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13 de set. de 2021

OS "DEFENSORES" DOS DIREITOS HUMANOS


Os métodos especiais de interrogatórios na prisão localizada na ilegal base em  Guantánamo são  conhecidos pelos presidentes estadunidenses. Foto: EFE


   Em 2002, quando Mohamedou Oul Slahi foi feito prisioneiro de "algum lugar sombrio do mundo" para a prisão montada pelos Estados Unidos na base ilegal de Guantánamo, o presidente dos EUA era George W. Bush, o autor da "cruzada contra o terrorismo" e das invasões do Iraque e Afeganistão

    Em 29 de agosto de 2021, um ataque por um drone americano matou 12 membros de uma família, incluindo sete crianças, em Cabul, capital do Afeganistão. A ordem foi dada pelo presidente Joe Biden, que havia decidido retirar as forças militares de seu país de solo afegão, e a justificativa para o fato foi tornada pública por Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, que disse à imprensa que “Acreditamos que os procedimentos foram seguidos corretamente e que foi um ataque justo".

    Resumindo, pode-se inferir que para os governos dos Estados Unidos - seja democrata ou republicano -, tanto a tortura de prisioneiros como os de Guantánamo, ou o já citado ataque que matou crianças afegãs, sob o pressuposto de um possível ato terrorista em Cabul, são totalmente justificados.

    No primeiro dos casos, o do ex-recluso Slahi, este foi detido e torturado entre 2002 e 2016 naquela prisão, sem qualquer acusação.

   Essas realidades foram expostas pela estação de televisão pública alemã, NDR, que, de acordo com uma investigação conjunta com o semanário Die Zeit, entrevistou vários ex-militares americanos, participantes da tortura de prisioneiros, quando eles estavam naquela prisão ilegal.

     Um dos soldados, que se identificou como Mister X, narrou a forma como torturaram os reclusos, incluindo o mauritano Slahi, a quem aplicaram técnicas avançadas de tortura, em busca de uma confissão sobre supostas ligações com Osama Bin Laden. O próprio Senhor X se orgulha de sua experiência no Afeganistão e no Iraque.

   Um analista da ex-equipe militar confirmou que os "métodos especiais de interrogatório" no caso de Slahi foram pessoalmente aprovados pelo então chefe do Pentágono Donald Rumsfeld.

     O ex-prisioneiro mauritano lembra que um de seus torturadores esvaziou repetidamente baldes de água gelada em seu corpo. “Eles queriam que ele confessasse, mas mesmo que tivesse algo a dizer, não poderia mais falar, porque tinha sintomas de hipotermia”, explicou Slahi, 51, citado pela EFE.

    Em 2003, Slahi recebeu uma carta aparentemente oficial do Departamento de Estado ameaçando levar sua mãe para Guantánamo e deixá-la nas mãos dos prisioneiros, caso eles não confessassem.

   Em entrevista à NDR, o chefe da equipe de interrogatório, Richard Zuley, Comissário da Polícia de Chicago, destacou a esse respeito: a ameaça de estupro contra sua mãe, contida na carta forjada, fez com que seus olhos se enchessem de lágrimas que caíram de seu rosto.

    No entanto, meses depois, um detector de mentiras estabeleceu que a confissão de Slahi, após a ameaça de estupro de sua mãe, consistia essencialmente em informações falsas e a repetição do teste confirmou a suspeita.

Bloqueio não ! Solidariedade Sim !!


Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 

http://www.granma.cu/mundo/2021-09-07/los-defensores-de-los-derechos-humanos-07-09-2021-22-09-57

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