7 de ago. de 2015

                               JORNAL AVANTE:GUANTÁNAMO NA ORDEM DO DIA.                                              

Os EUA estão preparando um plano para encerrar de forma “segura e responsável” a prisão militar de Guantánamo, na base naval que ilegalmente ocupam em Cuba. A informação foi divulgada pelo porta-voz da Casa Branca, John Earnest, dois dias depois (22 de julho) de a bandeira cubana ter voltado a ser hasteada na sede diplomática de Havana em Washington.

Em declarações à imprensa, Earnest disse que a “administração [Obama] está de

fato na fase final do projeto para encerrar de forma segura e responsável a prisão da Baía de Guantánamo, a apresentar ao Congresso”, onde como é sabido terá de enfrentar a oposição dos republicanos, maioritários nas duas câmaras. Segundo explicou, as autoridades de segurança estão trabalhando no plano “há algum tempo, desde logo porque é uma prioridade do presidente [assumida em 2009]”, mas também porque a questão é complexa e enfrenta obstáculos, designadamente no respeitante à eventual transferência dos presos para os EUA, que o Congresso não aceita.


A questão do encerramento de Guantánamo voltou à ordem do dia na sequência do restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e os EUA, materializada no dia 20 com a abertura das respectivas embaixadas nos dois países. 

Como as autoridades cubanas não se têm cansado de sublinhar, aquele foi o primeiro passo de um complexo processo de normalização das relações bilaterais, em que se inclui naturalmente o fim do bloqueio norte-americano e da ocupação ilegal de Guantánamo.

Numa declaração divulgada a propósito, o governo cubano sublinha “não haverá relações normais entre Cuba e os EUA se o bloqueio econômico, comercial e financeiro” continuar, pois “prejudica o povo cubano”, constitui o “principal obstáculo ao desenvolvimento” da economia do país, é uma “violação do direito internacional” e “afeta os interesses de todos os países, incluindo os dos EUA”. Lembre-se que, numa recente pesquisa realizada por Beyond the Beltway Insights, 64% dos eleitores norte-americanos afirmaram ser favoráveis ao fim do bloqueio.

O documento do governo de Cuba afirma expressamente, por outro lado, que para
alcançar a normalização das relações “será essencial também que o território ilegalmente ocupado pela Base Naval em Guantánamo seja devolvido, cessem as transmissões de rádio e de televisão para Cuba que violam as leis internacionais e lesam a nossa soberania, sejam eliminados os programas que visam promover a subversão e a desestabilização internas, e se compense o povo cubano pelos danos humanos e econômicos provocados pelas políticas dos EUA”.

Quanto a Cuba, refere ainda a declaração, “continuará empenhada no processo de atualização do seu modelo econômico e social, para construir um socialismo próspero e sustentável, avançar no desenvolvimento do país e consolidar as conquistas da Revolução”.

                                                                                   #‎FIMDOBLOQUEIO‬

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