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12 de out. de 2020

AS CRIANÇAS DE CHERNOBYL


A atenção gratuita à saúde que Cuba presenteia a outros povos não é novidade e é um dos princípios da Revolução Cubana, a solidariedade internacionalista. 
Portanto, também não é uma novidade a campanha mundial ao Prêmio Nobel da Paz para a brigada médica cubana, nem ela acontece em função da pandemia que o mundo enfrenta com a Covid-19.  Tampouco essa solidariedade surge com a criação do Contingente Internacionalista de Médicos Especializados no Enfrentamento de Desastres e Graves Epidemias Henry Reeve  (Brigada Henry Reeve) criada em 2005 pelo Comandante Fidel Castro. Ela é anterior.

       Dentre os fatos mais marcantes dessa solidariedade internacional um desafio que Cuba aceitou e cumpriu foi marcante: o  caso de  uma tragédia explorada recentemente em uma TV a cabo  no filme "O tradutor" assim como uma mini série  (Chernobyl) que conta parte da história do maior desastre nuclear da história da humanidade. 

     Em 26 de abril de 1986 um reator da Usina Nuclear de Chernobyl explodiu, contaminando com radiação uma área de 130 Km2 com 7 milhões de habitantes soviéticos (território que abrangia parte da Ucrânia, da Rússia e da Bielorússia). 
       Em 1989 (3 anos depois) a Ucrânia pediu ajuda internacional para as crianças vítimas da tragédia. Cuba foi o único país que respondeu ao pedido e acolheu as crianças (isso faz lembrar o pedido da Itália na Covid neste ano de 2020....). De 1990 a 2011 o país recebeu e tratou mais de 25 mil "Crianças de Chernobyl" . O primeiro voo com 139 crianças com problemas onco-hematológicos chegou a Havana em 1990 sendo recebidas pelo próprio Fidel no aeroporto, veja aqui: 


https://www.youtube.com/watch?v=0NUteTIUisM&ab_channel=Nossa%C3%89poca


      Essas crianças foram levadas inicialmente para dois hospitais pediátricos em Havana e depois para um alojamento localizado na região praiana de  Tarará. A região havia sido urbanizada nos anos 1950 pela ditadura de Batista, com a construção de um resort para atender à burguesia cubana da época e turistas estadunidenses . Ali  foi o lugar indicado pelo governo cubano para instalar o alojamento, uma vez que as acomodações,  o mar, o sol e o clima favoreciam o tratamento das crianças. 
                                                           
                                                                     
                                            Veja mais: http://pt.granma.cu/cuba/2019-06-20/o-amor-de-cuba-abracou-chernobyl

Importante contextualizar que no período em que Cuba decide acolher as vítimas de Chernobyl é o mesmo do início do conhecido Período Especial, época da maior crise econômica enfrentada por Cuba pela queda do bloco socialista em 1989, véspera da dissolução da parceira União Soviética e pelo acirramento do bloqueio instaurado pelo governo estadunidense contra o país. 



     

      Apesar de todos esses reveses - que não eram poucos - Cuba sozinha tratou mais crianças de Chernobyl do que o resto de todos os países do mundo. Essa é a parte da história que os filmes, séries e mídia não contam. A parte que falta contar.

        Nas palavras da médica ucraniana Elena Topka  no alojamento de Tarará: " Nenhum país nos ajudou como Cuba."

     Aqui mais uma ressalva importante que diz respeito ao Brasil diretamente: em setembro de 1987 o Brasil protagonizou  o maior acidente radiológico de todos os tempos, o Pesadelo de Goiânia com o Césio 137.  Em 1992 Cuba recebeu e acolheu 53 vítimas afetadas pelo material radioativo para tratamento totalmente gratuito, assim como com as crianças de Chernobyl. 

 Mais informações: https://solidariedadecubarj.blogspot.com/2019/07/a-historia-esquecida-do-acidente-de.html  










        Aqui um trecho de um lindo texto do companheiro Fernando Mousinho sobre o assunto : 

               Uma solidariedade internacionalista, mas também uma demonstração de que, no socialismo, a vida humana não é mercadoria. Uma solidariedade por todos sentida, mas que, só o amor de mãe é capaz de sintetizá-la tão bem.

Portanto, a ‘Carta das Mães de Chernobil’ à Organização Mundial de Saúde, à Organização Panamericana de Saúde e à opinião pública internacional, é um testemunho da pujança da revolução cubana em todos os sentidos. Diz o texto na íntegra:

 Cumprimos o sagrado dever de agradecer e reconhecer às crianças cubanas, seus pioneiros, ao Ministério e trabalhadores da saúde, ao pensador e arquiteto da saúde mundial, o presidente Fidel Castro, e ao seu povo, por serem capazes de transformar os sonhos em realidade, o sofrimento e o egoísmo humano em fraternal serviço para enfrentar, junto a outros povos do mundo, a crua realidade das catástrofes a que a humanidade periodicamente está submetida”.

       Tudo que Cuba faz pelo seu povo e por outros povos não faz para ganhar nada a não ser o sentimento de seguir o princípio da solidariedade internacionalista da Revolução Cubana, do dever cumprido com a humanidade. como comprovam as  palavras do Cônsul Sérgio Lopez na época: 

“Fidel me disse: Não quero que você vá à imprensa ou que a imprensa vá ao consulado. Este é um dever elementar que estamos fazendo com o povo soviético, com uma cidade irmã. Nós não estamos fazendo isso por publicidade”.

         Por último, cumpre acrescentar um dado importante: Cuba faz tudo isso mesmo tendo grandes problemas econômicos e financeiros. É um país pequeno, pobre, com poucos recursos naturais e não bastasse essa realidade, outra mais criminosa se abate sobre a ilha: um bloqueio genocida, criminoso e cruel que os governos dos EUA insistem em impor ao povo cubano. Um bloqueio absolutamente irracional, sem motivação, sem finalidade a não ser a de tentar fazer com que os cubanos se dobrem, se submetam a seus desígnios e se voltem contra seu próprio governo e sistema social. Isso não vai ocorrer, já está mais do que provado, mas a obsessão os faz continuar asfixiando toda uma população.  Por isso mesmo a solidariedade internacional a Cuba reitera a cada momento:

O bloqueio continua ? A solidariedade também

#NoMasBloqueo     #BastaDeBloqueio   #SeguimosJuntos!! 


Participe da Campanha pelo Prêmio Nobel da Paz à Brigada Cubana

www.cubanobel.org/assine_a_peticao


Grupo cubano de crianças e jovens Abrakadabra em mensagem de amor, paz e humanidade no Dia das Crianças:












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