10 de jan. de 2020

As mentiras de Bolsonaro terão cura?


 Não é a primeira vez que as opiniões de Bolsonaro  têm o efeito de eco das políticas da Casa Branca, o que lhe tem granjeado o apelido de “Trump  do trópico”
8 de janeiro de 2020 01:01:35




O presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, acusou de terroristas os médicos cubanos que atenderam em seu país entre 2013 e 2018 –de acordo com dados oferecidos pelo Ministério de Relações Exteriores de Cuba–a 113 359 000 pacientes, em mais de 3 600 municípios, e deram cobertura médica permanente a 60 milhões de brasileiros como parte do programa Mais Médicos, materializado em conjunto com a Organização Panamericana da Saúde (OPAS).
Em declarações à imprensa nesta segunda-feira (6) a respeito da situação entre Irã e Estados Unidos, Bolsonaro não só justificou o assassinato do general Qasem Soleimani, ordenado por seu aliado político Donald Trump, como também classificou como terroristas os membros do Partido dos Trabalhadores (PT), que, segundo ele, "invadiram o Governo por 14 anos", publica Sputnik News. 
Sobre o pessoal cubano da Saúde, no meio de sua euforia difamatória contra todos aqueles com cujas ideias e princípios não comunga, disse que se encontravam «tramando nos lugares mais pobres», e os chamou "esquerdalha", que se aproveita  "da gente mais pobre e desinformada para vender sua política", manipulando a nobreza dos nossos em um programa como o Mais Médicos, dirigido a famílias de baixa renda que ficaram desprotegidas devido à decisão irresponsável de seu mandatário.
O jornal brasileiro O Globo, no mesmo dia em que Bolsonaro deu a entrevista, afirmou que não existe evidência de que os médicos cubanos estivessem envolvidos em atividades terroristas, e recorda que a definição de ato terrorista é o ataque deliberado contra objetivos civis para causar pânico.
O Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, no ato em homenagem à brigada médica que participou no  Mais Médicos, destacou que ao redor de 20 000 colaboradores cubanos da Saúde tinham estado no Brasil, graças ao qual «mais de 700 municípios desse país tiveram um médico pela primeira vez em sua história».
Recordou que o programa nasceu como uma iniciativa de Dilma  Rousseff, então presidenta do gigante sul americano, e buscava assegurar a atenção médica à maior quantidade possível de população brasileira, razão pela qual os especialistas cubanos foram  trabalhar em zonas de extrema pobreza como as favelas de Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador  e nas 34 áreas Especiais Indígenas, sobretudo na Amazônia. Um estudo da Universidade de Minas Gerais revelou que 95 % da população aprovava  essa proposta humanista. 
Não é a primeira vez que as opiniões de Bolsonaro  têm o efeito de eco das políticas da Casa Branca, o que lhe tem granjeado o apelido de “Trump  do trópico”. Suas acusações unem-se à cruzada de ataques d Washington contra a cooperação médica internacional de Cuba, apesar disso  a Ilha assinou em 2019  27 acordos jurídicos bilaterais com 23 países, e foram atendidos pelo Sistema Nacional de Saúde 

Tradução : Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba

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