3 de abr. de 2016

BRUNO RODRÍGUEZ: FIDEL CASTRO COM SUA EXTRAORDINÁRIA AUTORIDADE HISTÓRICA, POLÍTICA E ÉTICA DECOMPÕE CONCEITOS DE OBAMA



Quito. - O fim do bloqueio deve ser um ato unilateral dos Estados Unidos, disse ontem o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, em uma entrevista por telefone concedida aos meios de comunicação públicos de Equador.

segundo explicou o Chanceler ao conglomerado formado pela Rádio Pública do Equador, TV Equador, jornal El Telegrafo e agência de notícias Andes, o fim das sanções econômicas, financeiras e comerciais que Washington aplica contra Havana há mais de cinco décadas jamais poderia ser resultado de uma negociação, ou em resposta a concessões feitas pelo governo da Ilha caribenha.

Cuba não bloqueia os Estados Unidos, nem aplica nenhuma medida discriminatória contra as empresas estadunidenses, nem aos turistas dos EUA, lembrou o chefe da diplomacia cubana, que alertou que apesar das recentes medidas executivas adotadas pelo presidente Barack Obama "o bloqueio continua é uma realidade asfixiante."

Neste sentido sinalizou que a decisão do presidente para autorizar o uso do dólar nas transações com a ilha caribenha não passou de "um mero anúncio", para os bancos cubanos, disse, continuam impedidos de abrir contas no país do norte.
Posso afirmar que neste momento não há operações financeiras normais, assegurou.

Rodríguez advertiu que apesar do processo de normalização das relações bilaterais iniciado em 17 de dezembro de 2014, e cujo resultou na recente visita de Obama a Havana, jamais se poderá chamar de laços normais enquanto os Estados Unidos continuarem usurpando o território cubano de Guantánamo ou financie programas de rádio e televisão para alterar a ordem constitucional vigente no país caribenho.

Ele também alertou que Washington mantém intactos os seus objetivos estratégicos de dominar Cuba econômica e politicamente, citando como exemplo a abertura no campo das telecomunicações, e apoio financeiro ao setor não estatal, que só visam, disse ele, construir uma oposição ao governo.

No que diz respeito as chamadas feitas pelo presidente dos Estados Unidos ao povo cubano para esquecer a história e só olhar para o futuro, a autoridade salientou que Cuba está disposta a construir uma relação de diálogo e cooperação com os Estados Unidos, mas sem que isso implique renunciar "nem um milímetro" aos princípios da Revolução, nem a sua independência.

Os discursos podem ser agradáveis, até mesmo sinceros, porém, nenhuma uma frase educada, sorriso ou gesto de simpatia pode fazer esquecer uma história longa, complexa, que marca a vida dos cubanos, disse o chanceler, que ressaltou que 77% dos seus compatriotas nasceram sob o bloqueio estadunidense.

Nesse sentido qualificou de extremamente oportuna a reflexão publicada segunda-feira por Fidel Castro sobre a visita de Obama ao país caribenho, em que o líder da Revolução cubana afirmou que Cuba não necessita de presentes do império.

"Me parece extremamente oportuna a reflexão do Comandante Fidel Castro, com sua extraordinária autoridade histórica, política e ética em nosso povo e, em geral, na opinião pública internacional, quando decompõe esses conceitos e reitera e que é uma firme decisão do povo cubano", comentou Rodríguez.

Autor: Prensa Latina - http://www.prensalatina.com.br/
Fonte : Granma - internet@granma.cu 

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