O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje a Ordem Carlos Manuel de Céspedes, distinção que lhe
outorga o presidente da República de Cuba, durante o VII Congresso do Partido
dos Trabalhadores (PT).
Tal ordem, assinada pelo presidente cubano,
Miguel Díaz-Canel, entrega-se a cidadãos cubanos e estrangeiros que se destaquem na luta pela libertação nacional dos povos.
Também pela amizade demonstrada com a Revolução
cubana ou pelo prestígio internacional atingido nas lutas políticas,
sociais ou econômicas a favor dos povos ou por valiosas contribuições à
consolidação da paz e à coexistência pacífica.
A distinção foi colocada no peito de Lula pelo Encarregado de Negócios
da Embaixada de Cuba no Brasil, Rolando
Gómez, durante a jornada de abertura do
congresso do PT, que se celebra em São Paulo e se estenderá até domingo.
Recentemente Lula qualificou de vergonhoso o voto
do Brasil nas Nações Unidas a favor do bloqueio que os Estados Unidos impõem a
Cuba há quase seis décadas.
"É um desrespeito
de alguém que não se respeita. É a forma de comportar-se de alguém que não se
respeita", afirmou o ex-dirigente operário durante uma extensa entrevista
com o jornalista Fernando Morais, do canal Nocaute, no YouTube.
Esta foi a primeira entrevista desde que o ex-metalúrgico foi posto em
liberdade em 8 de novembro depois de cumprir 580 dias de prisão política na
sede da Polícia Federal de Curitiba, capital do
estado do Paraná.
Durante a votação na Assembleia Geral da ONU, Cuba recebeu em 7 de novembro o respaldo esmagador da comunidade
internacional, quando 187 Estados membros se pronunciaram contra o bloqueio econômico, comercial e financeiro de
Washington.
Brasil rompe tradição e vota contra Cuba em 2019
Só dois países se
abstiveram: Colômbia e Ucrânia; enquanto Estados Unidos, Israel e Brasil
votaram na contramão do levantamento do cerco e ficaram isolados ante o reclamo
da maioria da comunidade internacional.
Para Lula, os
membros do Governo de Jair Bolsonaro
"não sentem o menor respeito nem por eles mesmos, nem por nosso país. Ser
solidário com Cuba é uma questão de defender a soberania de um país",
apontou.
O fundador do PT
denunciou que Estados Unidos não tem o menor direito de fazer tudo que fazem.
"Consideram
que podem bloquear, que podem fazer uma série de coisas. No entanto, um
bloqueio, em certas ocasiões é mais mortífero
que uma guerra, porque na guerra é briga e você faz o que tem que fazer, mas um
bloqueio mata crianças, mata idosos, mata mulheres nos hospitais".
"Então,
sinceramente foi uma atitude vergonhosa, que merece todo o repúdio",
ressaltou o ex-sindicalista, que também desde o poder lutou por erradicar a pobreza,
a fome e a desnutrição infantil.
Graças a programas sociais, Lula tirou da
pobreza mais de 30 milhões de brasileiros e defendeu em toda tribuna as
causas justas, bem como a integração latino-americana e caribenha.
Dois milhões de assinaturas pela liberdade de Lula
Cuba entregou hoje
ao ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva as assinaturas de dois
milhões 61 mil 565 cidadãos dessa ilha que demandaram sua liberdade quando cumpria
prisão política na cidade de Curitiba.
A entrega das
assinaturas foi realizada por Angel Arzuaga, vice-chefe e coordenador do
Departamento de Relações Internacionais do Comitê Central do Partido Comunista
de Cuba (PCC), durante o VII Congresso do Partido dos Trabalhadores (PT), que
se celebra em São Paulo até este domingo.
Ressaltou que as
assinaturas foram recolhidas em somente 14 dias, em apoio à campanha internacional
para a anulação dos julgamentos do ex-presidente.
Arzuaga declarou
que estas assinaturas se entregam em nome do povo de Cuba; do amigo de Lula, o
líder histórico da Revolução, Fidel Castro Ruz; do general de Exército Raúl
Castro, primeiro secretário do PCC; e do presidente Miguel Díaz-Canel.
Entrega das mais de 2 milhões de assinaturas no evento em Havana 03/11/2019
Também, assinalou,
"de todo o povo de Cuba incluídos os médicos cubanos que estiveram aqui no
programa Mais Médicos", que atenderam 60 milhões de brasileiros.
Declarou que se
entregou este quadro (foto de uma saudação entre Lula e Fidel Castro com o
número de assinaturas) em Havana à presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, durante o
Encontro Antimperialista de Solidariedade, pela Democracia e contra o
Neoliberalismo.
(Com informação de Prensa Latina)
Nenhum comentário:
Postar um comentário