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6 de jul. de 2020

Se tem quem mereça o Nobel da Paz é essa turma !




   
             Enquanto em diversos países do mundo vemos crescer a Campanha Internacional pela indicação ao Prêmio Nobel da Paz aos Médicos Cubanos, aqui no Brasil nos somamos a essa tão justa reivindicação. 
        A nomeação ao Nobel na verdade é para o Contingente Internacional de Médicos Especializados no Enfrentamento de Desastres e Graves Epidemias Henry Reeve. O nome é muito grande e por isso é designado como Brigada Henry Reeve.  São esses agentes de saúde (porque também fazem parte da Brigada enfermeiros, técnicos e outros profissionais) que estão sendo indicados, especialmente nesse período em que o mundo vive um período de pandemia onde essa Brigada tem atuado de uma forma heróica.(ver texto abaixo) 

      No Brasil não tivemos contato com a Brigada especificamente mas sim com os médicos cubanos no Programa Mais Médicos. 
Chegamos a ter mais de 14000 deles atuando nos lugares mais inóspitos de nosso país entre 2013 e 2018.  Deixaram aqui muita saudade, muitos pacientes que se tornaram amigos e uma lacuna que até hoje não foi preenchida com mais de 20 milhões de  brasileiros sem atendimento médico e mais de 700 municípios também sem qualquer atenção médica.

       Quando os médicos cubanos do convênio do PMM começaram a chegar ao Brasil foram recebidos nos aeroportos por algumas pessoas que protagonizaram espetáculos deprimentes de ofensas e hostilidades absolutamente gratuitas. Cenas deploráveis.

       Dessa forma, em novembro de 2016 quando o Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba foi informado pelo mandato do Vereador Leonel Brizola Neto da iniciativa de outorgar aos médicos cubanos a Medalha Pedro Ernesto (maior honraria da cidade), convidado a comparecer, nós do Comitê ali uma oportunidade de fazer um desagravo àquela "recepção" nos aeroportos em 2013 e editamos um vídeo em agradecimento em nome do país pelo relevante trabalho que aqui prestaram aos brasileiros mais humildes.





A Medalha de Mérito Pedro Ernesto foi entregue  pelo Vereador Leonel Brizola Neto ao representante do programa do Mais Médicos no Rio de Janeiro, Dr. Alexander Villanueva Palmero extensiva aos demais participantes, com a presença da Cônsul Geral de Cuba Nélida Hernandez Carmona.


     Ali no salão da Câmara Municipal do Rio de Janeiro e antes da cerimônia apresentamos o vídeo de reconhecimento que foi um momento de muita emoção. Aqui o vídeo (20 min) : 





     Para quem quiser se unir à Campanha do Prêmio Nobel da Paz:
                               https://www.cubanobel.org/assine_a_peticao




Um Nobel verdadeiramente merecido
Ángel Guerra Cabrera

    Um grupo de importantes personalidades lançou a iniciativa de indicar ao   Prêmio Nobel da Paz as Brigadas Médicas Cubanas que combatem o Covid-19 em 27 países e que ao longo dos anos têm atuado heroicamente no confronto a numerosos desastres naturais e epidemias ao redor do mundo. A ideia é muito justa e oportuna uma vez que os médicos internacionalistas cubanos são, nestes tempos de pandemia, desigualdade extrema e insuportável injustiça social, um paradigma dificilmente igualável de solidariedade humana e entrega à causa de salvar vidas.
Isso, em marcado antagonismo com o desenfreado egoísmo do America First  propagandeado por Donald Trump, enquanto a Casa Branca expõe a saúde e a vida de milhões de estadunidenses no altar do business is business, promovendo a propagação descontrolada do vírus e da morte, como se fossem poucas as gravíssimas violações aos direitos humanos que comete sistematicamente, dentro e fora de suas fronteiras. Se o Nobel tem que ser uma consagração a quem busca o bem comum, a justiça e a cooperação internacional, estes candidatos são seus merecedores, pois como afirmou Noam Chomsky: nenhum país tem tido uma atitude internacionalista como a de Cuba ante a pandemia.
Para apoiar a proposta, assinar em  www.cubanobel.org
Chomsky é precisamente um dos que  advoga pela entrega do prêmio aos médicos cubanos junto aos Prêmios Nobel Adolfo Pérez Esquivel e Alice Walker; o líder do Movimento dos Sem Terra de Brasil, João Pedro Stédile; o jornalista Ignacio Ramonet; os atores Danny Glover e Mark Ruffalo; os músicos Chico Buarque, Silvio Rodríguez e Tom Morello; os escritores Luis Britto e James Early, e os realizadores Oliver Stone e Petra Costa. Uma campanha de apoio à iniciativa foi lançada no Brasil pelo teólogo Leonardo Boff e o capítulo brasileiro da Rede Em Defesa da Humanidade e existem convocações semelhantes na França, Argentina e Itália. O movimento expande-se velozmente enquanto desde Washington, com Pompeo à frente e um ódio irrefreável, vertem-se veneno e ameaças contra a cooperação médica cubana em um dia sim e o outro também. É natural que a um grupo filofascista, como o que hoje detém o governo na potência do norte, lhe provoque raiva uma atividade de tão profundo conteúdo humanista e totalmente contrária à lógica do mercado. Trata-se também de privar Cuba de sua primeira fonte de divisas, já que ainda que em países pobres a cooperação de Cuba é quase gratuita, há outros muitos que sim dão uma contraprestação.
A metade dos 6 mil 250 médicos de que dispunha Cuba em 1959 desertou pouco depois do triunfo da Revolução. Mas em 1960, Havana enviou uma brigada médica para atender às vítimas do megaterremoto que assolou a Chile. Em 1963 enviou uma brigada de 55 médicos à Argélia recém-independente. A partir de então foi comum encontrar médicos cubanos na África. Em 1970 despachou uma brigada médica ao Peru para atender as vítimas do terremoto de Áncash . A visão e a vontade política de Fidel Castro fez com que muito cedo se empreendesse um programa de formação de pessoal de saúde que levou a que hoje existam 13 universidades médicas e a que Cuba seja um dos países que possui mais médicos por habitantes no mundo. Também conduziu à criação do grande complexo de centros de investigação biomédica, que tem sido imprescindível para produzir medicamentos de ponta apesar do cada vez mais asfixiante bloqueio ianque, proteger a população de muitas doenças infecciosas e produzir nacionalmente oito das vacinas que se administram anualmente.
Desde 1963 mais de 600 mil trabalhadoras e trabalhadoras da saúde cubanos têm levado seus serviços a mais de 164 países. Mais de 2 mil combatem o coronavirus em 28 nações, ao redor de 700 no México. No Caribe são mais de 600.
Em 2005, na passagem do furacão Katrina por Nova Orleans, Fidel propôs ao governo de Estados Unidos o envio de uma importante força médica para atender os atingidos. Com Bush na presidência a resposta foi negativa, mas o fato deu lugar à criação pelo comandante do Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastres e Graves Epidemias Henry Reeve. Reeve foi um jovem de Brooklyn que morreu combatendo nas fileiras independentistas cubanas, onde por seu valor e capacidade ganhou muito jovem o grau de general e uma grande admiração e carinho dos cubanos.
Desde sua criação, o contingente tem atuado ante terremotos (Paquistão, 2005; Indonésia, 2006; Peru, 2007; China, 2008; Haiti, 2010; Chile, 2010; Nepal, 2015; Equador, 2016), chuvas intensas (Guatemala, 2005; Bolívia, 2006; México, 2007; El Salvador, 2009; Chile, 2015; Venezuela, 2015), emergências médicas (cólera em Haiti, 2010; ébola em Serra Leoa, Guiné Conakri, Liberia, 2014) e furacões (Dominicana, 2015; Ilhas Fiji, 2016; Haiti, 2016).
 Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 


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