22 de set. de 2025

NOVAS PROPOSTAS LEGISLATIVAS PARA SUFOCAR CUBA

resistência e a solidariedade internacionais são cruciais para a defesa da soberania da ilha. Foto: Ismael Batista Ramírez
                  
Congressistas anticubanos insistem em apresentar projetos de lei que ampliam e perpetuam instrumentos coercitivos contra o arquipélago.

Autor: Raúl Antonio Capote

Durante a atual sessão legislativa do 119º Congresso dos EUA, políticos anti-Cuba adotaram uma estratégia agressiva e sistemática, acompanhada de linguagem hostil em relação a Cuba nos debates, ao mesmo tempo em que faziam esforços conjuntos para aumentar a pressão econômica e política sobre nosso país.

Essa ofensiva se manifesta por meio da introdução de projetos de lei que buscam perpetuar e expandir instrumentos coercitivos, construindo uma narrativa falsa que visa apresentar Cuba como uma ameaça à segurança nacional dos EUA.

Um dos exemplos mais evidentes dessa hostilidade é a insistência em manter a ilha na Lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo. Deputadas como María Elvira Salazar estão promovendo a chamada Lei da Força, que proibiria o Poder Executivo de retirar Cuba dessa lista até que sejam cumpridas condições que, na prática, agravam os danos econômicos ao povo cubano.

A designação como Estado patrocinador do terrorismo tem sido uma ferramenta de sufocamento financeiro e isolamento internacional, impedindo o acesso aos mecanismos bancários globais e restringindo exportações essenciais, impactando severamente a economia e a qualidade de vida da população.

Por outro lado, houve um aumento no orçamento para subversão contra a ilha, chegando a US$ 75 milhões, US$ 35 milhões a mais do que no período anterior. Essas quantias são disfarçadas sob o pretexto de promover a democracia, quando na realidade apoiam as estruturas contrarrevolucionárias criadas por Washington, bem como um enorme aparato de propaganda e guerra psicológica voltado principalmente para desestabilizar a Revolução.

Além das justificativas pretensiosas habituais, os congressistas anticubanos estão buscando expandir o financiamento, grande parte do qual vai para o "negócio de travar a contrarrevolução", ao mesmo tempo em que serve como plataforma para campanhas políticas em estados com alta concentração de anticubanos, como a Flórida.

O arcabouço legislativo promovido por esse setor reacionário do Congresso se baseia na codificação legal de Cuba como "adversário estrangeiro", termo que aparece em inúmeros projetos de lei que visam promover uma narrativa de confronto.

Essa categoria serve de base para propostas que vão desde a proibição de colaboração científica entre instituições de ambos os países até a suspensão de qualquer tipo de cooperação tecnológica ou diplomática.

Pelo menos cinco iniciativas legislativas incluem linguagem que restringe relacionamentos científicos, ameaçando o desenvolvimento de projetos conjuntos vitais, como o ensaio clínico Heberprot-P nos EUA, e também exclui os americanos do uso de um produto cubano altamente eficaz para tratar úlceras do pé diabético.

Além disso, estão sendo feitas tentativas de dificultar o investimento estrangeiro por meio de projetos que eliminam obstáculos legais a ações civis sob a Lei Helms-Burton, uma lei que agrava a perseguição legal contra empresas e indivíduos com laços econômicos com a ilha.

A ofensiva anticubana também é evidente na área da política imigratória, onde esses congressistas se alinham a posturas anti-imigrantes, como as implementadas durante o governo Trump.

Essas medidas levaram à separação de famílias cubanas e deixaram milhares de pessoas em situação irregular nos EUA, sem oferecer uma solução real. Enquanto isso, continua o apoio a deportações em massa e restrições de vistos que prejudicam a comunidade cubano-americana e seus laços familiares com a ilha.

Na mesma linha, eles buscam gerar um efeito de "panela de pressão", manipulando a emigração para provocar uma convulsão social que justificaria a intervenção do governo dos EUA ou, pelo menos, um aumento da agressão econômica.

Os congressistas anticubanos também exercem pressão a partir de seus cargos para manter e reforçar o bloqueio econômico, como evidenciado por seu apoio ao Memorando Presidencial sobre Segurança Nacional nº 5, imposto por Donald Trump e que visa intensificar medidas que causam fome e desespero entre o povo cubano, com o objetivo declarado de derrubar o Governo Revolucionário.

Esse endurecimento da situação também é alimentado pelo discurso público e pelas mídias sociais, que justificam a política de "pressão máxima" e desacreditam as ações do governo cubano, ao mesmo tempo em que apoiam as iniciativas da contrarrevolução interna.

Por fim, este grupo legislativo não hesita em promover falsas acusações que vinculam Cuba ao apoio a supostas organizações terroristas, tráfico de drogas ou violações de direitos humanos, sem apresentar provas concretas. Mais grave ainda, mantém laços estreitos com indivíduos vinculados a atos terroristas contra a nação caribenha.

Em suma, o 119º Congresso dos EUA demonstra uma rejeição persistente e sistemática de qualquer abertura ou reaproximação com Cuba, com base em uma estratégia abrangente que combina hostilidade legislativa, manutenção de falsas narrativas, promoção de medidas coercitivas e exploração política.

Esta política não apenas viola a soberania e os interesses do povo cubano, mas também desconsidera o potencial de um relacionamento bilateral que beneficie ambas as nações.

 


ALGUMAS DAS INICIATIVAS RECENTES

 

- HR5342

Permite o ajuizamento ilimitado de ações judiciais sob a Lei Helms-Burton. Elimina a limitação de dois anos para essas ações judiciais.

Bloqueia o financiamento de laboratórios e estabelece outras restrições que afetam a cooperação científica e o desenvolvimento econômico.

Impõe proibições de voos e propriedades.

 

-  S.488 (iniciado no Senado)

Impõe sanções específicas a indivíduos e entidades que realizam transações com Cuba, com foco em supostos abusos de direitos humanos e corrupção.

 

- S.172 Lei de Prevenção da Evasão Tarifária Adversária (Rick Scott)

Refere-se à maior das Antilhas como um Estado adversário estrangeiro.

 

- Lei S.838 ACRE (Jerry Moran)

Impede empréstimos a países inimigos.

 

- HR3479 Lei de Telecomunicações Americanas SEGURAS (Rudy Yakym)

Proíbe o licenciamento de cabos submarinos em áreas controladas por adversários estrangeiros.

 

Essas ações legislativas fazem parte da reativação e atualização do Memorando Presidencial sobre Segurança Nacional nº 5, assinado em 2025, que reverte as recentes aberturas e restabelece restrições nas áreas turística, financeira e diplomática, além de limitar a cobertura e o acesso a recursos econômicos.


https://www.granma.cu/mundo/2025-09-21/nuevas-propuestas-de-leyes-para-asfixiar-a-cuba-21-09-2025-20-09-34

 Trad/ed Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 

   



Nenhum comentário:

Postar um comentário