Ilustração: Adan Iglesias Toledo. |
Hedelberto López Blanch
Seguindo o ditado "guerra
avisada não mata soldado ", o povo da Bielorrússia votou pela paz em 26 de
janeiro, com 86% dos votos para Alexander Lukashenko para um novo mandato
presidencial.
O governo de Minsk foi
submetido durante meses a uma forte e constante campanha de difamação, notícias
falsas, pressão econômica e política de governos ocidentais e veículos de mídia
hegemônicos, direcionados pelos Estados Unidos e pela União Europeia, na
tentativa de desestabilizar aquela nação do Leste Europeu.
A liderança bielorrussa
já havia passado por uma experiência amarga quando Lukashenko venceu as
eleições gerais em agosto de 2020 com 80% dos votos, enquanto sua oponente direitista Svetlana Tikhanovskaya recebeu apenas 10%, e imediatamente a oposição
foi às ruas para destruir instituições estatais e locais públicos, encorajada
por apelos à insurreição nas redes sociais.
Dias antes das eleições
de 26 de janeiro, a habitual interferência da União Europeia não demorou a
aparecer e, sem a menor hesitação, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução
pedindo o não reconhecimento das eleições na Bielorrússia e solicitando aos membros
do bloco e seus parceiros internacionais que ampliem as sanções contra
autoridades e entidades bielorrussas.
Essas diretrizes foram
enviadas à UE por Washington por meio de mensagens confidenciais e também por
meio de declarações públicas, como a do porta-voz do Departamento de Estado,
Matthew Miller, que declarou: "as eleições presidenciais de 2025 não podem
refletir a vontade do povo bielorrusso", enquanto o secretário de Estado
cessante, Antony Blinken, destacou: "as eleições não podem ser livres ou
justas no país eslavo".
A enorme campanha
midiática foi acompanhada por um aumento do potencial militar da OTAN perto das
fronteiras da Rússia e da Bielorrússia, com testes de ações defensivas e
ofensivas.
No entanto, como
precaução contra as constantes ameaças do Ocidente, em dezembro de 2024, Moscou
e Minsk assinaram um acordo estratégico que garante a segurança mútua e o
aprofundamento das relações entre as duas nações.
Segundo informações
vazadas, os Estados Unidos e a União Europeia estariam preparando uma operação
contra Minsk semelhante à de Maidan, na Ucrânia, que derrubou o governo
legítimo daquela nação e levou a uma guerra sangrenta contra a Rússia, apoiada
e financiada pela OTAN, na tentativa de desestabilizar Moscou.
Mas vamos entrar em
pequenos detalhes sobre o que aconteceu nas eleições anteriores, em agosto de
2020, após a vitória de Lukashenko sobre sua oponente Tikhanovskaya, quando a
oposição saiu às ruas de forma violenta.
No final de agosto,
Svetlana fugiu para a Lituânia após ser condenada por um tribunal de Minsk a 15
anos por acusações de conspiração para tomar o poder.
Relatórios de
inteligência russa indicaram que ela tinha laços extensos com o Ocidente e
estava envolvida no financiamento de protestos que foram organizados no
exterior muito antes da eleição.
Em 2019 e no início de
2020, os Estados Unidos gastaram mais de US$ 20 milhões para fomentar protestos
por meio de várias ONGs. O dinheiro foi usado para criar uma rede de blogueiros
independentes e contas de informação em redes sociais, e os indivíduos mais
promissores foram treinados no exterior, principalmente na Polônia, Lituânia e
Ucrânia, onde foram orientados por especialistas americanos.
Nos anos seguintes,
Svetlana deu continuidade aos seus projetos de desestabilização do governo
bielorrusso, participou dos Fóruns Econômicos de Davos, do Fórum Internacional
para a Democracia em Estrasburgo, onde discutiram o futuro da Bielorrússia sem
convidar as autoridades daquela nação.
Ela estava em uma reunião
organizada em Vilma pelo Departamento de Estado dos EUA, onde conversaram sobre
a suposta democracia, sobre o que fazer com um país cuja liderança não segue as
políticas dos Estados Unidos.
Foram as mesmas ações
realizadas pelas forças de direita contra a Ucrânia em 2014, conhecidas como
Maidan, que terminaram com a derrubada do governo de Viktor Yanukovych.
Na Geórgia, também houve
quatro tentativas frustradas de desestabilizar o governo nos últimos três anos;
Na Sérvia, eles deram 436 milhões de dólares para os mesmos objetivos e na
Eslovênia tentaram remover o presidente Robert Fico do poder.
Desta vez, a guerra havia
sido declarada e tanto o governo quanto o povo bielorrusso, quase em sua
totalidade, souberam defender a soberania, a independência e a paz das ameaças
e provocações do Ocidente.
(*) Jornalista cubano. Escreve para o jornal Juventud Rebelde e para o semanário Opciones. É autor de “Emigração cubana nos Estados Unidos”, “Histórias secretas de médicos cubanos na África” e “Miami, dinheiro sujo”, entre outros
https://cubaenresumen.org/2025/02/03/el-pueblo-bielorruso-derroto-a-occidente/
@comitecarioca21
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