ÍNDICE

30 de jun. de 2023

O bloqueio dos Estados Unidos a Cuba: um obstáculo ao desenvolvimento

Na XXVI Reunião do Foro de São Paulo, foi denunciado o bloqueio dos Estados Unidos a Cuba.

 

     "Cuba enfrenta uma situação econômica complexa, principalmente devido à intensificação do bloqueio que, há quase 65 anos, os Estados Unidos aplicam contra meu país e que constitui o principal obstáculo ao nosso desenvolvimento", disse Emilio Lozada, chefe do Departamento de Relações Internacionais do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba.

     Ele também falou das mais de 240 medidas impostas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, para sufocar economicamente a ilha e que o governo do democrata Joe Biden mantém.

      Da mesma forma, condenou a política hostil dos Estados Unidos com base na Doutrina Monroe, que este ano comemora seu 200º aniversário e que permanece inalterada e se aprofunda.

     Segundo Lozada, somente a unidade, na diversidade necessária, poderá enfrentá-la e derrotá-la, e para a América Latina e o Caribe é uma questão de sobrevivência se integrar.

      Apelou ao aprofundamento da unidade das forças de esquerda e dos movimentos progressistas do continente, porque juntos seremos todos mais fortes.

 

http://razonesdecuba.cu/el-bloqueo-de-estados-unidos-sobre-cuba-obstaculo-al-desarrollo/

                               


28 de jun. de 2023

Chanceler cubano exige fechamento da Base Naval de Guantánamo #NoMasBloqueo

   Havana, 27 de junho (ACN) Bruno Rodríguez Parrilla , ministro das Relações Exteriores de Cuba, exigiu hoje o fechamento da Base Naval que os Estados Unidos mantêm em Guantánamo.

    Por meio de sua conta no Twitter, o chanceler cubano compartilhou um artigo publicado nesta segunda-feira no site da Organização das Nações Unidas (ONU) e perguntou quantas provas faltam para que o governo dos Estados Unidos feche o centro de detenção e tortura que mantém ilegalmente no país. território da maior das Antilhas.

    “Quantas provas faltam para que os Estados Unidos fechem o centro de detenção e tortura que mantém no território cubano ocupado ilegalmente pela Base Naval de Guantánamo? #DevuelvanGuantanamoYa”.

                                                          


    O texto publicado no site da ONU detalha que Fionnuala Ní Aoláin, relatora especial para a proteção dos direitos humanos na luta contra o terrorismo, visitou a base naval dos Estados Unidos em Guantánamo.

   A especialista assinalou que todos os detidos convivem com danos constantes devido às práticas sistemáticas de tortura e detenção arbitrária que sofreram, e expressou preocupação com a detenção contínua desses homens e a arbitrariedade sistemática que caracteriza seu dia a dia.

  Ní Aoláin denunciou deficiências na atenção à saúde, acesso inadequado à família e detenções arbitrárias caracterizadas por constantes violações de julgamentos justos, o que tem um efeito cumulativo e agravante sobre a dignidade e os direitos fundamentais dos detidos.

   Em conclusão, a relatora declarou prioritário o encerramento da instalação.

            


http://www.acn.cu/cuba/110269-exige-canciller-cubano-cierre-de-base-naval-de-guantanamo

Tradução/Edição: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba e às Causas Justas

27 de jun. de 2023

ATO PELA LIBERDADE DE JULIAN ASSANGE NA ESCOLA NACIONAL FLORESTAN FERNANDES #FreeAssange (+vídeos)


  Carmen Diniz 


      No último sábado (24) deste mês de junho e simultaneamente com o protesto de ativistas em Londres (13h lá -  10h aqui no Brasil) foi realizado  ato em defesa da liberdade do jornalista australianao Julian Assange. 
                                         

     A atividade foi realizada na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF)  em Guararema - SP e contou com mais de duzentas pessoas que ali estavam para uma visita à Escola. Iniciou-se com uma abertura com mística dos companheiros e companheiras do MST e do Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba e às Causas Justas. 

        O vídeo  a seguir está legendado em inglês para enviar à família do Assange: 
                

                                 
    Ali, na parte externa da ENFF foi apresentada inicialmente uma canção que fala de liberdade, cada integrante com uma máscara de Assange recitou uma parte da causa, após foi atualizada a situação de Julian e também a explicação do porquê das fitas amarelas ali distribuídas. A seguir, todos foram convidados a amarrá-las nas árvores como parte do ato simbólico.
 
                              
                          
    Após, foi exibido um vídeo explicativo do caso Assange e distribuídos panfletos com um resumo do caso e o endereço da sua rede social no Brasil com mais informações. O vídeo é sempre assistido com muita atenção e com muitos aplausos - em especial a parte em que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstra indignação com a inércia dos jornalistas com o caso.

                                           #FreeAssange 
   




Aqui o vídeo completo exibido na ENFF sobre Julian Assange :

                

26 de jun. de 2023

Estadunidenses marcham até a Casa Branca pelo fim do bloqueio e pedem a Biden que retire Cuba da lista SSOT

                       

Por Bill Hackwell

25 de junho de 2023, Washington DC- Uma semana de ativismo em Washington DC em apoio ao povo cubano culmina, 500 pessoas se reuniram aqui hoje na praça que abriga a estátua do libertador argentino General José de San Martín, que ironicamente fica ao lado do Departamento de Estado dos Estados Unidos, onde os escritórios trabalham horas extras para criar formas e métodos para punir Cuba por insistir em sua soberania. A maioria dos manifestantes veio de cidades da Costa Leste, incluindo Nova York, Boston, Filadélfia, Baltimore, Virgínia, Carolina do Sul e uma delegação do Bridges of Love da Flórida.

Antes da marcha, foi montado um grande mosaico composto por 100 painéis, que os ativistas seguraram meticulosamente para criar uma imagem temporária referente à exclusão de Cuba da Lista SSOT de Estados Patrocinadores do Terrorismo.


Esta ação preliminar deu o tom de colaboração para a marcha enérgica e determinada que se seguiu, passando pela estátua de Simón Bolívar, libertador da América Latina, e depois pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que cada vez mais é chamada de Ministério Colonial por sua servidão ao imperialismo dos EUA.

O protesto marchou pela 17th Street até a Pennsylvania Avenue, onde se dirigiu à Casa Branca de Joe Biden, a maioria dos jovens manifestantes não deixando dúvidas sobre sua determinação de acabar com o bloqueio na ilha em uma concentração turbulenta de 90 minutos que incluiu discursos, canções e música. 




Muitos dos que lá estiveram hoje visitaram Cuba pela primeira vez em maio em delegações de solidariedade e voltaram inspirados e apaixonados pelo que viram. Eles também voltaram empenhados em trabalhar contra uma política cruel e sádica que já dura há muito tempo e não representa a grande maioria do povo deste país.

As atividades foram convocadas pela Rede Nacional sobre Cuba (NNOC), uma organização que existe desde 1991 e é formada por 57 grupos que defendem o fim da hostilidade de Washington contra Cuba.

A semana teve um notável rebote em atos de solidariedade, em mais de 30 cidades realizadas eventos em todo o país. É claro que há uma nova disposição entre as organizações de solidariedade cubanas e latino-americanas de trabalhar juntas, deixando de lado algumas das divisões do passado. Isso é fundamental porque sem unidade não temos chance de acabar com o bloqueio a Cuba ou conseguir qualquer mudança fundamental aqui nos EUA, onde as contradições são dolorosamente reveladoras como nunca antes.

 


Fotos Bill Hackwell

*Bill Hackwell, fotógrafo americano, editor da Summary US.

 https://cubaenresumen.org/2023/06/26/marchan-a-la-casa-blanca-por-el-fin-del-bloqueo-y-pedir-a-biden-remover-a-cuba-de-la-lista-ssot/



Tradução/ Edição: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 

23 de jun. de 2023

A política dos EUA em relação a Cuba está sendo desafiada esta semana nas ruas de mais de 30 cidades

                                             

Por Bill Hackwell*

   Em um mosaico crescente de solidariedade em todos os EUA, as pessoas estão indo às ruas para dizer não à forma como seu governo está punindo Cuba por seu exemplo de humanidade nestes tempos precários. Neste fim de semana, em mais de 30 cidades, haverá protestos para expressar isso de forma visível.

    Em Washington DC, o foco será nacional, com uma passeata até a Casa Branca para chamar a atenção para uma política externa insensível que tem perdurado ao longo de administrações democráticas e republicanas, gerando uma indústria multimilionária em constante transformação, baseada no ódio e orientada por políticos corruptos e gananciosos, sem levar em conta as consequências para o povo cubano.

                             

Ativistas da solidariedade cubana ocupam o escritório do odiador de Cuba
de direita Bob Menendez - 3 presos  
foto: Bill Hackwell

   Hoje, um desses políticos, o senador Bob Menendez, de Nova Jersey, um homem de ascendência cubana que se esconde nas sombras como presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, ao mesmo tempo em que capitaliza sua herança e esmaga até a morte qualquer medida do Capitólio para melhorar as relações com a ilha, foi chamado em seu escritório por uma equipe de 13 ativistas de solidariedade cubana da National Network on Cuba, Pastors for Peace e Code Pink, que insistiram em falar com Menendez sobre suas posições e acusações de corrupção pendentes contra ele. Depois que sua equipe recusou uma reunião, o grupo decidiu ficar sentado até que ele chegasse. Durante a hora seguinte, a equipe leu cartas de proprietários de pequenos negócios em Cuba, em nome dos quais Menendez gosta de falar, cantou músicas populares cubanas e conversou com sua equipe pouco interessada sobre o impacto letal que a política de bloqueio está tendo sobre a família cubana. Em um determinado momento, com as pessoas enchendo os corredores de interesse sobre o que estava acontecendo, a Polícia do Capitólio foi chamada, com mais de 20 policiais aparecendo - três membros da equipe foram presos, depois de três horas na cadeia, eles foram liberados com uma citação para uma data de 12 de julho no tribunal.

veja as prisões: 


    Resoluções refletem profundo apoio à melhoria das relações com Cuba

   Nos últimos anos, em uma campanha lenta, mas constante, as pessoas que apoiam Cuba e seu direito de existir em seus próprios termos têm aprovado resoluções em Câmaras Municipais, Conselhos de Condados, Assembléias Legislativas Estaduais, Conselhos Escolares, Conselhos Trabalhistas, Sindicatos e outras organizações, de costa a costa, que abordam :

- Fim do bloqueio;

- Salvar vidas por meio da colaboração científica;

- Pedir que Cuba seja retirada da Lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo (SSOT) dos EUA. 

  Em um momento de coincidência, soubemos hoje que o Conselho da Cidade de Nova York aprovou a Resolução 0285 que pede o fim do bloqueio, a retirada de Cuba da SSOT e a liberdade de viajar para a ilha. O que essa resolução marca é que essas 93 resoluções populares representam mais de 50 milhões de pessoas que fazem parte de suas populações representadas.                                                                

San Francisco   
Boston
Portland 
Los Angeles


Washington 

  
Detroit 
                        
                             
  
      Desde a Revolução de 1959, os EUA têm jogado tudo contra Cuba para tentar derrubar sua impressionante lista de conquistas sociais sob o mais longo bloqueio da história moderna, que roubou US$ 144 bilhões da economia cubana e agora tem mais 243 sanções severas (impostas por Trump e devidamente continuadas por Biden, apesar de suas promessas de campanha em contrário) que afetam todos os aspectos da vida do povo cubano.

    Cuba nunca invadiu ou ameaçou os EUA ou qualquer outro país, mas foi incluída na lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo (SSOT) por Reagan em 1982, o que impossibilitou que Cuba realizasse comércio internacional normal. Obama retirou Cuba da lista em 2015, mas Trump a restabeleceu sem nenhuma razão ligada à realidade, e Biden a manteve em dobro, apesar de não haver nenhuma evidência e de ninguém nos EUA achar que Cuba é uma ameaça de qualquer tipo.

    Nos últimos 20 anos, quase todos os países das Nações Unidas votaram, ano após ano, para condenar o bloqueio unilateral. Eles apoiaram Cuba por causa da injustiça de tudo isso e pelo fato de Cuba mostrar a possibilidade de um mundo melhor que não se baseia no acúmulo obsceno de riqueza de poucos com a espiral descendente da capacidade de muitos de se manterem abrigados e alimentados.

    O povo dos EUA está dizendo não às políticas draconianas que seu governo tem em relação à ilha e, enquanto isso, somos privados da interação normal entre pessoas que temos com praticamente qualquer outro país, além de termos acesso a muitos tratamentos de saúde que não estão disponíveis aqui, ou a oportunidades de intercâmbio e comércio cultural e educacional. Mas tudo isso está começando a mudar e, com as condições se deteriorando aqui do jeito que estão e a confiança no governo em um nível mais baixo de todos os tempos, por que deveríamos acreditar no que nos dizem sobre Cuba? Não se pode enganar as pessoas para sempre e as mentiras sobre Cuba estão com os dias contados.


*Bill Hackwell é fotógrafo estadunidense e integrante do Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos nos EUA

https://resumen-english.org/2023/06/us-policy-towards-cuba-being-challenged-this-week-in-the-streets-of-over-30-cities/?fbclid=IwAR2Zxvo8DRsSUzk0W9ePiktRvAXtTzUP14RQ01a7kbBlIIg6K9PtuzdOMQ0#more-23791

Tradução e Edição: Carmen Diniz/ Comitê Internacional Paz Justiça e Dignidade aos Povos - Capítulo Brasil

                                    

Miguel Lawner responde a Boric: "Não posso ficar calado diante das ofensas cometidas contra... Salvador Allende".

                                   

O proeminente líder da Unidade Popular, o arquiteto Miguel Lawner, ex-diretor executivo da Corporação de Melhoria Urbana (CORMU) 1970-1973, criticou Gabriel Boric em uma carta pública por seu questionamento da figura do companheiro presidente Salvador Allende. Boric questionou a reivindicação do legado de Allende, afirmando: "Deixe-me fazer uma recomendação. Fala-se muito em Unidade Popular e acho que é um período a ser revisto. E, pela esquerda, temos que ser capazes de analisá-la com muito mais detalhes e não apenas de uma perspectiva mítica". A carta pública de Miguel Lawner está reproduzida abaixo.


BORIC E A UP

Proclamamos o candidato Gabriel Boric em um ato multitudinário que contou com a presença de vários milhares de representantes de organizações de moradores, ao final do qual entreguei a ele mil assinaturas de arquitetos endossando sua candidatura e seu programa. Concluí dizendo a ele: "Estou confiante de que, ao final da eleição, teremos um segundo presidente na história do Chile".

Por outro lado, quando o resultado da eleição que lhe deu a vitória foi conhecido, Boric fez um discurso que encerrou citando um parágrafo das inesquecíveis últimas palavras de Allende: "estamos abrindo as grandes avenidas, por onde o homem e a mulher livres podem passar para construir uma sociedade melhor".

 Dias atrás, entrevistado pelo noticiário central do Chile Visión no 50º aniversário do golpe militar, o presidente Boric declarou: "Fala-se muito sobre a Unidade Popular e acho que é um período para revisar. E, pela esquerda, temos que ser capazes de analisá-la com muito mais detalhes e não apenas de uma perspectiva mítica".

 É inaceitável tentar reduzir o reconhecimento e a admiração mundial desfrutados pelo Presidente Allende ao gesto mítico de ter dado sua vida em defesa das instituições democráticas.

O prestígio de Allende se deve à sua capacidade de ter realizado as grandes transformações prometidas em sua campanha eleitoral, em termos de pluralismo, democracia e liberdade, como ele mesmo afirmou tantas vezes. 

 O Parlamento chileno aprovou por unanimidade a nacionalização das grandes empresas americanas que possuíam os depósitos em Calama, Sewell e El Salvador. A Codelco foi criada e, apesar das severas restrições impostas pelos Estados Unidos, conseguiu aumentar a produção mineral. 

 Prometemos concluir a Reforma Agrária, pondo fim ao latifúndio chileno que mantinha ociosas as melhores terras aráveis, e foi exatamente o que fizemos.

 Prometemos construir 100.000 casas durante o primeiro ano de governo, de preferência para setores de baixa renda, e foi o que fizemos.  

Prometemos dar meio litro de leite por dia gratuitamente a todas as crianças chilenas e assim o fizemos.  

 Prometemos aumentar os salários dos trabalhadores e, em 1971, a participação percentual dos salários do trabalho era de 61,7% da renda geográfica, uma taxa nunca antes vista no Chile ([1]).

 Prometemos tornar possível o descanso para todos os setores que nunca antes haviam podido desfrutar de férias (que em nossas Primeiras 40 Medidas chamamos de turismo popular) e assim o fizemos. Em um ano, concluímos 16 Balneários Populares localizados nas melhores praias do Chile.

Prometemos facilitar a leitura para todos os chilenos e criamos a editora Quimantú, que começou a publicar as melhores obras de escritores chilenos e estrangeiros, em tiragens de até 60.000 exemplares, pelo valor de dois maços de cigarros. 

 Em 275 dias, construímos o mais belo edifício já construído no Chile: a UNCTAD III, que deslumbrou os 3.000 delegados estrangeiros que participaram da reunião com sua excepcional integração de arte e arquitetura. 

 Eu poderia continuar listando inúmeras outras realizações, mas elas não cabem nesta pequena coluna. Repito: fizemos tudo com total respeito às instituições públicas, o que naturalmente despertou a reação feroz dos setores oligárquicos que viram seus interesses obscuros afetados e começaram, mesmo antes de Allende assumir o cargo, a conspirar para derrubar o governo, em cumplicidade com o Departamento de Estado dos EUA e seu braço de execução: a CIA. 

Seu sucesso levou o Partido Comunista Italiano a abrir caminho para a tese do Compromisso Histórico, em aliança com a Democracia Cristã daquele país, que foi a causa do sequestro e do subsequente assassinato do primeiro-ministro italiano, o democrata-cristão Aldo Moro, quando ele estava a caminho de assinar um acordo com Enrico Berliguer, secretário-geral do Partido Comunista Italiano. 

 Isso foi demais para o Departamento de Estado dos EUA, que ordenou a aceleração das ações que levaram ao golpe de 1973 no Chile.

Nesses dias foi notícia o centenário de Henry Kissinger, Secretário de Estado durante o governo de Richard Nixon, que foi o principal promotor das ações desestabilizadoras contra o governo de Allende. 

 O Presidente Gabriel Boric recomenda a leitura do livro "Salvador Allende, the Chilean Left and the Unidad Popular", escrito por Daniel Mansuy, neto do ex-Almirante Ismael Huerta, um dos principais instigadores do golpe de Estado de 1973. Trata-se - nada menos - de quem levou a Pinochet o ultimato formulado por José Toribio Merino para aderir ao golpe de Estado, que ocorreria com ou sem sua participação.

Eu recomendaria ao presidente Boric que lesse tudo o que foi escrito sobre o golpe no Chile por Peter Kornbluh, que dedicou sua vida a desclassificar arquivos secretos do governo dos EUA relacionados ao apoio dos EUA ao golpe contra Salvador Allende em 1973. (2) "O Chile se tornou um símbolo muito grande do abuso de poder dos Estados Unidos, do meu governo, do abuso de moralidade", disse ele ao La Tercera durante uma visita ao país em 2017.

 Não foi fácil para mim escrever esta coluna. Participei muito ativamente da campanha eleitoral de Boric e, até agora, dei toda a energia que ainda me resta para o maior sucesso de seu programa sobre moradia e cidade, que são minha especialidade. 

Lamento de coração, mas não posso ficar calado diante das ofensas cometidas contra a memória histórica. O apreço por Salvador Allende é universal e está longe de ser um mero mito, gerado pelo fato de ele ter pago com a própria vida por sua lealdade às instituições democráticas.  

 O apreço pelo nosso companheiro presidente decorre de sua vontade irredutível de promover, por meios pacíficos, as mudanças estruturais necessárias para melhorar as condições de vida dos setores sociais que sempre foram marginalizados dos benefícios econômicos. 

 Nesses 50 anos desde o golpe militar, nos esforçaremos, como sempre, para colocar as coisas em seu lugar e faremos isso com o orgulho que representa para mim e minha querida esposa e companheira, já falecida, o belo trabalho que contribuímos para realizar.


Miguel Lawner Arquiteto, ex-diretor executivo da Corporación de Mejoramiento Urbano (CORMU) 1970-1973.

 [1] Gonzalo Martner: El gobierno del Presidente Salvador Allende. 1970-1973. Una evaluación. Ediciones lar 1988. Pg. 151. 

(2) COVERT ACTION IN CHILE. 1963-1973

STAFF REPORT OF THE SELECT COMMITTEE TO STUDY GOVERNMENTAL OPERATIONS

WITH RESPECT TO INTELLIGENCE ACTIVITIES

UNITED STATES SENATE.

Whashington 1975. Comité dirigido por el senador Frank Church

https://360noticias.cl/miguel-lawner-responde-a-boric/

Tradução/ Edição: Carmen Diniz/Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba

                           

21 de jun. de 2023

COMO UM DOCUMENTO OFICIAL PODE CONTER TANTA HOSTILIDADE CONTRA UM POVO INOFENSIVO ? AQUI, A GÊNESE DO BLOQUEIO.

                                          

 Carmen Diniz*                             

     Para quem pensa que o criminoso bloqueio dos EUA contra Cuba começou com o ato em 3 de fevereiro de 1962 assinado pelo presidente John Kennedy, o famoso "memorando Mallory" prova o contrário. O período era o da presidência de Eisenhower e Lester Mallory atuava como Subsecretário de Estado para Assuntos Interamericanos. 

      O documento, datado de abril de 1960 , pouco mais de um ano depois do triunfo da Revolução Cubana em janeiro de 1959 serve para demonstrar, entre outras coisas, a paranóia ideológica estadunidense que continua até os dias de hoje. Cita a presença do 'perigoso comunismo' na ilha em um período em que sequer a ilha se enquadrava em tal sistema. Vale lembrar que a opção pelo socialismo só vai ser confirmada na criminosa invasão dos EUA e mercenários cubano-americanos em Playa Girón, em 1961, quando Fidel fala do caráter socialista da Revolução Cubana, aclamado naquele instante, pela população.

  A propósito, na  Baía dos Porcos (Playa Girón): a população cubana, armada, em poucas horas derrota os invasores contrarevolucionários poupando-os da morte e triocando-os por remédios e alimentos. 

  Voltando ao ano de 1960 na época do referido memorando (foto) a Revolução cubana fazia suas reformas sociais, sem nenhum caráter 'comunista' , o governo estadunidense se recusa a comprar o açúcar cubano (maior fonte de renda da ilha, na época) e vender petróleo . Se recusa, ainda, a refinar petróleo russo em suas refinarias da ilha. O governo cubano é forçado a nacionalizar bens e serviços estadunidenses com pagamento de indenizações que demais países recebem e  que o governo dos EUA se nega a receber. A partir daí e só aí passa Cuba a abolir o capitalismo de seu território.

     Em 1959, a principal fonte de recursos da ilha era a exportação de açúcar para os Estados Unidos e a sua fonte energética era, essencialmente, o petróleo importado daquele país.  Exatamente por isso, seguindo as diretrizes estabelecidas no memorando aqui presente, as duas primeiras medidas do governo estadunidense contra a ilha foram, já em 1960, ano seguinte ao do triunfo da Revolução, a redução drástica da importação do açúcar cubano e da exportação do petróleo para a ilha caribenha.

Assim é aqui se inicia o bloqueio: 

 O presidente dos EUA, Eisenhower, então, impôs a proibição de todas as exportações dos EUA para Cuba, exceto alimentos e remédios.*

          

Documento original conhecido como “memorando de Mallory” que foi levado ao presidente para assinar.
Reconhece que o povo cubano apoia a Revolução e que a estratégia deve ser asfixiar Cuba.

Tradução: 

SECRETO 

Este documento consiste em uma página

6 de abril de 1960 

Memorando para o Sr. Rubottom

Assunto:  O declínio e a queda de Castro


As considerações mais importantes a respeito da vida do atual governo de Cuba são

1 - A maioria dos cubanos apóia Castro (a estimativa mais baixa que vi é de 50%)

2 - Não há oposição política efetiva.

3 - Fidel Castro e outros membros do governo cubano defendem ou toleram a influência comunista.

4 - A influência comunista está permeando o governo e o corpo político em um ritmo incrivelmente rápido.

5 - A oposição militante a Castro de fora de Cuba só serviria à sua causa e à causa comunista.

6 - O único meio previsível de alienar o apoio interno é por meio do desencanto e do descontentamento baseados na insatisfação e nas dificuldades econômicas.

Se os itens acima forem aceitos ou não puderem ser combatidos com sucesso. Segue-se que todos os meios possíveis devem ser prontamente utilizados para enfraquecer a vida econômica de Cuba. Se tal política for adotada, deve ser o resultado de uma decisão positiva que exigiria uma linha de ação que, embora tão hábil e discreta quanto possível, faça as maiores incursões para negar dinheiro e suprimentos a Cuba, para diminuir os salários monetários e reais, para provocar fome, desespero e derrubada do governo.

O principal item em nossa arma econômica seria a autoridade flexível na legislação do açúcar. Isso precisa ser buscado com urgência. Da mesma forma, todos os outros caminhos devem ser explorados. Mas, primeiro, é necessário tomar uma decisão quanto à linha de nossa conduta. Você gostaria que essa proposta fosse preparada para o Secretário?  

                                                                                 Arquivo classificado (secreto)

Sim _assinado        Não____________________________

L.D. Mallory


 Lester Dewitt Mallory,
  Subsecretário de Estado em 1960

*Ainda assim se percebe a diferença da hostilidade atual do governo dos EUA contra Cuba: sequer durante a pandemia se admitiu que em Cuba entrassem ventiladores pulmonares para os pacientes graves acometidos de  Covid-19.

  Os termos utilizados no referido memorando impressionam por ser um documento de Estado, oficial e que se pode classificar como terrorista; trata-se de atos preparatórios por parte de um Estado com a finalidade de asfixiar economica e financeiramente toda uma população pelo fato de apoiar seu governo que não é palatável ao governo estadunidense.

     É este mesmo governo (Trump) que em uma lista unilateral e desonesta dos EUA inclui Cuba como um Estado supostamente apoiador de terrorismo (!?). Cuba, o país que mais sofreu atentados terroristas no mundo sem nunca ter atacado qualquer outro.

     O tal "memorando" nos ajuda a entender o porquê. Inserir Cuba na desonesta e imoral lista sabemos que se trata de "mais uma volta do parafuso" para intensificar ainda mais o criminoso bloqueio genocida que cada vez ampliam mais na ilusão de derrotarem um povo inteiro. A lista possui implicações comerciais e financeiras para dificultar cada vez mais a vida na Ilha. 

    O governo dos EUA pode derrotar um governo que não lhe agrade e a América Latina (e não só) já sentiu na pele isso muitas vezes. Não podem, no entanto, derrotar todo um povo.   Cuba não está só. 

                      O bloqueio continua? A solidariedade também

* Coordenadora do Capítulo Brasil do Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos

19 de jun. de 2023

ALLENDE RESPONDE A BORIC ATRAVÉS DE SEU NETO

                       

Em 2018, Gabriel Boric foi deputado da Frente Ampla no Chile. Desde aquela data, ele mostrou suas inclinações social-democratas, mais próximas de Washington do que de nosso Sul global abalado e de países como Venezuela, Nicarágua e Cuba que não se submetem aos mandatos do imperialismo.

Naquela ocasião e em várias ocasiões desde então, a voz corajosa do pensamento de Salvador Allende respondeu a Boric. Foi seu neto, Pablo Sepúlveda Allende, médico formado em Cuba, candidato à Assembleia Constituinte e membro da Rede em Defesa da Humanidade, que desmontou claramente os clichês da narrativa contra países soberanos e independentes de Washington.

Pela importância que essas palavras adquirem hoje, depois que Boric, ungido como presidente do Chile, afirmou o mesmo contra a Venezuela na reunião de chefes de Estado latino-americanos convocada pelo presidente Lula, realizada no final de maio de 2023. ( ungido como presidente de Chile afirmara lo mismo contra Venezuela )

Borik en 2018

Compartilhamos com nossos leitores a resposta do neto de Allende. 

                  

            NETO DE  SALVADOR ALLENDE RESPONDE A BORIC.

                   

O duplo padrão em Direitos Humanos e a esquerda "suave"

Pablo Sepúlveda Allende (*).

Atrevo-me a responder-lhe porque vejo o perigo de líderes importantes como você, jovens líderes da "nova esquerda" que surgiu na Frente Ampla, fazerem comparações simplistas, absurdas e desinformadas sobre questões tão delicadas como os Direitos Humanos.

É muito tendencioso e grosseiro que você equipare - sem o menor argumento - o suposto "enfraquecimento das condições básicas da democracia na Venezuela", a "restrição permanente das liberdades em Cuba" e "a repressão do governo Ortega na Nicarágua" com as atrocidades comprovadas da ditadura militar no Chile, o evidente intervencionismo criminoso dos EUA em todo o mundo e o terrorismo de Estado de Israel contra o povo da Palestina.

O fato de você escrever essas bobagens não "significa tornar-se um pseudo agente da CIA", mas denota uma importante irresponsabilidade e imaturidade política que pode transformá-lo em um elemento útil para a direita, ou pior, acabar sendo aquela "esquerda" que a direita gosta ; uma esquerda sem graça, ambígua, uma esquerda inofensiva, que por oportunismo prefere parecer "politicamente correta", aquela esquerda que não é "nem limonada nem refresco de limão", aquela esquerda que não quer parecer ruim para ninguém.

Essa esquerda é confusa porque não ousa apontar e confrontar corajosamente os verdadeiros inimigos do povo. Esse é o perigo de emitir opiniões politicamente imaturas.

Você já se perguntou por que a Venezuela está sendo tão vilipendiada e atacada na mídia? Por que ela é notícia todos os dias em praticamente todos os países do mundo ocidental onde a grande mídia domina? Por que ela está sendo atacada por todos os lados e por uma multidão? Por que esses grandes noticiários se calam sobre os massacres em curso na Colômbia e no México? Por que aqueles que arrancam os cabelos preocupados com um deputado venezuelano, confessado como participante de uma tentativa de assassinato, não têm a coragem de exigir que Israel pare com o genocídio contra o povo palestino?

O mundo está de cabeça para baixo. Esse é o mundo da política sem coração e sem coragem.

Margarita Labarca Goddard já argumentou de forma clara e contundente por que você está errado em seus julgamentos sobre Cuba, Venezuela e Nicarágua. Acrescentarei apenas que a Venezuela tem uma democracia muito mais saudável e transparente do que a do Chile, e posso argumentar isso para você e podemos debater o assunto, se estiver interessado.

Também é fácil argumentar com você por que a "restrição permanente das liberdades em Cuba" é uma falácia. Sem mencionar que a palavra "liberdade" é tão banal que, a essa altura, seu verdadeiro significado é ambíguo, e uma definição sensata requer um debate filosófico. Ou me diga, o que é liberdade?

Menciono esses dois países porque os conheço muito bem. Morei em Cuba por 9 anos e morei na Venezuela por outros 9 anos. Não conheço a Nicarágua de perto, mas convido-o a se perguntar como um governo de direita teria reagido à ação de gangues criminosas pagas e fortemente armadas que tomam conta de setores das cidades mais importantes do país; E onde, além disso, essas quadrilhas de mercenários se colocam para cometer atos abomináveis como sequestrar, torturar, mutilar, estuprar e até mesmo queimar vivos dezenas de seres humanos, pelo simples fato de serem militantes de uma causa - neste caso, militantes sandinistas - onde a perseguição chegou ao ponto de assassinar famílias inteiras em suas próprias casas.

O governo legitimamente eleito da Nicarágua, embora tivesse os recursos, a estrutura legal e a força para tomar medidas imediatas e enérgicas contra essa desestabilização fascista, foi bastante contido. O senhor acha que a ala direita no poder teria tido essa visão pacífica e apelado para o diálogo para resolver o conflito?

A história nos dá uma resposta.

Entendo que você pode estar confuso com a grande "mídia" que se encarregou de vitimizar os vitimizadores, assim como fizeram há um ano na Venezuela durante as chamadas guarimbas.

Portanto, Gabriel, falando objetivamente, com argumentos sérios - sem opiniões formadas e modeladas pela mídia com base em deturpações e mentiras repetidas diariamente - não há dois pesos e duas medidas naqueles que defendem Cuba, Venezuela e Nicarágua.

Não temos pessoas desaparecidas ou torturadas, não prendemos quem pensa ou tem uma opinião diferente, mas prendemos criminosos, sejam eles deputados, políticos ou supostos estudantes. Prefiro ver esse "duplo padrão" em você mesmo, quando faz julgamentos de valor confortáveis baseados em manipulação e ignorância.

Sobre a mídia, a democracia e as liberdades, podemos discutir a comparação do Chile com esses países. Garanto-lhe que, infelizmente, o Chile não se sairia muito bem, ainda mais se incluirmos os direitos humanos, econômicos e sociais, que lá não passam de mercadorias.

"Uma pessoa atinge o mais alto nível de ignorância quando rejeita algo sobre o qual não sabe nada".

Saudações ! 


(*)Médico, Coordenador da Rede de Intelectuais em Defesa da Humanidade, *neto do Presidente Salvador Allende Gossens.


https://cubaenresumen.org/2023/06/19/allende-a-traves-de-su-nieto-responde-a-boric/


Tradução/Edição: Carmen Diniz

                                                      

'Mais cedo que tarde se abrirão de novo as alamedas por onde passe o homem livre".

                     

17 de jun. de 2023

DA SÉRIE : "NÃO SE PODE CONFIAR NO IMPERIALISMO NEM UM TANTINHO ASSIM. NADA." (Che)

                                          

Estados Unidos. Robert Kennedy Jr. promete libertar Assange e dedicar uma estátua a Snowden em Washington

     "Vou perdoar esses caras, antecipadamente", disse o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos.

     O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Robert Kennedy Jr., descreveu Edward Snowden, ex-analista da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) e da CIA que vive como asilado na Rússia desde que em 2013 expôs o poder de Washington em espionagem digital massiva de cidadãos estadunidenses:

   “Eu colocaria uma estátua de Snowden em Washington. Quero dizer, acho que quando Snowden divulgou tudo isso, ninguém em nosso país sabia sobre isso, que as agências de inteligência estavam extraindo todos os nossos dados e espionando o povo estadunidense", explicou. Como esse cara pode ser transformado em criminoso? Ele é um herói estadunidense”, disse o sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy.

      Da mesma forma, o político garantiu que, se vencer as eleições, libertará imediatamente  Julian Assange , fundador do WikiLeaks, que está preso em Londres e enfrenta um processo de extradição para os EUA, onde é acusado de espionagem após o vazamento de milhares de informações de documentos  confidenciais.

    " Vou perdoar Assange no primeiro dia porque isso é uma loucura ", disse ele. Ele é, efetivamente, um editor de jornalismo e não entendo por que todos os editores de mídias deste país não estão aí fora com tochas e tridentes em frente à Casa Branca dizendo que devem libertar este cara. O que ele fez de errado ?" disse Kennedy.

   " Sim, vou perdoar esses caras, antecipadamente ", assegurou. "Quero dizer que vou analisar os casos deles", disse o candidato presidencial. 


  • Em junho de 2013, os EUA acusaram Snowden de fraude de ativos estatais e divulgação de segredos de país. Sob todas as acusações, o ex-funcionário da CIA pode pegar até  30 anos de prisão . Fugindo da perseguição, o delator pediu asilo em vários países até obtê-lo na Rússia, onde permanece atualmente. Em 2022 obteve a cidadania russa  por decreto de Putin.

  • Julian Assange está preso desde abril de 2019 na prisão de segurança máxima britânica de Belmarsh, onde foi detido depois que o então presidente do Equador, Lenín Moreno, permitiu sua prisão na Embaixada do Equador em Londres. Assange é acusado nos EUA pela  publicação de centenas de milhares de páginas de documentos militares secretos  e telegramas diplomáticos confidenciais sobre as atividades daquele país nas guerras do Iraque e do Afeganistão, divulgados por seu portal WikiLeaks. A Justiça dos EUA apresentou um total de 18 acusações contra Assange sob a Lei de Espionagem, pedindo-lhe 175 anos de prisão.


https://www.resumenlatinoamericano.org/2023/06/16/estados-unidos-robert-kennedy-jr-promete-liberar-a-assange-y-dedicarle-una-estatua-a-snowden-en-washington/

Tradução/Edição: Carmen Diniz/Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba