ÍNDICE

28 de mar. de 2023

DISCURSO DO ENCARREGADO DE NEGÓCIOS DE CUBA NO BRASIL #AbajoElBloqueo Brasília, 25-03-2023

                             

                                        Apresentação sobre o bloqueio.

 Adolfo Curbelo Castellanos

     O bloqueio é uma violação massiva, flagrante e sistemática dos direitos humanos de todos os cubanos. É um ato de crueldade que afeta os setores mais sensíveis da sociedade cubana.

    O governo democrata deixou intactas as mais de 240 medidas coercitivas unilaterais adicionais aplicadas contra Cuba por Donald Trump.

    Seu recrudescimento em meio à pandemia foi acompanhado por um aumento das operações de desinformação, financiadas pelos Estados Unidos.

   O objetivo é fabricar oposição política, gerar desordem e instabilidade, fraturar a ordem constitucional e o consenso social, incentivar a migração irregular, assim como afetar as condições de paz e segurança dos cidadãos.

    O governo dos Estados Unidos aproveita as duras condições geradas pela pandemia e recorre à mentira, à manipulação de dados e aos mais diversos métodos de guerra não convencionais, com o objetivo de forçar uma mudança política em Cuba.

     A inclusão de Cuba nas listas unilaterais e ilegítimas publicadas pelo Departamento de Estado sobre países supostamente patrocinadores do terrorismo reforça o impacto dissuasivo e intimidador do bloqueio e de seu componente extraterritorial.

      O bloqueio se qualifica como um ato de genocídio nos termos da Convenção sobre a Prevenção do Crime de Genocídio de 1948, negando ao povo cubano os meios de subsistência.

     Os danos acumulados durante seis décadas desta política totalizam 150.410,8 bilhões de dólares. Levando em conta a depreciação do dólar em relação ao valor do ouro, o bloqueio causou prejuízos quantificáveis de mais de 1.326.432 bilhões de dólares.

    O efeito cumulativo que gera desabastecimento e escassez não pode ser ignorado, e as dificuldades na aquisição de alimentos, medicamentos e insumos para desenvolver processos econômicos e produtivos não podem ser quantificadas, mas têm um impacto inegável na vida cotidiana do povo.

 

As leis e regulamentos que sustentam o bloqueio permanecem em vigor, entre outros:

 

- Lei de Comércio com o Inimigo de 1917 : Cuba é o único país para a qual permanece em vigor. Em setembro de 2021, o Presidente Joseph Biden renovou as medidas contra Cuba sob esta lei.

- Regulamento de Controle de Ativos Cubanos do Departamento do Tesouro (1963): Estipula o congelamento de todos os bens cubanos nos Estados Unidos; a proibição de qualquer pessoa física ou jurídica nos Estados Unidos ou em países terceiros de realizar transações em dólares estadunidenses com Cuba.

- Regulamentação da Administração de Exportação (1979): Estabelece a denegação de licenças de exportação e reexportação para Cuba.

- Lei Torricelli (1992): Proíbe as subsidiárias de empresas estadunidenses em terceiros países de realizar transações comerciais com Cuba. Proíbe que os navios que tocam os portos cubanos entrem em território estdunidense em um prazo de 180 dias.

- Lei Helms-Burton (1996): Codifica as disposições do bloqueio e amplia seu alcance extraterritorial. Em 2 de maio de 2019, o governo dos Estados Unidos anunciou que se permitiria  apresentar demandas nos tribunais estadunidenses e seguir com processos a respeito delas sob esta legislação.

- Lei de Reforma às Sanções Comerciais e Ampliação das Exportações (2000): Autoriza a exportação de produtos agrícolas para Cuba, condicionada ao pagamento em dinheiro antecipadamente e sem financiamento dos EUA. Proíbe as viagens turísticas dos EUA a Cuba.

 

Exemplos da recente implementação do bloqueio às principais ações do bloqueio durante o período são as seguintes:

 

- Em 11 de janeiro de 2021, o Departamento de Estado anunciou a inclusão de Cuba na Lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo, uma ação que traz prejuízos econômicos adicionais significativos para Cuba.

- Em 14 de janeiro de 2021, Cuba foi colocada na Lista de Adversários Estrangeiros do Departamento de Comércio em virtude da Ordem Executiva 13873, assinada pelo Presidente Donald Trump, com o objetivo de proibir certas transações que representam um "risco indevido ou inaceitável" para a segurança nacional dos Estados Unidos em matéria de tecnologia da informação e comunicações. 

- Em 24 de fevereiro de 2021, o Presidente Biden emitiu um aviso prorrogando por um ano o Estado de Emergência Nacional relacionado a Cuba, declarado pelo Presidente William Clinton em 1 de março de 1996.

- Em 14 de maio de 2021, o Secretário de Estado notificou o Congresso sobre a certificação de Cuba como um país que "não coopera plenamente" com os esforços antiterroristas dos EUA. Esta ação injustificada e fraudulenta ratifica a inclusão de Cuba nesta lista, ocorrida em 13 de maio de 2020. A medida entrou em vigor em 25 de maio de 2021, após sua publicação no Registro Federal.

 

Afetações nos setores de maior impacto social.

 

- O setor da saúde continua sendo um dos mais duramente atingidos pelo bloqueio.

- Estima-se que 158.800 pacientes cubanos são afetados pela impossibilidade de acesso à tecnologia de implantação de válvulas aórticas pericutâneas (TAVI).

- As crianças cubanas que sofrem de atrofia espinhal infantil poderiam aspirar a uma melhor qualidade de vida e expectativa de vida se Cuba pudesse ter acesso ao medicamento Nusinersen.

- As crianças cubanas com diferentes tipos de câncer não puderam receber o tratamento quimioterápico mais adequado para sua doença e tiveram que recorrer a protocolos de segunda linha, devido às dificuldades de acesso a medicamentos como Actinomicina D, Ifosfamida e Procarbazina. 

- As crianças cubanas com condições cardiovasculares não podem utilizar materiais de implante cardíaco biológico, como as válvulas cardíacas biológicas fabricadas nos EUA.

    Em meio à pandemia COVID-19, que provocou uma crise multidimensional em todo o mundo, o Estado cubano enfrentou enormes obstáculos para obter os recursos básicos necessários para garantir o funcionamento do sistema nacional de saúde.

   O governo Biden ordenou uma revisão do impacto das medidas coercitivas unilaterais que limitam a capacidade dos Estados de enfrentar a pandemia. Cuba foi excluída deste exercício, ignorando assim os danos causados pelo bloqueio reforçado sob os efeitos da COVID-19.

    Desde o início da pandemia até meados de 2021, Cuba investiu cerca de 184 milhões de dólares além do previsto no plano para o ano para combater a COVID-19.

    O recrudescimento do bloqueio obrigou as empresas cubanas a obter estes produtos através de intermediários, com um aumento significativo dos custos. Somente por esta razão, o Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB), produtor da vacina cubana contra a COVID-19 Abdala, relatou perdas de 580.461,61 dólares.

    Apesar das severas limitações, Cuba conseguiu desenvolver cinco candidatos  vacinais contra esta doença.

    Cuba tornou-se o primeiro país do mundo a realizar uma campanha massiva de vacinação contra a COVID-19 na população pediátrica de 2 a 18 anos, graças à qual cerca de 2 milhões de crianças e adolescentes tomaram uma segunda dose de Soberana 02.

     Cuba tem apoiado a luta contra a COVID-19 em mais de 40 países e territórios que a solicitaram, enviando cerca de 5000 (cinco mil) colaboradores de saúde agrupados em 57 brigadas do Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastres e Epidemias Graves "Henry Reeve". Eles se juntaram aos mais de 28.000 (vinte e oito mil) profissionais de saúde cubanos destacados em 59 nações antes do início da pandemia.

    O país recebeu centenas de doações de suprimentos médicos para apoiar seu sistema nacional de saúde, enviados por governos, amigos e organizações de solidariedade e associações de cubanos no exterior, pelos quais o povo cubano é profundamente grato. Várias doações e campanhas de arrecadação de fundos promovidas pela organização solidária "Cubans in the UK", destinadas a apoiar a vacinação em Cuba contra a COVID-19, através do envio de seringas e outros suprimentos, foram interrompidas ou bloqueadas em múltiplas plataformas virtuais, incluindo CROWDFUNDER UK, PAYPAL e GOFUNDME.

 

Danos humanos não quantificáveis

 

    O infame memorando do então Secretário Assistente Adjunto de Estado para Assuntos Interamericanos do Departamento de Estado dos EUA, Lester Mallory, que em 6 de abril de 1960 observou:

   "A maioria dos cubanos apoia Castro... a única maneira previsível de diminuir seu apoio interno é através do desencanto e da insatisfação decorrentes do mal-estar econômico e das dificuldades materiais... todos os meios possíveis devem ser empregados rapidamente para enfraquecer a vida econômica de Cuba... uma linha de ação que, sendo a mais hábil e discreta possível, consiga  os maiores avanços na privação de dinheiro e suprimentos de Cuba, para reduzir seus recursos financeiros e salários reais, para provocar fome, desespero e a derrubada do Governo".

   A estratégia dos Estados Unidos  em relação a Cuba tem sido a de gerar precariedade material a fim de encorajar o caos, a não-conformidade e o desalento.

     O impacto psicológico do bloqueio e a ansiedade que ele gera entre a população excede em muito qualquer cifra. Não é possível contar a angústia de um cubano cujo acesso a medicamentos básicos é dificultado porque uma entidade estadunidense se recusou a enviar os suprimentos necessários para sua produção, ou a de uma mãe quando soube que seu filho, que sofre de câncer, não pôde receber o citostático mais avançado . O desespero causado pela impossibilidade de fazer doações e compras essenciais para setores com alto impacto social não pode ser medido, pois as empresas envolvidas em seu transporte têm uma empresa estadunidense como acionista e temem  ser atingidas por medidas punitivas.

     Em resumo, não há um único setor da vida social e econômica de Cuba que escape a estes efeitos. Várias gerações de cubanos nasceram e viveram sob o assédio desta política criminosa. Sua essência: asfixiar a economia cubana e render o povo pela fome e pela necessidade.

   É um ato de guerra econômica em tempos de paz.

    O recrudescimento deliberado e oportunista do bloqueio contra Cuba no contexto da pandemia da COVID19 é ilustrativo da natureza profundamente cruel e desumana desta política.

      O governo Biden está aplicando o bloqueio com todo o rigor. A promessa eleitoral de reverter essas medidas provou ser uma falácia.

     Tudo isso afetou seriamente a economia cubana, reduzindo a renda, o acesso a combustível, medicamentos e suprimentos médicos e gerando desabastecimento e carências que afetam a população diariamente em pleno período da COVID-19.

     Em 2021, o bloqueio causou prejuízos a Cuba da ordem de 2.557,5 bilhões de dólares. Isto representa uma perda média de mais de 365 milhões de dólares por mês e mais de 12 milhões de dólares por dia.

    O bloqueio é uma violação flagrante da Carta das Nações Unidas e do direito internacional, dos princípios de igualdade soberana, não ingerência nos assuntos internos dos Estados, respeito à autodeterminação e independência, entre outros.

    Enquanto o governo dos EUA persiste em ignorar arrogantemente as 29 resoluções adotadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas exigindo o fim do bloqueio, cresce um fervoroso clamor dentro daquela nação e em todo o mundo por um fim imediato e incondicional desta política.

 

Tradução/Edição: Carmen Diniz  p/ Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba            

 

27 de mar. de 2023

CRÔNICA DE UMA VITÓRIA ANUNCIADA #VotoXTodos #CubaGanó (em port/esp)

                                                                    

Miguel Cruz Suárez

      Vamos supor que nossos inimigos reúnam, entre todos eles, uma grama de dignidade e decidem tomar suas cadeiras e se estabelecer para ouvir algumas coisas que se recusam a entender. Bem, imagine o cenário, haveria os falcões do Pentágono, os think tanks, os políticos de San Nicolás del Peladero e alguns vermes inomináveis, que para a ocasião seria conveniente participar da reunião.

   Com a atenção de um quórum tão "ilustre", poderíamos dar-lhes um pouco de história, desde que eles pudessem controlar sua histeria. Seria útil para eles saber que há séculos atrás, um general espanhol de triste  memória chamado Valeriano Weyler, teve o sonho macabro de levar os cubanos à submissão e levá-los ao extremo da miséria, com a intenção vil de uma rendição dos Mambises ou da traição coletiva dos creoles à causa da independência. Mas ele não conseguiu e há a velha Espanha, às vezes melancólica, abrigando ilusões perdidas e onde alguns ainda se perguntam como eles não conseguiram derrotar os guerreiros mal vestidos e mal alimentados, armados em sua maioria apenas com facões. 

    Um pouco mais perto no tempo, séculos à frente, um ditador sangrento que gostava de brindar com copos de bacará fino com o próprio Richard Nixon, mais uma vez apostou na barbárie, esquecendo o fracasso do espanhol daquela época, e tirou a vida de vinte mil cubanos com a ilusão inútil de dobrar aqueles que insistiam em ser livres ou mártires. O personagem saiu como um cão (minhas desculpas aos animais tão nobres) que derrubou o pote, só que desta vez ao invés de derrubá-lo, ele o levou com ele, carregado com o dinheiro que roubou do país.  

   Depois disso... bem, depois disso a história é mais familiar: bombas, epidemias, sabotagem, bloqueios, intimidações, proibições de todo tipo e muita maldade. E mais uma vez o método das carências fantasiadas, as receitas de esmagamento em busca de colapso, o estabelecimento de prazos para celebrar a rendição e até mesmo a compra de malas que ficam nos armários.

    Até aqui a classe, os senhores da público sairão sem assimilar os ensinamentos e dotados dos óculos escuros da arrogância, o que os fará tropeçar vezes sem conta sobre a mesma pedra. Tudo, absolutamente tudo, por uma grande razão: eles não entendem a essência dos cubanos, que detém as chaves de um enigma chamado resistência e outro chamado orgulho. Dentro desta querida ilha - lar, a grande família sabe de seus erros, seus desatinos, entende que temos que cometer menos erros e trabalhar mais, fazemos as críticas mais duras e colocamos em seu lugar qualquer um que o mereça, mas esta família ao final, não permitimos que estranhos metam o nariz onde não são chamados, nem que vizinhos hipócritas apontem sinais com os mesmos dedos que  usam para tentar arrancar nossos olhos.

     Ah! e no caso dos vermes, eles são muito piores, porque se há uma coisa que faz o sangue dos cubanos esquentar, é a traição. A propósito, dos rayadillos*, tudo o que resta é a desagradável memória de sua infâmia e a zombaria cubana nas histórias em quadrinhos de Elpidio Valdés.

                              

NT: *rayadillos se refere ao uniforme dos soldados espanhois do período colonial.



Esp: Do Facebook de Miguel Cruz Suárez CRÓNICA DE UNA VICTORIA ANUNCIADA #VotoXTodos
A ver, supongamos que nuestros enemigos reúnen, entre todos, un gramo de dignidad y deciden tomar sus sillas y acomodarse para escuchar algunas cosas que se niegan a comprender. Bien, imaginado el escenario, allí estarían los halcones del Pentágono, los tanques pensantes, los politiqueros de San Nicolás del Peladero y algunas alimañas innombrables, que para la ocasión convendría acudieran a la cita.
Lograda la atención de tan ¨ilustre¨ cuórum les haríamos un poquito de historia, siempre y cuando a ellos se les controle la histeria. Les convendría saber que siglos atrás, un general español de triste celebridad y nombrado Valeriano Weyler, tuvo el macabro sueño de rendir por hambre a los cubanos y llevarlos a los extremos de la miseria, con el ruin empeño de una rendición de los mambises o la traición colectiva de los criollos a la causa independentista. Pero no lo consiguió y allá está la vieja España, a veces melancólica, albergando ilusiones perdidas y donde algunos todavía se preguntan cómo fue que no pudieron con los guerreros mal vestidos, poco alimentados y armados en su mayoría solo con machetes de trabajo.
Un poco más cercano en el tiempo, avanzado en los siglos, un dictador sangriento que gustaba de chocar copas de fino baccarat con el mismísimo Richard Nixon, apostó de nuevo a la barbarie olvidando el fracaso del español de marras y le quitó la vida a veinte mil cubanos y cubanas con la inútil ilusión de doblegar a los que se empeñaban en ser libres o mártires. El personaje salió como perro (mis disculpas a tan nobles animalitos) que tumbó la olla, solo que esta vez en lugar de tumbarla se la llevó, cargada con el dinero que le robó al país.
Después… bueno, después la historia es más conocida: bombas, epidemias, sabotajes, bloqueo, intimidación, prohibiciones de todo tipo y mucha maldad. Y otra vez el método de las carencias azuzadas, las recetas de agobio en busca del colapso, la colocación de fechas límites para celebrar la rendición y hasta la compradera de maletas que se quedan sobre los closets.
Hasta aquí la clase, los señores del público se irán sin asimilar las enseñanzas y dotados de las oscuras gafas de la prepotencia, que les harán tropezar una y otra vez con la misma piedra. Todo, absolutamente todo, por una gran razón: no entienden las esencias de los cubanos, que encierran las claves de un enigma que se llama resistencia y de otro que se llama orgullo. Dentro de esta casa insular y querida, la gran familia sabe de sus errores, sus desatinos, comprende que hay que equivocarse menos y trabajar más, se hacen las más ásperas críticas y se pone en su lugar a cualquiera que se lo merezca, pero familia al fin, no se admiten ajenos metiendo la nariz donde no se les llama, ni vecinos hipócritas señalando lunares con los mismos dedos que usan para intentar sacarnos los ojos.
¡AH! y en el caso de las alimañas, están mucho peor, porque si algo les pone la sangre caliente a los cubanos es la traición, por cierto, de los rayadillos solo queda el desagradable recuerdo de su infamia y la burla cubanísima en las historietas de Elpidio Valdés.
MIGUEL CRUZ





Tradução/Edição: Carmen Diniz/ Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba


25 de mar. de 2023

Stella Assange: "os milhões que apoiam Julian estão fazendo a diferença" #FreeAssangeNOW

                         

      "Não será um tribunal que o libertará, mas um ato político em resposta a suas solicitações", disse Stella Assange a mais de 300 estudantes lotados em cada assento, em pé nos corredores e empoleirados nas janelas do novo Salão de Conferências dentro da Faculdade de Ciências Políticas da Universidade Sapienza em Roma, no dia 7 de março.  A companheira de Julian, de 39 anos, após meses e meses de viagens pelo mundo pleiteando a causa de seu marido, falou com seu tom medido, porém firme, e parecia mais determinada do que nunca a continuar a luta para libertá-lo.

   "Este 11 de abril", ela lembrou à audiência, "serão quatro anos que Julian foi encarcerado em uma prisão de segurança máxima em Londres - e por quê? Por revelar crimes de guerra americanos e britânicos no Iraque, Afeganistão e no campo prisional de Guantánamo", uma instituição que ela chamou de "ilegal".

    Em vez disso, os autores dos crimes revelados por Julian nunca foram processados, apesar da admissão tácita pelos governos dos EUA e do Reino Unido de que as revelações de Assange são verdadeiras - todas elas.

      Qual, então, é suposto ser o crime cometido pelo fundador do WikiLeaks, o website criptografado altamente original que permite a qualquer um vazar anonimamente documentos de pesquisa (e até mesmo classificados) que são então vetados e publicados por Assange e sua equipe? O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ), invocando uma lei de 1917, argumenta que a divulgação de documentos classificados por Assange para apoiar suas revelações constitui um ato de "espionagem" - embora uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de 1971 tenha estabelecido que a divulgação de documentos classificados é inteiramente legal se feita "no interesse público". Afinal, isso é o que todos os jornalistas investigativos fazem rotineiramente, acrescentou a Suprema Corte.

     Mas o DOJ pensa que, ao invocar a Lei de Espionagem de 1917, encontrou uma lacuna para evitar que a justificação do "interesse público" se aplique ao caso de Julian.  Portanto, ele está buscando a extradição do editor do WikiLeaks para os Estados Unidos para que ele possa ser julgado e, na verdade, preso por toda a vida.

     Enquanto o processo de extradição se arrasta, o Reino Unido mantém Assange em total isolamento na famosa prisão de Belmarsh, sem acesso a qualquer meio de comunicação - talvez por medo de que ele liberte outros documentos digitalizados ainda armazenados em pastas escondidas em seu site.  "Mas esta detenção, que agora dura quatro anos, é completamente arbitrária", Stella apontou aos estudantes de ciências políticas, "como foram arbitrários os sete anos anteriores de confinamento forçado na Embaixada do Equador em Londres - e esta não é a minha opinião, mas a opinião do Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenção Arbitrária".

     "Que ironia!" exclamou a deputada Pignedoli, conhecida por suas investigações sobre 'ndrangheta (a máfia calabresa); "houve chefes de gangues libertados após apenas um ano de prisão preventiva", ou seja, quando não houve julgamento dentro do período prescrito de prisão preventiva.  Será que os juízes britânicos não prescreveram nenhum limite de tempo para Julian Assange precisamente para evitar ter que libertá-lo se ele for detido sem julgamento além de uma determinada data? Isto significa que Julian poderia permanecer em prisão preventiva em uma Prisão de Segurança Máxima e em solitária teoricamente para o resto de sua vida. "Um limbo", como Stella o chamou durante sua palestra.

    O jornalista Riccardo Iacona, da popular série de TV Presa Diretta e que presidiu o encontro organizado pela equipe de Pignedoli em colaboração com a Faculdade de Ciências Políticas, tomou então a palavra para enfatizar o quanto o caso Assange "nos toca a todos, toca o núcleo dos valores europeus".  A extradição de Julian, disse ele, seria "um revés para nossa democracia; de fato, ela a colocaria em questão".

                            

    "Mas esse é apenas o ponto", insistiu Stella, tomando novamente a palavra, "O espetáculo de Julian preso tem a intenção deliberada de advertir os jornalistas em todo o mundo - mas também as ONGs e os cidadãos comuns - de que se você tentar responsabilizar o Poder, o Poder o fará pagar por isso". Assim, a perseguição judicial de Julian "é, na realidade, um ataque a uma Imprensa Livre e à liberdade de expressão em todos os lugares".

    De fato, se Assange for extraditado e condenado, o DOJ poderia usar o caso como um precedente para agarrar, extraditar e prender nos Estados Unidos qualquer jornalista ou ativista em qualquer parte do mundo, tornando-se assim, para todos os efeitos, um xerife planetário.  Por exemplo, uma patrulha do DOJ circulando pela Itália poderia reunir o grande jornalista de investigação italiano Antonio Mazzeo, que tem frequentemente irritado Washington com suas revelações de erros nas bases militares dos Estados Unidos na Itália.  Basta pensar em sua investigação sobre os efeitos prejudiciais à população local das instalações de radar MUOS na Sicília.  Para respaldar suas reivindicações, Mazzeo revelou documentos oficiais da Marinha dos EUA que tinha conseguido obter.  Mas isto significa que, invocando a (por enquanto hipotética) condenação de Assange, o DOJ poderia prender Mazzeo por toda a vida em uma prisão dos EUA, por simplesmente ter feito seu trabalho como repórter na Itália.  Jornalistas investigativos em todos os lugares usam rotineiramente documentos vazados - pelo menos, até agora; mas uma condenação de Assange poderia mutilá-los definitivamente.

     E se a China ou a Turquia fizessem o mesmo aos jornalistas americanos que usaram documentos vazados para revelar os erros do Presidente Xi ou do Presidente Erdogan - ou seja, em virtude do precedente estabelecido pelo caso Assange, pegá-los nos Estados Unidos e deportá-los para a China ou para a Turquia para serem presos perpétuos?

    Paradoxalmente, ao fazer suas acusações, o DOJ alegou que Julian não estava protegido pela Primeira Emenda à Constituição dos EUA, que garante a liberdade de expressão, porque ele não é um cidadão americano (nasceu e foi criado na Austrália e residiu na Europa).  No entanto, ao mesmo tempo, o DOJ também alegou que Assange estava sujeito a uma lei americana (a Lei de Espionagem) destinada a cidadãos ou residentes nos EUA. "Isto é claramente um exagero judicial: o caso deve ser descartado do tribunal", concluiu Stella.

     A parceira de Julian Assange é também a mãe de seus filhos Gabriel (6) e Max (4), que foram concebidos na barraca que ela mesma levou para a embaixada do Equador durante o confinamento forçado de Julian lá, a fim de ter um pouco de intimidade com ele e evitar as câmeras de vigilância onipresentes em cada esquina.

       Nascida na África do Sul de mãe espanhola e pai sueco, Stella era uma jovem advogada e ativista dos direitos humanos que vivia em Londres quando, em 2012, ela foi recrutada pela equipe jurídica de Assange especificamente porque sabia espanhol (para poder lidar com as autoridades equatorianas) e sueco (para poder ajudar a desmantelar as falsas acusações contra Assange feitas pelo Procurador do Estado na Suécia). Seu nome de nascimento era Sara González (mãe) Devant (pai), mas, a conselho de Julian, ela o mudou legalmente para que pudesse passar por baixo do radar da CIA - por exemplo, ao comprar passagens aéreas. Quando lhe perguntaram por que ela escolheu se chamar 'Stella Moris' (com uma grafia incomum para seu nome de família), ela respondeu: "Porque eu gostei do som disso".


*O autor do artigo é Patrick Boylan, ex-professor de Inglês para Comunicação Intercultural na Universidade Roma Tre, formado em sua Califórnia natal e novamente na Sorbonne em Paris, onde também lecionou como professor visitante. Ele agora co-edita o Journal of Intercultural Mediation and Communication (Cultus), realiza treinamento intercultural e é ativista da Rede NoWar, PeaceLink e das Associações de Paz e Justiça dos EUA.

Este artigo foi publicado aqui na agência de notícias internacional independente Pressenza sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International.

      

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Tradução/Edição: Carmen Diniz/ Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba

                                 


ELEIÇÕES EM CUBA 2023 #MejorEsPossible

                                   

                              ELEIÇÕES EM CUBA 2023

1 - As eleições nacionais em Cuba são realizadas a cada 5 anos para eleger os deputados, constituir a Assembleia Nacional do Poder Popular, eleger seu presidente, vice-presidente, secretário e outros membros do Conselho de Estado, assim como o presidente e vice-presidente da República.

2 - O Conselho de Estado de Cuba, de acordo com as disposições da Constituição da República e da Lei nº 127 "Lei Eleitoral", de 13 de julho de 2019, concordou em convocar os eleitores da República para as eleições nacionais : as eleições para  deputados à Assembleia Nacional do Poder Popular por um período de cinco anos serão realizadas em 26 de março de 2023. Serão 470 deputados eleitos. 

3 - O Conselho Nacional Eleitoral é o órgão em Cuba cuja missão fundamental é organizar, dirigir e supervisionar eleições, consultas populares, plebiscitos e referendos que são convocados.

4 - O Conselho Nacional Eleitoral de Cuba é composto por vinte e um (21) membros eleitos pela Assembliea Nacional do Poder Popular ou pelo Conselho de Estado deste país, conforme o caso; é composto por um presidente, um vice-presidente, um secretário e dezoito (18) membros. O presidente, o vice-presidente e o secretário são eleitos pela Assembleia Nacional do Poder Popular sob proposta do Presidente da República.




ESPECIFICIDADES DAS ELEIÇÕES CUBANAS :


1. O voto é livre, igualitário, direto e secreto.

2. Os candidatos a delegados são livremente indicados nas assembleias municipais abertas a todos os cidadãos. 

3. Qualquer cubano pode ser eleito como delegado, desde que obtenha o número necessário de votos dos eleitores de um círculo eleitoral.

4. Os candidatos não podem realizar nenhuma atividade em favor de sua candidatura. Esta é função exclusiva das comissões eleitorais.

5. A "campanha eleitoral" consiste na exibição de fotos e biografias dos candidatos de forma igualitária em locais públicos para que os eleitores possam decidir a partir de seus méritos e história de vida.

6. Todas as despesas eleitorais são pagas pelo Orçamento do Estado, não pelos candidatos.

7. O Partido Comunista de Cuba não propõe, indica ou apoia nenhum candidato. 

8. Os deputados eleitos não recebem salários por seu cargo político; mantém sua profissão e o respectivo salário.  A atuação no parlamento é voluntária.

9. No final da votação, a apuração dos votos é pública.



Saiba mais :

http://solidariedadecubarj.blogspot.com/2023/03/neste-domingo-26-de-marco-o-povo-cubano.html

http://solidariedadecubarj.blogspot.com/2023/03/cuba-tem-um-parlamento-do-povo-diz.html



Edição: Comitê Carioca  de Solidariedade a Cuba 

                                

Cuba tem um parlamento do povo, diz candidato


 CUBA TEM UM PARLAMENTO DISTANCIADO DA ELITE   

      A Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba (Parlamento) é uma instituição que nada tem a ver com a elite e é composta pelo povo, de acordo com um dos candidatos a deputados ao legislativo.

  Para Raúl Alejandro Palmero, um dos que estarão nas urnas no município de Arroyo Naranjo, na capital, o simples fato de ser um dos indicados é um desafio e implica muita responsabilidade.

   Em declarações ao Prensa Latina, o jurista de 28 anos considerou que os encontros que estão realizando atualmente com o povo são fundamentais para compreender o interior do município, seus pontos fortes, suas idiossincrasias, sua cultura e as preocupações de seus habitantes.

   "Nossa Assembleia não é um parlamento de elite ou de pessoas promovidas por recursos monetários, influência política ou popularidade dentro de um partido; nós somos pessoas que vêm do povo e nunca perdemos esse vínculo", disse ele.

  Acrescentou que os indicados devem ao povo que os elege, controla seu desempenho e tem o poder de revogar seu mandato se não cumprirem suas funções.

   O deputado tem a dupla função de representar os interesses nacionais e ao mesmo tempo prestar contas aos de sua pátria, disse Palmero, que, se ratificado nas eleições nacionais de 26 de março, será membro da legislatura da ilha pelo segundo mandato consecutivo.

   Sua candidatura faz parte dos 20% dos jovens indicados, e ele acredita que isso representa uma grande força para o país, pois eles estão nos centros de estudo e trabalho, nas comunidades, eles sofrem diariamente os problemas da nação, o que proporcionará uma visão mais inclusiva ao adotar políticas.

  "Isto também deve ser visto como um reconhecimento do esforço que muitos jovens fazem, no meio de seus estudos, trabalho e família, para carregar a enorme responsabilidade que o Poder do Povo implica", disse ele.

   Ele acrescentou que o fato de a atual lista de jovens candidatos ser 6,8 pontos percentuais superior à da 9ª Legislatura é uma mensagem clara sobre a necessidade de as novas gerações assumirem o papel de vanguarda que elas têm que desempenhar.

   Em sua opinião, como jurista, jovem e deputado, há vários desafios para esta nova legislatura; entre eles, comunicar melhor o trabalho da Assembleia, não apenas o que acontece no plenário, mas também os árduos debates que ocorrem nos comitês de trabalho.

   Como desafio, ele destacou a aprovação e implementação da Lei de Comunicação Social e da Lei das Empresas, sendo esta última fundamental para poder organizar os diferentes atores econômicos da nação caribenha.

   Também mencionou a necessidade de atualizar a legislação do país em matéria trabalhista, civil e educacional.

   Da mesma forma, ele acredita que é urgente banir certas formalidades que ainda existem e dificultar o trabalho, mas também é necessário sistematizar a ligação entre os deputados e os eleitores em seu território.

   Ele também refletiu que a Assembleia deve discutir as questões que mais preocupam o povo.

   O país está em um processo de transformação que permitirá a experimentação e implementação de novas estratégias, formas, conceitos e instituições para continuar fortalecendo o povo e fazendo-o sentir-se parte dos processos, enfatizou ele.

   Ele destacou o trabalho da atual Legislatura, com um grande número de leis aprovadas, a prestação de contas ao legislador pelo presidente e o primeiro-ministro, além do alto nível de auditorias dos ministérios, instituições e províncias do país.

                         


https://www.prensa-latina.cu/2023/02/28/cuba-tiene-un-parlamento-alejado-de-la-elite-afirma-candidato

Tradução/Edição: Comitê Carioca de Solidarieadde a Cuba 

                        


Neste domingo, 26 de março, o povo cubano elegerá seus representantes para a Assembleia Nacional do Poder Popular. #MejorEsPosible

   Neste domingo, 26 de março, o povo cubano elegerá seus representantes para a Assembleia Nacional do Poder Popular.

    Em um ato de coragem que revela uma profunda confiança no povo, foram convocadas eleições nacionais em Cuba. Tenhamos em mente o cenário difícil que o povo cubano viveu e está vivendo, onde a vida cotidiana foi atingida pela escassez de suprimentos, medicamentos e alimentos, assim como cortes de energia e alta inflação.

   Cuba está passando por uma guerra econômica brutal e uma campanha de guerra na mídia.

    Para aqueles de nós que querem uma Cuba soberana, farol e guia da América, que continua a lutar contra todas as adversidades contra o império estadunidense, as eleições são uma mensagem de Força, Unidade e Esperança para o Futuro.

    O povo elegerá um Parlamento Ecumênico e Unitário que aprovará as decisões mais importantes, incluindo o Presidente e o Vice-Presidente da República, e controlará e supervisionará a gestão do governo em benefício do povo. 

    A candidatura a deputados inclui homens e mulheres dos setores de ciência, saúde pública, educação e cultura, que estiveram ao lado do povo e prestaram um serviço vital durante a pandemia da Covid 19.  Há também representantes dos setores cooperativo e camponês, novos atores econômicos, instituições religiosas e combatentes do Ministério do Interior e das Forças Armadas Revolucionárias. 


Linha do tempo:


 - Em novembro, foram realizadas as eleições dos delegados do Poder Popular (27 de novembro, 1º turno).

  - De 1 a 10 de dezembro de 2022. O Conselho Nacional Eleitoral (NEC) emitiu o chamado para Eleições, determinou os distritos eleitorais, designou seus membros e atualizou os postos de votação. 

- Em janeiro: As organizações de massa que compõem a Sociedade Civil Cubana (CDR, ANAP, FEEM, FEU, CTC) realizaram reuniões nas quais propuseram candidatos.

- Nos dias 27 e 28 de janeiro, o Conselho Nacional Eleitoral aprovou as candidaturas.

- De 25 de janeiro a 25 de fevereiro, as listas de eleitores foram verificadas.

- De 30 de janeiro a 3 de fevereiro: Consulta individual dos delegados das Assembleias Municipais. 

- De 23 de fevereiro a 26 de março: exposição de fotos e biografias dos candidatos a deputados.

- 5 de fevereiro: Assembleias Municipais Extraordinárias onde foram propostos os candidatos.

- De 6 de fevereiro a 24 de março. Encontro dos candidatos com o povo, bairros turísticos, locais de trabalho e centros estudantis para trocar diretamente com o povo sobre suas projeções e perspectivas.

- No dia 19 de março, foi realizado o teste dinâmico.

- Eleições, 26 de março 

- 19 de abril Constituição da Assembleia Nacional do Poder Popular. ANPP. 

19 240 líderes de bairro (12 427 delegados (conselheiros) e personalidades conhecidas (em mais de 900 sessões plenárias do CTC, CDR, FMC, ANAP, FEEM e FEU, foram propostos 19.000 pré-candidatos em um exercício democrático).  Após a coleta, o NEC determinou 4600 pré-candidatos.

470 deputados serão eleitos: 


- 64,5% da Assembleia Nacional será renovada.

- Esta 10ª Legislatura terá 135 deputados a menos do que a anterior, com menos pessoal administrativo e mais candidatos ligados à produção e aos serviços.

Nas sedes da Assembleia Nacional, operários, trabalhadores estatais e não estatais, camponeses e cientistas, professores e estudantes, veteranos e jovens, intelectuais e militares estarão sentados em igualdade de condições, e embora haja uma pequena diferença, as mulheres estarão em maioria.

Esta é a democracia de Cuba, aquela que o povo cubano está votando, aquela que é feita, defendida e aperfeiçoada, sem imposições de fora e onde o presente e o futuro da nação cubana são decididos. Cuba escolhe e governa.  (#CubaEligeYManda)

                              


Dados fornecidos pelo ICAP


Tradução/Edição: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 

21 de mar. de 2023

'DRIBLANDO' O BLOQUEIO CRIMINOSO

          Previsto em Cuba uso de cartões do sistema russo MIR 

Bancos cubanos começam a aceitar transações com o sistema russo MIR

Moscou, 14 de fevereiro (Prensa Latina) O embaixador cubano na Federação Russa, Julio Garmendia, disse hoje que esperava que até o verão deste ano, os turistas russos pudessem pagar na ilha caribenha com cartões Mir.

   Segundo  Prensa Latina, Garmendia disse que os governos cubano e russo vêm trabalhando juntos há algum tempo para tornar isso possível.

    O chefe da missão diplomática cubana também expressou sua esperança de que todas as dificuldades com a introdução do sistema de pagamento russo sejam resolvidas em breve.

    Na segunda-feira (13) as autoridades bancárias em Havana informaram que várias agências na capital cubana começaram a aceitar os cartões do sistema de pagamento Mir.

     Em 2018, Belarus e Cazaquistão se tornaram os primeiros países cujas instituições financeiras começaram a aceitar os cartões Mir. Até hoje, este sistema de pagamento russo opera em cerca de 10 países e mais de 15 nações expressaram sua vontade de implementá-lo.

https://www.prensa-latina.cu/2023/03/14/preven-en-cuba-empleo-de-tarjetas-del-sistema-ruso-mir


Como o sistema russo de pagamento Mir implementado em Cuba "escapa" das sanções e bloqueios

                       

   MOSCOW (Sputnik) - Cartões do sistema de pagamento russo Mir já começaram a ser aceitos em Cuba, disse o serviço de imprensa da Mir à Sputnik.

     O sistema de pagamento russo começou a ser implementado nos caixas eletrônicos de Havana em 13 de março. Especialistas consultados pelo Sputnik acreditam que a iniciativa favorecerá as transações de turistas ou empresários russos na ilha, contornará as implicações dos bloqueios e sanções e consolidará seus laços comerciais em setores como o da energia.

     O professor Luis Rene Fernandez Tabio, pesquisador do Centro Internacional de Pesquisa Econômica da Universidade de Havana, disse ao Sputnik que a implementação do sistema Mir contribuirá para o aumento do turismo russo em Cuba, com renda potencial proveniente de serviços hoteleiros, de transporte e gastronômicos.

     A Rússia é uma das nações líderes em termos do número de viajantes para a maior das Antilhas. Em 2021, deslocou o Canadá como principal mercado, relatando a chegada de 146.000 visitantes à ilha, através de companhias aéreas como a Nordwind Airlines, a Royal Flights e a Azur-Air.

     Segundo o especialista, "é uma contribuição para a balança de pagamentos e com ela o país pode importar bens e serviços da nação eurasiática", além de proteger a ligação bilateral do impacto negativo do bloqueio comercial, econômico e financeiro imposto pelos EUA a Havana por mais de seis décadas.

     Para Fernández Tabío, é também uma janela que contribui para quebrar os efeitos diretos e indiretos da guerra econômica aplicada contra a Rússia através das sanções que o Ocidente adotou após o início da operação especial de Moscou na Ucrânia em fevereiro de 2022, que proíbe a importação e exportação de bens, serviços e tecnologia.

         A aplicação do sistema de pagamento Mir constitui "um passo fora do sistema SWIFT e poderia favorecer a incorporação de Cuba em um método de transações quando este se generalizar, seja dentro dos BRICS (Brasil, Rússia, Inida, China e África do Sul) ou outros mecanismos alternativos criados para escapar da predominância do dólar e de todo seu sistema de medidas econômicas coercivas unilaterais, ilegais de qualquer ponto de vista e violadoras dos direitos humanos", apontou o pesquisador.

      Para Fernández Tabío, esta iniciativa pode ajudar a reduzir as vulnerabilidades da economia cubana. "Depende sempre do que fazemos, mas estas entradas em rublos permitirão o pagamento de produtos como hidrocarbonetos e trigo, bem como dívidas, sem o uso de outra moeda". O sistema bancário cubano reconhece diretamente os cartões russos e o rublo como uma moeda conversível", disse ele.

     Ele advertiu, entretanto, que "também não podemos esperar resultados se as restrições de transporte não forem superadas, uma vez que as regulamentações contra as companhias aéreas russas impossibilitam rotas mais baratas para a ilha". Mas é sem dúvida uma iniciativa muito útil para pagamentos, pois escapa a sanções e bloqueios.


https://sputniknews.lat/20230314/confirman-el-inicio-de-operaciones-con-el-sistema-de-pagos-ruso-mir-en-cuba-1136824563.html

Tradução/Edição: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba             

JOHN SHIPTON : "NÃO É A ESPERANÇA QUE ME SUSTENTA. É A FÉ". #FreeAssangeNOW (atualização)

           

 By Finn McHugh

  'Transcende a política': O improvável grupo de políticos australianos que se mobiliza por Julian Assange

    Uma seção de políticos australianos está pedindo o retorno de Julian Assange à Austrália. Seu pai diz que ele não tem esperança, mas fé, de que isso acontecerá.

    O senador do OneNation, Malcolm Roberts, e o senador dos Verdes, David Shoebridge, raramente estão na mesma página.

   Da mudança climática, imigração, a Voz ao Parlamento - a dupla está muitas vezes em desacordo sobre as questões.

    Mas na quinta-feira, seus olhos estavam fixos em uma tela na Casa do Parlamento, ouvindo uma apresentação que parecia ter tocado um acorde através da divisão política da Austrália.

 Stella Moris estava sendo teletransportada da Europa via videolink.             

Stella Moris, esposa de Julian Assange, se dirige ao 'Traga Julian Assange Home Parliamentary Group' via videolink durante um briefing virtual no Parlamento em Camberra, quinta-feira, 9 de março de 2023. Fonte: Julian Assange: AAP / AAP Image / Lukas Coch

    Seu marido, o fundador australiano do Wikileaks Julian Assange, está preso há quase quatro anos na prisão Belmarsh de Londres, uma prisão de segurança máxima particularmente reservada para presos considerados de risco à segurança nacional.

    O advogado australiano de Assange, Steven Kenny, e seu pai John Shipton estiveram presentes na reunião convocada através do grupo parlamentar "Traga Julian Assange para casa".

    O grupo é liderado pelo deputado independente Andrew Wilkie, e inclui representantes da bancada e de todos os partidos no parlamento.

    O Dr. Kenny diz à SBS News que qualquer caminho para os políticos se familiarizarem com os fatos, ao invés de "propaganda", era importante.

    "Todos nós chegamos a ela com idéias preconcebidas". Eles também o fazem, até que tenham um entendimento das mentiras que foram contadas sobre Julian. Então eles começam a perceber que há um pouco mais nesta história do que [eles] pensavam", diz ele.


ALERTA PARA JORNALISTAS NA AUSTRÁLIA 

    Sob o comando de Assange, o Wikileaks publicou centenas de milhares de documentos americanos classificados, incluindo um vídeo - intitulado Collateral Murder - retratando um ataque aéreo americano de 2007 que matou jornalistas e civis.

   As 18 acusações que ele enfrenta nos Estados Unidos - seu Departamento de Justiça (DoJ) o acusou de "um dos maiores compromissos de informações confidenciais" na história do país - acarretam uma pena máxima  de 175 anos.

   O DoJ argumenta que  Assange colocou em risco os agentes americanos, juntamente com afegãos e iraquianos que trabalham com eles, ao publicar seus nomes.

    Diz que Assange está sendo perseguido por colocar vidas em perigo, não por agir como editor, um argumento que poderia potencialmente evitar qualquer problema com a Primeira Emenda, garantindo a liberdade de expressão.

O pai de Julian Assange, John Shipton (ao centro), discursa no "Grupo Parlamentar de Casa de Julian Assange" durante um briefing na Casa do Parlamento em Camberra

        As tentativas dos EUA para extraditá-lo foram aprovadas por um tribunal britânico, embora  Assange esteja apelando da decisão.

     Em 2019, as autoridades suecas abandonaram uma investigação sobre uma alegação de estupro apresentada contra o fundador do Wikileaks.

     O Dr. Kenny prevê que seu cliente passará um mínimo de mais três anos no sistema jurídico britânico e poderá levar de cinco a sete anos para "exercer seus direitos" nos EUA, se a extradição for adiante.

   "Justiça lenta, é a justiça negada", diz ele.

  O Dr. Kenny diz que a perseguição da superpotência a seu cliente havia sido "amplamente aceita" pela mídia. Mas ele adverte que a maior democracia do mundo estava abrindo um precedente internacional que poderia ser manejado por regimes autoritários no futuro.

   "Você pensa que está seguro aqui na SBS". Você está na Austrália, e não há tratado de extradição, então você pode escrever o que quiser sobre a China", diz ele.

    "Mas você não quer ir a Bali para suas férias, não quer ir a Paris, não quer ir a Roma, porque eles têm tratados de extradição com a China".

     "Por que os chineses não exerceriam os mesmos direitos legais internacionais que os americanos estão exercendo para anular seus críticos?"


A SAÚDE MENTAL DE JULIAN ASSANGE NA PRISÃO 

   O Sr. Shipton senta-se calmamente enquanto o advogado fala, mas torna-se expansivo quando questionado sobre o estado de espírito de seu filho.

   "Seu humor sobe e desce à medida que ele sente que as coisas estão melhorando ou que entraram no marasmo", diz ele.

     Ele diz que a transferência de Assange para Belmarsh foi um ponto baixo quando ele mergulhou em uma "depressão profunda", pois ele ficou isolado durante 23 horas por dia na ala de saúde da prisão.

   Pelo menos um dos detentos da ala era um assassino condenado, diz o Sr. Shipton.

  "Os prisioneiros chamavam a ala da saúde de 'ala do inferno'. Você é retirado de um lugar e está preso com pessoas que sofrem várias formas de loucura", diz ele.

    O Sr. Shipton diz que seu filho está agora estritamente limitado a uma ligação telefônica de 10 minutos por dia, mas mesmo isso depende da disponibilidade. Os domingos são mais movimentados - os detentos estão todos disputando uma ligação no fim de semana.

   Depois de um processo legal que durou mais de uma década, ele descarta o valor do otimismo para acabar com o encarceramento de seu filho.

  "A esperança como ferramenta só vai se desgastar e ser um pouco estúpida... faça o que puder", diz ele.

   Mas perguntado se a esperança o sustenta pessoalmente, sua resposta foi simples.

   "Não", diz ele, fazendo uma pausa. "Não, eu só tenho fé".


ENGAJAMENTO INTERPARTIDÁRIO 


    Dr. Kenny diz que o engajamento interpartidário, uma característica em muitas democracias que têm grupos de trabalho parlamentares pró-Assange, mostra os "fundamentos subjacentes" do caso transcendendo a política.

   "Trata-se de liberdade de imprensa". É sobre uma pessoa sendo processada por expor a verdade", diz ele.

   "As pessoas à esquerda e à direita da política sabem que, para sobreviverem, precisamos de uma imprensa livre. Precisamos que o governo seja responsabilizado e que nos responsabilize, e precisamos de denunciantes".

   "Na verdade, é importante de uma forma maior porque, na verdade, a acusação de Julian Assange mina alguns princípios importantes de liberdade de imprensa e responsabilidade da ação governamental", disse ele.

   "Chegou a hora da perseguição, da acusação e do encarceramento de Julian Assange chegar ao fim".

   Mas o Sr. Wilson disse que estava satisfeito em fazer parte de um governo que tinha dito "basta".


COMO O GOVERNO ALBANESE CONSIDERA O CASO


    O Primeiro Ministro Anthony Albanese reiterou seu desejo de ver Assange voltar, mas enfatizou a necessidade de uma diplomacia silenciosa como meio de chegar lá.

    Um porta-voz do Departamento de Relações Exteriores e Comércio enfatizou que a Austrália não pode intervir nos processos judiciais de outro país "assim como não podem intervir nos da Austrália".

   Mas disseram que  Assange, como qualquer outro preso australiano no exterior, estava recebendo apoio consular regular.

     "O governo australiano tem sido claro em nossa opinião que o caso do Sr. Assange se arrastou por muito tempo e que deveria ser encerrado", disse o departamento em uma declaração.

    "Continuaremos a expressar esta opinião aos governos do Reino Unido e dos Estados Unidos".


Briefing muito informativo de @Stella_Assangesobre a situação atual de Julian Assange e como o Parlamento Federal pode ajudar a trazê-lo para casa. É ótimo ver senadores e membros de todo o espectro político se unirem em apoio a Julian. #FreeAssangeNOW #auspol #politas

   O Sr. Shipton diz que seu compromisso com o governo tinha sido limitado a uma única reunião desde que tomou posse.

    "Encontramos Penny Wong erudita sobre o assunto, e simpática". [Mas] desde então, não tivemos nenhum contato com nenhum membro do governo", diz ele.

    Ele insiste no que ele chama de "assuntos legais [que] são um véu colocado" sobre seu filho deve ser levantado, voltando a atenção para o que o Wikileaks expôs.

   "Nosso foco foi tirado disso, para o imediatismo das circunstâncias de um indivíduo perseguido. Tomamos partido ou temos opiniões, enquanto deixamos de olhar para o derramamento de sangue e a destruição de nação após nação", disse ele.

                                                          


https://www.sbs.com.au/news/article/transcends-politics-the-unlikely-group-of-australian-politicians-rallying-behind-julian-assange/5a94

Tradução/Edição: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba


N.T.  A Corte Europeia de Direitos Humanos negou há pouco recurso de Assange com base nas "garantias estadunidenses". A Corte alegou o não pré-questionamento pelo tribunal britânico, ou seja, se o tribunal em Londres não se pronunciou sobre o fato não há possibilidade da Corte decidir..... Não há mais "juízes em Berlim".