23 de mar. de 2014

Pepe Mujica pede aos Estados Unidos que libertem os três prisioneiros cubanos ainda encarcerados em troca de receber presos de Guantânamo

O presidente uruguaio José Mujica disse nesta sexta-feira, 21 de Março, que as negociações para que cheguem ao Uruguai alguns reclusos de Guantânamo estão longe de estar concluídas e ressaltou que em troca de aceitar o pedido dos Estados Unidos solicitou à Casa Branca que liberte os três herois prisioneiros cubanos remanescentes, ainda em cárceres nos Estados Unidos.

 

“Dissemos a Obama que pediríamos algo” em troca de receber prisioneiros de Guantânamo no Uruguai, disse Mujica em seu progrema radiofónico “Fala o Presidente”.

“Não fazemos isto por dinheiro ou questões materiais, porém não temos inibição em dizer que pedimos por favor ao governo norte-americano que faça o possível para que se busque uma maneira de libertar o restante dos prisioneiros que há muitos anos estão ali presos, porque isto também é uma vergonha”, sustentou Mujica.


Mujica havia anunciado na quinta-feira, 20, que o Uruguai receberá prisioneiros da prisão de Guantânamo na qualidade de refugiados, depois que o semanário Búsqueda informou que o país sul-americano acolherá cinco presos durante pelo menos 2 anos.

Na sexta-feira o presidente sublinhou que as negociações com o governo estadunidense “encontram-se longe de estar concluídas”. “Dependem, estre outras coisas, de diversas decisões fora de nosso alcance”, indicou.

Mujica esclareceu ademais que aqueles que vierem “serão homens livres em nossa realidade e esse assunto de não sair do país por dois anos não seria outra coisa que um gesto voluntário deles para conseguir escapar dessa vergonha e nunca uma imposição nossa”.

“Jamais aceitaríamos ser carcereiros de ninguém, tampouco avalizamos a juridicidade da prisão de Guantânamo, contudo não podemos desconhecer a formidável tragedia dessa gente”, assegurou.


Desta maneira, “ganhamos um pouquinho de autoridade moral para dizer aos mais poderosos: sejam um pouco menos orgulhosos, menos impositivos. Por isso penso que se essas gestões chegarem a um bom término, Uruguai deve sentir-se servidor, como outros países, de uma causa que é resolver uma vergonha para a humanidade, porque “abundaram aí em Guantânamo presos sem processo”, acrescentou.

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