,5 milhões de dólares.

E o capo di tutti capo, o argentino Julio Grondona (que morreu em 2014) embolsou 10 milhões de dólares para dizer sim ao Qatar 2022.

Os assentamentos do Qatar começaram imediatamente a funcionar.

Eles tiveram que construir estádios de futebol, em um "país" onde ninguém jogava futebol.

O projeto original era para 12 estádios.

Eles ficaram com 8, um dos quais pode ser desmontado, que eles vão "doar" para um país onde o futebol é jogado.

Se você tem em sua vizinhança um campo pequeno, gasto e pobre , escreva para o Emir do Qatar, quem sabe, talvez eles lhe dêem um estádio desmontável.

Para construir os 8 estádios, hotéis, aeroportos, auto-estradas, shoppings, eles precisavam de mão-de-obra barata, mão-de-obra muito barata... e isso porque eles estão podres em dólares.

E eles trouxeram trabalhadores imigrantes por atacado.

Em um sistema de escravidão chamado "Kafala" que consiste em dar todo o poder a um gerente (comerciante de escravos) para contratar imigrantes, para explorá-los através da retenção de seus passaportes.

Fazendo-os viver em condições superlotadas e com horas de trabalho de até 18 horas por dia. Sem o direito de reclamar, e muito menos de mudar de emprego.

Sem este sistema perverso, teria sido impossível construir o que foi construído no Qatar, com temperaturas que variam de 30° a 50° na sombra.

Desde 2010, uma média de 12 trabalhadores por semana morreu no local.

Um total de 6.751 trabalhadores migrantes morreram para que você; "Viva o futebol!

Isto sem contar os trabalhadores do Quênia e das Filipinas, onde não são mantidos registros de migração.

Os números de mortes fornecidos pelos relatórios do The Guardian, da BBC (Inglaterra) e da Anistia Internacional são os seguintes: Índia 2711... Nepal 1641... Bangladesh 1018... Paquistão 824... Sri Lanka 557.

                      

Foram construídos 8 estádios espetaculares, mas manchados de sangue.

Eles estão tão próximos uns dos outros que, se você for bom em andar de bicicleta, poderá percorrer todos eles em pouco mais da metade de um dia.

Recentemente, no Irã, uma mulher de 22 anos, Mahsa Amini, morreu  por usar o "véu errado". Isto causou uma onda de protestos no Irã e no mundo inteiro.

Como se as mulheres no Qatar pudessem se vestir como quisessem.

Como se elas tivessem o direito de decidir por si mesmos.

Como se elas pudessem jogar futebol.

O lado feminino da FIFA está crescendo a cada dia.

As ligas de futebol feminino estão se tornando cada vez mais populares.

Mas a Copa do Mundo 2022 acontecerá em um território, onde as mulheres estão proibidas de praticar esportes.

Entre muitas outras coisas.

No Qatar, a jornalista mexicana Paola Schietekat, que trabalhou para a Copa do Mundo, foi condenada a sete anos de prisão mais 100 chicotadas em 19 de fevereiro de 2022.

Por ter denunciado um colega colombiano que a violou em território do Qatar.

O estuprador era casado, então a culpada é a mulher que foi estuprada. De acordo com a lei islâmica "la shaira" que "controla" as mulheres.

A Copa do Mundo 2022 terá a duração de um mês.

30 dias nos quais as usinas do Qatar estarão trabalhando em plena capacidade para manter o ar condicionado nos 8 estádios, hotéis, centros turísticos e comerciais.

Jogando fumaça poluente no ar, equivalente a dez mil carros vomitando fumaça não filtrada por hora.

Tudo para o bem da festa do futebol? Porque esporte é saúde, você vê?

Mas há uma sombra mais sinistra sobre o Qatar 2022.

A possibilidade latente de ataques terroristas.

Os muçulmanos não esquecem, nem perdoam... mesmo que digam que sim.

A família real do Qatar financiou facções terroristas obscuras na Síria, Iraque, Afeganistão e Líbia.

Na Líbia, eles financiaram os terroristas que assassinaram o líder Muammar Qaddafi em outubro de 2011.

Por que eles não vão e estragam a festa para os assaltantes pró-Yankee Qatari?

Ninguém fala sobre isso...

Todos estão mantendo os dedos cruzados, rezando para que nenhum suicida muçulmano se faça de mártir, explodindo no meio de uma multidão de pessoas.

Como aconteceu em 2021 no aeroporto de Cabul.

Na Europa, a Copa do Mundo do Qatar está sendo chamada de "A Copa da Vergonha".

Há um movimento nas cidades francesas para não colocar telas gigantes em locais públicos em Paris, Marselha, Bordeaux, Estrasburgo, Lille, etc.

É uma forma de protesto por uma copa do mundo que tirou a vida e os sonhos de milhares de trabalhadores migrantes, que ninguém se importou  com isso.

Para 8 estádios luxuosos. Que durante 30 dias estará cheio de torcidas.

E vazio, por toda a eternidade.

Por um capricho da família Al Thani, que em 2010 comprou uma Copa do Mundo.

Em um mundo em crise.

Com milhões de pessoas desalojadas pela fome e pela inanição.

No ápice de uma guerra nuclear.

Viva o futebol! 


Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba

                             


              

                            



 

 

 

 

18 de out. de 2022

O MUNDO EXIGE A LIBERTAÇÃO IMEDIATA DE JULIAN ASSANGE #FreeAssangeNOW

O presidente da Internacional Anti-imperialista dos Povos, Manuel Zelaya Rosales, liderou uma importante campanha virtual na qual personalidades proeminentes do mundo aderiram, para exigir a libertação imediata do jornalista Julian Assange.

Assange está sendo mantido em uma prisão no Reino Unido, e com uma extradição quase certa, por expor os crimes de guerra dos Estados Unidos, isto é considerado por muitos como um ataque à liberdade de expressão e de opinião, e claro, uma violação dos direitos humanos.

Centenas de personalidades internacionais aderiram à campanha da Internacional Anti-imperialista dos Povos para proclamar a libertação imediata de Assange, um símbolo de liberdade de expressão.

Entre eles Ricardo Patiño, ex-ministro das Relações Exteriores do Equador, Adolfo Pérez Esquivel, professor e escultor argentino, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em nome dos povos da América, do México o político Gerardo Fernández Noroña, Nidia Díaz de El Salvador e Lois Pérez Leira, secretária executiva da Internacional Anti-Imperialista dos Povos.

Da mesma forma, a ex-senadora da Colômbia, Piedad Córdoba, disse: "Da Colômbia eu peço a libertação imediata de Julian Assange".

Por sua vez, a ex-presidente da Assembléia Nacional do Equador, Gabriela Rivadeneira, salientou que seu país não só concedeu asilo, mas também a nacionalização de Julian Assange, uma vítima condenada pelos Estados Unidos como inimiga da nação.

Secretaría de Prensa

David de la Paz

Septiembre del 2022



 A Honorável Excelência Liz Truss


Primeira Ministra do Reino Unido


Sua Excelência Primeira Ministra:


Escrevo-lhe, na minha qualidade de ex-presidente da República de Honduras e atual presidente da Internacional Anti-Imperialista dos Povos em Defesa da Humanidade e da Natureza, para solicitar a revisão da extradição para os Estados Unidos da América e a libertação imediata do jornalista e ativista australiano Julian Assange, que está preso em seu país desde abril de 2019, após uma estadia de 7 anos como refugiado político na embaixada do Equador. Ao fazê-lo, junto minha voz à de outros presidentes, organizações de direitos humanos e numerosas personalidades políticas e culturais da América Latina e do mundo. Baseio este pedido em razões humanitárias, pois como é do conhecimento público, o confinamento prolongado e as condições atuais de detenção afetaram seriamente a saúde do Sr. Assange, mas também em razões que alertam para a violação dos direitos não apenas do acima mencionado, mas da sociedade civilizada como um todo.

A autorização do Reino Unido para extraditar o Sr. Assange para os EUA implica o risco de uma pena de prisão de 175 anos, o que, dado o atual estado de saúde do jornalista, significa na prática que ele será condenado à morte. Permitam-me também ressaltar que esta autorização ignora o fato de que a extradição por ofensas políticas é proibida tanto pela legislação britânica quanto pela europeia, e não tenho dúvidas de que existe uma completa falta de salvaguardas em um julgamento onde o detido é condenado antecipadamente.

Excelência Primeira Ministra, estou cada vez mais convencido de que o maior crime do Sr. Assange tem sido revelar ao mundo a verdade sobre uma série de eventos que demonstram no mínimo a violação do direito internacional e dos direitos dos povos à segurança e à paz. O próprio autor da presente foi vítima de uma dessas violações quando foi derrubado por um golpe de Estado em 2009, onde a interferência de uma força estrangeira foi posteriormente confirmada pelos documentos desclassificados pelo Wikileaks.

Devo lembrar à Sua Excelência que o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que todos os Estados que compõem a comunidade internacional subscreveram, declara: Todos têm o direito à liberdade de opinião e expressão"; este direito inclui a liberdade de ter opiniões sem interferência e de buscar, receber e transmitir informações e idéias através de qualquer mídia e independentemente de fronteiras.

À luz deste artigo, então, vale a pena perguntar se a disseminação da verdade pode representar qualquer ameaça à segurança dos Estados signatários desta Declaração, que foi adotada alguns anos após a tragédia da Segunda Guerra Mundial, cujas formidáveis lições nunca devem ser esquecidas. Se, como expressa o Evangelho cristão: "Somente a verdade nos libertará", não tenham dúvidas de que o conhecimento da verdade, por mais dura e amarga que seja, é o único caminho para um mundo mais justo onde a convivência pacífica e harmoniosa entre estados, povos, comunidades, etc., se torne uma realidade.

Por outro lado, a prisão prolongada e a extradição iminente de alguém que não cometeu um único crime em sua consciência, de alguém que não ordenou o bombardeio de cidades ou a derrubada de governos, constitui uma ameaça real à imprensa livre, ao direito dos povos à informação, como consagrado no citado artigo 19.

Neste momento dramático do mundo, ameaçado por uma nova conflagração mundial, e coincidindo com a nova nomeação de Vossa Excelência para uma posição governamental tão alta, nós, os povos, esperamos dos governantes das grandes nações, gestos de grandeza.

V.S. hoje, tem a oportunidade de realizar uma delas a fim de contribuir para a inauguração de uma nova era marcada pelo zeloso respeito aos direitos humanos, que exige dos governos e dos estadistas uma atitude magnânima de respeito à lei e de defesa dos fracos contra os poderosos.

Reitero, portanto, meu pedido de não-extradição e liberação imediata de Julian Assange.

Envio-lhe meus melhores cumprimentos com minha maior consideração,


Manuel Zelaya

Internacional Antiimperialista de los

Pueblos en Defensa de la Humanidad y la Naturaleza

Tegucigalpa, República de Honduras 



Se suman también al pedido internacional las siguientes personalidades firmantes:

  • Fernando Lugo, Ex Presidente de Paraguay.
  • Adolfo Pérez Esquivel, Premio Nobel De La Paz.
  • Martin Almada, Premio Nobel Alternativo 2002. Descubrió los Archivos del Plan Cóndor, Paraguay.
  • Juan Carlos Monedero, Profesor De Ciencia Política UCM Y Cofundador De Podemos. España
  • Atilio Boron, Sociólogo, Analista Internacional, Argentina
  • Piedad Córdoba, exsenadora, Colombia.
  • Ignacio Ramonet, Escritor y Periodista de España.
  • Verónika Mendoza, Ex Candidata a Presidenta del Perú, Por Nuevo Perú.
  • Yeidckol Polevnsky, Diputada Morena. México.
  • Alberto Rusconi, Secretario Relaciones Internacionales del Movimiento Evita. Argentina.
  • Hugo Gutiérrez Gálvez, Ex Diputado y Ex Convencional Constituyente de Chile.
  • Jorge Elbaun, Periodista y Sociólogo, Argentina.
  • Raúl Torres, Cantante de la Nueva Trova Cubana. Diputado de la Asamblea Popular, Cuba.
  • Nidia Diaz, Negociadora y Firmante de la Paz por Frente Farabundo Martí para la Liberación Nacional (FMLN) El Salvador, Ex Diputada Asamblea Legislativa y del PARLACEN de El Salvador.
  • Stella Calloni, Periodista y escritora. Analista Internacional, Argentina.
  • Lois Pérez Leira, Secretario Ejecutivo de la Internacional Antiimperialista de los Pueblos, Argentina.
  • Gabriela Rivadeneira Burbano. Ex Presidenta Asamblea Nacional del Ecuador.
  • Carlos Aznárez, Director de Resumen Latinoamericano, Argentina.
  • Enver Leon Gonzales, Secretario General Movimiento Nuevo Perú.
  • Arleen Rodríguez Derivet, Periodista Cubana Mesa Redonda.
  • Jorge Alemán, Psicoanalista y Escritor, España.
  • Saúl Ortega, Diputado Asamblea Nacional de Venezuela.
  • Sandra Russo, Periodista y Escritora, Argentina.
  • Claudio Lozano, Director Banco Nación Argentina. Presidente U.P.
  • Adriana Varela, Cantante, Argentina.
  • Carlos Castañeda, ExCanciller de El Salvador, FLN FM.
  • Cynthia García, Periodista, Argentina.
  • Gabriela Montaño, ExPresidenta de la Cámara de Diputados y de la Cámara de Senadores del Estado Plurinacional de Bolivia.
  • Ricardo Canese, Parlamentario del Mercosur por el Frente Guasu, Paraguay.
  • Eduardo Sigal, Vicepresidente Partido Frente Grande, Argentina.
  • Víctor Kot, Secretario General del Partido Comunista Argentino.
  • Jorge Kreynnes, Secretario de Relaciones Internacionales del Partido Comunista Argentino.
  • Esteban Diotallevi. Director del Diario El Argentino.
  • Francisco Paco Olveira, Sacerdote Grupo Curas en Opción por los Pobres de Argentina.
  • Roberto Perdía, Montonero, Miembro de Organizaciones Libres del Pueblo Resistir y Luchar OLP R Y L., Argentina.
  • Julia Argentina Perié, Parlamentaria del Parlasur, Argentina.
  • Javier Madrazo Lavín, Ex-Consejero de Vivienda y Asuntos Sociales del Gobierno Vasco.
  • Rafael Méndez, Ex Diputado y Dirigente de la Fuerza del Pueblo, República Dominicana.
  • Elsa Osorio, Escritora, Argentina.
  • Adair Pinto Rivero, Periodista Boliviano.
  • Fatima Rallo Gutierrez, Internacionalista, Antropóloga Dirigente Social, Paraguay.
  • Pablo Micheli, Secretario General Central de Trabajadores de Argentina.
  • Paula Klachko, Coordinadora de la Red en Defensa de la Humanidad -Redh- Capitulo Argentina.
  • Norma Guevara, Exdiputada y ExSecretaria General Adjunta del Frente Farabundo Martí para la Liberación Nacional (FMLN), El Salvador.
  • Thelma Luzzani, Periodista y Escritora, Argentina.
  • Víctor Bassuk, Cineasta, APRI,. Argentina.
  • Graciela Ramírez Cruz, Coordinadora Comité Internacional Paz, Justicia y Dignidad a los Pueblos, Cuba.
  • Carlos Javier Estrada. Subsecretario de Comunicación Estratégica y Prensa de Honduras.
  • María Remedios García Albert, España.
  • Federico Lopardo, Área de Relaciones Internacionales de la Corriente Nuestra Patria, Argentina.
  • Fernanda Pereyra, Secretaria de Relaciones Internacionales de la UTEP, Argentina.
  • Alberto Larrambebere, Músico y Cineasta, Argentina.
  • Miguel Petridis, Psicólogo, Argentina.
  • Alberto Grillon, Ex Senador del Frente Guazu, Paraguay.
  • Oscar González, Ex Diputado Nacional, Presidente de Asociación Democracia Participativa, Argentina.
  • Alberto Girondo, Periodista de Tiempo Argentino.
  • Horacio Viqueira, Diputado Nacional (MC). Frente Grande, Argentina.
  • Francisco López. Coordinador de Podemos Argentina. Secretario de Participación y Círculos de Podemos Exterior.
  • Minou Tavárez Mirabal, Militante Política, República Dominicana.
  • Andrés Bercum, Secretario de Relaciones Internacionales Corriente Peronista Descamisados, Argentina.
  • Andrés Rodríguez, Secretario de Relaciones Internacionales de Nuevo Encuentro, Argentina.
  • Secil Oswaldo De León, Profesor Universitario, Guatemala.
  • Julio Gambina, Fundación de Investigaciones Sociales y Políticas, Argentina.
  • José Pacheco, Secretario General Del Partido Pueblo Unido, Perú.
  • Tirso Saenz, Ex Ministro de la Industria de Cuba bajo las Órdenes de Ernesto Guevara.
  • Alberto Nadra, Escritor y Periodista, Argentina.
  • Daniel Ponzo, Periodista, Argentina.
  • Geraldina Colotti, Periodista y Escritora Italiana.
  • Dante Alfaro, Sindicalista Docente Escritor. Integra la Internacional Antimperialista de los Pueblos, Argentina.
  • Juan Dionisio Rodríguez, Diputado por el Frente Amplio de República Dominicana.
  • María Stella Cáceres, Periodista y Directora Fundadora del Museo de Las Memorias: Dictadura y Derechos Humanos, Paraguay.
  • Lorena Lores, Cantante y Actriz. Argentina.
  • Norberto López, Empresario. Argentina.
  • Héctor Castro Pérez, Economista, Perú.
  • Sergio Maldonado, Defensor de Derechos Humanos  y Hno. De Santiago Maldonado, Argentina.
  • Taty Almeida, Por Madres de Plaza de Mayo Línea Fundadora, Argentina.
  • Lidia Doninni, Docente y Activista Defensora de Derechos Humanos, Argentina.
  • Ricardo Patiño Aroca, Ex Ministro de Relaciones Exteriores de Ecuador.
  • Hugo “Cachorro” Godoy, Secretario General de ATE, Argentina
  • Edgardo Hernán Cardo, Periodista, Presidente del Instituto de Investigación y Análisis Geopolítico Alexandre Pétion, Argentina.
  • René Ortiz Muñiz, Enlace Legislativo Cámara De Diputados Morena, México.
  • Juan Manuel Flores Cornejo. Preside La Federación Centroamericana de Amistad China. Miembro del Consejo Nacional Del Frente Farabundo Martí para la Liberación Nacional (FMLN), El Salvador.
  • Anabel Belloso, Diputada a la Asamblea Legislativa de El Salvador. Integrante de la Comisión Política del Frente Farabundo Martí para la Liberación Nacional (FMLN).
  • Lorena Peña, Presidenta de la Federación Democrática Internacional de Mujeres-FDIM- Ex presidenta de la Asamblea Legislativa de El Salvador.
  • Alejandro Navarro Brain, Presidente del Foro Latinoamericano de Derechos Humanos ( FOLACH ). Ex Senador de la República de Chile.
  • Esteban Silva Cuadra, Presidente Fundación Constituyente XXI, Chile.
  • Adolfo Mendoza, Dirigente del MÁS Bolivia, Diputado Presidente del Parlamento Andino.
  • Luisa Valenzuela, Novelista y periodista, Argentina.
  • Jorge Rivas, Dirigente socialista, Argentina.
  • Allan Fajardo Reina, Sociólogo, Honduras.
  • Francisco López, Red de Círculos Podemos Latinoamérica, Argentina.
  • Fernando Bossi, Director Portal Alba, argentino venezolano, Fundador del Congreso Bolivariano de los Pueblos, Argentina.
  • Mónica Sainz, Fundación Emancipación, argentina venezolana, Venezuela.
  • Cris González, Directora de la Revista Correo del Alba, Venezuela.
  • Roberto Perdía, Ex conducción de Montoneros – OLP Resistir y Luchar, Argentina.
  • Hector Bejar. Escritor, Excanciller de Perú.
  • Jasael Torres, Secretario Nacional de Juventud del FMLD, El Salvador.
  • Juan Hubieres, Ex Diputado Presidente Capítulo Dominicano.
  • Juan Andrés Compres, Ex Diputado Vicepresidente Capítulo Dominicano.
  • Miguel Eduardo Espinal, Relaciones Internacionales Capítulo Dominicano.
  • Albertina Méndez, Secretaria Capítulo Dominicano.
  • Txema Guijarro García, Diputado Nacional Unidas Podemos, España.
  • Marco Consolo. Refundación Comunista, Italia.
  • Verónica Costilla. Escritora, TGD Padres, Argentina.
  • Myriam Archerito, Escritora, Argentina.
  • Ana Navone, Escritora, Argentina.
  • Alonso Acosta, Lund, Suecia, “Frente Intercontinental del FMLN“.
  • Asociación Taxistas De Buenos Aires, República de Argentina.
  • Asociación Civil Alexandre Pétion, Argentina.
  • Mario Della Roca, historiador y periodista, Argentina.
  • Héctor Celano, poeta y escritor, Argentina.
  • Maribel Acosta Damas, periodista Cuba.
  • Hedelberto López Blanch, periodista y escritor, Cuba.
  • Raúl Capote, periodista y escritor, Cuba.
  • José Luis Méndez, profesor de Derecho y escritor, Cuba.
  • Carmen Diniz, abogada y coordinadora Comité Carioca de Solidaridad con Cuba, Brasil.
  • Bill Hackwell, editor Resumen Latinoamericano Estados Unidos
  • Juan Ramón Quintana, exministro de la presidencia de Evo Morales, Bolivia.
  • Mujeres al Sur, Podcast Cuba-Argentina.
  • Corresponsalía en Cuba de Resumen Latinoamericano.
  • Julieta García Ríos, periodista, Cuba.
  • Adán Iglesias Toledo, caricaturista, Cuba.
  • Daylén Vega Muguercia, periodista, Cuba.
  • Patricia María Guerra, periodista, Cuba.
  • Yusmilis Dubrosky, fotógrafa e ilustradora, Cuba.
  • Mercedes Beltrán, Maitre de Ballet, Cuba.
  • Héctor León Ramírez, Físico, Cuba.
  • Marcelo Zicavo, historiador, Uruguay.
  • Ana Fernández, presidenta de la Asociación Caput por la Cultura, la Comunicación y los Derechos Humanos, Mujeres al Sur, Podcast Cuba-Argentina.
  • Deisy Francis Mexidor, Periodista Prensa Latina, Cuba.
  • Patricia María Guerra Soriano, Periodista, Mujeres al Sur, Cuba.
  • Yaimi Ravelo, Socióloga, fotorreportera y realizadora, Cuba.
  • Randy Perdomo, Gestor Sociocultural y comunitario, Master en Ciencias Sociales, Cuba.
  • Syara Salado Massip, realizadora, Cuba.
  • Víctor Villalba Gutiérrez, realizador, Cuba.
  • Lizbeth Labañino Palmeiro, Psicóloga, Mujeres Al Sur, Podcast Cuba-Argentina.
  • Marco González Urrutia, Internacionalista, Chile.
  • Fedora Lagos, ingeniera, Internacionalista, Chile.
  • Roberto Cassella, Solidaridad con Cuba, Italia.
  • Hernando Calvo Ospina, periodista y escritor, Colombia.
  • Bassel Salem, Ingeniero, Frente Popular para la Liberación de Palestina.
  • Miriam Quintana, Historiadora, Cuba.
  • Gloria González Justo, Traductora, Francia.
  • Pablo González Justo, Ingeniero, Proyecto Desarrollo Local, Cuba.
  • Alberto Patricio Reyes, Internacionalista, Chile.
  • Luis Matos, profesor de Hotelería y Turismo, Cuba.
  • Charlampos Babis Vorreas, Empresario, Solidaridad con Cuba, Grecia.
  • Dimitri Dinis, Solución Cuba, Grecia.
  • Onur Cuvalcci, Solidaridad con Cuba, Turquía.
  • Héctor Hugo Granowsky, Empresario, Argentina.
  • Jordi Mata Solanas, Solidaridad con Cuba, España.
  • Concha Bernardo, Solidaridad con Cuba, España.
  • Clara Sastre, Traductora, Solidaridad con Cuba y A. Latina, España.
  • José Miguel Amigo, Solidaridad con Cuba, España.
  • Ana Hurtado, Periodista, Solidaridad con Cuba, España.
  • Alejandra García Elizalde, periodista, Cuba, Mujeres al Sur Cuba-Argentina.

Con información de: Tercera Información, Kaos en la Red y agencias.Foto de portada: Free Assange/ De Antonio Marín Segovia. 

https://cubaenresumen.org/2022/10/17/el-mundo-exige-la-libertad-inmediata-de-julian-assange/

Tradução/Edição: Carmen Diniz -Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba