20 de dez. de 2025

EXCELENTE ARTIGO SOBRE A VENEZUELA (em português e espanhol )

                                      



VENEZUELA : A MAIOR EXPRESSÃO ANTI-IMPERIALISTA DE NOSSA ÉPOCA.  

Beto Palmeira*

O chavismo afirma-se, desde o final dos anos 1990, como uma das experiências políticas mais complexas, coerentes e duradouras do anti-imperialismo no século XXI. Ele nasce da combinação entre tradições históricas latino-americanas, o bolivarianismo, o nacionalismo popular, o anti oligarquismo e a luta pela terra e as novas exigências colocadas pela fase neoliberal do capitalismo global e pelo reordenamento do imperialismo norte-americano após o fim da Guerra Fria.

Mais do que um governo, o chavismo se constitui como um projeto político social e civilizatório, capaz de reorganizar o Estado, mobilizar trabalhadores urbanos e rurais, reconstruir a soberania nacional e desenvolver mecanismos próprios de defesa territorial, econômica e militar.

1. As raízes históricas do processo bolivariano

A emergência do chavismo só pode ser compreendida a partir da profunda crise que atravessou a Venezuela nos anos 1980 e 1990. Na América Latina, o neoliberalismo impunha-se como “único horizonte possível”, enquanto privatizações, ajustes estruturais e abertura financeira aprofundaram a dependência das economias do continente.

A Venezuela viveu esse processo de forma particularmente aguda. O país enfrentou:

l  o colapso do modelo rentista e a crescente autonomização da PDVSA frente ao Estado;

l  a decomposição do pacto de Punto Fijo e o esgotamento das elites tradicionais;

l  a submissão ao receituário neoliberal e às instituições financeiras internacionais;

l  O "Sacudón” em 1989 (caracazo), explosão social que antecipou o fim do regime.

A crise tinha também dimensão agrária. O campesinato venezuelano  historicamente marginalizado foi exposto ao avanço de latifundiários, grupos paramilitares e redes ilegais vinculadas ao agronegócio internacional. Sem presença estatal, muitos camponeses radicalizaram sua organização e passaram a protagonizar lutas por terra, produção e autodefesa.

É nesse cenário de crise orgânica econômica, territorial, política e simbólica  que surge o movimento bolivariano liderado por Hugo Chávez, articulando:

l  militares nacionalistas,

l  setores populares urbanos empobrecidos,

l  juventudes marginalizadas,

l  e o campesinato em reorganização.

Desde sua origem, o chavismo aparece como resposta nacional-popular ao aprofundamento da dependência venezuelana.

2. Os pilares do anti-imperialismo chavista

a) Soberania sobre recursos estratégicos

A nacionalização efetiva da PDVSA e a recuperação da renda petroleira constituem o núcleo material do projeto bolivariano. Por décadas, a estatal atuou como enclave vinculado ao capital internacional. A reversão dessa lógica permitiu ao Estado direcionar o excedente para políticas sociais, industrialização, infraestrutura e desenvolvimento científico.

Ao tocar o núcleo da geopolítica energética mundial, a Venezuela entrou em choque direto com:

l  petrolíferas transnacionais,

l  a estratégia energética dos EUA,

l  e os mecanismos típicos de extração de valor impostos à periferia.

As sanções e os bloqueios subsequentes são expressão desse conflito estrutural.

b) Um bloco político urbano-rural

O chavismo construiu uma aliança social , que articula bairros populares urbanos, trabalhadores da PDVSA, setores militares nacionalistas e o campesinato organizado.

A reforma agrária de 2001 foi decisiva, possibilitando:

l  regularização de terras improdutivas;

l  ocupações produtivas;

l  cooperativas e unidades de produção;

l  fortalecimento de comunas rurais.

O campesinato deixou de ser periferia política para assumir papel estratégico em três dimensões:

1.      Produtiva e alimentar: a soberania alimentar tornou-se meta nacional.

2.      Política: movimentos camponeses ocupam posição central no bloco bolivariano.

3.      Territorial e defensiva: o campo converteu-se em base de resistência contra paramilitares;

c) Internacionalismo e integração soberana

O internacionalismo bolivariano expresso em ALBA, UNASUL, CELAC e Petrocaribe representou a maior ofensiva latino-americana por autonomia desde os anos 1960. O objetivo foi romper a dependência histórica dos EUA e construir mecanismos próprios de cooperação econômica, energética e diplomática.

Essa política teve impactos concretos no território, com o fortalecimento das fronteiras, o combate ao contrabando e a integração de áreas rurais a estruturas nacionais de defesa.

d) Democracia participativa e milícias bolivarianas

O chavismo inovou profundamente ao institucionalizar formas de poder popular capazes de disputar, orientar e transformar o próprio Estado Burguês em um Estado Comunal. A criação dos conselhos comunais, seguida pelas comunas urbanas e rurais, deu origem a um modelo organizativo onde as comunidades assumem diretamente a gestão de serviços, recursos e projetos locais. Essas estruturas se articulam ainda com redes produtivas comunitárias, voltadas para gerar trabalho, abastecimento e autonomia econômica nos territórios. Somam-se a isso as instâncias de planejamento participativo, que permitem que moradores influenciem decisões estratégicas sobre orçamento, obras e prioridades sociais. Desse modo, o chavismo produziu uma experiência inédita de poder popular institucionalizado, que combina mobilização de base, democracia direta e capacidade estatal.

Sua inovação mais profunda está na criação das Milícias Bolivarianas (2009), formadas por cidadãos mobilizados para defender o processo revolucionário. As milícias cumprem quatro funções estratégicas:

1.      Atualizam a tradição de povo em armas, fundamento da soberania bolivariana.

2.      Criam um sistema nacional de autodefesa, dificultando golpes e operações clandestinas.

3.      Protegem territórios rurais, em articulação com movimentos camponeses.

4.      Aprofundam a democracia participativa, ampliando o poder territorial das comunidades.

Trata-se de uma forma singular de democracia popular armada, sem paralelo contemporâneo.

3. Por que a Venezuela é a maior expressão anti-imperialista de nossa época

1. Porque enfrenta o imperialismo em sua forma atual

O imperialismo do século XXI opera por:

l  sanções e bloqueios,

l  guerra midiática,

l  sabotagem produtiva,

l  lawfare,

l  operações de mudança de regime,

l  instrumentalização de ONGs.

A Venezuela é o caso mais completo de enfrentamento simultâneo a todos esses mecanismos e de resistência vitoriosa.

2. Porque amplia o conceito de soberania

O chavismo reconstrói a ideia de soberania como um campo multidimensional, superando a visão tradicional limitada ao território ou à diplomacia. Para a Revolução Bolivariana, um país só é soberano quando controla de forma efetiva as bases materiais que sustentam a vida social.

Isso começa pela soberania energética, com o resgate do controle estatal sobre o petróleo e sua utilização em favor do desenvolvimento nacional. Conecta-se a ela a soberania produtiva e alimentar, que busca reduzir dependências externas, fortalecer a agricultura camponesa e garantir abastecimento interno.

O processo bolivariano incorpora também a soberania comunicacional, construindo meios públicos e comunitários como contraponto ao monopólio privado da informação. Do mesmo modo, investe em soberania científica e tecnológica, entendendo que sem capacidade própria de produzir conhecimento não há independência real.

No plano militar e territorial, a soberania se expressa no controle do território e na união cívico-militar como garantia de defesa contra pressões externas e golpes internos.

Mas o ponto mais inovador é a soberania sobre o excedente econômico. Para o chavismo, não existe autonomia se a riqueza produzida pelo país é apropriada por elites ou drenada para potências estrangeiras. Recuperar o excedente significa usá-lo para políticas sociais, infraestrutura e desenvolvimento soberano.

Assim, o chavismo transforma a soberania em prática concreta: energética, produtiva, comunicacional, científica, militar e econômica. Uma soberania que busca destruir o estado burguês e construir desde as comunas o Estado comunal o que devolve ao povo o poder de decidir seu próprio destino. Assim o anti-imperialismo torna-se concreto, estrutural e popular e não mero discurso para negociar melhores condições para capital exportar commodities para os EUA

3. Porque é alvo prioritário do imperialismo

Golpes fracassados, sanções permanentes e campanhas internacionais de deslegitimação confirmam que o chavismo é tratado por Washington como ameaça estratégica. Ser alvo prioritário é, paradoxalmente, reconhecimento de sua força.

4. O lugar do chavismo no imaginário latino-americano

Hoje, o chavismo se afirma como símbolo continental de resistência, referência direta para movimentos camponeses, urbanos e estudantis que buscam caminhos próprios de emancipação. Tornou-se um laboratório vivo do socialismo do século XXI, onde se experimentam novas formas de organização popular, participação direta e construção de soberania. Ao mesmo tempo, funciona como ponto de convergência das lutas por autonomia e poder popular em todo o continente.

Por articular Estado, povo, classe operária, campesinato, comunas, milícias populares e controle soberano da economia, o processo bolivariano ocupa um lugar singular na política contemporânea. Sua combinação de mobilização social, defesa nacional, integração regional e afirmação da soberania econômica não possui paralelo na América Latina recente.

Com todas as contradições próprias de um processo revolucionário em movimento, a Venezuela segue sendo a expressão mais avançada de enfrentamento real ao imperialismo em nossa época, um farol que ilumina e inspira a luta popular latino-americana. Defender a soberania venezuelana é defender a soberania de todos os povos do continente que se levantam contra a dependência e a dominação externa.

Nossa tarefa é assumir a defesa da Venezuela como parte estratégica da luta popular latino-americana: fortalecer a solidariedade internacionalista, denunciar a ofensiva dos Estados Unidos e as ameaças de guerra imperialista e apoiar o protagonismo do povo venezuelano e do governo de Nicolás Maduro. Reafirmar essa defesa é afirmar que a soberania de um país só se sustenta plenamente quando é reconhecida e defendida por toda a nossa Pátria Grande. Precisamos criar formas de agitação e propaganda para dizer ao povo brasileiro que não se trata apenas da Venezuela. A nova Doutrina de Segurança dos Estados Unidos, lançada em novembro de 2025, dirige-se a todos os países da região, inclusive ao Brasil, e deixa claro que a guerra contra a Venezuela é condição para seguir enfraquecendo Cuba e aprofundar a ofensiva imperial sobre o conjunto da América Latina. Se a Venezuela cair, o Brasil não sairá ileso e poderá ser o próximo alvo. O impacto será regional, direto e profundo sobre nossas lutas, nossos territórios e nosso futuro. É hora de retomar a luta anti-imperialista como eixo para reconstruir as resistências e colocar em marcha um projeto nacional e popular para o Brasil

 *Beto Palmeira é  Militante do Movimento dos Pequenos Agricultores


                                                    

VENEZUELA: LA MAYOR EXPRESIÓN ANTIIMPERIALISTA DE NUESTRA ÉPOCA.

Beto Palmeira – Militante del Movimiento de Pequeños Agricultores

Desde finales de la década de 1990, el chavismo se ha afirmado como una de las experiencias políticas más complejas, coherentes y duraderas del antiimperialismo en el siglo XXI. Nace de la combinación entre las tradiciones históricas latinoamericanas, el bolivarianismo, el nacionalismo popular, el antioligarquismo y la lucha por la tierra, y las nuevas exigencias impuestas por la fase neoliberal del capitalismo global y el reordenamiento del imperialismo estadounidense tras el fin de la Guerra Fría.

Más que un gobierno, el chavismo se constituye como un proyecto político social y civilizatorio, capaz de reorganizar el Estado, movilizar a los trabajadores urbanos y rurales, reconstruir la soberanía nacional y desarrollar mecanismos propios de defensa territorial, económica y militar.

1. Las raíces históricas del proceso bolivariano

La emergencia del chavismo solo puede entenderse a partir de la profunda crisis que atravesó Venezuela en los años ochenta y noventa. En América Latina, el neoliberalismo se imponía como «único horizonte posible», mientras que las privatizaciones, los ajustes estructurales y la apertura financiera profundizaban la dependencia de las economías del continente.

Venezuela vivió este proceso de forma particularmente aguda. El país se enfrentó a:

l  el colapso del modelo rentista y la creciente autonomización de PDVSA frente al Estado;

l  la descomposición del pacto de Punto Fijo y el agotamiento de las élites tradicionales;

l  la sumisión a la receta neoliberal y a las instituciones financieras internacionales;

l  el «Sacudón» de 1989 (caracazo), una explosión social que anticipó el fin del régimen.

La crisis también tenía una dimensión agraria. El campesinado venezolano, históricamente marginado, se vio expuesto al avance de los latifundistas, los grupos paramilitares y las redes ilegales vinculadas al agronegocio internacional. Sin presencia estatal, muchos campesinos radicalizaron su organización y pasaron a protagonizar luchas por la tierra, la producción y la autodefensa.

Es en este escenario de crisis orgánica económica, territorial, política y simbólica donde surge el movimiento bolivariano liderado por Hugo Chávez, articulando:

l  militares nacionalistas,

l  sectores populares urbanos empobrecidos,

l  juventudes marginadas,

l  y el campesinado en reorganización.

Desde sus orígenes, el chavismo se presenta como una respuesta nacional-popular a la profundización de la dependencia venezolana.

2. Los pilares del antiimperialismo chavista

a) Soberanía sobre los recursos estratégicos

La nacionalización efectiva de PDVSA y la recuperación de los ingresos petroleros constituyen el núcleo material del proyecto bolivariano. Durante décadas, la empresa estatal actuó como un enclave vinculado al capital internacional. La reversión de esta lógica permitió al Estado destinar el excedente a políticas sociales, industrialización, infraestructura y desarrollo científico.

Al tocar el núcleo de la geopolítica energética mundial, Venezuela entró en choque directo con:

l  las petroleras transnacionales,

l  la estrategia energética de EE. UU.,

l  y los mecanismos típicos de extracción de valor impuestos a la periferia.

Las sanciones y los bloqueos posteriores son expresión de este conflicto estructural.

b) Un bloque político urbano-rural

El chavismo construyó una alianza social que articula barrios populares urbanos, trabajadores de PDVSA, sectores militares nacionalistas y el campesinado organizado.

La reforma agraria de 2001 fue decisiva, ya que permitió:

l  la regularización de tierras improductivas;

l  ocupaciones productivas;

l  cooperativas y unidades de producción;

l  el fortalecimiento de las comunas rurales.

El campesinado dejó de ser una periferia política para asumir un papel estratégico en tres dimensiones:

1. Productiva y alimentaria: la soberanía alimentaria se convirtió en un objetivo nacional.

2. Política: los movimientos campesinos ocupan una posición central en el bloque bolivariano.

3. Territorial y defensiva: el campo se convirtió en base de resistencia contra los paramilitares.

c) Internacionalismo e integración soberana

El internacionalismo bolivariano expresado en el ALBA, la UNASUR, la CELAC y Petrocaribe representó la mayor ofensiva latinoamericana por la autonomía desde los años sesenta. El objetivo era romper la dependencia histórica de los Estados Unidos y construir mecanismos propios de cooperación económica, energética y diplomática.

Esta política tuvo impactos concretos en el territorio, con el fortalecimiento de las fronteras, la lucha contra el contrabando y la integración de las zonas rurales en las estructuras nacionales de defensa.

d) Democracia participativa y milicias bolivarianas

El chavismo innovó profundamente al institucionalizar formas de poder popular capaces de disputar, orientar y transformar el propio Estado burgués en un Estado comunal. La creación de los consejos comunales, seguida de las comunas urbanas y rurales, dio lugar a un modelo organizativo en el que las comunidades asumen directamente la gestión de los servicios, los recursos y los proyectos locales. Estas estructuras se articulan además con redes productivas comunitarias, orientadas a generar trabajo, abastecimiento y autonomía económica en los territorios. A esto se suman las instancias de planeación participativa, que permiten a los residentes influir en las decisiones estratégicas sobre el presupuesto, las obras y las prioridades sociales. De este modo, el chavismo produjo una experiencia sin precedentes de poder popular institucionalizado, que combina la movilización de base, la democracia directa y la capacidad estatal.

Su innovación más profunda radica en la creación de las Milicias Bolivarianas (2009), formadas por ciudadanos movilizados para defender el proceso revolucionario. Las milicias cumplen cuatro funciones estratégicas:

1. Actualizan la tradición del pueblo en armas, fundamento de la soberanía bolivariana.

2. Crean un sistema nacional de autodefensa, dificultando los golpes y las operaciones clandestinas.

3. Protegen los territorios rurales, en articulación con los movimientos campesinos.

4. Profundizan la democracia participativa, ampliando el poder territorial de las comunidades.

Se trata de una forma singular de democracia popular armada, sin paralelo contemporáneo.

3. Por qué Venezuela es la mayor expresión antiimperialista de nuestra época

1. Porque enfrenta al imperialismo en su forma actual

El imperialismo del siglo XXI opera mediante:

l  sanciones y bloqueos,

l  guerra mediática,

l  sabotaje productivo,

l  lawfare,

l  operaciones de cambio de régimen,

l  instrumentalización de ONG.

Venezuela es el caso más completo de enfrentamiento simultáneo a todos estos mecanismos y de resistencia victoriosa.

2. Porque amplía el concepto de soberanía

El chavismo reconstruye la idea de soberanía como un campo multidimensional, superando la visión tradicional limitada al territorio o a la diplomacia. Para la Revolución Bolivariana, un país solo es soberano cuando controla de manera efectiva las bases materiales que sustentan la vida social.

Esto comienza por la soberanía energética, con el rescate del control estatal sobre el petróleo y su utilización en favor del desarrollo nacional. A ello se suma la soberanía productiva y alimentaria, que busca reducir las dependencias externas, fortalecer la agricultura campesina y garantizar el abastecimiento interno.

El proceso bolivariano también incorpora la soberanía comunicacional, construyendo medios públicos y comunitarios como contrapunto al monopolio privado de la información.

Del mismo modo, invierte en soberanía científica y tecnológica, entendiendo que sin capacidad propia para producir conocimiento no hay independencia real.

En el plano militar y territorial, la soberanía se expresa en el control del territorio y en la unión cívico-militar como garantía de defensa contra presiones externas y golpes internos.

Pero el punto más innovador es la soberanía sobre el excedente económico. Para el chavismo, no existe autonomía si la riqueza producida por el país es apropiada por las élites o drenada hacia potencias extranjeras. Recuperar el excedente significa utilizarlo para políticas sociales, infraestructura y desarrollo soberano.

Así, el chavismo transforma la soberanía en práctica concreta: energética, productiva, comunicacional, científica, militar y económica. Una soberanía que busca destruir el Estado burgués y construir desde las comunas el Estado comunal que devuelve al pueblo el poder de decidir su propio destino. Así, el antiimperialismo se vuelve concreto, estructural y popular, y no un mero discurso para negociar mejores condiciones para que el capital exporte materias primas a los Estados Unidos.

3. Porque es un objetivo prioritario del imperialismo

Los golpes fallidos, las sanciones permanentes y las campañas internacionales de deslegitimación confirman que el chavismo es tratado por Washington como una amenaza estratégica. Ser un objetivo prioritario es, paradójicamente, un reconocimiento de su fuerza.

4. El lugar del chavismo en el imaginario latinoamericano

Hoy en día, el chavismo se afirma como símbolo continental de resistencia, referencia directa para los movimientos campesinos, urbanos y estudiantiles que buscan sus propios caminos de emancipación. Se ha convertido en un laboratorio vivo del socialismo del siglo XXI, donde se experimentan nuevas formas de organización popular, participación directa y construcción de la soberanía. Al mismo tiempo, funciona como punto de convergencia de las luchas por la autonomía y el poder popular en todo el continente.

Al articular el Estado, el pueblo, la clase obrera, el campesinado, las comunas, las milicias populares y el control soberano de la economía, el proceso bolivariano ocupa un lugar singular en la política contemporánea. Su combinación de movilización social, defensa nacional, integración regional y afirmación de la soberanía económica no tiene paralelo en la América Latina reciente.

Con todas las contradicciones propias de un proceso revolucionario en movimiento, Venezuela sigue siendo la expresión más avanzada de confrontación real al imperialismo en nuestra época, un faro que ilumina e inspira la lucha popular latinoamericana. Defender la soberanía venezolana es defender la soberanía de todos los pueblos del continente que se levantan contra la dependencia y la dominación externa.

Nuestra tarea es asumir la defensa de Venezuela como parte estratégica de la lucha popular latinoamericana: fortalecer la solidaridad internacionalista, denunciar la ofensiva de Estados Unidos y las amenazas de guerra imperialista y apoyar el protagonismo del pueblo venezolano y del gobierno de Nicolás Maduro. Reafirmar esta defensa es afirmar que la soberanía de un país solo se sostiene plenamente cuando es reconocida y defendida por toda nuestra Patria Grande. Necesitamos crear formas de agitación y propaganda para decirle al pueblo brasileño que no se trata solo de Venezuela. La nueva Doctrina de Seguridad de Estados Unidos, lanzada en noviembre de 2025, se dirige a todos los países de la región, incluido Brasil, y deja claro que la guerra contra Venezuela es una condición para seguir debilitando a Cuba y profundizar la ofensiva imperial sobre el conjunto de América Latina. Si Venezuela cae, Brasil no saldrá indemne y podría ser el próximo objetivo. El impacto será regional, directo y profundo sobre nuestras luchas, nuestros territorios y nuestro futuro. Es hora de retomar la lucha antiimperialista como eje para reconstruir las resistencias y poner en marcha un proyecto nacional y popular para Brasil.




O Comitê Carioca projetou nas ruas do Rio de Janeiro, Brasil, denúncias das ameaças de trump  à Venezuela durante o mês de dezembro.
Comité Carioca proyectó en las calles de Rio de Janeiro, Brasil,  denuncias de las amenazas de trump a Venezuela durante el mes de deciembre :





                          





                                  



                               

18 de dez. de 2025

JULIAN ASSANGE INGRESSA COM AÇÃO JUDICIAL CONTRA O COMITÊ NOBEL DA PAZ

                   

O fundador do WikiLeaks apresentou uma queixa-crime na Suécia contra 30 executivos da Fundação Nobel pela atribuição do prêmio a Maria Corina Machado e solicitou o congelamento de US$ 1,18 milhão concedidos à figura venezuelana de extrema-direita.

Julian Assange deixou a prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres, no dia 24 de junho, onde estava detido há cinco anos, após se declarar culpado de conspiração para obter e divulgar documentos confidenciais dos EUA. Foto: EFE

  

     Julian Assange apresentou, na quarta-feira, uma queixa-crime formal na Suécia contra 30 pessoas ligadas à Fundação Nobel, incluindo a sua alta direção, por apropriação indébita de fundos e facilitação de crimes de guerra. A ação judicial surge após a atribuição do Prémio Nobel da Paz de 2025 à líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, que, segundo Assange, promove ativamente a intervenção militar dos EUA na Venezuela.

  A denúncia, apresentada à Autoridade Sueca de Crimes Econômicos e à Unidade Sueca de Crimes de Guerra, acusa expressamente a presidente da Fundação Nobel, Astrid Söderbergh Widding, e a diretora executiva, Hanna Stjärne, de transformarem “um instrumento de paz em um instrumento de guerra” ao autorizarem o desembolso de 11 milhões de coroas suecas (US$ 1,18 milhão) para Machado.

    A denúncia destaca que tanto o anúncio quanto a cerimônia do Nobel ocorreram durante o que analistas especializados consideram “o maior destacamento militar dos EUA no Caribe desde a Crise dos Mísseis de Cuba " e esclarece que essa operação envolveu mais de 15.000 soldados e utilizou o porta-aviões USS Gerald R. Ford.

    A esse respeito, o fundador do WikiLeaks citou o laureado argentino com o Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, que declarou:  "Conceder o prêmio a alguém que defende uma invasão estrangeira é uma afronta ao testamento de Alfred Nobel."

 

Alfred Nobel, Machado e sua incitação à guerra

 

   O cerne da denúncia reside na violação direta do testamento de Alfred Nobel, de 1895. Assange argumenta que o documento fundador estipula claramente que o Prêmio da Paz deve ser concedido à pessoa que “tenha conferido o maior benefício à humanidade” por “o maior ou melhor trabalho em prol da fraternidade entre as nações, pela abolição ou redução dos exércitos permanentes e pela realização e promoção de congressos de paz".

 

  “A decisão política do comitê de seleção norueguês não suspende o dever fiduciário dos gestores de fundos suecos”, afirma Assange na denúncia.  Qualquer desembolso que contrarie esse mandato constitui apropriação indébita do fundo. ”

  A denúncia detalha um padrão de declarações e ações de María Corina Machado que, segundo Assange, a tornam “categoricamente inelegível” para o Prêmio Nobel da Paz:

  Depoimento perante o Congresso dos EUA em 2014: "O único caminho que resta é o uso da força."

  Declaração de 30 de outubro de 2025: "A escalada militar pode ser a única saída... Os Estados Unidos podem precisar intervir diretamente."

  Ela apoiou os ataques militares: descreveu os ataques dos EUA a embarcações civis, que deixaram pelo menos 95 mortos, como "justificados" e "visionários".

   Ela dedicou o prêmio ao conflito: dedicou o Prêmio Nobel ao presidente Donald Trump por colocar a Venezuela "em termos de prioridade para a segurança nacional dos Estados Unidos".

                                

Machado, ganhadora do Nobel da Paz dedica o prêmio a Trump.

  Além disso, o jornalista e programador, perseguido pelos Estados Unidos por expor crimes de guerra e abusos de poder cometidos por esse país na plataforma que fundou em 2006, o WikiLeaks, também apontou, entre os argumentos contra o Prêmio Nobel da Paz, os elogios feitos por María Corina Machado à conduta do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em Gaza, ação considerada genocídio pela Corte Internacional de Justiça (CIJ).

 

Ações imediatas são solicitadas.

  A denúncia solicita que as autoridades suecas:

Congelem imediatamente a transferência pendente de 11 milhões de coroas suecas para Machado e assegure a devolução da medalha.

Investiguem criminalmente os 30 diretores nomeados por apropriação indébita grave, facilitação de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, e conspiração.

Apreendam atas de reuniões, e-mails, conversas em grupo e registros financeiros da Fundação Nobel.

Interroguem Widding, Stjärne e outros suspeitos.

Investiguem a nível nacional ou encaminhem o assunto para o  Tribunal Penal Internacional  (Estatuto de Roma, art. 25(3)(c)).

   "Esta denúncia busca o congelamento imediato de todos os fundos restantes e uma investigação criminal completa para impedir que o Prêmio Nobel da Paz se torne permanentemente um instrumento de guerra em vez de um instrumento de paz”, conclui Assange.

   Até o momento, a Fundação Nobel não se pronunciou sobre o processo, que pode criar um precedente legal sobre os limites de interpretação do testamento de Alfred Nobel e a responsabilidade criminal de seus administradores.

 

https://www.resumenlatinoamericano.org/2025/12/17/venezuela-julian-assange-denuncia-uso-del-nobel-de-la-paz-como-instrumento-de-guerra-con-machado/

Edição/ Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba e às Causas Justas

                           


16 de dez. de 2025

AINDA SOBRE A VOTAÇÃO DA ONU CONTRA O BLOQUEIO CRIMINOSO. (port/esp)

                         
Carmen Diniz

Prezada Ucrânia,

      Primeiramente desejar o fim do conflito em sua terra, quem sabe com você desistindo deste maldito ingresso na OTAN, base de todo o problema criado, que violou acordo realizado e que só atinge a população: o Ocidente descumpriu a promessa feita após o fim da Guerra Fria (1947-1989) de que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não iria se expandir para o Leste Europeu.

     Se sabe que atualmente você, Ucrânia, suporta uma presidência totalmente reacionária e absolutamente submissa ao governo estadunidense. No Brasil também passamos por isso. Passamos. Passado. Você também vai superar.

     Por isso - e sabendo que países não possuem solidariedade, somente interesses – é que nos dirigimos a você, para, quem sabe, em acordo com as suas leis, se reavalie  sua posição na última Assembleia Geral das Nações Unidas em outubro do presente ano para que tal fato não volte a acontecer. Os países definitivamente não têm sentimentos, mas sim ética e princípios, quase sempre inseridos em suas leis e constituições nacionais.  

    Estamos nos referindo à Resolução 79/7 que pela 33° vez foi apresentada àquela AGNU com o pedido para que se encerre o fim do bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto a Cuba há mais de seis décadas pelos diversos governos estadunidenses.  A quase unanimidade dos países associados tem votado pelo fim desta medida que castiga severamente a população cubana, não havendo nenhum argumento que a mantenha.

    Este ano de 2025 nos surpreendemos com sua mudança de atitude e voto na AGNU e foi bem difícil de aceitar. Explicamos o porquê e já alertamos sobre o principal motivo desta irresignação:

    Em 1986 acompanhamos com dor na alma a tragédia da explosão do reator da Usina Nuclear de Chernobyl. Em 1989 (3 anos depois) a Ucrânia pediu ajuda internacional para as crianças vítimas da tragédia. Cuba foi o único país que respondeu ao pedido e acolheu as crianças. Importante contextualizar que no período em que Cuba decide acolher as vítimas de Chernobyl é o mesmo do início do conhecido Período Especial, época da maior crise econômica enfrentada por Cuba pela queda do bloco socialista em 1989, véspera da dissolução da parceira União Soviética e pelo acirramento do bloqueio instaurado pelo governo estadunidense contra o país. Mesmo assim, o país recebeu mais de 25 mil crianças para tratamento na Ilha. E cuidou. Curou. O governo cubano teve que contar com médicos de diferentes lugares, porque não havia experiência na saúde local sobre radiação e radioatividade. (https://solidariedadecubarj.blogspot.com/2020/10/as-criancas-de-chernobyl.html) +vídeo.

    Relatamos tudo isso aqui porque não há como aceitar que um país como você Ucrânia, tenha esquecido esse episódio tão marcante. Sua submissão ao governo estadunidense tem que ter um limite ! Países têm interesses, verdade, mas existe uma figura política que se chama SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL. E acredite, ela existe e a vemos constantemente funcionando, apesar de muitos países a desconsiderarem. Ou os meios de comunicação não divulgarem.

    Apesar de tais omissões, não há como se ocultar à humanidade a solidariedade internacionalista que Cuba, esse país tão pequeno e com tão poucos recursos naturais que atende tantos outros povos pelo mundo.  

                         

 "Aqui cabem mais crianças, podem vir"

   Prezada Ucrânia, sentimos muito também porque testemunhamos que o governo que sustentou e incitou seu conflito com a Rússia e que a protegia, financiava e armava, se afasta claramente de você e a rechaça radicalmente só permanecendo seu interesse em seus recursos que sim, vão conseguir. Sem nenhum pudor. Dessa forma, nem OTAN, nem "terras raras" vão lhe sobrar. O império decadente de tudo se apropria, demonstrando desprezo pelos demais países. Sentimos muito. E sabemos que há tempo hábil de mudar de rumo.

      É, porém, inevitável lembrar de um grande revolucionário que em uma frase definiu como lidar com essas forças – e que segue sendo absolutamente atual:

“Não se pode confiar no imperialismo, nem um tantinho assim, nada! ”

    Assim sendo, respeitosamente, nos dirigimos a você para que consiga reconhecer o erro cometido e consertar o rumo desta sua política internacional. Que você possa estar junto à maioria dos países que não aceita um bloqueio criminoso que atinge a população cubana de forma avassaladora.  Venha ao bom combate.

     O Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba saúda seu povo e a espera de braços abertos, como o nosso Cristo Redentor.  

                                  VENCEREMOS !!!     

         


Estimada Ucrania:

En primer lugar, deseo que termine el conflicto en tu país, quizá si renuncias a esa maldita adhesión a la OTAN, origen de todo el problema, que violó el acuerdo alcanzado y que solo afecta a la población: Occidente incumplió la promesa hecha tras el fin de la Guerra Fría (1947-1989) de que la Organización del Tratado del Atlántico Norte (OTAN) no se expandiría hacia Europa del Este.

Es sabido que actualmente Ucrania soporta una presidencia totalmente reaccionaria y absolutamente sumisa al gobierno estadounidense. En Brasil también pasamos por eso. Lo superamos. Es pasado. Ustedes también lo superarán.

    Por eso, y sabiendo que los países no tienen solidaridad, solo intereses, nos dirigimos a ti para que, tal vez, de acuerdo con tus leyes, reevalúes tu posición en la última Asamblea General de las Naciones Unidas en octubre de este año para que tal hecho no vuelva a suceder.

 Los países definitivamente no tienen sentimientos, pero sí ética y principios, casi siempre insertados en sus leyes y constituciones nacionales. Nos referimos a la Resolución 79/7, que por 33ª vez fue presentada a esa AGNU con la solicitud de que se ponga fin al bloqueo económico, financiero y comercial impuesto a Cuba desde hace más de seis décadas por los distintos gobiernos estadounidenses. 

     La casi unanimidad de los países miembros ha votado a favor del fin de esta medida que castiga severamente a la población cubana, sin que haya ningún argumento que la mantenga.

   Este año 2025 nos ha sorprendido su cambio de actitud y voto en la AGNU y ha sido muy difícil de aceptar Explicamos el porqué y ya hemos advertido sobre la principal razón de esta insatisfacción:

En 1986 seguimos con dolor en el alma la tragedia de la explosión del reactor de la central nuclear de Chernóbil. En 1989 (tres años después) Ucrania pidió ayuda internacional para los niños víctimas de la tragedia. Cuba fue el único país que respondió a la petición y acogió a los niños. Es importante contextualizar que el período en el que Cuba decide acoger a las víctimas de Chernóbil es el mismo en el que comienza el conocido Período Especial, época de la mayor crisis económica que enfrentó Cuba por la caída del bloque socialista en 1989, víspera de la disolución de la Unión Soviética y por el recrudecimiento del bloqueo impuesto por el gobierno estadounidense contra el país. Aun así, el país acogió a más de 25 000 niños para que recibieran tratamiento en la isla. Y los cuidó. Los curó. El gobierno cubano tuvo que contar con médicos de diferentes lugares, porque no había experiencia en salud local sobre radiación y radioactividad. (https://solidariedadecubarj.blogspot.com/2020/10/as-criancas-de-chernobyl.html) +vídeo.

Relatamos todo esto aquí porque no podemos aceptar que un país como el suyo, Ucrania, haya olvidado este episodio tan significativo. ¡Su sumisión al gobierno estadounidense tiene que tener un límite! Es cierto que los países tienen intereses, pero existe una figura política que se llama SOLIDARIDAD INTERNACIONAL. Y créanme, existe y la vemos funcionar constantemente, a pesar de que muchos países la descarten. O los medios de comunicación no lo difunden.

A pesar de tales omisiones, no hay forma de se ocultar a la humanidad la solidaridad internacionalista que Cuba, ese país tan pequeño y con tan pocos recursos naturales, brinda a tantos otros pueblos del mundo.

Querida Ucrania, también lo sentimos mucho porque somos testigos de que el gobierno que sostuvo e incitó su conflicto con Rusia y que la protegía, financiaba y armaba, se aleja claramente de ti y te rechaza radicalmente, manteniendo solo su interés en tus recursos, que sí, conseguirán. Sin ningún pudor. De esta manera, ni la OTAN ni las tierras raras le quedarán. El imperio decadente se apropia de todo, mostrando desprecio por los demás países. Lo sentimos mucho. Pero sabemos que aún hay tiempo para cambiar de rumbo.

Sin embargo, es inevitable recordar a un gran revolucionario que definió en una frase cómo lidiar con estas fuerzas, y que sigue siendo absolutamente actual: 

«No se puede confiar en el imperialismo, ni un tantico así, ¡nada! »

Por lo tanto, respetuosamente, nos dirigimos a usted para que reconozca el error cometido y corrija el rumbo de su política internacional. Que pueda estar junto a la mayoría de los países que no aceptan un bloqueo criminal que afecta de manera devastadora a la población cubana. Venga a la buena batalla.

El Comité Carioca de Solidaridad con Cuba saluda a su pueblo y la espera con los brazos abiertos, como nuestro Cristo Redentor.

¡VENCEREMOS!