ÍNDICE

28 de jun. de 2022

PRESIDENTE CUBANO SE REÚNE COM REPRESENTANTES DA PREFEITURA DE MARICÁ (RJ)


O presidente cubano enviou uma saudação a João Pedro Stédile, dirigente do MST  e destacou os nexos nestas e em outras áreas de interesses que se desenvolveram entre Cuba e o Brasil durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef .FOTO: @PRESIDENCIACUBA.

Presidente cubano se reúne com representantes de prefeitura brasileira

    O primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e presidente da República, Miguel Díaz-Canel, recebeu na segunda-feira à tarde uma delegação da prefeitura do município brasileiro de Maricá, em visita a Cuba para se reunir com representantes de diferentes instituições para promover vínculos com a indústria biofarmacêutica e explorar acordos de colaboração em outras áreas, como saúde, educação e cultura.

     A visita, coordenada pelo Movimento Sem Terra do Brasil, é liderada por Diego Zeidan Cardoso Siqueira, vice-prefeito deste município, localizado a cerca de 50 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro(foto).

Díaz-Canel ponderou as potencialidades de colaboração que poderiam desenvolver-se entre Maricá e Cuba e ratificou à delegação carioca seu apoio nesse  projeto. FOTO: @PRESIDENCIACUBA.

   Acompanhado, entre outros, por Celso Pansera, Secretário de Ciência e Tecnologia da prefeitura, e Solange Regina de Oliveira, Secretária de Saúde, Diego Zeidan destacou o reconhecimento de seus compatriotas pelo desenvolvimento de Cuba no setor científico.

    Ele também destacou a contribuição que a ilha pode dar ao interesse de seu município em diversificar sua economia, especialmente na indústria farmacêutica e biotecnológica, assim como na agricultura e no turismo.

     "Temos um programa de ação, de desenvolvimento do nosso território", disse ele, inspirado no que está sendo feito em Cuba, explicou o jovem político ao enfatizar o interesse do governo de seu município em estabelecer uma sólida cooperação com a maior das Antilhas.

    O presidente cubano enviou saudações a João Pedro Stedile, líder do Movimento dos Sem Terra, e destacou os vínculos nestas e outras áreas de interesse que se desenvolveram entre Cuba e Brasil durante os governos de Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

     Díaz-Canel ponderou sobre o potencial de colaboração que poderia ser desenvolvido entre Maricá e Cuba e ratificou à delegação do Rio de Janeiro seu apoio neste projeto.

O primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e presidente da República Miguel Díaz-Canel recebeu na tarde desta segunda-feira uma delegação da prefeitura brasileira de Maricá.  FOTO: @PRESIDENCIACUBA.

    Entre outros assuntos, o líder caribenho também explicou aos visitantes o trabalho de prevenção e controle que o país realizou nos últimos dois anos na luta contra a pandemia, e que teve entre seus maiores marcos a conquista de vacinas cubanas contra a covid-19.

   Do lado cubano, participaram da reunião o vice primeiro ministro Jorge Luis Perdomo Di-Lella; Ángel Arzuaga Reyes, chefe adjunto do Departamento de Relações Internacionais do Comitê Central do Partido, e o doutor em ciências Eduardo Martínez Díaz, presidente do grupo empresarial Biocubafarma, assim como outros funcionários.


Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba

http://www.cubadebate.cu/noticias/2022/06/28/presidente-cubano-se-reune-con-representantes-de-alcaldia-brasilena/




27 de jun. de 2022

JULGAMENTOS EM CUBA NA MÍDIA OU… ENFIM, A HIPOCRISIA

Contrarrevolucionários  pedindo invasão estadunidense a Cuba.

                                      
Marcia Choueri*

          Entre os dias 30 e 31 de maio deste ano, foram julgados pelo Tribunal Municipal Popular de Centro Habana, em Cuba, os acusados Luis Manuel Otero Alcántara, Maikel Castillo Pérez, Félix Roque Delgado e as acusadas Juslid Justiz Lazo e Reina Sierra Duvergel.

        O primeiro e o terceiro foram condenados a cinco anos de privação de liberdade; o segundo, a nove anos; as duas últimas, a 3 anos, mas vão cumpri-los em liberdade.

        As acusações são de atentado, desacato, resistência ante a autoridade, desordem pública, difamação das instituições e organizações dos heróis e mártires, e ultraje aos símbolos da pátria.

        Para quem não se lembra – e é fácil ter esquecido, por sua absoluta falta de importância – eles são membros do chamado Movimento San Isidro, nome que adotaram porque residem nas cercanias dessa rua de Centro Havana. Mas eles não foram julgados pela má qualidade artística de suas obras e músicas, já que isso é questão de gosto pessoal, e muito menos pelo que pensam ou expressam politicamente. Não são presos de consciência, nem presos políticos, como a grande mídia internacional, inclusive a brasileira, quer nos convencer.

        Um dos atos de que eles foram acusados – quando praticaram atentado, desacato, resistência e desordem –, falando em bom brasileiro, foi o seguinte: eles armaram pro policial. Fizeram uma cena em Centro Habana, provocando a polícia, para poder fazer vídeos e divulgá-los pelas redes sociais.

        Isso aconteceu em 4 de abril de 2021. Naquele momento, aqui em Cuba era obrigatório o uso de máscaras em locais públicos. Juslid passou com o rosto desprotegido bem do ladinho de uma viatura. Quando o policial, sem nem descer do carro, alertou-a para que pusesse a máscara, o Maikel Castillo foi em direção a ele e começou a gritar, para formar confusão. Até tentou entrar na viatura, mas não conseguiu.

        O policial saiu do carro e lhe pediu os documentos, que ele se recusou a entregar, dizendo que não tinha, e gritando mais ainda, para aumentar o show. O policial tentou contê-lo e levá-lo para viatura, e foi quando os outros entraram em cena. Rasgaram a farda dos dois policiais – porque aí também já estava o parceiro, afinal eles andam em duplas é para isso mesmo -, bateram nos agentes, tentaram roubar a arma, enfim, um espetáculo para as mídias. Tudo isso está registrado nos próprios vídeos que eles gravaram, ninguém inventou nada.

        Os crimes de difamação das instituições e organizações, e dos heróis e mártires de Cuba, eles praticaram de forma reiterada, por suas redes sociais.

        E, no caso do Otero Alcántara, ele praticou o crime de ultraje aos símbolos pátrios várias vezes. Ele diz que é arte, mas o que fez foi divulgar fotos usando a bandeira cubana como toalha, inclusive sentado no vaso sanitário. Fez isso entre 15 de agosto e 5 de setembro de 2019. (fotos)



        


            O que eu descrevi são fatos comprovados com imagens publicadas pelos próprios acusados, então, ninguém pode dizer que estou falseando. Eles foram julgados por um tribunal legítimo, sem pressa – veja as datas dos fatos – e receberam as penas previstas no Código Penal em vigor. Como é óbvio, eles estavam conscientes do peso de seus atos e das consequências, porque a lei é pública.

        Vamos então a uma interpretação de tudo isso. Alguém poderia dizer (como de fato estão dizendo) que é uma pena pesada, desproporcional às ações praticadas. Tá, posso aceitar, desde que seja um cubano a dizer isso. Sabe por quê? Porque um brasileiro não é capaz de entender a importância dos símbolos pátrios em Cuba. É uma questão de cultura, nós, brasileiros, simplesmente não damos essa importância. A maioria nem sabe o que é um símbolo pátrio. E foi por isso mesmo que ele se enrolou na bandeira, percebe? Ele sabia que ofenderia o sentimento de patriotismo do seu próprio povo, era esse o objetivo.

        Vale o mesmo raciocínio para os heróis e mártires. Que brasileiro ficaria minimamente preocupado, se alguém xingasse, sei lá, o Tiradentes? Nenhum. Mas todos os cubanos respeitam e até veneram Martí ou o Che, só pra mencionar dois exemplos. Então, só temos de aceitar que para os cubanos é, sim, importante. E respeitar isso.

        E agora vamos à hipocrisia. De novo, em bom brasileiro: os caras primeiro provocaram os policiais, depois resistiram à ordem de entrar na viatura, bateram nos agentes, rasgaram a farda, tentaram roubar uma arma… sabe quando um jovem negro brasileiro sairia vivo dessa experiência? Ou colombiano, ou chileno, ou… É nunca! O policial nem tirou o cassetete do cinto, não fez nenhum gesto violento. E a imprensa brasileira quer fazer tititi? Fazer esse assunto render? A mesma imprensa que se calou e enriqueceu durante a ditadura, quando os jovens que lutavam pelos direitos do povo brasileiro eram sequestrados pelas forças de segurança na calada da noite, assassinados ou “desaparecidos”? A mesma imprensa que se cala ante os homicídios diários praticados pelas PMs do Brasil?

        Desde quando é importante, para a mídia internacional, um julgamento por delitos comuns em um tribunal municipal em Havana? Julgamento, aliás, que ainda está sujeito a recursos.

        Dá até raiva, de tão evidente a intenção! Trata-se de mais um lance no tabuleiro da guerra não convencional contra Cuba. Serve para justificar as ações contra a Ilha em organismos internacionais, com o pretexto de que aqui não se respeitam os direitos humanos. Serve, em última análise, para justificar o bloqueio, esse crime que já dura mais de 60 anos e impõe a escassez e as inúmeras dificuldades cotidianas a quem vive na Ilha.

        Não se deixe enganar, a grande mídia simplesmente está, como sempre, servindo aos interesses do imperialismo.

                                




*Marcia é integrante do Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba residente em Havana

       

22 de jun. de 2022

UMA HOMENAGEM AO JORNALISMO E A JULIAN ASSANGE NO BRASIL #FreeAssangeNOW

Foto : Vivi Bueno 

Carmen Diniz*

     Nesta terça-feira (21) uma linda homenagem aos jornalistas foi realizada. Na Câmara Municipal da cidade de São Paulo um Ato Solene marcou a comemoração do Dia do Jornalista e da Liberdade de Imprensa e o Salão Nobre da instituição recebeu várias entidades com essa finalidade. 

     Estudantes de Centros Acadêmicos de diferentes universidades de jornalismo e comunicação compareceram à atividade após um chamado dos jovens a seus  professores e reitores. 

                             




     Os saudosos  jornalistas Audálio Dantas, Elifas Andreato e o sempre lembrado Vladimir Herzog tiveram seus nomes homenageados além de uma convocação à adesão dos presentes à campanha pela libertação do jornalista australiano Julian Assange.

    A representante do Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos - Capítulo Brasil fez um resumo da atual situação jurídica de Assange que se encontra encarcerado na prisão londrina de segurança máxima de Belmarsh com ameaça de extradição para os EUA onde provavelmente enfrentará 18 acusações totalizando uma pena de 175 anos de prisão, instando os presentes à adesão à campanha.

Foto: Maria Ferreira 


           O ato foi intrinsicamente uma denúncia ao momento atual do país com a perseguição dos profissionais da informação . Uma impactante  homenagem ao indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Philips foi a leitura do texto de Eliane Brum ao som do coral Martin Luther King entoando a canção já conhecida que Bruno cantava - além de sons da floresta.   (https://www.youtube.com/watch?v=uTYiTM441mU&ab_channel=ABITV ) Uma performance emocionante. 


                     Uma terça-feira de emoções e esperanças. 

                              #FreeAssangeNOW

                          #AssangeLivre 



*
Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos - Capítulo Brasil

20 de jun. de 2022

A AUSTRÁLIA DEVE TER A "CORAGEM DE EXIGIR A LIBERDADE DE ASSANGE"

                                               


A Austrália deve ter a "coragem de exigir a liberdade de Assange" dos EUA, diz  advogada de direitos humanos

A equipe jurídica de Julian Assange está trabalhando contra o relógio para apelar da decisão do Reino Unido de aprovar a extradição do fundador do WikiLeaks para os EUA. A advogada de direitos humanos e aliada da campanha para libertar Assange, Adriana Navarro, disse à SBS Spanish que, embora o novo governo australiano tenha mudado de tom no caso, ele poderia ter um papel mais ativo na negociação de sua libertação.

Os apoiadores do Wikileaks e Assange anunciaram que apelarão da decisão do governo britânico, cuja Ministra do Interior, Priti Patel, assinou na sexta-feira a ordem de extradição do fundador do WikiLeaks para os Estados Unidos, onde ele é procurado para julgamento por causa da publicação em massa de documentos confidenciais.

A equipe jurídica de Assange lamentou que a sexta-feira tivesse sido um "dia negro para a liberdade de imprensa e para a democracia britânica".

O conselheiro jurídico da Campanha Australiana de Assange, Greg Barns, confirmou que a decisão não significou o fim da batalha legal, que se arrastou por mais de uma década.

Ele é um cidadão australiano que enfrenta mais de 170 anos de prisão por ter revelado crimes de guerra.

"Muitos australianos acham que isso não deveria estar acontecendo, incluindo os principais jornalistas deste país. O governo australiano pode dizer a seus aliados em Londres e Washington que quer encerrar um caso que já durou muito tempo", acrescentou Barns.

Os EUA querem julgar o jornalista por espionagem e podem condená-lo a até 175 anos de prisão se for condenado por publicar no WikiLeaks cerca de 700.000 documentos militares e diplomáticos secretos dos EUA, principalmente sobre suas operações no Iraque e no Afeganistão.

Enquanto isso, a Ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, e o Procurador Geral Mark Dreyfus, em conjunto, reconhecem a decisão do Reino Unido, observando que Assange tem vários caminhos pelos quais pode recorrer da decisão.

O Chanceler Wong e o Procurador Geral Dreyfus dizem que "continuarão a transmitir a expectativa de que Assange tenha direito ao devido processo legal, tratamento humano e justo, acesso a cuidados médicos apropriados e acesso à sua equipe jurídica".

A advogada de direitos humanos Adriana Navarro, que também faz parte da campanha #FreeAssange, disse à SBS Spanish que o jornalista australiano continua apresentando a mesma fragilidade física e emocional pela qual um tribunal britânico havia anteriormente negado sua extradição em 2021, decisão que foi posteriormente revertida após um recurso bem sucedido dos EUA.

                              

Adriana Navarro à esquerda da foto.

"Naquela ocasião (o tribunal) considerou que as condições nas prisões americanas eram tão opressivas, e a saúde mental de Julian Assange tão precária, que possivelmente levaria à sua morte se ele fosse extraditado", explica a advogada.

Navarro lembrou que, após a decisão do tribunal, os Estados Unidos apresentaram um recurso onde ofereceram garantias ou "garantias diplomáticas", e garantiram que Assange receberia "os tratamentos necessários para garantir que ele não cometeria suicídio na prisão" se fosse extraditado.

No entanto, a advogada aponta que as prisões nos Estados Unidos não são administradas pelo Estado, mas por empresas privadas que frequentemente aplicam punições excessivas, tais como isolamento prolongado de detentos em solitárias e outras condições de tratamento inadequado para pessoas com situações de saúde delicadas como a de Assange, de modo que este argumento poderia representar fundamentos para o recurso da equipe jurídica que representa o australiano.

Navarro acrescentou que a prova da condição vulnerável do australiano é que assim que foi publicado que o Reino Unido havia assinado o decreto de extradição, o fundador do Wikileaks foi despido, revistado em todas as suas cavidades e trancado em uma cela diferente da habitual na prisão de Belmarsh para evitar que ele praticasse um atentado contra sua própria vida.

A advogada acredita que, embora  veja uma mudança na atitude do novo governo australiano em relação ao caso de Assange, com declarações de altos funcionários do gabinete de Albanese defendendo timidamente sua libertação, ainda há uma falta de ímpeto público.

"Tudo o que o Primeiro Ministro Albanese tem que fazer é dizer aos EUA que basta, que Assange sofreu muito, e que somos um bom aliado, que temos boas relações comerciais de grande valor ... por isso pedimos que  deixem Julian livre".

Nesse sentido,  Navarro pensa que existem várias vias legais para conseguir uma libertação, entre elas um perdão, uma troca de prisioneiros, entre outras opções.

John Shipton ,pai de  Julian Assange e Stella Assange , durante conferência de imprensa sobre os últimos acontecimentos 

"Precisamos do apoio de nosso governo para que se sinta que tem a coragem de exigir a liberdade de Assange", conclui.


Tradução: Carmen Diniz 

https://www.sbs.com.au/language/spanish/audio/australia-debe-tener-el-coraje-para-exigir-la-libertad-de-assange-a-eeuu-dice-abogada-de-ddhh?cid=lang:socialshare:twitter

                              


PRIMEIRO MINISTRO AUSTRALIANO SE RECUSA A INTERVIR PUBLICAMENTE SOBRE A EXTRADIÇÃO DE JULIAN ASSANGE

                                   

O primeiro-ministro australiano Anthony Albanese rechaçou os chamados para exigir publicamente que os EUA abandonassem sua acusação contra o fundador do WikiLeaks e cidadão australiano Julian Assange, mas ressaltou que  mantém seus comentários anteriores contra sua acusação.

Os apoiadores de Assange exortaram  Albanese a intervir no caso desde que o governo britânico aprovou na semana passada a extradição do ciber-ativista para os EUA, onde ele enfrenta acusações de espionagem e até 175 anos de prisão.

Albanese, que chegou ao poder no mês passado, disse que manteria a questão fora dos olhos do público e acrescentou que seu governo continuaria a se concentrar em levantar sua posição sobre a decisão através dos canais diplomáticos.

"Há algumas pessoas que pensam que, se você colocar as coisas em letras maiúsculas no Twitter e colocar um ponto de exclamação, isso de alguma forma o torna mais importante. Não é assim", disse ele aos jornalistas.

Ele também enfatizou que mantém seus comentários passados, onde afirmou que não via o propósito da "perseguição contínua" de Assange e que "já basta".

Enquanto isso, o deputado australiano independente Andrew Wilkie pediu ao líder australiano que fizesse um apelo imediato e direto ao presidente americano Joe Biden e ao primeiro-ministro britânico Boris Johnson em nome de Assange.

"Acabe com esta loucura".

"Não tenho dúvidas de que Anthony Albanese tem influência suficiente sobre o primeiro-ministro britânico para pôr um fim a isto se ele pegar o telefone e disser, 'acabe com esta loucura'", disse Wilkie à ABC, enquanto enfatizava que a relação de Albanese com Biden é "boa o suficiente" para "pegar o telefone e dizer, 'acabe com esta loucura'".

Da mesma forma, o Procurador-Geral Mark Dreyfus e a Ministra das Relações Exteriores australiana Penny Wong responderam à decisão de Londres dizendo que o "caso de Assange se arrastou por muito tempo e deve ser encerrado".

Anteriormente, a esposa do fundador do WikiLeaks, Stella Assange, disse à ABC que houve uma "mudança" na abordagem do governo britânico ao caso desde que os trabalhistas ganharam as eleições e enfatizou a necessidade de uma intervenção imediata.

"É óbvio que o governo australiano pode e deve falar com seus aliados mais próximos para encerrar este assunto", disse Stella.

Os advogados de Assange têm 14 dias a partir da data da decisão para interpor um recurso no Supremo Tribunal do Reino Unido.  

                                            


Tradução: Carmen Diniz

https://cubaenresumen.org/2022/06/20/primer-ministro-australiano-se-niega-a-intervenir-publicamente-sobre-la-extradicion-de-julian-assange/

17 de jun. de 2022

"UM DIA TRISTE PARA A DEMOCRACIA OCIDENTAL" Já era esperado. Cabe recurso da decisão. Seguimos em campanha até a liberdade de Assange !

A Ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, tomou sua decisão. Esta manhã, ela ordenou a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos.  

               

Os co-presidentes do Comitê de Defesa Assange - Noam Chomsky, Daniel Ellsberg e Alice Walker - divulgaram a seguinte declaração em resposta à decisão de Patel:

"É um dia triste para a democracia ocidental. A decisão do Reino Unido de extraditar Julian Assange para a nação que planejava assassiná-lo - a nação que quer prendê-lo por 175 anos por publicar informações verdadeiras no interesse público – é abominável. 

Espera-se que os autocratas mais desprezados do mundo persigam jornalistas, editores e denunciantes. Tampouco é surpresa que os regimes totalitários iludam seu povo e reprimam aqueles que desafiam o governo. Não deveríamos esperar que as democracias ocidentais se comportem melhor?

O governo dos EUA argumenta que sua venerada Constituição não protege o jornalismo que o governo não gosta, e que publicar informações verdadeiras no interesse público é um ato subversivo e criminoso. Este argumento é uma ameaça não só para o jornalismo, mas para a própria democracia.

 O Reino Unido demonstrou sua cumplicidade nesta farsa, concordando em extraditar um estrangeiro com base em acusações de motivação política que não param de pé ante a mais superficial análise".


                  Noam Chomsky, Daniel Ellsberg, e Alice Walker

 

Manifeste-se ! Rally e Conferência de Imprensa em NYC HOJE!


A equipe jurídica de Julian nos assegura que eles seguirão todas as vias de recurso no Reino Unido e na UE. Mas temos que manter a pressão nos Estados Unidos. O pai e o irmão de Julian estão hoje em Nova York, e realizarão uma coletiva de imprensa às 12h30 no consulado britânico.    


Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba (original abaixo)




UK Home Secretary Priti Patel has made her decision. This morning, she ordered Julian Assange’s extradition to the United States.


“A Sad Day for Western Democracy”

The co-chairs of The Assange Defense Committee – Noam Chomsky, Daniel Ellsberg, and Alice Walker – released the following statement in response to Patel’s decision:


“It is a sad day for western democracy. The UK’s decision to extradite Julian Assange to the nation that plotted to assassinate him – the nation that wants to imprison him for 175 years for publishing truthful information in the public interest – is an abomination.

We expect the world's most despised autocrats to persecute journalists, publishers, and whistleblowers. We expect totalitarian regimes to gaslight their people and crack down on those who challenge the government. Shouldn’t we expect western democracies to behave better?

The U.S. government argues that its venerated Constitution does not protect journalism the government dislikes, and that publishing truthful information in the public interest is a subversive, criminal act. This argument is a threat not only to journalism, but to democracy itself.

The UK has shown its complicity in this farce, by agreeing to extradite a foreigner based on politically motivated charges that collapse under the slightest scrutiny.”

- Noam Chomsky, Daniel Ellsberg, and Alice Walker

Speak Out! Rally and Press Conference in NYC TODAY!

Julian’s legal team assures us they will pursue every avenue of appeal in the UK and the EU. But we have to keep up the pressure in the United States. Julian’s father and brother are in New York City today, and will hold a press conference at 12:30 p.m. at the British consulate.

A rally will take place at 12:30 p.m. outside the British consulate in New York. Supporters in the New York area will receive additional information via email shortly. Please monitor Assange Defense on social media for more information.

As always, you can visit our Take Action page with links on how you can make your voice heard.


15 de jun. de 2022

DIAZ-CANEL: MESMO NA PIOR DAS SITUAÇÕES, VAMOS VENCER.

Em uma reunião com todos os governadores do país, o presidente cubano analisou a difícil situação econômica que a nação está passando, devido à intensificação do bloqueio americano e à crise mundial causada por mais de dois anos de pandemia.


"Temos a convicção de que sempre venceremos, mesmo na pior das situações; temos a capacidade e vamos fazê-lo", garantiu o Primeiro Secretário do Comitê Central do Partido Comunista e Presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, em uma reunião no Palácio da Revolução com governadores de todo o país, onde analisou a difícil situação econômica que Cuba está atravessando devido à intensificação do bloqueio dos EUA e a uma crise mundial causada por mais de dois anos de COVID-19.                                      

O presidente se referiu à inflação, escassez, problemas de produção e ao trabalho que está custando às empresas de transporte marítimo entregar a tempo os recursos que foram contratados e pagos. Além do que está afetando o mundo inteiro após a pandemia, em Cuba existe a situação de eletroenergética e os efeitos das fortes chuvas das últimas semanas, que foram benéficas para certas culturas e para os reservatórios, mas que causaram danos às casas e estradas.

Quanto a este último, foi advertido que nos próximos dias são esperadas novamente chuvas fortes no oeste e no centro do país, que podem causar inundações devido à saturação do solo.  

Em um intercâmbio com as mais altas autoridades governamentais de todas as províncias e o município especial de Isla de la Juventud, Díaz-Canel enfatizou a necessidade de enfrentar os problemas em profundidade, com grande sensibilidade aos problemas da população, com inteligência, pensando em tudo, e sem desânimo.

Uma má resposta de um funcionário público ou a incompetência de uma instituição, o mau tratamento por parte de um funcionário ou instituição de um problema da população, de uma única pessoa, ou de uma família, torna a situação ainda mais complicada, refletiu ele.

Temos que estar atentos a qualquer insatisfação da população a fim de imediatamente abordar, explicar, argumentar e, quando possível, resolver. "Devemos sempre vencer com a verdade", enfatizou Díaz-Canel, que então reiterou que os líderes devem estar na base, ligados aos programas fundamentais e à população.

Particularmente sobre a escassez de eletricidade, ele disse que "os apagões continuarão nos próximos dias", como já foi explicado anteriormente devido a quebras de usinas, escassez de combustível para a geração distribuída e a manutenção que está sendo realizada para entrar no verão em uma situação melhor.

"É importante saber com que precisão relatamos o momento dessas interrupções e a velocidade com que somos capazes de alertar sobre quaisquer situações imprevistas que surjam, para que as pessoas sejam capazes de dirigir e reorganizar suas vidas.

Na reunião, da qual também participou o presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular, Esteban Lazo Hernández, o primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz, vice-primeiro-ministro e chefes de várias pastas, o presidente disse que continuaria a se reunir intensamente nos territórios com os setores da sociedade cubana.

"As melhores soluções são encontradas em momentos de crise, em momentos complexos, quando falamos com as pessoas, quando as convidamos a dar ideias e quando lhes damos a possibilidade de participar. Temos que debater sistematicamente estes problemas, desde os militantes do Partido até a população, utilizando todos os mecanismos de participação, todas as organizações de massa, todas as organizações da nossa sociedade civil", disse ele.

Díaz-Canel foi enfático: em meio à situação que o país está atravessando "não podemos permitir ou tolerar comportamentos apáticos de nenhum dirigente". Devemos aproveitar ao máximo todas as coisas que temos aprovado nos últimos tempos para buscar um maior impulso para a economia nacional.

O presidente cubano também se referiu aos profundos danos causados pela política de cerco dos EUA. "Podemos assegurar ao nosso povo que o que nos causa mais danos hoje é a intensificação do bloqueio, que ainda é permanente, ainda intocável.

Que todos tenham certeza, disse ele, de que estamos trabalhando arduamente para superar todas essas adversidades. "Estes problemas não são causados por negligência, ou falta de preocupação, ou porque há uma intenção de aborrecer ou não atender a todos os problemas.

Pelo contrário, acrescentou, há pessoas que se dedicam em tempo integral, procurando qualquer oportunidade pela qual possam encontrar uma solução ou mitigar qualquer uma das situações complexas que temos. Há aqui trabalhadores que trabalham horas excessivamente longas, com excesso de intensidade, em condições difíceis, como trabalhadores da eletricidade, para garantir a manutenção e assegurar que as avarias tenham o menor impacto possível.

Díaz-Canel também destacou "as pessoas que estão transportando o pouco combustível que temos para que possa chegar aos lugares o mais rápido possível, aqueles que estão no meio das enchentes colhendo alimentos, aqueles que estão trabalhando nos danos causados às estradas e casas pelas fortes chuvas, aqueles que estão atendendo a todas as manobras de comércio exterior que podemos fazer e todos os negócios que podemos estabelecer para que os suprimentos possam chegar o mais rápido possível"

Nossa vida diária é difícil, reconheceu o Presidente, está ocorrendo em um contexto mundial complexo, em um mundo que vive em crise, com uma guerra de uma magnitude que ainda não podemos saber até onde ela irá, e para nós se soma um bloqueio intensificado

Mas estamos todos trabalhando juntos, disse ele. Juntos, com este trabalho, com este esforço e com esta resistência criativa, podemos seguir em frente. Todos precisamos nos preservar, todos precisamos apoiar uns aos outros, e a solidariedade deve prevalecer

"Em meio a uma situação tão adversa, seria irresponsável dizer que os resultados virão todos de uma vez, mas estamos certos de que os resultados, mesmo que sejam lentos, virão porque estamos trabalhando duro", confirmou o Primeiro Secretário

Nesta reunião - que se realiza mensalmente com os governadores via videoconferência -se abordaram temas como o programa habitacional; a produção de alimentos; o processo de informatização para famílias em situações vulneráveis; o programa de recreação de verão; a recuperação dos danos causados pelas fortes chuvas; e o comportamento da COVID-19, que continua a baixar em Cuba, com letalidade zero no mês de junho e por quatro semanas consecutivas.


https://www.presidencia.gob.cu/es/noticias/diaz-canel-aun-en-la-peor-de-las-situaciones-vamos-a-vencer/

Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba


                       



DECLARAÇÃO FINAL DA CÚPULA DOS POVOS PELA DEMOCRACIA : Os Povos das Américas terão a última palavra.

Declaração final da Cúpula dos Povos pela Democracia.

Los Angeles, Califórnia


A Cúpula dos Povos pela Democracia em Los Angeles, Califórnia, foi um encontro histórico de milhares de pessoas desafiando a política de exclusão da administração Biden. Mais de 250 organizações representando trabalhadores, imigrantes, mulheres, povos negros e indígenas, a comunidade LGBTQIA+ e muitas outras comunidades em luta se reuniram para compartilhar uma visão de um futuro inclusivo baseado no princípio da solidariedade.


Neste evento de três dias de apresentações culturais, workshops, painéis, intercâmbios e debates, aprofundamos nossa compreensão do estado atual de nossa região e ampliamos nossa perspectiva sobre as experiências e lutas que nos conectam com nossos irmãos e irmãs em todo o continente e o mundo.


O futuro vislumbrado pela cúpula de Biden não prioriza as pessoas de nosso continente. É uma visão em que os Estados Unidos têm domínio livre sobre os assuntos internos dos países da América Latina e do Caribe; uma visão que coloca os interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos e das grandes empresas acima dos interesses do povo. Nesse sentido, a Organização dos Estados Americanos (OEA) continua sendo uma ferramenta para lutar contra as forças progressistas no hemisfério e para legitimar golpes de Estado, intervenções e políticas de exclusão. Ela não desempenha nenhum papel positivo e deve ser abolida.


A exclusão de Cuba, Venezuela e Nicarágua já transformou a cúpula de Biden em um desastre político; acrescentamos que esta exclusão não fala pela classe trabalhadora e pelo povo de consciência deste país que deseja amizade e diálogo com todos os povos de nosso hemisfério.


Durante nosso tempo juntos, marchamos, dançamos e levantamos nossa voz comum em protesto contra a injustiça. Não apenas analisamos e criticamos as falhas do atual estado de coisas, mas trocamos estratégias para garantir nossa sobrevivência e seguir adiante. Compartilhamos propostas para construir o futuro que queremos, precisamos e merecemos; um futuro que ousamos construir, agora.


No "país mais rico do mundo", 140 milhões de pessoas vivem na pobreza ou perto dela. O governo dos EUA é viciado no militarismo e na guerra e gastará mais de 800 bilhões de dólares em 2022, em morte e destruição. Em vez de se preparar para a guerra, a sociedade deve se organizar para atender às necessidades humanas. Queremos um futuro sem despejos, violência policial e encarceramento em massa, deportações, sanções e bloqueios. Nós dizemos: não mais! Queremos um futuro onde todos tenham acesso à moradia adequada, alimentação saudável, saúde, educação e cultura. Dizemos anistia total e direitos para todos os imigrantes. Devemos eliminar todas as formas de supremacia branca, racismo, homofobia, sexismo, transfobia e todas as formas de discriminação e opressão.


Defenderemos o direito do povo de se organizar e se expressar, de construir uma verdadeira democracia - a democracia do povo - em um clima caracterizado pela censura e pela privação de direitos. Protegeremos os direitos de voto e os direitos dos trabalhadores de formar sindicatos e negociar coletivamente. Protegeremos todos os avanços para os direitos civis e humanos que nossos movimentos fizeram ao longo da história, tais como o direito humano das mulheres de controlar seus corpos. Defenderemos a Mãe Terra e lutaremos contra o extrativismo e a exploração da terra.


Esta Cúpula que construímos juntos tem sido uma ponte entre organizações, movimentos, regiões, idiomas e fronteiras. Estamos criando laços entre nós e a unidade através de nossas diferentes lutas. Enquanto nosso tempo juntos está chegando ao fim, afirmamos a luta contínua por um mundo mais justo e nos dedicamos de novo a ele.


Estamos lutando contra um império determinado a se agarrar à supremacia global, uma ilusão perigosa que coloca em risco a humanidade e o planeta. Por mais difícil que seja o caminho pela frente, nós tiramos força dos séculos de luta pela frente, daqueles que se levantaram e derrotaram sistemas que antes pareciam invencíveis.


A humanidade não tem outra escolha senão lutar. Estaremos nas ruas, em nossos bairros, em nossos locais de trabalho e casas, constantemente construindo e organizando, realizando as milhares de pequenas tarefas e grandes lutas que, juntas, nos aproximam da vitória. Nosso planeta precisa de nós, nosso povo precisa de nós, e nós vamos vencer!


                 

Manolo De Los Santos 
Co-Executive Director, The People's Forum




 




Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 


                                             


9 de jun. de 2022

UMA AULA DE DIREITO INTERNACIONAL : DISCURSO DE DIAZ-CANEL SOBRE A CÚPULA EXCLUDENTE

                               
"Estados Unidos não têm o poder de calar nossa voz nem de silenciar a verdade"

 

PALAVRAS ANTE A SOCIEDADE CIVIL CUBANA

EXCLUÍDA DA CÚPULA DAS AMÉRICAS

 

Companheiras, companheiros:

 

Permitam-me começar com palavras que têm mais de um século.


Quando um povo forte quer lutar contra outro, compele aos que dele necessitam à aliança e ao serviço. O que um povo faz, em primeiro lugar, para chegar a dominar outro, é separá-lo dos demais povos.”

Assim deixou escrito José Martí, há 130 anos após comparecer à Conferência Monetária, um convite interesseiro do pujante Estados Unidos às jovens repúblicas da Nossa América.

Acreditado pelo governo do Uruguai, país de que era cônsul-geral em Nova York desde 1887, Martí, segundo parece, quase foi excluído com inexplicáveis atrasos e desculpas mentirosas do Departamento de Estado.  

Aquela Conferência fracassou e se afirma que para isso contribuiu decisivamente o cubano, que escreveria posteriormente uma profunda e demolidora análise, ditada por sua consciência sobre os perigos a que se exporia Nossa América, se aceitasse a união monetária.

De frente, sem eufemismos de qualquer índole, Martí definiu nessas linhas a incapacidade dos Estados Unidos para entender seus vizinhos do Sul. Cito:

“Creem numa inquestionável superioridade da «raça anglo-saxã contra a raça latina». Creem na inferioridade da raça negra, que escravizaram ontem e vejam hoje, e da índia, que exterminam. Creem que os povos da América hispânica estão formados, principalmente, de índios e de negros.

“Enquanto os Estados Unidos não souberem mais da América hispânica e não a respeitarem mais, – como, com a explicação incessante, urgente, múltipla, sagaz, de nossos elementos e recursos, poderiam chegar a respeitá-la –, poderão os Estados Unidos convidar a América hispânica a uma união sincera e útil para América hispânica? Convém à América hispânica a união política e econômica com os Estados Unidos?”. Fim da citação.

As perguntas de Martí contêm em si mesmas as respostas.

Existem poucos textos mais visionários sobre a política dos Estados Unidos para as nossas terras da América, uma política que a ambição desmedida do império congelou no tempo, ao recusar-se a escutar as vozes que não se submetem.

Quem duvidar, que ponha essas palavras diante da concepção excludente da IX Cúpula das Américas e comprovará a sua absoluta vigência.

O dogma filosófico que sempre acompanhou essa insaciável ambição é o chamado Destino Manifesto, arraigada convicção de natureza racista e supremacista, cujo enunciado conceitual repousa na intervencionista e inaceitável Doutrina Monroe.

Sem renunciar a nenhuma dessas duas concepções, o governo estadunidense convocou a IX Cúpula hemisférica na cidade de Los Angeles, com participação discriminatória e representação regional insuficiente. 

No caso de Cuba, a exclusão não foi só contra o governo, mas também contra os representantes da sociedade civil e os atores sociais, incluídos os nossos jovens. Os Estados Unidos já não se conformam com determinar quem e como deve ser o governo cubano. Agora se propõem a definir quem são os representantes da sociedade civil, e quais atores sociais são legítimos e quais não.

Permitam-me voltar à história, que sempre oculta tantas lições:

Entre janeiro e fevereiro de 1928, Cuba foi a sede da Sexta Conferência Pan-americana, uma das más sementes da OEA e das atuais cúpulas das Américas. O presidente de turno na Ilha era Gerardo Machado, sátrapa de triste memória, que seria derrotado por levante popular em 1933. 

Não há historiador sério que ignore que “a escolha de Cuba como sede daquela conferência respondia à situação de subordinação da ilha em relação aos Estados Unidos. Éramos um protetorado ianque, de modo que os convites nem sequer saíram de Havana. O Encarregado de Negócios de Cuba em Washington enviou-os.

 Apesar dessa subordinação que Machado e sua equipe adornaram com inflamados atos de genuflexão, o então presidente dos Estados Unidos, Calvin Coolidge, chegou em um navio de guerra, e nas fotos da época pode-se vê-lo em companhia de sua esposa, não junto ao seu par de Cuba, mas vários metros à frente. 

A ordem dos amos do “quintal traseiro” aos responsáveis pela política cubana foi evitar qualquer discussão incômoda. As recentes intervenções no Haiti e Nicarágua tinham aquecido o ambiente, e havia que evitar que as discussões incomodassem os ouvidos imperiais.

Dizem que, numa viagem anterior aos Estados Unidos, para obter o papel de sede, Machado tinha se comprometido com Coolidge a evitar qualquer colocação ou denúncia e a oferecer o mais servil apoio aos norte-americanos.

Coube ao embaixador cubano em Washington a questionável honra de agradar o poderoso visitante com um elogio à intervenção que ainda ofende:

“Não podemos nos unir ao coro geral de não intervenção – disse – porque a palavra "intervenção", em meu país, foi palavra de glória, foi palavra de honra, foi palavra de triunfo; foi palavra de liberdade; foi a independência.”

Um governo como aquele que recebeu Coolidge, os organizadores da Cúpula das Américas 2022 teriam convidado com prazer, como fizeram há 94 anos com o indiscutível ditador Gerardo Machado, derrotado cinco anos depois pela Revolução de 33.

Mas essa era a Cuba que desapareceu para sempre do mapa da subordinação política com a Revolução de 1959.

Remeto-os ao histórico discurso do General de Exército e líder da Revolução cubana na Cúpula das Américas do Panamá, em 2015. Com todo o tempo que nos tiraram no uso da palavra nas Cúpulas anteriores, Raúl assentou os princípios que garantiriam uma relação mais fértil entre as duas Américas.

Cito: “As relações hemisféricas, na minha opinião, têm de mudar profundamente, em particular nos âmbitos político, econômico e cultural; para que, baseadas no Direito Internacional e no exercício da autodeterminação e da igualdade soberana, sejam centradas no desenvolvimento de vínculos mutuamente proveitosos e na cooperação, para servir aos interesses de todas as nossas nações e aos objetivos que se proclamam”. Fim da citação.

Mudou Cuba, muda a Nossa América, mas o império não muda.

Sobre o caráter excludente e discriminatório do evento que ocorrerá entre 8 e 10 de junho, em Los Angeles, o governo revolucionário já se pronunciou com firmeza. 

É sabido o repúdio que essa seletividade oportunista provocou na maioria dos governos da região, bem como a clara e firme posição assumida por vários deles, junto com as notáveis ausências ao encontro, como rechaço à exclusão.

Também têm antecedentes na história, esses confrontos entre políticas de ingerência e políticas soberanas.

Em 1994, quando o governo dos Estados Unidos convocou a primeira dessas cúpulas e excluiu Cuba, o Comandante em Chefe Fidel Castro Ruz resumiu a essência da prepotência imperial numa frase: “Quanta covardia, mediocridade e miséria política tal exclusão realmente reflete!”. Fim da citação. 

O governo estadunidense de então, na euforia do suposto fim da Guerra Fria, tratou de utilizar os nossos símbolos mais prezados para atrair de novo os povos da Nossa América a um já esquecido projeto de recolonização: a ALCA.

E ousou falar da Cúpula das Américas como “o sonho realizado de Simón Bolívar”. “Só faltou dizer que era também a realização dos sonhos de Martí”, respondeu-lhe Fidel, em um ato histórico, na Aula Magna da Universidade de Havana, em que coincidiu pela primeira vez com o jovem e já impressionante político bolivariano Hugo Chávez.

Apenas 11 anos depois, em outro ato histórico que exaltou a Cúpula dos Povos acima da dos chefes de Estado, com seu célebre grito: “ALCA, ALCA, ao Carajo…”, em Mar del Plata, Hugo Chávez poria um epitáfio ao projeto de recolonização da Nossa América. Os sonhos de Bolívar e Martí estavam se cumprindo.

Contra esta América Latina que dá às coisas o seu verdadeiro nome e não pede permissão para exercer os seus soberanos direitos, elaborou-se a lista dos excluídos.

É uma honra para nós encabeçar essa lista, junto com os líderes da Venezuela e Nicarágua e junto com vocês, genuínos representantes do nosso povo. Como nos honra a galharda solidariedade de Andrés Manuel López Obrador, de Lucho Arce, de Xiomara Castro, dos líderes caribenhos que rechaçaram enfaticamente as exclusões, e de outros que certamente o farão no transcurso da própria Cúpula.  

Em poucas horas poderemos confirmar o que se conseguirá ou que propostas serão feitas em Los Angeles, mais além da pompa inaugural e da foto do Presidente anfitrião com os que compareçam. O espetáculo publicitário dirigido à politicagem interna dos Estados Unidos não poderá esconder a falta de interesse real desse governo em atender aos problemas mais graves e imediatos dos povos da América Latina e Caribe.

Podem revisar os documentos oficiais e os discursos dos últimos anos de políticos e funcionários do governo estadunidense. As escassas referências à nossa parte do mundo refletem a profunda incompreensão sobre as realidades atuais de uma região com identidade própria, cujos povos têm ânsias acumuladas de justiça, sofrem o subdesenvolvimento e a crescente desigualdade, e já não suportam o contínuo roubo das suas riquezas naturais e a exploração incrementada dos seus trabalhadores. 

Também não suportam a pressão e intromissão dos Estados Unidos para forçar governos soberanos a assumir políticas que beneficiam as grandes empresas transnacionais, para tratar de conseguir obediência e castigar, quando não conseguem. Rechaçam o papel das instituições criadas pelos Estados Unidos, como a OEA e o resto dos instrumentos de dominação hemisférica.

Nada disso aparece na agenda do encontro de Los Angeles

O tema dos movimentos migratórios da região está intimamente relacionado com o desenvolvimento e, sobretudo, com o subdesenvolvimento. Tem um vínculo estreito com o modelo global capitalista e o avanço do neoliberalismo, cujas políticas econômicas geram mais marginalização, instabilidade social, desemprego, carência de serviços de saúde, sistemas de educação insustentados e insuficientes, e rupturas do tecido social das comunidades.

Segmentos crescentes da população continuarão buscando a satisfação das suas necessidades e dos seus sonhos de prosperidade nas economias desenvolvidas do Norte.  A realidade atual confirma a velha ideia de que, se o desenvolvimento não começa de uma vez a dirigir-se ao Sul, o subdesenvolvimento avançará a maior velocidade para o Norte.

As fórmulas repressivas, como as pretendidas no documento imposto pelos Estados Unidos para a reunião não são a resposta. Permitem mitigar temporariamente os fluxos migratórios descontrolados, mas não resolvem a multiplicidade de causas e condições que causam a emigração irregular.

No caso de Cuba, o governo estadunidense aplicou durante quatro anos uma política orientada ao estímulo da emigração irregular. Como norma, dá entrada aos que chegam por vias irregulares às suas fronteiras, privilegia-os com a possibilidade de obter residência permanente com fórmulas legais estabelecidas só para os cubanos, fechou as vias legais para emigrar e mantém uma política de guerra econômica orientada a deprimir o nível de vida da população. É o que se pode chamar de uma receita perfeita para promover a migração irregular.

Não se prevê, entretanto, uma discussão a fundo sobre esses temas na cúpula destes dias e, naturalmente, não se deve esperar nenhum resultado efetivo para um problema que seguirá pesando sobre as nossas sociedades e sobre as relações hemisféricas, 

Também não se espera uma discussão produtiva sobre a transferência de tecnologia, sem a qual seria muito difícil ocorrer um impulso ao desenvolvimento da região, 

O incremento da conectividade e do acesso à internet em todas as comunidades é positivo. Mas, se esse esforço se limita à promoção de mercados cativos para a publicidade comercial, e para a orientação e estímulo do consumo incessante, o seu benefício para a América Latina e o Caribe será nulo. Ganharão, é claro, as grandes empresas comerciais.

Se está dirigido a estabelecer plataformas tecnológicas que ajudem a semear nas comunidades, particularmente nos jovens, as ideias geradas em laboratórios ideológicos dos Estados Unidos, para promover condutas e visões do mundo que estimulem a apatia política e a alienação social; que incentivem o egoísmo, promovam o racismo, o narcisismo e a agressividade, o resultado será extremamente perigoso. Como também o será, se tem o objetivo de promover a mentira, a banalidade, a politicagem desonesta, a calúnia e a fraude informativa. 

Se o que se busca é mais influência e mais controle sobre as nossas sociedades por via do monopólio em muito poucas mãos das plataformas tecnológicas da informação, o fim evidente é a consolidação do domínio hegemônico e imperialista com novos métodos.

Um dos tópicos mais reiterados dos porta-vozes dos Estados Unidos, ao promover a cúpula destes dias, é a suposta defesa da democracia, a que enganosamente equiparam à promoção do capitalismo, como se fosse a mesma coisa, quando em realidade são conceitos contrapostos.

Nada na história passada e recente dos Estados Unidos, nem na sua conduta atual no hemisfério, faz supor que a democracia ou o respeito aos direitos humanos sejam prioridades verdadeiras da sua política exterior regional. Quando dizem isso, atuam com desonestidade, e sabem disso.

Tomando como referência apenas os últimos 50 anos, é notório o absoluto envolvimento e conluio dos Estados Unidos com os regimes mais sanguinários e repressivos que este continente conheceu, com os quais, com a maior desfaçatez, praticaram os assassinatos, os desaparecimentos, os massacres, a tortura e as execuções extrajudiciais.

É um erro e um ato de desprezo inaceitável supor que os nossos povos não têm memória. 

Mas mais importante ainda é que o governo dos Estados Unidos carece de autoridade moral para falar de democracia, quando não é capaz de defendê-la ou promovê-la no seu próprio território e para os seus próprios cidadãos.

Não é honesto falar da defesa de princípios democráticos, quando, em virtude de leis federais recentes, o sistema político estadunidense permite financiar sem limites as campanhas eleitorais e a gestão dos políticos, comprá-los, ou o que dá no mesmo: comprar governantes. 

Não é sincero pregar a democracia na região, quando, em numerosos Estados desse país, aumentam as legislações que restringem o direito ao voto e à possibilidade de exercê-lo, principalmente se o eleitor é de baixa renda, pertence a alguma das chamadas minorias étnicas, ou vive em bairros considerados marginais. 

É difícil ser promotor dos direitos humanos em nome de um governo que não é capaz de assegurar o direito a serviços essenciais de saúde no país mais rico e poderoso do planeta; que não conta, nem se propôs a contar com as ferramentas políticas e jurídicas que impeçam as vendas indiscriminadas de armamento de guerra à população, com o custo consequente e crescente de vidas inocentes, entre elas crianças, para as quais se torna um perigo ir à escola. 

A promoção da democracia e dos direitos humanos são apenas quimeras, num sistema político em que o interesse dos produtores e comerciantes de armas de guerra têm prioridade sobre a vida das crianças, sobre o direito à saúde e à educação.

Não é honesto apregoar os direitos humanos, quando esse governo permite o crescimento do racismo, junto às correntes de intolerância e supremacia branca; quando os índices de abuso policial e judicial contra os afrodescendentes continuam sendo a norma.

Também não é, quando o encarceramento ou a detenção de crianças e adolescentes atingem cifras inaceitavelmente altas. Segundo dados da Associação Americana de Liberdades Civis, em qualquer dia do ano, pelo menos 60 mil crianças e jovens menores de 18 anos se encontram presos ou detidos em prisões ou centros juvenis de detenção. 

Segundo a Iniciativa de Políticas de Prisão, muitos deles nem sequer cometeram delitos, e milhares ficam atrás das grades por infrações não penais.  Os Estados Unidos são o único país do hemisfério onde se condena menores de 18 anos a penas de prisão perpétua sem liberdade condicional.

Com esta deplorável trajetória, o governo estadunidense se atreve a alegar que o critério para convidar e excluir países do hemisfério da reunião de cúpula foram os padrões de democracia e direitos humanos. O pretexto é um insulto à inteligência e ao bom senso dos demais. 

Com o desenho previsto e os documentos preparados, já se sabe que não se vai discutir nem aprovar nada nesse encontro sobre a desigualdade econômica e social da região; sobre a marginalização, inclusive dentro dos próprios Estados Unidos. Já se sabe que não se tratará do crescente problema da judicialização da política para sabotar a vontade popular e os governos eleitos com o respaldo dos setores mais humildes, nem se tratará do esforço corporativo das grandes transnacionais para corromper os governos da região.

Não se aprofundará nas razões pelas quais tanto os Estados Unidos como a América Latina estão entre as zonas mais prejudicadas pela Covid 19.

Em nenhum dos documentos apresentados pelo Departamento de Estado se propôs avançar com ações práticas na luta contra o racismo, a favor dos direitos da mulher e das crianças e para melhorar a situação incerta dos migrantes.

O problema da progressiva mudança climática e dos desastres naturais que tanto ameaçam os países da região ficarão sem medidas práticas.  O terrorismo, incluindo o terrorismo de Estado, e a manipulação do tema com fins políticos não são pontos da agenda. Não se confirmará o direito argentino sobre as Malvinas, nem o direito de Porto Rico à independência.

Nos documentos a aprovar não haverá nenhum pronunciamento contra as medidas econômicas coercitivas unilaterais e o seu uso contra países da região como arma de pressão política.

Também não se ratificará neles o reclamo unânime da região, com o respaldo quase absoluto da comunidade internacional, pelo fim do criminoso bloqueio econômico sofrido pelo povo cubano há 63 anos.

No entanto não se poderá silenciar a voz de Cuba, nem a solidariedade com Cuba. Sabemos que o repúdio ao bloqueio econômico será escutado ali, e que o governo dos Estados Unidos tem clara consciência de que esse sentimento é compartilhado de um extremo ao outro deste hemisfério. 

Há meses tornou-se evidente que não será aproveitada a oportunidade da presença dos mandatários regionais em Los Angeles para discutir de verdade sobre muitos problemas que pesam sobre as nossas sociedades. Podia ter sido de outra maneira.

O governo estadunidense, com o seu enorme poder econômico e tecnológico, com a sua grande influência, podia ter feito uma contribuição transcendental nesse sentido. Seria necessária, é claro, uma dose de humildade, de autocrítica, de reconhecimento das cicatrizes que marcam a nossa história; um mínimo de solidariedade e menos egoísmo, e um sincero reconhecimento de que os tempos mudaram, 

A comunicação e a interação interamericana são necessárias. Tem de haver espaços de diálogo e cooperação entre os que habitamos ao sul do rio Bravo e as nações do norte. Mas tem de ser com respeito. O Benemérito das Américas, Benito Juárez, expressou-o com genial síntese em 1867, e cito: “Entre os indivíduos, como entre as nações, o respeito ao direito alheio é a paz”. Fim da citação.

Os latino-americanos e caribenhos não nos consideramos quintal traseiro, nem quintal dianteiro de ninguém. É um conceito que nos ofende, e o rechaçamos.  Ao constituir a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, a CELAC, os países da nossa região reafirmamos o apego irrestrito à defesa da soberania, da independência e da autodeterminação. 

Ao promover a necessária unidade e integração regional, enraizamos o compromisso de respeitar a diversidade entre nós. Nesta região, países grandes e pequenos compartimos; os que são ricos em recursos naturais, e os que carecem deles; os que exportam hidrocarbonetos ou energia elétrica, e os que os importam; os grandes produtores de alimentos e os que necessitam o comércio externo para satisfazer as suas necessidades. Além disso, há os pequenos países insulares, que merecem um tratamento preferencial e diferenciado na condução das suas relações econômicas internacionais. 

Temos, em alguns casos, profundas diferenças ideológicas, o que não impediu o desenvolvimento de relações e, inclusive, da cooperação, tanto para resolver graves conflitos políticos, como para contribuir na solução de profundos problemas sociais e prestar serviços às populações mais necessitadas. Em 2014, assumimos em Havana, por unanimidade, o compromisso com a Declaração da América Latina e Caribe como Zona de Paz.

Com esta vasta, rica e complexa região, os Estados Unidos poderiam cooperar e unir esforços para enfrentar os grandes desafios do mundo atual. Mas tem de ser com absoluto respeito à igualdade soberana.

Os tempos mudaram, e a Nossa América não aceita a imposição dos interesses do imperialismo, como não aceita que nos utilizem para os conflitos dos Estados Unidos com quem identificam como rivais estratégicos em outras partes do mundo.

O nosso povo tem razões para se perguntar: Por que prestamos atenção a um evento que parece que vai ter resultados de escassa transcendência, com grandes ausências entre os participantes, e do qual os Estados Unidos decidiram, já de antemão, excluir vários países da região?

O problema é que não podemos ignorar um esforço adicional, ainda que falho, de reeditar a Doutrina Monroe, nem podemos deixar de denunciar a farsa de novamente convocar os países da região para um espetáculo de tom neocolonial. Os Estados Unidos têm a capacidade de impedir a presença de Cuba em Los Angeles, mas não têm o poder de calar a nossa voz, nem de silenciar a verdade.

O nosso povo vem acompanhando esses temas. Está informado como poucos e compreende a situação atual do hemisfério. Participa da política exterior e é o garantidor da soberania nacional e da independência, ante a ambição hegemônica estadunidense. Tem, além disso, uma vocação solidária internacional e um direito conquistado a estar informado dos acontecimentos da região. 

Se abrirá também em Los Angeles, nos dias 8, 9 e 10, uma Cúpula dos Povos. As informações que chegam indicam que será um verdadeiro cenário de debate e confronto de ideias, com uma agenda ampla e apegada às inquietudes mais urgentes da região no seu conjunto, com a participação de organizações sociais, sindicatos, grupos juvenis, associações comunitárias e pessoas com profunda consciência social em geral. 

Tudo indica que ali ocorrerá o verdadeiro evento político transcendental, e é nesse que lamentamos a impossibilidade de ter uma participação presencial significativa. Sabemos que a contribuição dos cubanos teria sido uma contribuição importante e também seria uma experiência para vocês, ao escutar os problemas e os enfoques dos milhares de participantes tão diversos que irão ao foro.

Num momento como o que vivem hoje os povos da América Latina e Caribe, é sensato voltar a José Martí. O seu ensaio imperecível intitulado “Nossa América” tem uma vigência que assombra. Nele o apóstolo gravou ensinamentos para todos os tempos. Disse Martí: 

“…o dever urgente da nossa América é mostrar-se como é, una em alma e intento, vencedora veloz de um passado sufocante, manchada somente com sangue fértil, que arrebata com as mãos a disputa com as ruínas, e a das veias que os nossos donos nos deixaram abertas. O desdém do vizinho imenso, que não a conhece, é o maior perigo da nossa América; e urge, porque o dia da visita está próximo, que o vizinho a conheça, que a conheça logo, para que não a desdenhe”.

 

Muito obrigado.

                                       



https://www.granma.cu/cuba/2022-06-08/diaz-canel-a-sociedad-civil-cubana-excluida-de-la-cumbre-de-las-americas

Tradução: Marcia Choueri / Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba