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27 de fev. de 2020

Liberdade a Julian Assange. Não à extradição aos EE.UU





Declaração do Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos:

Liberdade a Julian Assange. Não à extradição aos EE.UU

Ao grito de: “ há uma decisão, não à extradição” "There is only one decision, no extradition", centenas de pessoas percorreram da sede da embaixada da Austrália até a Praça do Parlamento de Londres para exigir a liberdade de Julian Assange.

O mítico Roger Waters, líder do grupo de rock Pink Floyd acompanhou o pai de Assange, John Shipton, também jornalista australiano, o cantor Brian Eno, a estilista de modas Vivienne Westwood, Lindsey German, fundadora da Coalizão Stop the War, o atual diretor de Wikileaks, Kristinn Hrafnsson, intelectuais e centenas de ativistas empunhando cartazes com o rosto de Assange e uma mordaça na boca com a bandeira de EE.UU.

Jornalistas, escritores e intelectuais como Noam Chomsky, Edgar Morin, Slavoj Zizek, Ken Loach, Yanis Varoufakis, Emir Sader, Evgeny Morozov, Ignacio Ramonet, Fernando Morais, Atilio Borón, Tariq Ali, a Rede em Defesa da Humanidade, movimentos sociais e juristas de todo mundo exigem a liberdade de Julian Assange.

Junto a eles nos perguntamos por que não se processa os criminosos de guerra que ficaram visíveis graças à informação divulgada por Wikileaks? Por que não se julgou  um só dos criminosos de guerra enquanto Assange tem sido submetido a diferentes tipo de tortura, maltrato físico e psicológico?

Assange enfrenta 18 acusações infundadas, desde "conspiração para cometer espionagem" até "pirataria informática", poderiam condená-lo uma prisão perpétua  ou - o que é o mesmo-  175 anos de cárcere em EE.UU, sem a menor garantia para seu defesa.

Denunciamos as deploráveis condições em que se encontra na prisão de segurança máxima de Belmarsh, contígua ao tribunal de Woolwich, no sudeste de Londres, onde  se realiza o julgamento.

Desde sua detenção na embaixada de Equador em abril do ano passado , quando o presidente equatoriano Lenin Moreno pactuou com o governo de Trump violar o direito de asilo do que gozava Assange e entregar às autoridades britânicas com o claro objetivo de que fosse extraditado aos Estados Unidos, Assange tem sofrido isolamento e maltrato. O pacto desprezível entre os governos de Equador e EE.UU fica em evidência agora ante a servil atitude do conservador governo britânico.

Gareth Peirce, advogado de Assange tem denunciado a violação ao direito a preparar sua defesa: "Julian Assange não tem conseguido o tempo que precisa com sua equipe legal para discutir como enfrentar o pedido de extradição dos Estados Unidos, já que lhe foram negados os documentos da acusaçãoesta demora no cronograma é extremamente preocupante".

"Foi algemado onze vezes ontem e isolado em cinco celas diferentes, foi despido duas vezes e confiscaram-lhe  os arquivos de seu caso" denunciou Edward Fitzgerald, principal advogado da defesa de Assange.

Os advogados sustentam que a Administração Trump está acusando o fundador de Wikileaks por razões políticas, o que é contrário ao tratado entre Reino Unido e EE.UU., e que ele não teria um julgamento justo se se chegar a aprovar a extradição.

O Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da ONU,declarou que Julian Assange se encontrava "detido arbitrariamente". Chamaram a atenção do Reino Unido e também da Suécia cuja falsa acusação expirou a "pôr fim a sua detenção" e "respeitar seu direito a receber uma justa compensação".

Além da enorme injustiça contra Julian Assange, um jornalista de 48 anos que não cometeu delito algum e que de forma altruísta criou um antes e um depois na comunicação, ao publicar meio milhão de relatórios secretos relativos aos abusos cometidos por militares estadunidenses nas guerras de ocupação de Afeganistão e Iraque, e 250.000 cabos que delatam a perversa ingerência de EE.UU. no mundo, se Assange fosse extraditado Washington se sentiria com direito a prender qualquer comunicador que lhe aborreça. Seria um precedente terrível para a liberdade de expressão e o jornalismo no mundo.

O que se discute realmente na corte da coroa de Woolwich, próxima ao cárcere de Belmarsh, é o direito da humanidade à informação.

Liberdade a Julian Assange! Não à Extradição!!






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