15 de jan. de 2024

HOMENAGEM AO DIA DA CIÊNCIA CUBANA NO BRASIL (português e español)



   Importante evento hoje (15/01) em Brasília com o Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação do Brasil com ministros brasileiros e representantes da Embaixada de Cuba em homenagem ao Dia da Ciência Cubana, além do querido companheiro Tirso Saenz  . Abaixo o vídeo do evento e o discurso transcrito do representante de Cuba, o Encarregado de Negócios da Embaixada de Cuba no Brasil, Sr. Melne Martinez Hernández 


                    



O discurso de Melne Martinez Hernández no Dia da Ciência Cubana no Brasil:


Apresentação

"Dia da Ciência Cubana no Brasil".

Sua Excelência  Sr. Inácio Arruda, Secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social.

Senhoras e senhores amigos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Prezados amigos de outras instituições do governo e do Estado brasileiro.

Caros compatriotas presentes e amigos de outras organizações.

É uma grande honra e orgulho para mim participar desta cerimônia dedicada à Ciência Cubana, no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil.

A iniciativa, que não surgiu por acaso, baseia-se na longa e bem-sucedida colaboração acadêmica e científica existente entre os dois países.

 Além das tradicionais relações de amizade que fazem parte do mesmo patrimônio.

Em um dia como hoje, em 1960, durante a comemoração do vigésimo aniversário  da Sociedade Espeleológica de Cuba, no auditório da Academia de Medicina, Física e Natural de  Havana,  o Comandante-em-Chefe Fidel Castro fez um discurso histórico no qual enfatizou:

“O futuro de nossa pátria deve ser necessariamente um futuro de homens e mulheres de ciência, de homens e mulheres de pensamento”.

Essa data foi escolhida para comemorar o Dia da Ciência Cubana, justamente porque, a partir desse momento, houve uma mudança de paradigma. Um país pobre, pequeno, do chamado terceiro mundo iria desafiar teorias e entrar no desenvolvimento das ciências mais avançadas e conquistar o sucesso.

A partir desse momento, as políticas da Revolução reforçaram os esforços para o desenvolvimento da ciência em Cuba.

A campanha de alfabetização e a criação de universidades e centros de pesquisa se tornaram os primeiros programas a criar as capacidades e oportunidades para o avanço da inteligência e da ciência em Cuba que seriam a base para o desenvolvimento subsequente das forças científicas e produtivas.

Não posso deixar de mencionar que, em 2 de dezembro de 1964, Fidel Castro inaugurou a Cidade Universitária José Antonio Echeverría, hoje conhecida como  Universidade Tecnológica de Havana, local onde me formei em Engenharia Civil.

Hoje, a ilha mostra que o impulso socialista revolucionário, vontade e a determinação visionária de seu líder levaram Cuba a ser reconhecida internacionalmente  por ter alcançado resultados significativos na educação e na ciência, principalmente nas ciências médicas e biofarmacêuticas.

Devo destacar a criação do primeiro polo científico, criado com o objetivo de promover o desenvolvimento da biotecnologia e tecnologias avançadas, em fevereiro de 1991.

Essa semente, que germinou nas pesquisas e contribuições, se tornaria a predecessora direta do Grupo Empresarial das Indústrias Biotecnológicas e Farmacêuticas de Cuba (BioCubaFarma).

Hoje, a BioCubaFarma se distingue por uma base sólida de pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico e inovação. Mais de 20.000  trabalhadores altamente qualificados, 46 empresas, das quais 33 em Cuba e 13 no exterior, 122  linhas de produção, 20 unidades de ciência e tecnologia, mais de 390 projetos em diferentes estágios de desenvolvimento e a fabricação de pouco mais de mil produtos biotecnológicos, farmacêuticos e tecnológicos,

Colaboração científica, centros de pesquisa conjuntos, exportações para mais de 60 países  e os 769 registros sanitários em Cuba e no exterior, consolidam as perspectivas de aumento da internacionalização desse setor.

O país também não negligenciou os aspectos sociais e humanos do desenvolvimento da ciência. Vou dar apenas um exemplo significativo:

O relatório da UNESCO reconhece o progresso e as conquistas de Cuba no campo da ciência e destaca o fato de que a ilha está entre os 20 países do mundo que alcançaram a paridade de gênero  entre os pesquisadores científicos.

Entretanto, o que mais esse pequeno país poderia ter alcançado se não fosse o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo governo dos EUA  por mais de 60 anos e reforçado na última década ?

   A ruptura das relações comerciais, os obstáculos à chegada de doações, a dificuldade de comprar

componentes de origem estadunidense, a negação de acesso a informações médicas atualizadas

 e campanhas de difamação destacam as consequências mortais do bloqueio para o setor científico cubano.  A designação de Cuba como país patrocinador do terrorismo pelo Departamento de Estado  do governo dos Estados Unidos causa grandes danos ao país, principalmente devido aos  obstáculos que cria no sistema bancário internacional.

O bloqueio impede o desenvolvimento normal das relações comerciais de Cuba com o mundo, por meio de de pressões e ameaças a terceiros, que  desestimulam as exportações necessárias de produtos e serviços da ilha.

Essa política criminosa do governo dos EUA também impede outros povos de desfrutar dos resultados da ciência cubana em matéria de medicamentos e vacinas, como o HEBERPROT-P, o único de seu tipo no mundo, capaz de  reduzir as amputações causadas por úlceras no pé diabético; ou a vacina CIMAVAX-EGF contra o câncer de pulmão; ou o POLICOSANOL  (PPG), um produto natural usado principalmente para reduzir o colesterol; a vacina bivalente CIMAVAX-EGF contra o câncer de pulmão;  a vacina bivalente VA-MENGOC-BC, uma vacina contra a doença meningocócica o medicamento chamado NEUROEPO, que retarda a disseminação da doença de Alzheimer ou o medicamento  HEBERFERON, que atua no tratamento do carcinoma basocelular, entre outros, com resultados relevantes.

Após o surgimento da pandemia da Covid-19, os cientistas cubanos obtiveram um sucesso notável no desenvolvimento de cinco vacinas candidatas, os imunizantes Abdala e Mambisa, desenvolvidos pelo  Centro de Ingeniería Genética y Biotecnología (CIGB) e as vacinas Soberana 01, Soberana 02 e Soberana Plus do Finlay Vaccine Institute (IFV).

 Até o final da primeira semana de janeiro de 2024, mais de 45 milhões de doses administradas com as vacinas cubanas SOBERANA 01, Soberana 02 e Soberana Plus. chegaram a Bielorussia, Vietnã, São Vicente e Granadinas, Nicarágua,  República Dominicana, Venezuela, México, Síria, Irã e República Árabe Saharauí Democrática.

Cuba está mudando, e o processo de atualização do modelo econômico cubano, está trazendo a ciência e a inovação cada vez mais para o primeiro plano.

Prezado Secretário:

Gostaríamos de agradecer a cordialidade e a vontade de avançar com Cuba que o senhor e a ministra Luciana Santos demonstraram.

A renovação da cooperação entre Brasil e Cuba, após o retorno do Presidente Lula ao Governo da Nação, tem sido um grande sucesso é uma oportunidade para ambos os países.Temos condições de alcançar resultados e benefícios mútuos na implementação dos acordos de cooperação em diferentes áreas que recentemente foram firmados em Havana.

A pesquisa e a produção conjunta de medicamentos, vacinas e tecnologias, por meio do desenvolvimento de projetos bilaterais no complexo industrial da saúde pode significar um avanço na capacidade de ambos os países de enfrentar emergências de saúde nacionais, regionais e globais. A pandemia de Covid demonstrou que somente por meio  da cooperação e da complementaridade, podemos ter sucesso e evitar grandes danos aos nossos povos.

Prezado Secretário:

Hoje, os cubanos e as cubanas na ciência comemoram este dia, orgulhosos do que conseguimos alcançar, mas acima de tudo, com a esperança de que seus esforços continuem a contribuir para o desenvolvimento da nação, para a felicidade dos cubanos e para o bem-estar da humanidade.

Muito obrigado a todos vocês pelo nobre gesto de comemorar o Dia da Ciência Cubana.


EM ESPAÑOL:


 Presentación

“Día de la Ciencia Cubana en Brasil”

Excelentísimo Señor Inácio Arruda, Secretario de Ciencia y Tecnología para el Desarrollo Social.

Señoras y señores amigos del Ministerio de Ciencia, Tecnología e Innovación.

Estimados amigos de otras instituciones del gobierno y el Estado brasileño.

Estimados compatriotas presentes y amigos de otras organizaciones.

Es una gran honor y orgullo para mí, participar en esta ceremonia dedicada a la Ciencia Cubana, en el Ministerio de Ciencia, Tecnología e Innovación de Brasil.

La iniciativa, no surgió al azar, se fundamenta en la larga y exitosa colaboración académica y científica que ha existido entre ambos países. Además, de las tradicionales relaciones de amistad que son parte de esa misma herencia.

Un día como hoy en 1960, durante la celebración del vigésimo aniversario de la Sociedad Espeleológica de Cuba, en el paraninfo de la Academia de Ciencias Médicas, Físicas y Naturales de La Habana, el Comandante en Jefe Fidel Castro pronunció un histórico discurso en el cual enfatizó: "El futuro de nuestra Patria tiene que ser, necesariamente, un futuro de hombres y mujeres de ciencia, de hombres y mujeres de pensamiento;.

Esa fecha fue escogida para conmemorar el Día de la Ciencia Cubana, precisamente porque a partir de ese momento ocurrió un cambio de paradigma. Un país pobre, pequeño, del llamado tercer mundo iría a desafiar las teorías y adentrarse en el desarrollo de las ciencias más avanzadas y conquistar el éxito.

A partir de ese momento las políticas de la Revolución reforzaron los esfuerzos para desarrollar las ciencias en Cuba. La campaña de alfabetización y la creación de universidades y centros de investigación, vinieron a ser los primeros programas para crear las

capacidades y oportunidades al avance de la inteligencia, que serían la base para el desarrollo posterior de las fuerzas científicas y productivas.

No puedo dejar de mencionar, que el 2 de diciembre de 1964, Fidel inauguró, la Ciudad Universitaria José Antonio Echeverría, hoy Universidad Tecnológica de la Habana, lugar donde me formé como Ingeniero Civil.

Hoy la isla muestra que aquel impulso revolucionario socialista y la voluntad y el empeño visionario de su líder, llevaron a que Cuba sea reconocida internacionalmente por haber alcanzados resultados significativos en la educación y las ciencias, fundamentalmente en las ciencias médicas y biofarmacéuticas.

Tengo que resaltar la creación del primer polo científico, surgido con el objetivo de impulsar el desarrollo de la biotecnología y las tecnologías de avanzada, en febrero de 1991. Esta semilla, que germinó en investigaciones y aportes, se convertiría en el antecedente directo del Grupo Empresarial de las Industrias Biotecnológica y Farmacéutica de Cuba (BioCubaFarma).

Hoy BioCubaFarma se distingue, por una sólida base de investigación científica, desarrollo tecnológico e innovación. Más de 20 mil trabajadores de una elevada preparación, 46 empresas, de ellas 33 en Cuba y 13 en el exterior, 122 líneas de producción, 20 unidades de ciencia y técnica, más de 390 proyectos en diferentes etapas de desarrollo y la fabricación de poco más mil productos biotecnológicos, farmacéuticos y tecnológicos.

La colaboración científica, los centros de investigación conjuntos, las exportaciones a más de 60 países y los 769 registros sanitarios en Cuba y el exterior, consolidan las perspectivas de incrementar la internacionalización de esta industria.

El país tampoco descuidó los aspectos sociales y humanos del desarrollo de la ciencia. Un solo ejemplo significativo voy a presentar:

Un informe de la UNESCO, reconoce los avances y logros de Cuba en materia científica y resalta que la Isla se encuentra entre los 20 países del mundo que han alcanzado la paridad de género entre losinvestigadores científicos.

 Sin embargo, que más hubiera podida alcanzar ese pequeño país, sino fuera por el bloqueo económico, comercial y financiero impuesto por el gobierno de los Estados Unidos por más de 60 años y fortalecido en la última década. La ruptura de las relaciones comerciales, los obstáculos para la llegada de donaciones, la dificultad para comprar productos con componentes de origen estadounidense, la negativa de acceso a información médica actualizada y las campañas de descrédito ponen de relieve las consecuencias mortíferas del bloqueo para el sector de la ciencia en Cuba. La designación de Cuba como país patrocinador del terrorismo por el Departamento de Estado del Gobierno estadounidense, acarrea grandes daños al país, sobre todo por los obstáculos que establece en el sistema bancario internacional.

El bloqueo impide el normal desarrollo de relaciones comerciales de Cuba con el mundo, a través de presiones y amenazas a terceros, que desestimulan las necesarias exportaciones de productos y servicios de la isla.

Esta política criminal del gobierno de Estados Unidos también impide que otros pueblos puedan disfrutar de los resultados de la Ciencia Cubana en materia de medicamentos y vacunas, tales como el HEBERPROT-P, único de su tipo en el mundo, que es capaz de reducir las amputaciones por úlcera del pie diabético; o la vacuna CIMAVAX-EGF contra el cáncer de pulmón; o el POLICOSANOL (PPG), un producto natural que se utiliza sobre todo para disminuir el colesterol; la vacuna bivalente VA-MENGOC-BC, vacuna contra la enfermedad meningocócica; el fármaco llamado NEUROEPO, que retrasa la expansión de la enfermedad del Alzheimer o el HEBERFERON, que actúa para el tratamiento del carcinoma basocelular, entre otros con relevantes resultados.

A raíz del surgimiento de la pandemia de la Covid-19, los científicos cubanos consiguieron un éxito notable al desarrollar 5 candidatos vacunales, los inmunizantes Abdala y Mambisa, desarrollados por el Centro de Ingeniería Genética y Biotecnología (CIGB) y las vacunas Soberana 01, Soberana 02 y Soberana Plus del Instituto Finlay de Vacunas (IFV). Al cierre de la primera semana de enero de 2024 se acumulan en el país más de 45 millones de dosis administradas con las vacunas cubanas SOBERANA 02, SOBERANA Plus y ABDALA.

Las vacunas cubanas han llegado hasta Bielorrusia, Vietnam, San Vicente y las Granadinas, Nicaragua, Venezuela, México, Siria, Irán y la República Árabe Saharaui Democrática. 

Cuba está cambiando y el proceso de actualización del modelo económico cubano, coloca a la ciencia y la innovación cada vez más en un primer plano.

Estimado Secretario:

Queremos agradecer el cariño y la disposición de avanzar con Cuba que han mostrado Usted y la Ministra Luciana Santos. La renovación de la cooperación entre Brasil y Cuba, a raíz del retorno del Presidente Lula al Gobierno de la Nación, resulta una oportunidad para ambos países. Tenemos condiciones para que podamos alcanzar mayores resultados y beneficios mutuos en la aplicación de los acuerdos de cooperación en diferentes áreas, que recientemente fueron firmados en La Habana.

La investigación y producción conjunta de medicamentos, vacunas y tecnologías, a través del desarrollo de proyectos bilaterales en el complejo industrial de la salud, puede significar un escalón superior en la capacidad de ambos países para enfrentar emergencias sanitarias nacionales, regionales y globales. La pandemia de Covid puso en evidencia que solo a través de la cooperación y la complementariedad, podemos tener éxito y evitar grandes daños para nuestros pueblos

Estimado Secretario:

Hoy, los cubanos y cubanas de la ciencia, conmemoran este día orgullosos de lo que hemos podido alcanzar, pero sobre todo, con la esperanza de que su esfuerzo seguirá aportando al desarrollo de la Nación, la felicidad de los cubanos y el bienestar de la humanidad.

Muchas gracias a todos Ustedes por el noble gesto de celebrar el Día de la Ciencia Cubana 


 Tradução/Edição: Carmen Diniz / Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba e às Causas Justas

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