ÍNDICE

6 de out. de 2021

SENIL E MENTIROSO

                                                


     Arthur González

   O primeiro discurso do presidente Joe Biden na 76ª Assembleia Geral da ONU, em 21 de setembro de 2021, demonstrou a lamentável situação em que se encontra sua saúde mental, por ter  errado 20 vezes segundo a própria Casa Branca e mentir, sem um mínimo de vergonha, quanto à posição assumida pelos Estados Unidos, como se no mundo de hoje só existissem analfabetos políticos e cretinos.

   Um de seus delírios foi quando afirmou: “Não estamos interessados ​​em uma nova Guerra Fria com países autoritários como a China, nem em um mundo dividido em blocos rígidos”.

    Se o que os Estados Unidos fazem contra o gigante asiático e a Rússia, acusando-os permanentemente de fatos falsos, impondo-lhes sanções, demonizando-os perante a opinião pública e chamando o presidente Vladimir Putin de assassino, não é uma guerra fria, então o que será?

    Sua ação mais recente contra a França, ao assinar um novo acordo para a formação de outro bloco militar com o Reino Unido e Austrália, AUKUS, para a venda de submarinos nucleares para a Austrália, é a prova irrefutável de que os ianques não têm ética, eles vão continuar dividindo o mundo em blocos para atentar contra a paz, em uma área próxima à China e à Coréia do Norte.

    Em sua manobra para esconder a verdade de seu regime imperialista, Biden expressou:

O futuro pertencerá àqueles que abraçam a dignidade humana, não àqueles que a espezinham e que tentam sufocar seu povo com mão de ferro”.

    Será que o presidente idoso acha que a população mundial esqueceu o que a polícia dos Estados Unidos fez para reprimir os negros, diante das manifestações pelo vil assassinato de George Floyd e aquele realizado durante os protestos de rua em agosto de 2014, quando Michael Brown foi assassinado por um policial branco em Ferguson, Missouri?

     Os ianques não respeitam a dignidade humana e sufocam com armas de fogo qualquer tentativa de protestos de massa, em violação dos direitos humanos e da tão alardeada democracia que exigem dos outros.

    Enquanto Biden falava na ONU e demonizava Cuba e Venezuela, o guarda de fronteira do estado do Texas montado a cavalo dava uma aula de "democracia e respeito pela dignidade humana", dando chicotadas contra haitianos que tentavam pedir asilo nos Estados Unidos, cenas semelhantes aos dos proprietários de escravos do século XIX. No entanto, desta situação hedionda não há nenhum pronunciamento de condenação por parte do Departamento de Estado e muito menos do Parlamento Europeu ou da OEA.


   Em suas muitas mentiras, Biden garantiu o fim da guerra fria, mas deixou de citar os bilhões de dólares que seu regime destina anualmente às frentes de ONGs da CIA, NED e USAID entre outras, para subverter a ordem interna dos países que têm governos insubornáveis, sujeitos a guerras comerciais, econômicas e financeiras, junto com atos de terrorismo perpetrados pelos ianques para impedir seu desenvolvimento, assim como fazem contra Cuba e Venezuela.

   Muita demagogia derramou o idoso presidente em seu discurso aos participantes da 76 Assembleia Geral da ONU, a respeito do combate à Covid-19 e das mudanças climáticas, esquecendo a má gestão da Casa Branca em ambas as questões, mesmo com medidas que atrapalham os planos de outras nações, entre elas a forte oposição ao levantamento das sanções econômicas e financeiras contra Cuba e Venezuela, para que não possam adquirir medicamentos e equipamentos para os pacientes de Covid.

    Enquanto afirma lutar contra o terrorismo, dá total apoio aos grupos terroristas que atuam da Colômbia contra a Venezuela e recentemente libertou o notório terrorista cubano Eduardo Arocena, condenado a duas penas de prisão perpétua pelo assassinato de pelo menos duas pessoas, uma delas um diplomata cubano, perante a ONU, e a colocação de 100 bombas que explodiram dentro dos Estados Unidos, segundo argumentos do FBI.

     Tampouco se manifestou a favor de um diálogo respeitoso com o Irã, a respeito do acordo nuclear que os Estados Unidos abandonaram por arrogância imperial.

    Quando  se referiu ao fato de que "o futuro pertencerá àqueles que abraçam a dignidade humana, não àqueles que a pisoteiam e tentam sufocar seu povo com mão de ferro", deveria ter condenado Israel nominalmente, por massacrar constantemente os palestinos, assassinam civis indefesos, encarceram menores e roubam parte de seu território, sem respeitar as resoluções da ONU.

    Para este aliado incondicional dos ianques não há sanções nem guerras econômicas e financeiras, pelo contrário, apoios e muito dinheiro.

     Tampouco se desculpou com o povo afegão pelo assassinato de milhares de cidadãos e pela destruição e miséria que vinte anos de uma invasão injustificada deixaram naquele país, desrespeitando o mundo ao dizer que: “Os Estados Unidos renovaram seu compromisso de lutar contra a fome no mundo, por meio da ajuda alimentar e da promoção da saúde ”, quando suas tropas e a política intervencionista só provocam o contrário, algo verificável ao observar as imagens de cidades destruídas pelos bombardeios norte-americanos na Síria, Líbia, Iêmen e Afeganistão.

    A situação atual na América Latina é mais uma prova de que as políticas neoliberais promovidas a partir de Washington são a causa fundamental dos milhares de emigrantes que fogem do capitalismo selvagem e dos protestos brutalmente reprimidos no Chile, Colômbia e Brasil.

       Em contraste com o discurso demagógico de Biden, o Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, em uma análise objetiva e real, expressou na abertura da Assembleia Geral:

“O mundo nunca esteve tão ameaçado ou tão dividido [...] Receio que estejamos deslizando para dois conjuntos diferentes de fatores econômicos, negócios, normas financeiras e tecnológicas, duas abordagens divergentes no desenvolvimento da inteligência artificial e, em última análise, duas estratégias militares e geopolíticas. Uma receita para um conflito muito menos previsível que a guerra fria ”.

     Antes de apontar outras nações, Biden deve trabalhar para eliminar a violência armada que abala seu próprio país, que aumentou 9% em relação a 2020, acumulando até o momento 14.516 mortos, situação que se tornará a pior do século, algo que o presidente idoso não vê também.

Por isso José Martí expressou:

"Tumba grande constrói a maldade com suas próprias mãos."


                             

Tradução: Carmen Diniz

http://razonesdecuba.cu/senil-y-mentiroso/

Nenhum comentário:

Postar um comentário