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29 de nov. de 2019

Brasil de Fato - 29/11/2019 - Dia da Solidariedade com o Povo Palestino.

Artigo | As mulheres na Palestina

No Dia de Solidariedade com o Povo Palestino, um relato de viagem sobre a vida das mulheres no território

Brasil de Fato | Cisjordânia
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Mulher caminha nas ruas de Hebron / Yasser Jamil Fayad
Viagem à Palestina – agosto de 2019.
Chegamos em Ramallah… finalmente! A sensação que nos toma é um misto de alegria e alívio. Alívio de termos saído de toda aquela insalubre e sufocante atmosfera de repressão que se abate sobre os palestinos na velha cidade de Al-Quds (Jerusalém). E que pela primeira vez na vida sentimos de forma tão crua e direta sobre a nossa própria pele.
Não éramos mais “brasileiros”, mas “filhos de árabes” cujos nomes nos identificavam como inimigos para a visão belicosa dos soldados israelenses que nos abordavam sucessivamente. Em Ramallah, estamos também longe de todas aquelas centenas de câmeras de vigilância permanente, da presença ostensiva de militares sionistas, quase todos jovens com os olhos carregados de ódio em nossa direção, da visão perturbadora de suas armas apontadas para nossas cabeças ou corpos, das dezenas de pontos de controle militar em cada ruela do velho suq – acompanhando o trajeto e eternizando a famosa via sacra de Jesus para todos os palestinos – e não menos repugnante, das  propositais provocações sejam com os desfiles de sionistas civis armados ou das bandeiras do Estado de Israel colocadas sobre o Quarteirão islâmico da velha cidade sagrada. Distantes também dos efeitos diretos e indiretos dessa opressão sobre a população civil palestina que se torna compreensivelmente desconfiada e temerosa  diante da presença de estrangeiros e estranhos ao seu convívio diário, mesmo os com nomes árabes como os nossos.
Esse é um dos maiores crimes de um processo de colonização deste tipo, toda a vida cotidiana e seus laços interpessoais são afetados dramaticamente. Ao ver e sentir essas reações nos palestinos diante da nossa presença, estávamos naquele momento, somente eu e meu pai, ou seja, sem a presença de alguém local como o tio Khader (palestino), imagino que ocorreu neles algo do tipo: “O que esses estrangeiros querem? Será que falam a verdade sobre si? Não serão agentes do serviço secreto israelense se fazendo passarem por turistas ou simpatizantes da Causa Palestina para capturarem informações?”.
É preciso ter clareza para entender que o processo de colonização não se apresenta de forma homogênea em toda a Palestina e, nem tampouco, é absorvido de forma igual pelos indivíduos. Existem locais onde a tensão e o conflito aberto são mais intensos e produzem distorções mais agudas sobre a sociabilidade da população violentada, tornando tudo muito mais penoso… refletindo até mesmo nas nossas tentativas de comunicação. Isso é uma das muitas dores que carregamos dessa viagem – ter nosso encontro mediado direto ou indiretamente pela constante coerção sionista e seus efeitos.
O leque das reações individuais a tais circunstâncias giram, fundamentalmente, em tornar os palestinos introspectivos ou desconfiados de tudo e todos, ainda que minoritariamente existam aquelas almas iluminadas capazes de serem amorosas com estranhos, mesmo nesses contextos de maiores hostilidades e agressividade. E agradecemos profundamente a esses últimos pelos momentos lindos que vivemos nesses locais.
Apesar dos pesare,s também existe espaço para alegria! Ramallah nos remete à lembrança das cenas de resistência de Yasser Arafat na Muqata’a (seu quartel general) e da solidariedade à Causa Palestina visível naqueles dias. Dentre essas, recordamos com carinho a figura do nosso Mário Lill, companheiro do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) que representou naquele momento todos os brasileiros amigos do povo palestino ao entregar ao icônico líder árabe uma linda bandeira vermelha do MST.
Arafat e seus próximos ficaram sitiados pelas forças de ocupação por 31 meses. Hoje, o Museu Yasser Arafat abriga intocado o espaço minúsculo em que esses lutadores resistiram àquela incursão assassina. As cenas de fotos e vídeos das ruas em resistência contra a invasão também nos povoam a imaginação. Alegria ademais, pois chegamos ao nosso acampamento base, o apartamento do tio Khader, que nos serviu durante toda a viagem como posto seguro, lugar de descanso, bons café e chá árabes… e muito debate. 
Alegria de ver as ruas centrais da cidade cheias de vida, mesmo sob penosas restrições a que esse povo vive há mais de setenta longos anos. Essa vida em contraste com a que vivenciamos em Al-Quds produziu em nós uma percepção embrionária e a esperança de como a Palestina deveria ser e será um dia… livre de toda a presença nefasta da colonização. O milagre dos palestinos também reside nisso: esse povo que sofreu e sofre uma das colonizações mais brutais da história contemporânea consegue majoritariamente sorrir, cantar, festejar seus casamentos, dançar,… em suma, viver com alegria e transformar toda a amargura que lhe é imposta em uma amorosa doçura similar a da tâmara de Ariha (Jericó), do figo de Beit Ur al-Tahta ou da uva de Khalil (Hebron). O povo palestino é doce! Nem toda a amargura europeia do colonizador é capaz de desfazer tamanha doçura.
Em nossa primeira caminhada noturna, encontramos as ruas lotadas de pessoas, para nosso espanto. Mulheres, idosos, crianças, jovens e homens circulam todos livremente pelas calçadas e fomos tomados por um gostoso sentimento de alegria por termos encontrado finalmente a Palestina. As feições árabes, que nos são comuns e íntimas, emergiam vendo pessoas rindo,  se abraçando,  brincando, gritando no comércio… o que nos fez lembrar de outras cidades árabes do mundo e das nossas comunidades árabes no Brasil. 
Nesse pequeno giro pelas avenidas centrais, a nossa atenção é quase instantaneamente capturada pela presença majestosa da mulher palestina. É como se as ruas fossem claramente dominadas por essa poderosa figura.  As vestes típicas islâmicas, que havíamos visto até então, eram mais de senhoras idosas com trajes pretos, mas agora as cores afloravam como primavera.
A fascinação é tamanha que nossos olhos quase não enxergam homens, provavelmente hipnotizados por esse formoso desfile a céu aberto. A imponência que surgia da combinação de cores entre as roupas, o lenço e o sub lenço, jeito de amarrá-los, os acessórios, as bolsas e os sapatos, os arranjos com as maquiagens faciais criam um festival de vida e transformam aquelas simples calçadas em verdadeiras fontes de identidade cultural.
Vestidos mais tradicionais, cobertos por bordados em desenhos abstratos típicos da Palestina vestem mais comumente as senhoras de idade onde a cor preferida é mais sóbria, o que faz destacar os detalhes dos bordados. As mulheres mais jovens preferem as cores mais vivas e criam associações que as destacam na multidão, algumas mesclam suas roupas tradicionais com roupas ocidentais a seu próprio tipo, como a calça jeans. Tudo isso forma um arcabouço identitário fundamental dos palestinos ante ao invasor estrangeiro que não passa de uma cópia de segunda qualidade do ocidente. 
Não vemos e ouvimos nenhuma forma de assédio às mulheres, pois tal ato é considerado desprezível na cultura árabe islâmica. Essa relação de respeito permite, que em uma cidade grande como essa, ser possível ver mulheres andando nas ruas, às vezes com baixa luminosidade, sozinhas à noite, em plena liberdade e sem aparentemente temer nada.
Nossa vontade foi de fotografá-las, como forma de capturar essa beleza em imagem, porém ao fazê-lo vimos que elas reagiam escondendo os rostos e nervosas. Descobrimos de forma rápida que, culturalmente, não é respeitoso fotografar as mulheres desta forma. O que deixou visível que apesar de nossa tradição religiosa ser islâmica, não somos muito atentos a essas normas. Meio sem graça, digo ao interlocutor anônimo que me censura pelo gesto de fotografá-las que “não sabia”, e tento fazer uma pequena piada afirmando que eu faltara às aulas de religião na mesquita, a famosa madrassa. O que não ajudou a melhorar a minha situação com o rapaz em questão.
Outra significativa diferença cultural é que não mostrar partes do corpo em público significa respeito a si mesmo na tradição islâmica, ou seja, é uma afirmação que ressalta que o essencial na feminilidade não é dado pela beleza das curvas do corpo feminino exposta. Essas mulheres possuem, nitidamente, uma força distinta daquela que conhecemos, não por menos possuem o maior grau de escolaridade entre os palestinos, que é um dos mais altos entre todos os árabes, ocupam espaços chaves na política, grandes figuras da resistência palestina são mulheres, incluso a icônica guerrilheira Leila Khaled.
No campo religioso, temos Maria Alfonsina Danil Ghattas, criadora da Congregação das Irmãs Dominicanas do Santíssimo Rosário de Jerusalém e canonizada, em 2015, como santa palestina. Fátima Mohammed Bernawi foi a primeira guerrilheira palestina a planejar e executar um ato de resistência armada contra Israel, para os que não sabem era negra como é parcela da população Palestina. Nabiha Nasir feminista, defensora da unidade árabe e fundadora da mais importante universidade da Palestina (Universidade de Birzeit). Samiha al-Qubaj Salameh Khalil, conhecida simplesmente como Umm Khalil, fundadora da mais importante organização de caridade palestina e ativista política de relevo.
A importante província de Ramallah é governada atualmente por uma mulher, as combativas deputadas Khalida Jarrar e Abla Sa'adat são figuras de revelo da esquerda,  a incansável lutadora pelos direitos humanos Fadwa Barghouti é a mais importante referência de luta para a libertação dos presos políticos, todas são figuras públicas reconhecidas pelos palestinos e mundo afora.  As mulheres estão presentes nas Universidades, onde são majoritárias, são professoras e alunas, estão em organizações políticas, sindicais, na estrutura ainda que precária da Autoridade Palestina e da OLP.  Estão presentes na saúde como médicas e enfermeiras, estão presentes no campo como camponesas, estão presentes no comércio, etc. Não existe espaços importantes na vida social palestina em que a mulher não esteja presente.
Falar isso para um palestino é algo completamente banal, mas não o é para nós brasileiros, bombardeados pela falsificação ideológica que vende os árabes como bárbaros (o que inclui serem machistas e as mulheres estereotipadas de submissas / mero objeto), a fim de justificar tudo o que se faz com eles (invasões, guerras, etc.). Isso não significa negar que o patriarcado está presente nessas sociedades como um sistema de dominação, mas inicialmente para dizer que as sociedades árabes e islâmicas são muito distintas entre si. E afirmar, categoricamente, que a sociedade palestina é uma das mais avançadas nas condições da mulher no mundo árabe e islâmico em geral. Consequência direta da luta de libertação que alimentou a alma dessa sociedade com um teor muito maior do que somente uma luta anticolonial restrita. 
Não é menos significativa a figura da mãe na cultura árabe palestina. Em Ramallah, dias depois, vimos as mães saindo em protesto contra a prisão política de seus filhos. Foi nos arredores desta mesma cidade que entrevistamos uma mãe palestina cujos cinco filhos são presos políticos nos cárceres de Israel e, que altivamente, nos disse em bom tom o quanto orgulha-se por cada um deles ter lutado para libertar a Palestina. 
A centralidade dessas mulheres como pilar da resistência política em suas famílias e, em toda a sociedade palestina, é indiscutível. Elas me fazem lembrar as Oliveiras – plantas de raízes profundas que cortam essa terra, que é árida, mas que mesmo assim é capaz de se manter com um viçoso verde e de produzir sombra, azeitona, azeite, madeira e combustível para aquecer. Nessa aridez resultante da violência do invasor sionista, as mulheres conseguem manter a beleza e produzir amor, força, coragem e solidariedade – como as Oliveiras, fontes de identidade e resistência desse povo. No poema Mulher palestina, que integra o livro Nosso verbo é lutar: Somos todos palestinos, escrevi essas linhas finais que sintetizam a generosidade e força dessas mulheres:
“(…)
Não houve um dia sequer

Em que

Não alimentasse nossas almas

Com sonhos generosos de liberdade

E nos ensinasse

Que só a luta fará vivê-los.
Seu lindo corpo

Carrega

Rugas – é verdade -,

Profundas cicatrizes,

Úteros grávidos,

Feridas abertas,

Juventude,

Rebeldia,

Infância,

Resistência.
Cada pedaço dele

É nossa história.
Não houve um dia sequer

Em que

Não sentíssemos sua firme presença.

Um dia sequer

Em que

Não necessitássemos intensamente

De você – mulher palestina.”

* Médico infectologista pediátrico, poeta, militante da Causa Palestina e do Movimento pela Libertação da Palestina – Ghassan Kanafani. Autor do livro de poesias de combate "Nosso verbo é lutar: somos todos palestinos" e "Amálgama de luta e beleza: somos todos palestinos".
Edição: Daniel Giovanaz

26 de nov. de 2019

Cuba. Voltar a Fidel.






Por Carlos Aznárez, Resumem Latinoamericano, 25 novembro 2019


Voltar à sua paixão para transformar a política em algo realizável apesar das mil dificuldades que se apresentem.
Voltar à sua coragem na hora de enfrentar inimigos mil vezes mais poderosos e não decair na tentativa.
Voltar à sua obstinação em seguir avançando nas circunstâncias mais difíceis como ocorreu depois do assalto ao Moncada ou do complicado desembarque do Granma.
Voltar à sua inteligência para defender as ideias que o inspiraram a se lançar à difícil batalha de derrotar o tirano Batista e poder se auto defender no julgamento posterior ao Moncada determinando diante de amigos e estranhos que o verdadeiro responsável pelo Assalto era o Apóstolo Martí.
Voltar à sua dureza sem abandonar a ternura, demonstrada em cada combate, em  cada instância decisiva onde qualquer dúvida pôde lhe custar a vida dele e de seus colegas.
Voltar a seus ensinamentos sobre a necessária combinação entre a luta de massas e a luta armada para conseguir vitórias definitivas como a conseguida por Cuba nestes 60 anos de existência. Vitórias que por sua solidez não vêm abaixo com golpes ou intrigas, como quis o imperialismo.
Voltar à sua sagacidade de estrategista militar que lhe permitiu superar em  Sierra Maestra mas também durante os anos difíceis de governo, momentos em que a lógica indicava que a derrota estava prestes a acontecer, e que graças à sua ação e espírito guerreiro pôde gerar condições para vencer.
Voltar a quem percebeu junto a seu irmão de combate Che, a importância de começar, assim que se derrotasse o ditador, a construção de uma ferramenta para lutar contra a desinformação e a tergiversação de seus ideais e transformações. Ambos, com outro guerreiro como Jorge Ricardo Masetti foram os artífices da Agência Prensa Latina que ainda segue disparando informações confiáveis.
Voltar a esse exemplo constante para que toda Cuba entendesse que são tão importantes as armas prontas para o combate como o trabalho voluntário a fim de intensificar a produção e gestar uma economia de autossustentabilidade.
Voltar à sua paciência infinita para ensinar, formar e estimular conhecimentos a quem sempre tinha se mantido à margem, excluídos, humilhados. A alfabetização como ponto de partida e depois, ao longo de toda a Revolução, a preparação, a capacitação, o estudo, foram sua maior preocupação para conseguir um povo culto e ansioso de seguir crescendo nesse sentido.
Voltar à sua enorme humanidade de projetar instrumentos para assegurar saúde gratuita para todos os homens e mulheres de Cuba, mas tempo depois ampliar a aposta gerando o exército de batas brancas que hoje inundam com sua solidariedade os lugares mais remotos deste mundo.
Voltar à sua clareza para determinar que o imperialismo yanqui era o inimigo a combater e não descansar nem um dia em denunciá-lo como a antítese de uma sociedade em que a vida sempre vence a morte.
Voltar à sua clareza para se dar conta que as mulheres de Cuba valiam e valem tanto quanto os homens, e desde o mesmo ponto de partida ajudar a formar o pelotão de guerrilheiras “Mariana Grajales” e já em tempos de construção do governo revolucionário pôr todo o impulso necessário para criar junto com Vilma Espín a Federação de Mulheres Cubanas, entidade indispensável na formação e espírito de luta.
Voltar à sua concepção de socialismo e de comunismo, na qual a sociedade se converte em um mundo de iguais e não há resquícios para que se crie nenhuma variante de capitalismo e nem atalhos que utiliza o mesmo para enganar aos povos, desde o reformismo até a socialdemocracia.
Voltar a seu conceito de internacionalismo, onde a luta de qualquer povo do planeta que enfrenta o imperialismo é parte da luta de Cuba, algo que nestes 60 anos tem sido mais que demonstrado.
Voltar a Fidel, o herói de mil batalhas, mas também o estadista reflexivo que sempre se adiantou ao futuro prevendo que esta Humanidade ou a salvamos entre todas ou se extinguirá.
Voltar a Fidel, que ao invés de outros falsos líderes fez da humildade um estilo de vida, evitando egolatrias desnecessárias e comportamentos elitistas. Toda sua vida esteve ao pé do canhão junto a seu povo, sempre disposto a conduzir a vencer nas mais difíceis batalhas.
Agora, a três anos de sua ausência física, seu legado revolucionário nos segue iluminando em um momento muito difícil para o continente e o mundo. Mas estas novas insurgências que vão acordando entre nossos povos são o sinal que ele não se equivocava quando vaticinava que para além de sua brutalidade e ambição descontrolada, o imperialismo se destruirá neste século.
Voltar a Fidel é seguir imaginando uma Revolução socialista como a que ele soube construir para nos demonstrar que o caminho está traçado. O que falta, cantaria Daniel Viglietti, é caminhar.


Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 

 Artigo original:
http://www.resumenlatinoamericano.org/2019/11/25/cuba-volver-a-fidel/

25 de nov. de 2019

Há três anos ele nos deixava fisicamente. Será ?




Querido Comandante:

Em 25 de novembro de 2016 nos surpreendíamos com a triste notícia de sua desaparição física . Triste dia, muito triste para todos que como nós sempre amamos você  - esse homem tão especial, a personalidade do milênio, o político inigualável.

Era tanta tristeza que as pessoas não conseguiam acreditar que um dia como esse fatalmente chegaria. No fundo, a gente achava que você era eterno. Que se algum ser humano tivesse que ser eterno, seria você.


Pois bem, há três anos atrás recebíamos a notícia com uma imensa tristeza. Todos e todas, porque você, querido Comandante,  não pertencia mais somente a Cuba, pertencia a todos nós que queríamos (queremos) mudar esse mundo. Você provou, dentre outras coisas, que um outro mundo é possível - e necessário ! Que um mundo mais humano é urgente. Que um mundo menos consumista também é exigência do presente.

Comandante querido: você simplesmente mudou o mundo, a América Latina tomou outra forma, Cuba deixou de ser uma colônia para se tornar um exemplo para todos nós. Você e seus companheiros transformaram nossas vidas.

Comandante, agora  estamos vivendo uma efervescência na América Latina . Momentos difíceis e certamente você estaria do lado certo dos conflitos que agora enfrentamos. Baseados em seus ensinamentos nós também...

Por isso, pessoas como você, querido Comandante, nunca desaparecem. Na verdade, se transformam em milhões !



Sua luta é nossa luta e seria maravilhoso ouvir sua voz, ler suas reflexões neste momento que vivemos. Todos gostaríamos, mas o mais importante, pode acreditar, é a  herança moral que deixou para todos nós. Tão grande herança que coube a todos nós, ninguém ficou sem. Até porque, como você dizia, Trincheiras de ideias são mais poderosas que trincheiras de pedras.

Ah, Comandante, que saudade (essa palavra que só existe no idioma português...). Mas acredite, todo esse nosso amor será sempre direcionado para a libertação dos povos, para o fim da opressão, para os humildes, pelos humildes, junto a eles.

Venceremos ! Você está à frente dessa batalha, sempre ! E a cada batalha que vencermos (e vamos vencer todas!) será sua vitória também, assim como as suas vitórias foram nossas. Portanto, se prepare que temos muita luta pela frente - e disso você entende bem.....

Obrigada por tudo. Gracias, querido Comandante.

Seguem algumas canções feitas em sua homenagem, lindas !! E algumas com os jovens que você sempre incentivou. Eles continuam a segui-lo !

Com amor,

Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba



https://www.youtube.com/watch?v=cWyrxMY04_I



https://www.youtube.com/watch?v=vtDyO49PSOQ



https://www.youtube.com/watch?v=dAwgjnE-kTM&list=RDdAwgjnE-kTM&start_radio=1&t=88



https://www.youtube.com/watch?v=cARIAyHfRtQ&feature=youtu.be&fbclid=IwAR3HAoKds-wF8jOGhGVX_bLjys6mHEoA5qpVLocp5UQTR7U-LGfnmJzDnoQ


https://www.youtube.com/watch?v=6NUUvYIIhQk






24 de nov. de 2019

Fidel Castro, a pessoa mais leal que eu conheci, afirma Lula



Brasília, 22 nov (Prensa Latina) -  O líder histórico da Revolução cubana, Fidel Castro, é a pessoa mais leal que eu conheci, afirmou hoje o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, no VII Congresso do Partido dos Trabalhadores (PT).

Fidel Castro, 'a pessoa mais leal que eu conheci. Tanto para mim como para o PT', disse Lula emocionado quando fez referência ao povo cubano e pediu que transmitissem essa revelação ao general de Exército Raúl Castro, primeiro secretário do Partido Comunista de Cuba.



Na abertura do evento partidário, realizado nesta sexta-feira na Casa de Portugal, em São Paulo, o ex- dirigente operário, que saiu em liberdade em 8 de novembro, falou de sua vontade de lutar pelo Brasil e agradeceu uma vez mais a solidariedade que recebeu durante os 580 dias de prisão política.

'Estou mais disposto a lutar como nunca. Vou dirigir este país, não só para sentir suas vidas, senão para defender o povo brasileiro, que não merece viver o que está vivendo', enfatizou o ex-sindicalista e acrescentou que o PT é 'o contrário de (Jair) Bolsonaro'.

Comentou que no cárcere aprendeu a meditar 'porque não queria que entrasse rancor no meu corpo'. Quem tem ódio não pode fazer o bem, detalhou.

Recordou que não foram os governos do PT 'os que sabotamos a economia do país para forçar um julgamento político. Não fomos nós os que forjamos uma demanda para tirar um candidato da competição. E estas são as pessoas que nos dizem que não polarizemos o país'.

Como se Brasil não tivesse estado polarizado durante séculos entre os poucos que o têm tudo e os muitos que não têm nada, refletiu.

Lula insistiu que 'somos o oposto de Bolsonaro. Somos radicais na defesa das universidades, na soberania nacional, na saúde. Somos uma oposição e meia. Enquanto ele (o ex- militar) semeia ódio, nós demonstraremos que o amor fará com que este país seja muito melhor'.

O ex-presidente criticou ainda o ex-juiz Sergio Moro, agora ministro de Justiça de Bolsonaro, e a operação Lava Jato.

'Como podem dizer que lutaram contra a impunidade se Moro libertou ao menos 130 dos 159 acusados que ele mesmo tinha condenado? Negociaram todo tipo de benefícios com criminosos confessos, venderam até o perdão da pena que a lei não prevê, a mudança de qualquer palavra contra Lula', denunciou.

Para o ex-presidente, o  Brasil não está atravessando uma agitação social extrema, como ocorre em outros países de América Latina, pelo legado dos governos do PT, e mencionou entre eles a Bolsa  Família, 'o último recurso de milhões de pessoas deserdadas'.




ifb/ocs


23 de nov. de 2019

Cuba condecora Lula com a Ordem Carlos Manuel de Céspedes



                  Encarregado de Negócios Rolando Gómez na homenagem a Lula 

O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje a Ordem Carlos Manuel de Céspedes, distinção que lhe outorga o presidente da República de Cuba, durante o VII Congresso do Partido dos Trabalhadores (PT).

Tal ordem, assinada pelo presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, entrega-se a cidadãos cubanos e estrangeiros que se destaquem na luta pela libertação nacional dos povos.

Também pela amizade demonstrada com a Revolução cubana ou pelo prestígio internacional atingido nas lutas políticas, sociais ou econômicas a favor dos povos ou por valiosas contribuições à consolidação da paz e à coexistência pacífica.

A distinção foi colocada no peito de Lula pelo Encarregado de Negócios da Embaixada de Cuba no  Brasil, Rolando Gómez, durante a jornada de abertura do congresso do PT, que se celebra em São Paulo e se estenderá até domingo.

Recentemente Lula qualificou de vergonhoso o voto do Brasil nas Nações Unidas a favor do bloqueio que os Estados Unidos impõem a Cuba há quase seis décadas.
"É um desrespeito de alguém que não se respeita. É a forma de comportar-se de alguém que não se respeita", afirmou o ex-dirigente operário durante uma extensa entrevista com o jornalista Fernando Morais, do canal Nocaute, no YouTube.
Esta foi a primeira entrevista desde que o ex-metalúrgico foi posto em liberdade em 8 de novembro depois de cumprir 580 dias de prisão política na sede da Polícia Federal de Curitiba, capital do  estado do Paraná.

Durante a votação na Assembleia Geral da ONU, Cuba recebeu em 7 de novembro o respaldo esmagador da comunidade internacional, quando 187 Estados membros se pronunciaram contra o bloqueio  econômico, comercial e financeiro de Washington.

                                          Brasil rompe tradição e vota contra Cuba em 2019

Só dois países se abstiveram: Colômbia e Ucrânia; enquanto Estados Unidos, Israel e Brasil votaram na contramão do levantamento do cerco e ficaram isolados ante o reclamo da maioria da comunidade internacional.

Para Lula, os membros do Governo de Jair  Bolsonaro "não sentem o menor respeito nem por eles mesmos, nem por nosso país. Ser solidário com Cuba é uma questão de defender a soberania de um país", apontou.

O fundador do PT denunciou que Estados Unidos não tem o menor direito de fazer tudo que fazem.

"Consideram que podem bloquear, que podem fazer uma série de coisas. No entanto, um bloqueio, em certas  ocasiões é mais mortífero que uma guerra, porque na guerra é briga e você faz o que tem que fazer, mas um bloqueio mata crianças, mata idosos, mata mulheres nos hospitais".


"Então, sinceramente foi uma atitude vergonhosa, que merece todo o repúdio", ressaltou o ex-sindicalista, que também desde o poder lutou por erradicar a pobreza, a fome e a desnutrição infantil.

Graças a programas sociais, Lula tirou da pobreza mais de 30 milhões de brasileiros e defendeu em toda tribuna as causas justas, bem como a integração latino-americana e caribenha.



Dois milhões de assinaturas pela liberdade de Lula



Cuba entregou hoje ao ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva as assinaturas de dois milhões 61 mil 565 cidadãos dessa ilha que demandaram sua liberdade quando cumpria prisão política na cidade de Curitiba.


A entrega das assinaturas foi realizada por Angel Arzuaga, vice-chefe e coordenador do Departamento de Relações Internacionais do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba (PCC), durante o VII Congresso do Partido dos Trabalhadores (PT), que se celebra em São Paulo até este domingo.

Ressaltou que as assinaturas foram recolhidas em somente 14 dias, em apoio à campanha internacional para a anulação dos julgamentos do ex-presidente.


Arzuaga declarou que estas assinaturas se entregam em nome do povo de Cuba; do amigo de Lula, o líder histórico da Revolução, Fidel Castro Ruz; do general de Exército Raúl Castro, primeiro secretário do PCC; e do presidente Miguel Díaz-Canel.
                Entrega das mais de 2 milhões de assinaturas no evento em Havana 03/11/2019

Também, assinalou, "de todo o povo de Cuba incluídos os médicos cubanos que estiveram aqui no programa Mais Médicos", que atenderam 60 milhões de brasileiros.
Declarou que se entregou este quadro (foto de uma saudação entre Lula e Fidel Castro com o número de assinaturas) em Havana à presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, durante o Encontro Antimperialista de Solidariedade, pela Democracia e contra o Neoliberalismo.


                                   Gleisi Hoffman recebe as assinaturas em Havana 



(Com informação de Prensa Latina)


20 de nov. de 2019

20 DE NOVEMBRO - CONSCIÊNCIA NEGRA




Desigual e estrutural. O IBGE publicou nesta semana o estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil comprovando que a população negra é a maioria entre os desempregados, recebe menos, tem menor representação parlamentar e é a principal vítima de homicídios. No mercado de trabalho, por exemplo, pretos e pardos representam 64,2% dos desempregados e 66,1% dos chamados subutilizados. A desigualdade se revela também no item distribuição de renda. Os pretos ou pardos representam 75,2% do grupo populacional que têm os menores rendimentos. E são apenas 27,7% dos 10% da população com maior renda. O portal Nexo transformou os dados da pesquisa em gráficos. A única boa notícia da pesquisa é de que, pela primeira vez na história do país, o número de matrículas de estudantes negros e pardos nas universidades e faculdades públicas no Brasil ultrapassou o de brancos, representando 50,3% dos estudantes do ensino superior da rede pública. O levantamento revela ainda que a população negra e parda está melhorando seus índices educacionais de acesso e permanência. Segundo o IBGE, a melhoria destes índices é reflexo de políticas públicas, como o sistema de cotas.





                                                  lindo !!


Em 19/11 (ontem) um deputado federal em Brasília destruiu um quadro de uma exposição na Câmara Federal que retratava o genocídio negro praticado no Brasil - isso na véspera do dia 20 de novembro - dia da Consciência Negra. A Deputada Benedita da Silva deu uma linda resposta no Congresso:






Aqui a charge do Latuff que provocou a ira do deputado:



Como bem disse o próprio Latuff: "se fazem isso com um cartaz, imagina contra gente".....













19 de nov. de 2019

Gracias, Andrés Gómez, muchas gracias pelo honroso convite !




A Coalizão Aliança Martiana de Miami, composta por emigrados cubanos naquela cidade,  deu a honra ao Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba de participar da programação no dia 14 de novembro de 2019 em Havana.



A atividade se iniciou com uma visita ao cemitério de Colón onde foi depositada uma coroa de flores no Panteão dos Emigrados Revolucionários em homenagem aos emigrados de diferentes organizações que nos Estados Unidos lutaram pela independência de Cuba.  
Outra oferenda foi depositada no túmulo do generalíssimo Máximo Gómez.







 No mesmo local repousam os restos mortais dos pais do apóstolo José Martí.
  



Em seguida o grupo se dirigiu á sede do  Icap para um encontro com o seu presidente, Fernando González Llort e outras autoridades, onde o coordenador da Brigada Antonio Maceo, Andrés Gómez ratificou o compromisso dos ali presentes com a defesa da Revolução Cubana e pelo fim do bloqueio, com a presença dos heróis cubanos  Fernando, René González e Gerardo Hernández.


A seguir, os participantes  seguiram para a   Praça Central onde foi feita homenagem ao Herói da Pátria, José Marti com uma coroa de flores e algumas palavras referentes ao Apóstolo de Cuba.

                                                                    
Contamos, ainda com a honra de conhecer o senhor Juan Hidalgo, combatente revolucionário da primeira coluna de Fidel no triunfo da Revolução que aos 93 anos segue trabalhando e com uma humildade impressionante, relatando seus momentos com o Comandante, com o Che e outros na luta por um mundo melhor que Cuba segue construindo.

Não há palavras suficientes para agradecer aos companheiros que nos convidaram para atividade tão importante ! Uma honra participar de toda essa programação com pessoas tão especiais!

Obrigada a todos e todas, em especial ao querido companheiro Andrés Gómez. 

SEGUIMOS !!!