Cuba condena o envio de milhares de migrantes sem documentos dos EUA para a infame prisão de Guantánamo e exige o retorno do enclave ocupado à ilha.
“A Casa
Branca quer encarcerar cerca de 30.000 pessoas lá”, denunciou o Ministério das
Forças Armadas Revolucionárias (Minfar) de Cuba na quarta-feira em uma breve
publicação em sua conta X, referindo-se à transferência de migrantes sem
documentos presos nos EUA para seu centro de detenção na base militar estadunidense
na Baía de Guantánamo.
O
Ministério das Relações Exteriores denunciou que Washington está levando
“migrantes algemados” para o “território ilegalmente ocupado em Guantánamo” e
exigiu “a devolução deste enclave” a Cuba.
Os Estados Unidos, no território ilegalmente ocupado da Baía de Guantánamo leva imigrantes algemados.A Casa Branca quer encarcerar ali cerca de 30.000 pessoas.
#Cuba exige a devolução deste espaço.
A decisão
do presidente dos EUA, Donald Trump, de transferir até 30.000 imigrantes
ilegais detidos nos EUA para a prisão de segurança máxima de Guantánamo,
anunciada em janeiro, provocou uma onda de reações negativas. O magnata, conhecido por suas políticas
racistas e anti-imigrantes, chamou os presos de “os piores criminosos
imigrantes ilegais que ameaçam o povo estadunidense”.
O governo
cubano, um dos principais opositores do plano, denunciou que as pessoas que os
EUA “estão expulsando ou se propõem a expulsar são vítimas das políticas de
pilhagem desse governo”.
Por sua
vez, o presidente cubano Miguel Díaz-Canel disse que os EUA “roubaram” um
“pedaço de terra” em Guantánamo de Cuba e o “ocuparam ilegalmente por mais de
um século”, com o objetivo de torturar e aprisionar “em um limbo legal pessoas
que o império declara inimigas e culpadas, na maioria das vezes, sem uma única
prova”.
EUA
enviam primeiro voo de migrantes deportados para Guantánamo
O governo
cubano exigiu pela enésima vez que os EUA devolvam a Baía de Guantánamo à ilha.
O líder da Revolução Cubana, Raúl Castro, descreveu o enclave ocupado como “um
punhal cravado na lateral da pátria” e o presidente Díaz-Canel prometeu remover
esse punhal “de forma pacífica, civilizada e respeitando os princípios do
direito internacional”.
História da ocupação da Baía de Guantánamo pelos EUA
Em 1903,
os então presidentes de Cuba, Tomás Estrada Palma, e dos Estados Unidos,
Theodore Roosevelt, assinaram um acordo, por meio do qual a porção de terra
localizada na província oriental de Guantánamo foi cedida, "pelo tempo
necessário e para fins de uma estação naval e estação de carvão".
Este
evento foi precedido pela Emenda Platt, imposta a Cuba em sua primeira
Constituição republicana durante a ocupação militar estadunidense, que permitiu
aos Estados Unidos estabelecer estações de carvão ou navais na Baía de
Guantánamo.
O acordo
foi realizado sob a ameaça de intervenção militar dos EUA na Ilha, razão pela
qual os especialistas o consideram ilegal, à luz das disposições da Declaração
sobre Coação Militar, Política ou Econômica na Celebração de Tratados das
Nações Unidas.
Desde sua criação, a base americana em Guantánamo tem sido a ponta de lança da agressão contra nações latino-americanas, bem como de provocações contra Cuba desde 1959, quando a Revolução Cubana triunfou.
“A deportação violenta e indiscriminada de migrantes nos EUA, as detenções arbitrárias e outras violações dos #DireitosHumanos são inaceitáveis, medidas que também são usadas como armas de pressão política e chantagem contra os povos da Nossa América”.
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