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4 de jan. de 2023

EUA: a investida contra a Rússia, Venezuela e Cuba

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                          Hector Bernardo.

"La nafta no te va a dar", essa metáfora popular que, na Argentina, prefigura a falta de energia - de uma pessoa ou de um grupo - para realizar uma tarefa, tornou-se um preceito da política externa dos EUA.

A constante demanda por insumos de geração de energia para suprir sua indústria e as necessidades da vida diária de seus cidadãos levou a uma compreensão estratégica da importância geopolítica desses recursos nos Estados Unidos. Por esta razão, sucessivos governos dos EUA mantêm uma política estatal que pode ser dividida em dois aspectos principais: o mais conhecido, a pilhagem dos recursos naturais de outros países; o menos conhecido, o trabalho violento e constante para impedir que seus "inimigos" (países que não se alinham submissamente com seus interesses) produzam, exportem ou se abasteçam com esses recursos. Os casos da Rússia, Venezuela e Cuba são exemplos claros disso.

A estratégia estadunidense para promover e sustentar o conflito entre a Ucrânia e a Rússia tem sido bem desenvolvida por muitos analistas. Neste contexto, houve ações evidentes como sanções contra a EuRoPol GAZ, a matriz da Gazprom, e outras ações veladas, como parte da agressão sistemática contra as exportações de gás russo.

Em 30 de setembro de 2022, ocorreu uma explosão nos condutores do gasoduto Nord Stream, através do qual a Rússia exporta seu gás para a Alemanha. As investigações indicam que foram utilizadas cargas de mais de 500 kg de dinamite ou trinitrotolueno.

Considerando isto, a profundidade e localização de sua instalação, a distância entre eles e sua detonação em uníssono, não há dúvidas sobre a capacidade, meios e recursos daqueles que planejaram e executaram tal ação.

O presidente russo Vladimir Putin observou que o ataque ao Nord Stream foi um ato de terrorismo e, como citado pela agência de notícias argentina Télam, o líder russo observou que "os beneficiários são claros". Uma vez que este incidente reforça a importância geopolítica dos sistemas de gás remanescentes, aquele que passa pelo território polonês e ucraniano, que a Rússia construiu às suas próprias custas. Mas também os EUA, que agora podem entregar sua energia a preços altos.

Embora no lado oposto do conflito, o ex-ministro polonês das Relações Exteriores e atual deputado europeu Radoslaw Sikorski também não tinha dúvidas sobre quem foi o responsável pelo ataque. Na época, ele escreveu em seu Twitter: "Como dizemos em polonês, uma pequena coisa, mas muita alegria", então ele compartilhou um vídeo publicado no início de fevereiro, no qual o presidente Joe Biden ameaçou acabar com o Nord Stream 2. No vídeo, o presidente dos EUA disse: "Se a Rússia invadir [a Ucrânia]... então não haverá mais o Nord Stream 2. Acabaremos com ele".

"Obrigado, EUA" Sikorski tuitou, no qual anexou uma foto do rescaldo da explosão.

Já em 2019, o então Secretário de Estado americano Mike Pompeo, quando perguntado sobre o gasoduto Nord Stream 2, disse: "Washington se opõe ao projeto do gasoduto, porque este oleoduto fortalecerá a posição vantajosa da Rússia e tornará outros países europeus mais dependentes dos suprimentos russos".


Uma política que se repete na América Latina


A América Latina, considerada por Washington como seu "quintal", não foi deixada de fora desta lógica da política externa dos EUA. Venezuela e Cuba tiveram que sofrer este tipo de agressão.

Na Venezuela, após a tentativa de golpe de Estado em abril de 2002 contra o presidente Hugo Chávez, o golpe de Estado do petróleo ocorreu em dezembro do mesmo ano, causando enormes perdas para o Estado venezuelano e gerando escassez e caos social.

Vários investigadores apontam que desde 2006, os Estados Unidos treinaram, armaram e financiaram mercenários que foram enviados à Venezuela e Cuba com a missão de atacar as redes de transmissão de eletricidade para causar seu colapso.

Em 2009, Caracas sofreu um corte de energia de 96 horas, e em 2012, a refinaria Amuay explodiu. Especialistas independentes provaram que em ambos os casos se tratava de sabotagem.

Naquele período também foi descoberto e denunciado que os serviços de inteligência de Washington estavam planejando um ataque às instalações de geração hidrelétrica de Guri, essenciais para o sistema elétrico da Venezuela.

Em setembro de 2021 houve um ataque à subestação Lama em Aragua, e em julho de 2022 outro ataque conseguiu colocar um transformador de energia fora de operação, afetando o fornecimento de eletricidade para a capital.

Embora o governo cubano não o tenha denunciado publicamente, várias fontes indicam que a grave crise energética do país, resultado das sucessivas avarias de suas principais máquinas geradoras, é também uma consequência deste tipo de agressão promovida, organizada e financiada a partir de Washington. A isto se acrescenta a confissão de uma pessoa que afirmou ter recebido dinheiro para atacar torres de eletricidade na ilha.


https://cubaenresumen.org/2022/12/26/eeuu-la-arremetida-contra-rusia-venezuela-y-cuba/

Tradução: Carmen Diniz/Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 



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