31 de mar. de 2025

YAIMI RAVELO: “O BLOQUEIO DOS EUA ESTÁ ACIMA DAS IDEOLOGIAS”

                                        

Por Catalina Araya 

   No dia 27 de março, a correspondente cubana do Resumen Latinoamericano apresentou o documentário "Culpables" no Chile. Esta obra audiovisual, ao acompanhar o trabalho do Tribunal Internacional contra o Bloqueio, expõe as diversas consequências deste conflito.

   A pandemia da Covid-19 representou um dos momentos mais complexos da nossa história recente. Milhões de pessoas em todo o mundo perderam suas vidas em um contexto marcado pelo colapso dos serviços hospitalares.

  No entanto, houve países que se saíram pior que outros. Entre eles está Cuba, um dos maiores centros de desenvolvimento médico do mundo, que, devido ao bloqueio comercial imposto há mais de seis décadas pelos Estados Unidos, não conseguiu ter acesso a nenhum instrumento básico como uma seringa. Isso, apesar de já termos desenvolvido diversas vacinas candidatas para combater a propagação do vírus.

   A observação dessa realidade foi o primeiro passo para a criação de “Culpados”, documentário dirigido pela jornalista cubana Yaimi Ravelo que aborda as diversas consequências cotidianas que as medidas econômicas impostas pelos Estados Unidos continuam gerando, por meio de um acompanhamento do trabalho do Tribunal Internacional contra o Bloqueio .

   Consequências que, além disso, foram agravadas durante a crise sanitária. “Queríamos capturar as evidências do bloqueio brutal que os Estados Unidos impuseram a Cuba durante a pandemia. O bloqueio tem sido uma política genocida por mais de 60 anos. Mas durante a COVID, foi extremamente implacável e hipócrita. Ficou muito evidente que a intenção de negar a Cuba algo vital para a vida é homicídio, é genocídio. E foi muito evidente e cruel durante a pandemia”, afirmou o documentarista.

  
A pré estreia da versão brasileira vai ser na Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba 

  “Foi um momento difícil, complexo e doloroso para toda a humanidade. E as unidades de tratamento intensivo de Cuba, como as do mundo todo, precisavam de mais ventiladores pulmonares para pacientes que lutavam por suas vidas.  Cuba precisava comprar ventiladores, mas os Estados Unidos impediram. Eles se recusaram a permitir que um navio carregando ventiladores entrasse nas costas cubanas simplesmente porque foi coagido, e não conseguimos adquirir esses recursos vitais para salvar as vidas dos cubanos”, acrescentou Ravelo.

   E embora a situação tenha sido abordada por cientistas e desenvolvedores cubanos, os esforços para combater a COVID-19 levaram a uma série de deficiências em outros aspectos relacionados à saúde pública. “Pessoas morreram, e tivemos que criar nossas próprias alternativas. Muitos inventores se uniram para criar ventiladores pulmonares caseiros com os recursos que tínhamos. O objetivo era fornecer oxigênio aos pacientes que precisavam”, explicou a correspondente, referindo-se a uma realidade que, em contraste, gerava problemas com outros tipos de insumos, como antibióticos.

   Assim, e depois de documentar o que aconteceu durante a pandemia com Iriana Pupo no filme "La gota de agua" , Ravelo transmutou o espírito daquele trabalho anterior neste novo longa-metragem, produzido pela mídia argentina  Resumen Latinoamericano  e que  será exibido nesta quinta-feira, 27 de março, na Faculdade de Comunicação e Imagem da Universidade do Chile .           

  "Além de ser uma grande oportunidade para os estudantes aprenderem sobre os danos e as implicações da política dos EUA sobre o povo cubano — algo que eles podem não entender completamente, talvez desconhecer ou ter vaga consciência — será uma tremenda honra para mim poder fornecer a eles informações que talvez sejam diferentes do que ouviram até agora", disse a jornalista sobre a oportunidade.

   Na mesma linha, ela expressou seu entusiasmo pela possibilidade de contribuir para "ampliar os horizontes do que podemos fazer no campo da comunicação. Isso, para mim, seria um motivo de grande orgulho. E mostrar aos jovens como é a vida e o quão difícil é viver em um país que há mais de 60 anos está atolado em uma guerra econômica desigual e hostil, desde o império mais poderoso do mundo até uma ilha tão pequena e sitiada. Sem recursos, mas com um povo nobre que resiste dia após dia a um dos crimes mais longos da história da humanidade".


O cinema como meio de alerta

Em tudo isso, as convicções de Ravelo sobre a importância de construir instituições fora da hegemonia da mídia são centrais. “É importante trazer a questão do bloqueio para os holofotes por meio de um documentário porque, dentro do jornalismo, o gênero documentário nos permite aproveitar as ferramentas que o cinema pode fornecer para a comunicação. E pode atingir todos os tipos de público. Acho que ele gera conscientização e, dada sua duração, pode fornecer mais argumentos e enriquecer o filme com muito mais informações”, disse a diretora de “Culpables”

   “Com a mudança dos tempos e dos códigos de comunicação, as pessoas tendem a consumir menos conteúdo de formato longo, e as mídias sociais estão tomando o lugar de materiais muito mais curtos com conteúdo concentrado e informações altamente concentradas. Mas o gênero documentário dentro do jornalismo dá a você a oportunidade de contar histórias, argumentar e extrair informações subliminares e óbvias, para ilustrar melhor o que achamos importante que o público saiba”, acrescentou Ravelo.

“Acho importante que os cubanos criem muito mais filmes, materiais e conteúdos que expliquem a questão do bloqueio, porque há uma falta geral de consciência das leis que o governo dos Estados Unidos viola com sua política hostil em relação a Cuba. Há uma falta de compreensão das realidades da sociedade cubana. O documentário mostra que a questão do bloqueio dos Estados Unidos a Cuba transcende a ideologia; é uma violação dos direitos humanos, e o mundo deveria estar ciente disso. Só porque pensamos diferente, só porque temos ideologias diferentes, não significa que temos que permitir que um país anule o outro”, refletiu a jornalista.

Desta forma, enfatizou que devemos "advogar pelo respeito aos direitos humanos, porque o bloqueio dos Estados Unidos a Cuba não viola apenas os direitos humanos dos cubanos. Também viola os direitos humanos do resto do mundo, porque impede as pessoas de interagir livremente com o povo cubano e impede os cubanos de interagir em igualdade de condições com outros países em todas as esferas possíveis da sociedade".

          Trailer: 

                            


Fonte: Resumen Latinoamericano

Edição/Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 

@comitecarioca21

MAIS: 

O documentário quando estreou em Cuba  https://encurtador.com.br/PxWV0



ENTREVISTA COM DANIEL JADUE : "CUBA TEM UM PRESENTE E UM FUTURO DIGNOS".

                                     

Por Yaimi Ravelo, especial do Chile para o Resumen Latinoamericano, 28 de março de 2025.

  Em todas as comunidades chilenas onde apresentei o documentário "Culpables" — uma produção da Resumen Latinoamericano fundamental na luta para levantar o bloqueio genocida dos EUA contra Cuba — o filme gerou um debate interminável.

  No coração das comunidades mais pobres, há uma questão que nunca passa despercebida: a precariedade da assistência médica pública e seu difícil acesso para os chilenos, consequência do modelo neoliberal de políticas públicas do país.

  Puente Alto é uma comunidade periférica de Santiago do Chile e, assim como Recoleta, é muito diferente daquelas que enfeitam o centro de Santiago, a capital. Na apresentação do documentário em Puente Alto, um colega se referiu ao impacto das Farmácias Populares da Recoleta e da gestão de Daniel Jadue como prefeito. Outros colegas ecoaram seu comentário, acrescentando que Daniel Jadue é o candidato que eles querem para presidente, o candidato do povo — os humildes — e eles esperam votar nele se ele concorrer nas próximas eleições no Chile. A direita chilena sabe disso.

Daniel Jadue nos recebeu como se espera de amigos, de braços e coração abertos. 

  Em entrevista especial para o Resumen Latinoamericano, Jadue, que continua em prisão domiciliar, nos deu mais informações sobre os projetos que realizou na Recoleta em benefício do povo e os interesses que levaram o direito de entrar com uma ação judicial para desqualificá-lo como representante legítimo de sua comunidade.

Ele explicou como o processo Lawfare contra ele se originou e seu status legal atual.

  Jadue condenou o genocídio perpetrado pelo sionismo e imperialismo israelense contra o povo palestino após quebrar unilateralmente o cessar-fogo e continuar a massacrar a terra de seus ancestrais. A presença do lobby israelense no Chile e seus vínculos com a ditadura de Pinochet.

  Ele expressou sua profunda admiração por Cuba e seu povo, transmitindo sua comovente mensagem a todos os cubanos: "Cuba tem um presente e um futuro dignos".

  Compartilhamos com nossos leitores a entrevista especial (em três partes) que este líder da esquerda latino-americana nos concedeu no Chile. Agradecemos à Fundação Varsot pela valiosa colaboração.

 

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 https://www.resumenlatinoamericano.org/2025/03/28/chile-entrevista-a-daniel-jadue-cuba-tiene-un-presente-y-un-futuro-de-dignidad/

ed/trd @comitecarioca21 


29 de mar. de 2025

SOBRE A DESMONTAGEM FORÇADA DA URSS

                                     

Desmantelamento a partir de dentro. Não é preciso dizer que Fidel Castro sabia disso quando proferiu seu discurso na Aula Magna da Universidade de Havana em 17 de novembro de 2005.

O texto reproduzido aqui foi publicado por Luis Fidel Escalante em seu mural do Facebook. 


A imagem que nunca vimos: o referendo esquecido sobre a continuidade da URSS

Em 17 de março de 1991, os cidadãos da União Soviética foram convocados para um referendo para decidir o destino de seu país. A pergunta era clara: “Você considera necessário preservar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas como uma federação renovada de repúblicas soberanas iguais em direitos, na qual os direitos e as liberdades de todas as nacionalidades são totalmente garantidos?”. Apesar da crise política e econômica na URSS, a resposta do povo foi esmagadora: 78% dos eleitores apoiaram a continuidade do Estado soviético.

Entretanto, esse resultado democrático foi ignorado pelas elites governantes. Em seis das quinze repúblicas soviéticas - Estônia, Letônia, Lituânia, Moldávia, Geórgia e Armênia - o referendo nem sequer foi realizado, pois seus líderes já haviam tomado a decisão unilateral de se separar. Nas nove repúblicas restantes, o comparecimento foi muito alto, refletindo o desejo da população de manter a União Soviética. Apesar dessa demonstração de vontade popular, menos de um ano depois, a URSS foi desmantelada em um processo que não contou com o consentimento do povo, mas com a cumplicidade de seus líderes.

Um processo de sabotagem interna e a traição das elites

Desde a morte de Stalin, em 1953, a liderança soviética foi ocupada por figuras que, longe de fortalecer o projeto socialista, começaram a minar suas bases. Nikita Khrushchev iniciou uma política de desestabilização interna com suas reformas caóticas e sua aproximação com o Ocidente. Leonid Brezhnev permitiu a consolidação de uma burocracia corrupta e passiva. Por fim, Mikhail Gorbachev e Boris Yeltsin foram os executores finais do colapso, destruindo as estruturas de poder soviéticas por dentro em estreita colaboração com os interesses dos Estados Unidos e de seus aliados.

O referendo de 1991 expôs uma realidade incômoda para os defensores da narrativa oficial do colapso da URSS: o povo soviético não queria a dissolução do país. Entretanto, a narrativa dominante no Ocidente apresenta esse processo como a “libertação” do povo soviético do “domínio comunista”, quando na verdade foi uma imposição de cima para baixo, executada por uma elite política que ignorou deliberadamente a vontade do povo.

A tradição ocidental de ignorar a vontade do povo

A União Soviética não é um caso isolado. Ao longo da história, os governos ocidentais demonstraram uma tendência sistemática de desconsiderar a vontade das maiorias quando ela não favorece seus interesses. De referendos ignorados na União Europeia a golpes patrocinados na América Latina, a democracia parece ser um valor negociável quando os resultados não favorecem os que estão no poder.

A dissolução da URSS não foi uma consequência natural do desejo popular, mas o resultado de um processo de sabotagem interna e pressão externa. A história oficial tenta nos convencer de que os cidadãos soviéticos queriam o colapso de seu processo, mas os fatos provam o contrário. A imagem que nunca vimos foi a de milhões de soviéticos votando pela continuação de seu processo, uma imagem que não se encaixava na narrativa construída pelo Ocidente e seus aliados internos.

Facebook  de LuisToledo Sande , gracias

@comitecarioca21

26 de mar. de 2025

AMEAÇAS DE TRUMP SE CHOCAM COM UM BRICS FORTE

capa: Adán Iglesias Toledo.

Hedelberto López Blanch*

Tem havido muita propaganda sobre as intenções do presidente dos EUA, Donald Trump, incluindo ameaças de impor tarifas de até 150% aos países do BRICS se eles decidirem parar de usar o dólar em suas transações.

Um mês antes de assumir o cargo em 20 de janeiro, Trump lançou seu primeiro ataque contra o Grupo: "Qualquer tentativa de substituir o dólar no comércio enfrentará tarifas de 100% nos Estados Unidos".

Seus comentários foram em resposta aos esforços dos BRICS para reduzir sua dependência da moeda estadunidense, que tem sido usada como uma espada de Dâmocles contra nações que desafiam a já enfraquecida hegemonia econômica e política de Washington na arena internacional.

Com sua arrogância habitual, em meados de fevereiro, o presidente dos EUA afirmou que o bloco estava "morto" porque ele já havia dito que eles não poderiam negociar fora do sistema do dólar. "Eles têm medo de falar sobre isso porque eu disse a eles que se eles quisessem brincar com o dólar, eu imporia uma tarifa de 150% sobre eles. Os BRICS morreram no momento em que eu disse isso... nós os colocamos entre a cruz e a espada. Se o Grupo quiser brincar, esses países não negociarão conosco, nem nós com eles."

Ele acrescentou que, após seu aviso, "não sei o que diabos aconteceu com eles; não ouvimos nada dos países BRICS ultimamente".

Com essas ameaças, o presidente busca preservar a supremacia econômica dos Estados Unidos e forçar outros países a definirem seu alinhamento.

Para o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, Washington está recorrendo à tentativa de forçar outros países a usarem o dólar, mas isso só reforçará a tendência de uso de moedas nacionais em pagamentos internacionais.

O presidente russo, Vladimir Putin, reafirmou que o BRICS é um grupo que não está contra ninguém e busca apenas alcançar o desenvolvimento sustentável e a prosperidade para seus países-membros, e destacou o papel significativo que ele desempenha no crescimento da economia global.

Um artigo no jornal chinês Global Times observa que hoje, à medida que os riscos geopolíticos continuam a aumentar, os parceiros do BRICS oferecem aos países do sul global uma alternativa mais inclusiva, flexível e resiliente. "Ele não só oferece oportunidades para cooperação econômica, mas também cria uma plataforma para que os países em desenvolvimento tenham voz e participem da reforma da governança global."       

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, referindo-se à imposição de tarifas adicionais pelos EUA, disse que a China explicou repetidamente sua posição: "Não há vencedores em guerras comerciais ou tarifárias; somente os interesses comuns dos povos de todos os países sofrerão."

Por sua vez, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que durante a Cúpula do BRICS, que será realizada no Rio de Janeiro em julho, o trabalho continuará para fortalecer a cooperação no Sul Global, promover uma governança mais inclusiva e sustentável e avançar no comércio, na inteligência artificial, nas finanças climáticas, na saúde e no fortalecimento institucional.

Tudo indica que Trump ou desconhece a notícia ou seus assessores não estão discutindo o assunto com ele, já que ele não soube que em 1º de janeiro de 2025, nove países (Bielorrússia, Cuba, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Uganda, Malásia, Nigéria e Uzbequistão) formalizaram sua entrada como membros daquele agrupamento, confirmando o papel fundamental do Grupo no caminho para a criação de um mundo multipolar.

A demanda dos países em desenvolvimento por uma ordem internacional mais justa está ganhando força e o BRICS agora tem 11 membros plenos (com a adição da Indonésia) e nove parceiros (há outros vinte aguardando essa designação), que representam 56% da população mundial; 46% do PIB e cerca de 60% da produção de petróleo. 

A verdade é que, apesar das ameaças extremas do magnata presidente do Norte, os BRICS continuam a fazer incursões na arena internacional por uma ordem econômica e política global mais justa.

 

(*) Jornalista cubano. Escreve para o jornal Juventud Rebelde e para o semanário Opciones. É autor de "Emigração cubana nos Estados Unidos", "Histórias secretas de médicos cubanos na África" ​​e "Miami, dinheiro sujo", entre outros.

 

https://cubaenresumen.org/2025/03/26/amenazas-de-trump-chocan-con-un-brics-fuerte/

@comitecarioca21


24 de mar. de 2025

O QUE O “SHOW-MAN” TRUMP ESTÁ BUSCANDO COM ESSE ALVOROÇO DE ACABAR COM A RESERVA FEDERAL?

                                      


Alirio Liscano

Vamos começar dizendo com nosso filósofo político Miguel Ángel Pérez Pirela que “a política de Trump é a política do espetáculo”. “Palo pa' to' to' el mundo”, exceto por seu Titanic midiático capitaneado por Elon Musk. Quem disse migrantes? Sanções tarifárias para quem quer que seja, porque “os EUA voltarão a ser grandes”. A reação do México (Claudia Sheimbaum) tem sido exemplar. Os empresários que movimentam aço e alumínio a jusante, nacionais e estrangeiros e seus “congêneres”, estão furiosos. Os trabalhadores latinos do petróleo do Texas, liderados pelo venezuelano Alejandro Terán, e os altos executivos da Chevron-Texaco, estão “de boca fechada” porque estão se afogando na bebida, enquanto todos veem os “demônios” da Exxon Mobil quando, “na ponta dos dólares”, subornam a ONU e a Corte Internacional, apoiados por alguns “governantes da folha de pagamento corporativa”, embriagados pela ganância do “bolo de petróleo” sobre a mesa.

Acontece que a República Bolivariana da Venezuela é a verdadeira proprietária do território essequibo e desses hidrocarbonetos, embora essa máfia venha roubando os venezuelanos há décadas com a chamada “extração oblíqua de petróleo bruto na faixa não demarcada”, que viola o Tratado de Genebra de 1966, além do fato de que nossas Forças Armadas avistaram “mais de 28 superpetroleiros estrangeiros” nesse local. Em suma, esse homem de 77 anos (diz-se que tem 80, que seu sobrenome é Trump porque “fez uma cirurgia estética no sobrenome” e que admite ter 5 filhos, mas são 12). No entanto, “não vamos cair em fofocas”.

Agora Trump “bateu” naquela “menina inocente” que é o “Federal Reserve (Fed)”, supostamente “culpado” pela inflação nos EUA. O que esse “falcão neoliberal e fascista” está procurando hoje? Ele está “procurando poder”, uma mercadoria que se tornou “escassa” para os presidentes dos EUA. Por outro lado, ele ainda está "tentando ganhar tempo", enquanto, com sua mídia de comediante, ele quer enganar, confundir e fazer com que os estadunidenses, especialmente os estadunidenses, percam o rumo.

Em terceiro lugar, embora ele tenha um “projeto inominável”, mais do mesmo, ele procura nos fazer acreditar que não tem nenhum, o que facilita sua aparência de neutralidade, que não existe em um país onde “as corporações são donas de tudo”.

Quarto, "Criar crise para que algo permaneça" parece ser seu lema, agravando assim a "vertigem" do Estado do EUA.

E quinto... Filho de uma caça ao gato e ao rato... ele procura “opções de negócios” para as empresas do Trump Group (Hotel em Gaza), enquanto vocifera que “os EUA voltarão ao poder”. Eu lhe aviso. São os Brics !!!. Nós venceremos. AL.

https://www.fronteradigital.com.ve/entrada/57061

@comitecarioca21

 


21 de mar. de 2025

DECLARAÇÃO FINAL DO 4º COLÓQUIO INTERNACIONAL “PÁTRIA”.

                               

       O Colóquio Internacional “Pátria” surgiu com o propósito de articular projetos, experiências e estratégias comunicativas emancipatórias frente aos modelos dominantes impostos por aqueles que utilizam a mídia e a internet como espaços para fomentar o ódio, a divisão e o confronto entre os povos.

Hoje, ao encerrarmos a IV edição deste Colóquio Internacional, assumimos o compromisso de construir uma articulação permanente de trabalho, promovendo uma Rede do Sul, conscientes de que as ideias só ganham vida quando são acompanhadas de organização coletiva e permanente.

Os participantes do “ Pátria” reconhecem que, embora a tecnologia tenha historicamente servido à dominação e à exploração, ela também tem um potencial profundamente emancipatório quando reorganizada sob princípios de justiça social e soberania popular.

Mas a corrida pela Inteligência Artificial permitiu que as corporações globais tomassem a iniciativa. Transcender o modelo individualista de consumo e se estabelecer em um acervo do comum, em consonância com o movimento do software livre, é condição para a construção de um futuro diferente daquele projetado pelos megabilionários que hoje formam o Ministério da Propaganda do regime de Donald Trump.

Nesse contexto, o IV Colóquio Internacional assume como tarefas fundamentais

- Continuar denunciando e enfrentando o bloqueio tecnológico e econômico imposto contra povos como Cuba, que restringe o acesso a tecnologias essenciais, violando seus direitos ao desenvolvimento e à soberania.

- Condenar implacavelmente e em todos os fóruns que encontrarmos o genocídio contra o povo palestino, vítima de técnicas selvagens de controle  e aniquilação social.

- Enfrentar resolutamente a guerra cognitiva, combatendo ativamente as campanhas de desinformação, a manipulação da mídia e a guerra psicológica promovidas por atores imperialistas e desenvolvendo agendas de comunicação que atendam aos interesses dos povos.

- Promover uma nova ordem tecnológica global baseada na cooperação, na soberania e na solidariedade, garantindo a participação igualitária e priorizando o bem-estar comum sobre os interesses geopolíticos imperialistas.

- Constituir uma plataforma de reflexão sobre tecnologia baseada em ferramentas de software livre, cuja configuração favoreça o uso de ferramentas colaborativas. Essa rede nos permitirá definir nossas agendas de desenvolvimento econômico e cultural e de organização política.

- Promover em todos os nossos espaços a militância por uma nova sensibilidade que só virá das culturas múltiplas e plurais de nossos povos.

- Promover a criação de uma “Carta dos Direitos Digitais” que garanta a privacidade, a pluralidade de vozes e o acesso universal à tecnologia, pilares fundamentais para a construção de um mundo mais justo e equitativo.

Este Colóquio, que reuniu mais de 400 participantes de 50 países, incluindo ministros e funcionários de governos do Sul, é especialmente dedicado à Telesur, que é um farol da verdade para nossa América e para o mundo. O próximo encontro, em 2026, homenageará o centenário do nascimento do líder da Revolução Cubana, Fidel Castro.

Portanto, o Colóquio não está encerrado; hoje começa o primeiro dia de nossa próxima reunião. Vamos transformar em realidade os projetos colaborativos que surgiram durante esta edição do Colóquio e vamos voltar em março do ano que vem para continuar fazendo “Pátria”, o que é possível se fortalecermos as redes de resistência, construirmos a soberania e consolidarmos a comunicação a serviço do povo.

 Universidade de La Habana , Cuba, em 19 de março de 2025.

@comitecarioca21 


20 de mar. de 2025

UM NOVO ANIVERSÁRIO DA DENÚNCIA DA RAZONES DE CUBA

O espião cubano que veio do frio
                                 

Raúl Antonio Capote

Quatorze anos se passaram desde a denúncia conhecida como Razones de Cuba e parece que os relógios pararam em fevereiro de 2011, Chronos adormeceu e o Pai Tempo, aquele que carrega uma foice afiada para colher a safra, se perdeu em alguma grade.

É claro que se trata apenas de um problema de percepção, de sensações, como no caso do clima, em que pode estar 30 graus, mas sentimos que está 40.

Se faz um milhão de perguntas, se questiona coisas, lembra-se de outras que parecem ter sido conversadas com alguém ontem mesmo, um alguém que se confunde e se mistura com muitos outros.

Lembro-me de que uma vez dissemos em uma conversa que não considerávamos ter feito nada de extraordinário, porque milhares de cubanos estavam assumindo tarefas tão ou mais complexas do que as nossas, e uma das pessoas disse que isso era verdade porque havia milhões de agentes de segurança em Cuba, muitos deles desclassificados como nós.

Então, um oficial veterano nos refutou: “Isso é verdade apenas em parte, porque nem todo mundo participa de uma denúncia pública, nem todo mundo sai para desafiar o inimigo, nem todo mundo se coloca em perigo dessa maneira e assume o rosto de todos os combatentes da OSE.

Continuo acreditando que não foi nada excepcional ou extraordinário, além disso, depois de 2011, só queríamos levar uma vida normal, ser úteis a Cuba, aproveitar ao máximo nossa experiência.

Foram 14 anos de luta, não creio que tenhamos tido um dia de descanso e sofremos em nossa própria carne a mais dura campanha de descrédito por parte de inimigos externos e internos.

Iroel Sánchez e Enrique Ubieta me alertaram dias antes sobre o que aconteceria, e Iroel até recomendou que eu baixasse do Google tudo o que eles disseram e escreveram sobre mim até a data da denúncia, porque depois isso desapareceria, e assim foi.

Felizmente o fiz, aquelas publicações assinadas por ilustres críticos, em revistas, livros e jornais (não vou citá-las, não merecem ser citadas, quem disse que eu digo o que Diego dizia) às vezes me servem, talvez como um travesseiro de conforto ou como um buraco de refúgio em meio às balas, também naqueles dias em que o ego precisa de “mimos”.

Não sei em que momento deixei de ser “o reformador do romance cubano”, um escritor do grupo dos “requintados” da nova narrativa em nosso país, pela “riqueza” do léxico utilizado, por apostar na “beleza da escrita”, pelo “domínio da linguagem”, para ser um “escriba impostor”.

Durante aqueles anos em que publiquei em Letras Cubanas, El Caballero Ilustrado e El Adversario en Plaza Mayor, muitas pessoas em Cuba e fora de Cuba me encheram de elogios, o que felizmente não afetou meu ego, nem acreditei nos elogios exagerados; sempre me dediquei a ler e estudar com afinco.

Nunca deixei de ser o escritor de Santa Cruz do escritório literário de Rigoberto Ortiz, companheiro dos meus companheiros, bom amigo dos amigos de Havana, aqueles que não eram convidados para os salões da literatura da capital, mas escreviam como deuses.

Tornei-me, sem defesa, um "propagandista grosseiro", que abusa de termos em seus escritos, como o "imperialismo ianque", "vulgar" e "não intelectual", um adjetivista consumado, alguém que renunciou à "beleza literária em nome da propaganda", um "escriba", um jornalista para quem, e isso é o cúmulo do absurdo, o Departamento Ideológico do CCPCC escreve os comentários publicados sob seu nome no diário Granma. Nunca em minha vida me diverti tanto, embora às vezes tenha sido difícil, porque, embora muitos não acreditem, sou um ser humano de carne e osso e, como diria alguém muito querido, tenho meu coraçãozinho.

No entanto, o que mais posso desejar? Esses anos me deram milhões de satisfações, dezenas de bons amigos e excelentes inimigos, a lista de alegrias é muito, muito longa, sou avô, a mídia nacional e internacional publica o que escrevo, tenho leitores dedicados, o que mais?

Sempre me lembrarei da apresentação de Abel Prieto do meu livro Enemigo (Inimigo) no Salão Nicolás Guillén em La Cabaña durante a Feira do Livro de 2012, e da extraordinária apresentação no cinema Las Tunas com mais de 2.000 pessoas.

As visitas a todas as universidades do país, especialmente a Universidad de Oriente e as de Camaguey e Ciego de Avila, as escolas pré-universitárias e de ensino médio básico.

Sempre me lembrarei com especial prazer da apresentação de meu livro “Guarimbas: Los gestores del caos”, durante a Feira do Livro de Caracas em 2024, onde fui “convidado especial”.

Não esquecerei o enorme carinho do povo venezuelano, a recepção da Almirante Chefe Carmen Meléndez e de toda a equipe da Prefeitura de Caracas e da Fundarte, do meu amigo Miguel Pérez Pirela, do La Iguana etc.

Nem minha viagem ao Chile, a terra de Allende e os amigos que fiz lá, muito menos meus amigos italianos da ANAIC, nem o trânsito por aquela equipe tão especial do Granma Internacional.

Recentemente, consegui recuperar meu status de professor assistente, uma das minhas metas não cumpridas que finalmente foi satisfeita, bem, milhões de satisfações.

A maior de todas é continuar sendo quem eu sou, quem eu sempre fui, um cubano humilde, o escritor de Cruces, o professor do bairro de Mantilla.

Muitos parabéns aos meus companheiros de denúncia, muito do que revelaram naqueles dias de 2011, agora Elon Musk, acontece que ele “descobre” e muitos “caem de bunda” de espanto, com coisas que foram denunciadas com detalhes e sinais na série Razões para Cuba.

Um grande abraço, espero chegar ao 15º aniversário e celebrá-lo com meu povo, em meio a esse novo combate mortal em que estamos envolvidos e que, infelizmente, alguns não perceberam que está acontecendo.

A foto é um exemplo do que mencionei no início deste texto, não saí do frio, nasci do coração ardente de minha pátria, de lá vim e nela descansarei mais cedo ou mais tarde.

FELIZ XIV ANIVERSÁRIO DO RAZONES DE CUBA

Tradução/Edição: @comitecarioca21

                                       


19 de mar. de 2025

E QUEM DISSE QUE CUBA ESTÁ SOZINHA ?

Por Patricio Montesinos. - Há alguns dias, em um dos meus artigos, escrevi que cada novo ataque dos EUA contra Cuba intensifica a solidariedade internacional com a ilha caribenha e isola ainda mais Washington do mundo.

Um exemplo claro e evidente disso é o IV Colóquio Internacional Pátria, que se realiza nestes dias de março na prestigiosa Universidade de Havana, com a presença de cerca de 400 delegados de cerca de 50 nações dos cinco continentes.

O principal objetivo desta reunião é salvaguardar Cuba contra a agressividade da atual administração do presidente Donald Trump, denunciar o bloqueio criminoso e exigir a retirada de Cuba da lista ilegal de Estados patrocinadores do terrorismo da Casa Branca.

Sob o lema "Somos povos construindo redes", os participantes do conclave — renomados especialistas em informação, desenvolvedores de novas tecnologias ligadas à Inteligência Artificial (IA), jornalistas, executivos e ativistas de mídia digital — desenvolverão estratégias para combater os ataques dos EUA ao decano arquipélago do Caribe.

Eles também defenderão a criação de uma rede permanente e unida em defesa da Ilha, que acreditam ter desempenhado e continua desempenhando um papel fundamental para o Sul Global como um possível futuro.

O colóquio, em homenagem à fundação do jornal Pátria pelo Herói Nacional, José Martí, em 14 de março, Dia da Imprensa em Cuba, abriu suas portas na segunda-feira com a presença do presidente Miguel Díaz-Canel, e será concluído na quarta-feira com uma Declaração Final de apoio à nação anfitriã e a todas as causas justas dos povos sitiados pelo imperialismo do norte brutal e turbulento.

Coincidindo com o evento acima mencionado, o proeminente ator e diretor americano Kevin Costner e o Secretário Geral do Partido Comunista Argentino, Jorge Kreyness, viajaram para Havana. Ambos foram recebidos pelo Presidente Díaz-Canel, de acordo com relatos da imprensa.

Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro cubano Manuel Marrero e o vice-primeiro-ministro Eduardo Martínez estão visitando o Congo e a Índia, respectivamente, para fortalecer as relações com ambos os países, enquanto o ministro das Relações Exteriores Bruno Rodríguez está realizando uma proveitosa viagem à África com um propósito semelhante, de acordo com os mesmos relatórios.  

Então, a questão é: quem disse que Cuba está sozinha? A resposta é óbvia e hoje conta com mais apoio do que nunca, para desgosto de Washington, que sofre com o isolamento pandêmico devido à sua política frustrada e perversa em relação à nação caribenha.      

 

https://europaporcuba.blogspot.com/2025/03/y-quien-dijo-que-cuba-esta-sola.html

@comitecarioca21

           

17 de mar. de 2025

SETE MEDIDAS SILENCIOSAS CONTRA CUBA

                             

Por Rosa Miriam Elizalde

Marco Rubio — o “Marquinho” , como seu chefe na Casa Branca o chama — é ignorado pela diplomacia trumpista, mas recebeu a tarefa servil de intensificar o ataque à Ilha onde seus pais nasceram como prêmio de consolação. O presidente Trump não leva isso em consideração ao negociar com Netanyahu, Zelensky ou Putin, mas em menos de um mês, o secretário de Estado conseguiu aprovar sete medidas contra Cuba que elevam a punição coletiva imposta pelo bloqueio dos EUA a níveis insuportáveis.

Normalmente anunciados nas tardes de sexta-feira, quase ninguém ouviu falar deles e parecem desconectados uns dos outros, mas são um pacote projetado como uma barragem de fogo contra os cubanos na Ilha e até contra aqueles que vivem no exterior:

Reintegração de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo. É a medida mais severa do cerco financeiro contra a Ilha, aplicada sem justificativa real. Ela agrava significativamente os efeitos do bloqueio econômico e comercial ao desencorajar bancos e instituições internacionais de operar com Cuba por medo de sanções dos EUA. A reintegração deste país na lista impõe obstáculos adicionais à importação de bens essenciais, ao recebimento de crédito e ao acesso ao financiamento internacional.

Restabelecimento da lista de entidades cubanas restritas. A lista de empresas e entidades cubanas com as quais os EUA proíbem cidadãos e empresas cubanas de realizar quaisquer transações foi reativada e atualizada. Esta medida claramente extraterritorial visa impedir o comércio e o investimento em setores-chave da economia cubana. Afeta particularmente o turismo e as transações financeiras com países terceiros.

Reativação do Título III da Lei Helms-Burton. Ela permite que cidadãos dos EUA (incluindo cubanos naturalizados nos EUA) entrem com ações judiciais em tribunais dos EUA contra empresas estrangeiras que investem em propriedades nacionalizadas em Cuba após a Revolução de 1959. Essa medida busca impedir o investimento estrangeiro e criar incerteza jurídica para empresas internacionais interessadas em negociar com Cuba.

Suspensão da licença para transações com a Orbit SA. Como parte da guerra financeira, o governo Trump suspendeu a licença que permitia à empresa cubana Orbit SA receber remessas dos EUA. Isso afeta diretamente milhares de famílias cubanas que dependem dessa renda para cobrir necessidades básicas. Ao cortar uma das poucas fontes de moeda estrangeira, ele busca enfraquecer ainda mais a economia cubana e criar uma crise social interna.

Suspensão do parole humanitário* e reunificação familiar. Muitos dos mais de 900.000 cubanos que chegaram aos EUA desde outubro de 2021 podem ser deportados sob as novas disposições do governo Trump. Com o endurecimento do bloqueio, Washington os incentivou a deixar Cuba e imigrar para os Estados Unidos, e agora pretende deportá-los.

Suspensão da concessão de vistos para intercâmbio. Em uma clara tentativa de enfraquecer os laços culturais e acadêmicos, o governo Trump suspendeu a emissão de vistos para cubanos que participam de intercâmbios culturais, acadêmicos e científicos nos Estados Unidos. Nenhum time cubano, nem mesmo infantil, poderá participar de competições esportivas regionais ou bilaterais em solo americano.

Restrições de visto para colaboradores do programa de cooperação cubano. Em uma medida particularmente agressiva, restrições de visto foram impostas a cubanos e estrangeiros envolvidos em programas de cooperação Sul-Sul dos quais Cuba participa, especialmente no setor de saúde. Esta medida faz parte de uma campanha de difamação contra as missões médicas cubanas, afeta a capacidade de Cuba de fornecer assistência médica em vários países e criminaliza cidadãos de terceiros países envolvidos em projetos de colaboração com Cuba.

Além disso, Trump incluiu Cuba na lista de adversários estrangeiros, junto com Venezuela, Irã, Rússia e China, limitando assim o acesso cubano à tecnologia dos EUA, especialmente em inteligência artificial.

E vai piorar. O New York Times vazou esta semana que Trump elaborou uma lista vermelha de países cujos cidadãos seriam categoricamente proibidos de entrar nos EUA. Claro, a Ilha está neste grupo que também inclui Irã, Líbia, Coreia do Norte, Somália, Sudão, Síria, Venezuela e Iêmen. 

O monstro, como diria a vencedora do prêmio Nobel austríaco Elfriede Jelinek, pode ser ouvido respirando.

 

 https://www.resumenlatinoamericano.org/2025/03/14/cuba-siete-medidas-en-silencio-contra-cuba/

Tradução/ediçáo: @comitecarioca21

* parole humanitário: programa, lançado em outubro de 2022, permitia que esses imigrantes vivessem e trabalhassem legalmente nos Estados Unidos por até dois anos, como uma medida para conter a imigração ilegal. Com o fim do parole, mais de 500 mil pessoas que estavam amparadas pela política ficam agora sem um status migratório definido.



15 de mar. de 2025

Pepe Escobar: BRICS avança na multipolaridade apesar de resistências internas (Brasil 247)

                              

Analista critica postura das elites atlantistas* no Brasil e destaca papel estratégico da Indonésia no bloco

 março de 2025

247 – Em entrevista ao canal do analista geopolítico Glenn Diesen, no YouTube, o jornalista e analista geopolítico Pepe Escobar fez uma ampla análise sobre o papel do BRICS na reconfiguração da ordem mundial, a resistência de setores internos no Brasil à expansão do bloco e a ascensão da Indonésia como membro estratégico. A conversa abordou também os desafios do governo Lula na organização da próxima cúpula do grupo, prevista para julho no Rio de Janeiro.

Escobar destacou que, enquanto a Rússia, sob sua presidência do BRICS em 2023, conduziu um processo de expansão significativo e preparou terreno para novas adesões, a atual gestão brasileira está enfrentando entraves internos. “Tenho profundas reservas sobre a forma como o Ministério das Relações Exteriores do Brasil considera o BRICS. Algumas das minhas melhores fontes confirmam que há um lobby anti-BRICS dentro do Itamaraty e do Ministério da Fazenda”, afirmou o analista.

A resistência à inserção mais ativa do Brasil no bloco, segundo Escobar, vem de setores da elite financeira nacional, que historicamente possuem vínculos com o Ocidente e priorizam relações comerciais e políticas com os Estados Unidos e a União Europeia. “As elites dominantes no Brasil, o velho dinheiro e até mesmo parte do novo dinheiro, não são exatamente BRICS, eles são atlantistas buscando lucros fáceis, sem uma estratégia de longo prazo”, criticou.

 

A ascensão da Indonésia no bloco

A discussão também abordou o crescimento do BRICS e a inclusão da Indonésia, país que, segundo Escobar, é estratégico não apenas pela sua dimensão econômica, mas por seu posicionamento geopolítico. “Muitos no Ocidente ainda veem a Indonésia como apenas mais um país na Ásia, mas esse é um gigante com mais de 280 milhões de habitantes, uma economia em ascensão e estrategicamente localizado em corredores marítimos fundamentais”, explicou.

Escobar ressaltou que tanto a China quanto a Rússia fizeram um grande esforço para garantir que a Indonésia tivesse um papel de protagonismo no BRICS, em vez de ocupar uma posição secundária como a Malásia ou o Vietnã. “Os russos estão investindo fortemente em relações diplomáticas e econômicas com a Indonésia, assim como fizeram na África. Isso faz parte de uma ofensiva mais ampla para fortalecer o bloco e consolidar uma alternativa à ordem unipolar ocidental”, disse.

 

BRICS como alternativa à ordem financeira ocidental

Outro ponto destacado por Escobar é a forma descentralizada com que o BRICS opera, diferentemente de blocos como a União Europeia, permitindo que seus membros harmonizem iniciativas econômicas sem imposições. Isso tem atraído novos países para o grupo, interessados em mecanismos de comércio que não dependam do dólar. “Os BRICS não são um bloco ideológico contra o Ocidente, mas buscam reduzir sua dependência das instituições financeiras ocidentais. Já vemos China e Rússia conduzindo 90% do seu comércio bilateral fora do sistema do dólar, sem alarde”, destacou.

Escobar alertou que os Estados Unidos e a União Europeia seguem subestimando o impacto do BRICS na nova configuração geopolítica global. “Nos think tanks americanos, o BRICS ainda é tratado como um clube inofensivo, enquanto na Europa, o debate está preso a uma mentalidade de Guerra Fria, reduzindo tudo à narrativa binária de bem contra o mal”, criticou.

Ele ainda apontou que a própria Europa está se autossabotando ao seguir a estratégia de sanções contra a Rússia e ao limitar suas relações econômicas com a China. “Se a Alemanha quiser manter sua competitividade, precisará encontrar um equilíbrio com a China, mas os burocratas em Bruxelas insistem em seguir ordens de Washington”, acrescentou.

Um futuro multipolar em expansão

O analista concluiu a entrevista reforçando que o BRICS continuará sendo um elemento fundamental para a transição a um mundo multipolar, mesmo diante das resistências ocidentais. “A questão não é ser anti-Ocidente, mas tornar o Ocidente menos relevante para os países do Sul Global. E isso já está acontecendo”, finalizou Escobar.

A entrevista completa pode ser conferida no canal de Glenn Diesen, no YouTube. Assista:



https://www.brasil247.com/ideias/pepe-escobar-brics-avanca-na-multipolaridade-apesar-de-resistencias-internas

@comitecarioca21 

*atlantismo ou atlanticismo é uma doutrina política que defende uma intensa cooperação entre os Estados UnidosCanadá e os países da Europa, nos domínios político, militar e económico.Deve sua denominação também à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte ).

                 


14 de mar. de 2025

CUBA FORA DA LISTA na que nunca deveria estar

                                   

 Patricio Montesinos.

Sucessivos governos dos EUA têm usado listas ilegais elaboradas por Washington como uma ferramenta para sancionar e pressionar nações que defendem sua soberania e independência e que, portanto, são consideradas adversárias.

O governo do presidente Donald Trump incluiu recentemente Cuba, pela segunda vez, na lista espúria da Casa Branca de países patrocinadores do terrorismo, uma decisão que visa justificar o bloqueio imposto à ilha há 65 anos e reforçá-lo cada vez mais.

Como é sabido, o mundo rejeitou em inúmeras ocasiões na ONU e em todas as organizações internacionais o cerco econômico, comercial e financeiro que os Estados Unidos mantêm sobre a maior das Antilhas, bem como o fato infundado de considerá-lo um promotor do terrorismo.

No entanto, Washington não deixou de insistir em sua política agressiva em relação a Cuba com o claro objetivo de destronar sua revolução e o paradigma que ela significou para a humanidade.

Desde o início de seu processo revolucionário em 1º de janeiro de 1959, a nação caribenha promove a paz, a solidariedade, a fraternidade e a colaboração, ao contrário de seu vizinho próximo e poderoso ao norte.

Os exemplos desse comportamento de Cuba, reconhecidos por todos os povos do mundo, são numerosos e impossíveis de relatar em uma nota jornalística; em todo caso, teria que estar em um livro de vários volumes.

E essa posição de arquipélago mais antigo do Caribe sempre foi mantida, apesar do bloqueio e das inúmeras ações terroristas que sofreu, orquestradas e financiadas a partir do território estadunidense.

Washington planejou mais de 600 tentativas frustradas de assassinar o comandante-em-chefe Fidel Castro, organizou a invasão mercenária de Playa Girón, foi cúmplice direto na explosão de um avião civil cubano em Barbados, que matou 73 pessoas inocentes, e foi cúmplice de ataques militares contra embaixadas e escritórios diplomáticos na Ilha, para citar alguns de seus muitos atos repreensíveis de violência.       

Então é muito fácil responder às perguntas sobre quem promove o terrorismo internacional e o genocídio, com suas guerras imperiais, e quem constitui uma ameaça real à humanidade.

Seria também mais do que justificado que o Sul Global e os países que compõem o BRICS, liderado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e ampliado com a entrada de novos membros, elaborassem uma lista encabeçada pelos Estados Unidos, com vários de seus aliados, como Israel, de Estados terroristas e genocidas.   

25 de fevereiro de 2025


https://europaporcuba.blogspot.com/2025/02/a-proposito-de-listas.html

@comitecarioca21

13 de mar. de 2025

JORNADA DAS MULHERES SEM TERRA !! A LUTA É PRA VALER !! ACOMPANHE (+fotos e vídeo)

                                     

Neste mês de março, as Mulheres Sem Terra denunciam as violências do agronegócio. Em abril, nossa Jornada Nacional de Lutas reafirma a memória do Massacre de Eldorado dos Carajás e exige que a Reforma Agrária seja tratada como prioridade!  

📢 Nossa luta é pela democratização da terra e pela produção de alimentos para o povo!  Confira o artigo completo de Débora Nunes e Ayala Ferreira, da direção nacional do MST: https://mst.org.br/2025/03/13/a-colheita-que-queremos-do-governo-lula/

                            🚩 CARTA DAS MULHERES SEM TERRA : 

✊🏿 As mulheres Sem Terra, camponesas, quilombolas e indígenas seguem em luta contra o agronegócio, o patriarcado e o capital, que exploram seus corpos, suas terras e seus territórios.

🔥 O agronegócio é violência e crime ambiental! A luta das mulheres é contra o capital e suas falsas soluções, que apenas perpetuam a destruição da natureza e das vidas. 

🎥 Com punhos erguidos, elas seguem em luta! Confira a carta na íntegra no You Tube do MST! https://youtu.be/kebRxg-lGTQ


✊🏿 EM JORNADA DE LUTAS, MULHERES SEM TERRA OCUPAM ÁREA DA SUZANO EM ARACRUZ (ES)

🚩Cerca de 1000 mulheres Sem Terra ocupam na manhã de hoje (13) área da Suzano no município de Aracruz (ES). Com a Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra, as companheiras apontam a Reforma Agrária Popular como caminho para o enfrentamento à fome, à violência no campo e à crise ambiental.

                                   


JORNADA DAS MULHERES SEM TERRA DENUNCIA AVANÇO DO CAPITAL ENERGÉTICO NAS COMUNIDADES TRADICIONAIS DO RN 

Na manhã de hoje (13), seguindo o calendário de luta da Jornada Nacional das Mulheres Sem Terra, o coletivo de mulheres do MST no Rio Grande do Norte se manifestaram contra o avanço do capital de exploração energética que vem avançando há décadas de maneira desenfreada e cruel nas comunidades tradicionais do Rio Grande do Norte. 

A ação contou com o escracho na subestação João Câmara III, da Chesf, uma das maiores do estado, localizada na comunidade de Queimadas, no município de João Câmara, região do Mato Grande. 

🚩 EM JORNADA DE LUTAS, MULHERES SEM TERRA OCUPAM ÁREA DA SUZANO EM ARACRUZ (ES)

👩🏾‍🌾 Cerca de 1000 mulheres Sem Terra ocupam na manhã de hoje (13) área da Suzano no município de Aracruz (ES). Com a Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra, as companheiras apontam a Reforma Agrária Popular como caminho para o enfrentamento à fome, à violência no campo e à crise ambiental.

✊🏿 O MST denuncia as práticas criminosas da empresa Suzano e anuncia que para que se faça justiça social e ambiental no campo e na cidade, é preciso mais Reforma Agrária para assentar as famílias que querem produzir comida e não commodities. São 22 áreas em conflito com a Suzano no ES e em todo Brasil que não avançou nenhuma negociação.

                                                   


🚩 MULHERES SEM TERRA DENUNCIAM MONOCULTURA EM FRENTE EMPRESA CMPC EM GUAÍBA

✊🏿Ação fez parte Jornada Nacional de Lutas de 2025, com o lema ‘Agronegócio é violência e crime ambiental, a luta das mulheres é contra o capital!’

📢 Em continuidade às ações de mobilização e lutas do 8 de março por todo o país, este ano as mulheres Sem Terra realizam sua Jornada Nacional de Lutas de 2025, com o lema ”Agronegócio é violência e crime ambiental, a luta das mulheres é contra o capital!”. 

                                                            


🚩 MST OCUPA ÁREA IMPRODUTIVA DO PERÍMETRO IRRIGADO TABULEIRO DE RUSSAS, EM LIMOEIRO DO NORTE (CE)

‼ A ocupação faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que começou no dia 11 de março e segue durante os próximos dias com várias mobilizações em todo o território nacional, marchas, espaços de formação, ocupações de terras, plantio de arvores, dentre outras. Com o lema “O agronegócio é violência, e crime ambiental, a luta das mulheres é contra o capital”, a jornada deste ano denuncia os impactos do agronegócio e reforça a luta por terra e produção de alimentos para acabar com a fome do povo brasileiro.
                                                


✊🏾 ACESSO À FÁBRICA DA SUZANO É INTERDITADO NO MARANHÃO 

👩🏾‍🌾 Desde o amanhecer, cerca de 250 mulheres da região Amazônica e de comunidades tradicionais ocupam via de acesso a uma das maiores fábricas da Suzano em Imperatriz (MA), em denúncia ao avanço do eucalipto e violências praticadas contra trabalhadores rurais, como intimidação, destruição de plantio de alimentos, pulverização de agrotóxicos, uso de drones para ameaças e contaminação das águas. 

🪵A Suzano acumula na região mais de 500 mil hectares e os extensos corredores de eucalipto são fruto de sangue, de expulsão de trabalhadores de seus territórios e do envenenamento do solo, das águas e das pessoas na região. 

🚩A ação compõe a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que em todo o país denunciam os impactos do agronegócio e do capital nos territórios.

             

🚩 MAIS DE 600 MULHERES SEM TERRA OCUPAM A BR-101 NO EXTREMO SUL DA BAHIA EM JORNADA DE LUTA  

✊🏿Na manhã desta quarta-feira, cerca de 600 mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam um trecho da BR-101, próximo a Gontijo, no sentido de Itamaraju, no extremo sul da Bahia. A mobilização integra a Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra, que ocorre entre os dias 11 e 14 de março em todo o país.  
                                          
                        

🚨 O CAPITAL ENERGÉTICO AMEAÇA NOSSAS TERRAS!

‼ MST realiza ato com cerca de 300 mulheres Sem Terra no litoral Paraibano contra o avanço capital do energético em seus territórios. As mulheres Sem Terra denunciam a invasão do capital estrangeiro, que se apropria dos territórios camponeses com falsas promessas de desenvolvimento. Empreendimentos de energia renovável não podem ser justificativa para a expropriação de famílias e a destruição ambiental!

🚩Nesse momento, como programação da Jornada das Mulheres Sem Terra, o MST no RN ocupa o cruzamento da BR-406 com a RN-120, sentido Parazinho.

Cerca de 500 famílias estão unidas denunciando os crimes ambientais cometidos pelo agronegócio e reivindicando pautas históricas no estado, como o assentamento das 100 famílias que estão resistindo no Baixo Assu, que são parte das 5 mil famílias acampadas em todo o estado que seguem aguardando a desapropriação das terras. 
                                         


👩🏾‍🌾 Mulheres Sem Terra se mobilizam na sede da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. ✊🏾🚩

Nesta manhã 13/03, as mulheres Sem Terra de Mato Grosso se mobilizam na ALMT para denunciar a violência do agronegócio e os projetos de lei que são criados para destruir nossos territórios, nossos corpos e a natureza.

                                                         

Mulheres do Campo e da Cidade , "ocupam"  Câmara de Vereadores  de Parauoebas em Audiência Publica , na defesa de Direitos como padre da Semana de Lutas das Mulheres , evento proposto pelo Vereador Tito do MST .
                                                           
                                          


✊🏾 CONTRA A MINERAÇÃO NO AGRESTE DE ALAGOAS ORGANIZAÇÕES PROTESTAM NA VALE VERDE!

Em Craíbas, Agreste de Alagoas, Jornada das Mulheres ocupa a entrada da Vale Verde na manhã desta quinta-feira (13) denunciando os impactos da mineração na região. A mobilização integra a Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra e reúne uma diversidade de organizações populares do Agreste do estado reafirmando a luta das mulheres contra a mineração e em alerta ao caso de Craíbas.

⚠ Desde o início da operação da Mineração Vale Verde, o abastecimento de água na região já foi comprometido em alguns pontos devido à contaminação dos rios, animais adoecendo sem explicação, rachaduras em residências e medo crescente de desabamentos em função dos tremores de terra registrados nos últimos meses.