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15 de mai. de 2023

"JORNALISMO NÃO É CRIME" diz Biden - a não ser para o Assange #FreeAssangeNOW

                       

Julian Assange,  imperdoável para o império

       A sentença virtual de Washington contra o jornalista australiano perseguido há mais de uma década por expor a roupa suja do mundo passou quase despercebida.

      O fato foi relatado por Patrick Martin no portal WSWS: "Jornalismo não é crime", diz Joseph Biden, exceto para Julian Assange.

     Esse é o título da reportagem do jornalista sobre o jantar anual da Associação de Correspondentes da Casa Branca, "uma ocasião para a elite da mídia e os principais políticos de Washington conversarem e declararem sua solidariedade uns com os outros".

   Ele diz que o encontro tradicional muitas vezes se refere à defesa da Primeira Emenda, que estabelece a liberdade de imprensa, "embora essa disposição constitucional tenha sido sistematicamente pisoteada por administração após administração no interesse do imperialismo dos EUA".

   E acrescenta: "A espionagem ilegal do governo, a violência policial e a violação de preceitos democráticos básicos, como a separação entre igreja e estado, são práticas cotidianas nos Estados Unidos, e a mídia corporativa geralmente as ignora em silêncio, desde que seus próprios interesses financeiros não sejam prejudicados".

    Críticas severas a realidades que são bem conhecidas, mas ignoradas quando se trata de proteger os pilares sacrossantos do sistema ao qual elas respondem.

    Martin relata que na noite do último sábado, no jantar anual, o presidente Biden e a elite política e da mídia reunida "fingiram defender a liberdade de imprensa, mas apenas quando ela atende aos interesses da política externa do imperialismo dos EUA".

   O repórter observa que a maioria das aparições presidenciais no jantar - que contou com a presença de todos os presidentes nos últimos anos, exceto Donald Trump - "foi caracterizada por comentários zombando do público, dos oponentes e críticos políticos do presidente e do próprio presidente".

    Biden dedicou a maior parte de seu discurso a uma longa declaração de sua oposição à repressão a jornalistas na Rússia, China, Irã, Síria e Venezuela, e prometeu dedicar esforços diplomáticos dos EUA para garantir a libertação do repórter do Wall Street Journal Evan Gershkovich, recentemente detido na Rússia sob acusações de espionagem, e de outros estadunidenses.

            A primeira emenda à Contituição dos EUA : 



O Congresso não fará nenhuma lei a respeito da organização de uma religião ou que proíba seu livre exercício; ou que restrinja a liberdade de expressão ou de imprensa; ou o direito do povo de se reunir pacificamente e de apresentar petições ao governo para a reparação de queixas.

     Martin observa que houve uma sobreposição óbvia entre "a lista de países culpados de violar a liberdade de imprensa e a lista de países visados pelo imperialismo dos EUA para suas operações de subversão e mudança de regime".

    O caso mais flagrante de dois pesos e duas medidas foi um que implica diretamente o governo Biden: a perseguição a Julian Assange: "três minutos depois de seu discurso nas comemorações..., Biden declarou: "O jornalismo não é um crime". A formulação parecia uma reformulação perversa de uma declaração emitida por meia dúzia dos principais jornais do mundo, incluindo o New York Times, em dezembro passado, quando pediram ao governo Biden que retirasse as acusações contra Assange porque "publicar não é um crime".

     Martin observa que, em sua cobertura do jantar dos correspondentes, "nem o Times, nem o Washington Post, nem qualquer outra publicação 'mainstream' fez qualquer menção a Assange ou à contradição entre a declaração de fidelidade de Biden à Primeira Emenda e a pressão contínua de seu governo para extraditar e prender Assange. Nenhum correspondente ou executivo de mídia, a maioria dos participantes do jantar, tentou levantar a questão".

    Lembre-se de que sete membros democratas do Congresso, incluindo todos os cinco membros do Democratic Socialists of America (DSA), enviaram recentemente uma carta ao procurador-geral Merrick Garland, pedindo que ele desistisse da acusação contra Assange. Nenhum desses representantes tentou levantar a questão no jantar dos correspondentes, que ocorreu apenas quatro dias antes do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa (designado pelas Nações Unidas).

   O relatório continua: "Mais tarde, em seu discurso, Biden elogiou a imprensa, declarando: "Vocês possibilitam que cidadãos comuns questionem a autoridade. Na realidade, a mídia corporativa dos EUA abandonou até mesmo um compromisso simbólico com essa postura de oposição ao governo dos EUA".

    Afirma que "o Times, que define a agenda para a cobertura diária na mídia dos EUA, é pouco mais do que um adjunto da CIA e do Pentágono em questões de segurança nacional, especialmente a guerra na Ucrânia".

    Detalha essa publicação observando que, quando o aviador da Guarda Nacional e especialista em informática Jack Teixeira publicou documentos secretos do Pentágono na Internet, a mídia "o localizou e publicou seu nome, permitindo que o FBI interviesse e prendesse o soldado de 21 anos poucas horas depois".

    Os elogios de Biden à mídia dos EUA e sua declaração de devoção à Primeira Emenda foram seguidos por uma série de piadas óbvias e banais, em grande parte às custas da Fox News, bem como algumas referências à sua idade avançada, como se esse fosse o único problema que impedisse sua campanha de reeleição.

    Ele não fez nenhuma menção à guerra na Ucrânia, que todos os dias ameaça se transformar em um intercâmbio nuclear entre os EUA e a Rússia, ou à pandemia da COVID, que continua sendo uma ameaça mortal para a população mundial.

 

https://cubaenresumen.org/2023/05/13/julian-assange-imperdonable-para-el-imperio-2/

Tradução/edição : Carmen Diniz p/ Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos - Capítulo Brasil

                                                     

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