Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba e às Causas Justas : CUBA: ÚLTIMO OU PRIMEIRO PAÍS A VACINAR ?

https://www.youtube.com/watch?v=dLLh-kQBtp8&t=5s&ab_channel=Comit%C3%AACariocadeSolidariedadeaCuba

Por: José Manzaneda

Uma canção de propaganda política contra o governo cubano, produzida em Miami, gera, durante semanas, notícias, reportagens e entrevistas nos meios corporativos (1).

Mas, se milhares de pessoas, muitas delas cubanas, em quase cem cidades do mundo, realizam caravanas e atos para denunciar o bloqueio dos EUA contra a Ilha, como ocorreu em 27 e 28 de março, não lemos nem uma palavra (2).

Tudo que pareça “falar bem” do sistema cubano é, em geral, censurado. Lemos que, em Cuba (3), em relação à população, há 40 vezes menos mortes por Covid-19 que no Brasil (4) ou nos EUA (5)? Não. Mas, sim, que “será o último país do continente a vacinar a sua população” (6). Talvez seja o último a “começar”, mas será o primeiro a “terminar” de imunizar “toda” a sua população: no verão, 60%, e 100% até o final do ano (7). O único, além disso, a fazê-lo com vacinas próprias (8), apesar de sofrer um bloqueio total de tecnologia médica. E o segundo do mundo em porcentagem de pacientes recuperados (9).

Bolívia, novembro de 2019. As Forças Armadas exigem a renúncia do presidente Evo Morales (10), que vai para o exílio, para salvar sua vida (11). Grupos de direita incendeiam locais de seu partido e residências de políticos (12), que se asilam em uma embaixada (13). Um governo de fato toma o poder (14) e, mediante um Decreto Supremo, exime de responsabilidades penais [quem agisse] no “restabelecimento da ordem” (15). Esta “licença para matar” provoca 37 mortes por repressão (16). Mas a imprensa global nos diz, hoje, que o “golpe de Estado” –sempre entre aspas (17) – é uma mera “tese” ou “teoria do oficialismo” (18). Por exemplo, as televisões espanholas: o canal público fala de um “suposto golpe de Estado” (19), Tele 5, de uma “crise que derivou na renúncia de Evo Morales”, e La Sexta, de “protestos que propiciaram a renúncia de Evo” (20).

Mark Rutte acaba de ganhar, pela quarta vez, as eleições nos Países Baixos, e atingirá 16 anos consecutivos como primeiro-ministro (21). O mesmo que Angela Merkel na Alemanha (22). Mas quem são os que “se aferram ao poder”, segundo a imprensa europeia? Vladimir Putin (23), Nicolás Maduro (24)… e Evo Morales (25). Tudo claro, certo?

Em Havana? Não, em Madri. É a Cañada Real, onde 4.500 pessoas, 1.800 delas menores, estão há seis meses sem luz elétrica (26). Assim passaram, em janeiro, uma intensa onda de frio (27). Mas o que os diários espanhóis ABC (28) e El Mundo (29) querem contar sobre esse assentamento pobre? Que a polícia desmantela plantações de maconha.

Em seu Informe Anual, o Departamento de Saúde dos EUA reconhece que realizou gestões para impedir que uma brigada médica cubana chegasse ao Panamá, e a vacina russa Sputnik, ao Brasil (30). Mas, sobre tal imoralidade vinda de um “Departamento de Saúde”, somos informados pela imprensa ocidental? Não, pela russa (31) ou pela cubana (32).

O Conselho de Direitos Humanos da ONU condenou o impacto das sanções unilaterais sobre a população civil (33). A Venezuela propôs um programa de “Petróleo por vacinas” (34), mas as sanções dos EUA e da União Europeia o impedem. Como impedem o acesso a 7 mil milhões de dólares de Caracas retidos em bancos internacionais (35). Onde estão as denúncias na imprensa, os editoriais que falem dos direitos humanos da população venezuelana?

No Brasil, o governo de Jair Bolsonaro aprovou sucessivas leis a favor das empresas do chamado “agronegócio” (36), e incontáveis autorizações para o uso de pesticidas. Medidas combatidas no país por ativistas como Larissa Bombardi, pesquisadora sobre os agrotóxicos (37), que, após receber graves ameaças e sofrer um assalto a sua residência, anunciou que irá para o exílio (38).

Mas, lembrem-se, onde não há democracia nem liberdade é… em Cuba.

Tradução: Marcia Choueri - Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba

Original: lapupilainsomne.wordpress.com