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| Hernando Calvo Ospina |
A empresa Iberia impediu hoje (19) o jornalista e escritor Hernando Calvo Ospina de aceder ao voo Madrid-Santiago de Cuba, operado pela Cubana de Aviación, a partir do aeroporto de Madrid Barajas, seguindo ordens da Administração Nacional de Segurança dos Transportes (TSA) dos Estados Unidos .
Não é a primeira vez que Calvo Ospina, de origem colombiana e residente há anos na França, sofre a punição arbitrária de ficar de castigo desde que está incluído desde 2003 na lista No Fly, administrada pelo Centro de Triagem de Terroristas do governo (TSC). ) Em outras ocasiões, Air France, Air Europa e Corsair também impediram que voos para Cuba apresentassem falsas desculpas antes de reconhecer que a lista de passageiros é controlada e deve ser autorizada pela TSA.
Desde pelo menos março de 2012, os EUA obrigam as companhias aéreas europeias a fornecer dados de passageiros para qualquer voo que atravesse o espaço aéreo norte-americano, sob pena de proibir o acesso a esse espaço. E embora já tenham sido apresentadas queixas sobre esta medida unilateral ao Comissário Europeu dos Assuntos Internos, a verdade é que hoje é ainda mais abusiva.
O surpreendente da decisão da Iberia é que o voo da Cubana de Aviación entre Madrid e Santiago de Cuba nem sequer se aproximou da zona de exclusão aérea imposta por Washington, e se torna mais uma condenação imposta pela "polícia global" que busca endurecer qualquer tipo de intercâmbio com Cuba, tanto quanto possível.
Segundo o vídeo feito no aeroporto pelo próprio jornalista, o motivo da viagem a Cuba era a entrega de cópias dos documentos desclassificados na França sobre a explosão do navio La Coubre na Baía de Havana, ocorrido em março de 1960, e a partir do qual Calvo Ospina realizou importantes pesquisas que reuniu em um documentário e no ensaio El enigma de La Coubre. Também transportava 100 exemplares deste livro com o objetivo de divulgá-lo em Cuba.
Segundo a Cubana de Aviación, o problema deveu-se ao fato de o sistema informático utilizado no aeroporto de Madrid para o check-in e embarque de passageiros ser controlado pela Iberia e estar sob a supervisão da TSA. Assim, no momento em que foram inseridos os dados de Calvo Ospina, o sistema bloqueou seu acesso ao voo, com a ordem de não deixá-lo embarcar para Cuba.
O jornalista colombiano destacou que “é uma pena que [Cubana de Aviación] não tenha um sistema próprio e que dependa da Península Ibérica”, e lamentou os danos econômicos causados pela proibição injustificada, “mas milhares de milhões e bilhões que Cuba perdeu com este bloqueio", em referência à brutal política de assédio dos EUA na ilha durante mais de seis décadas.
https://cubaenresumen.org/2024/03/19/iberia-impide-al-periodista-colombiano-hernando-calvo-ospina-volar-con-destino-a-cuba/
Tradução/Edição: Carmen Diniz p/Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos - Capítulo Brasil
NT: Tínhamos conversado no sábado e Ospina me disse de sua viagem que infelizmente, não aconteceu. Quanto aos exemplares de livros que ele levava e a que o texto se refere, já temos em português. Aqui o link da editora: https://insular.com.br/produto/o-enigma-do-la-coubre/
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