Afirmação é do coordenador do programa do governo da presidenta
Dilma, contestando declarações do ministro golpista que quer tirar
médicos estrangeiros
Médico do "Mais Médicos". Por Araquém Alcântara |
Por Luana Spinillo na Agência PT
Diminuir a participação de estrangeiros no programa Mais Médicos vai
deixar quase 40 milhões de brasileiros sem atendimento médico, afirma o
secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da
Saúde do governo da presidenta eleita Dilma Rousseff, Heider Pinto.
Em declarações recentes, o ministro interino da Saúde do governo golpista de Michel Temer (PMDB), Ricardo Barros,
afirmou que pretende tirar ao menos 10 mil médicos estrangeiros do
programa. Heider, que foi coordenador do Mais Médicos, acredita que a
decisão do ministro golpista visa atender acordos firmados por ele com
entidades médicas conservadoras, extremistas e até xenófobas, que nunca
aceitaram a vinda dos médicos cubanos ao Brasil.
“É inadmissível a possibilidade de dezenas de milhões de pessoas serem
prejudicadas por causa de interesses de pouquíssimas milhares de
pessoas, que são os médicos mais conservadores”, contesta Heider.
O coordenador do programa lembra que o Mais Médicos atende, atualmente, 63 milhões de brasileiros que antes não tinham atendimento regular de médicos.
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“Os brasileiros hoje vão a uma unidade de saúde perto da sua casa e tem um médico. Além disso, mais de 95% da população aprova o programa,
porque agora tem médico todos os dias no posto de saúde, as pessoas
conseguem atendimento, o médico resolve os problemas e o atendimento é
mais humanizado”.
Outro número que comprova os benefícios do Mais Médicos é o aumento de 33% nas consultas
em municípios participantes do programa. “Fora do Mais Médicos, o
aumento foi de 15%. É mais do que o dobro. E nesses municípios do
programa os indicadores de saúde são muito fortes. Houve uma redução
muito maior das internações por causa do Mais Médicos”, completa. Para
Heider Pinto, isso tudo está em risco com o governo golpista de Temer.
Médicos do "Mais Médicos". Por Karina Zambrana/ASCOMMS |
Segundo
ele, o que se pode esperar do governo golpista na área da saúde é
“certamente menos direitos, menos serviços, menos trabalhadores no
Sistema Único de Saúde, um incentivo à privatização do serviço e a
expulsão de pessoas do SUS para que elas possam contratar planos de
saúde, que perderão em qualidade, não só porque aumentará muito a
quantidade de pessoas, mas também porque o Estado parará de regular a
qualidade dos planos”.
Diminuir o SUS
Em outra declaração, o ministro golpista Ricardo Barros afirmou que a
Constituição não cabe no orçamento e, por isso, teria que diminuir o
tamanho do Sistema Único de Saúde (SUS). “Na verdade ele está falando
que os direitos da população não cabem no orçamento e está indo contra a
luta histórica do movimento de saúde no Brasil que é garantir o
financiamento necessário, cumprindo a Constituição”, contesta o
coordenador do Mais Médicos.
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pós a afirmação, Barros voltou atrás. Mas, na avaliação de Heider
Pinto, mesmo com o recuo, o ministro interino expressou sua real
intenção, que também está escrita nos documentos Ponte para o Futuro e A
Travessia Social.
“Nesses documentos, há muita clareza de que eles querem fazer com que
políticas universais sejam transformadas em políticas focalizadas. Tem o
objetivo claro de tentar focar as políticas em 40% da população. Mas o
SUS é para 100% da população. Cerca de 80% da população não tem plano de
saúde. E mesmo os 20% que têm plano de saúde, também usam da
assistência do Sistema Único de Saúde, seja para transplante, vacina”,
destaca.
O coordenador alerta para a inconstitucionalidade dessa medida. “Reduzir
o SUS para ele deixar de atender uma parte da população ou deixar de
atender certos problemas de saúde, nas duas situações será preciso mexer
na Constituição”.
Para Heider, é nítida a intenção de reduzir os direitos da população no
que diz respeito aos direitos à saúde. O foco são os planos de saúde.
“A Ponte para o Futuro diz claramente que é para procurar todas as
parcerias e privatizar tudo que for possível. Então a Ponte para o
Futuro já está sinalizando uma abertura para o mercado privado. A ideia
que está aí é reduzir o SUS para aproximadamente 40% da população e
jogar as outras 60% na obrigatoriedade do plano de saúde”, explica.
Planos de Saúde
Como se não bastassem as declarações anteriores, o ministro golpista
Ricardo Barros ainda afirmou que quanto mais pessoas tivessem plano de
saúde, melhor, e que não tem a intenção de controlar a qualidade dos
planos de saúde.
“Ou seja, ele vai na contramão do que são os mais de 15 anos de
construção da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Quer tirar as
pessoas do SUS, focalizar o SUS, colocar as pessoas para pagarem plano
de saúde, e ao mesmo tempo não cobrar qualidade”, resumiu Heider.
Diminuir o SUS e focar nos planos de saúde é, na opinião de Heider
Pinto, uma “tripla mercantilização”, porque faz com que a saúde deixe de
ser um direito para ser uma mercadoria, passa os serviços públicos para
a gestão privada, e expulsa as pessoas do SUS para que contratem planos
de saúde.
“Então crescem os planos de saúde, crescem as OS e instituições privadas
que terceirizam serviço, e muda o conceito da Constituição de 88 onde a
saúde é um direito de todos e dever do Estado, e volta a pré-88, quando
a saúde era uma mercadoria adquirida no mercado e teria apenas algumas
ações do Estado focalizadas”, denuncia.
Publicado por Agência PT
Fonte: Solidários - Na luta contra o bloqueio midiático
VENCEMOS !!! VENCEREMOS!!!
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