14 de jun. de 2024

O legado de Che Guevara transcende fronteiras na América Latina

                                           
Indira Nàpoles*

      

   O legado de Ernesto Che Guevara ganha força na América Latina no XCVI do seu nascimento, pela sua capacidade de contribuir para uma busca fundamental: a libertação dos povos da Nossa América.

    Relembrar o Che é necessário hoje mais do que nunca, quando a América Latina enfrenta frontalmente a investida ideológica do imperialismo, ganhando novo fôlego nos setores conservadores e reacionários, para continuar excluindo, ainda mais, os demais pobres, múltiplos e subdesenvolvidos.

   Lembrar o Che, revolucionário e incansável lutador pela libertação dos povos da Nossa América, inspira-nos a continuar a trabalhar pela liberdade, pela dignidade, pelo desenvolvimento econômico e pela unidade da Grande Pátria. "Sinto-me muito patriótico pela América Latina, por qualquer país da América Latina (...) e, quando necessário, estaria disposto a dar a minha vida pela libertação desses povos", garantiu.

   A validade das ideias de Che se manifesta ao longo da história da América Latina e de todos os seus processos emancipatórios, pois ele soube, à frente de seu tempo, prever o que aconteceria e deu seus critérios sobre o assunto.  A sua vida constitui um processo de estudo obrigatório para qualquer revolucionário latino-americano.

  José Martí disse com razão no seu famoso ensaio Nossa América que: “Trincheiras de ideias valem mais que trincheiras de pedras”.  Na verdade, é um princípio que está plenamente em conformidade com o pensamento de Ernesto Che Guevara. As suas ideias e o exemplo da sua ética revolucionária permanecem vivos nos jovens, homens e mulheres que lutam pela justiça social em todos os povos da terra.

    As ideias de Che continuam a representar um grande estímulo aos princípios anti-imperialistas para avançar na conquista do poder popular, bem como elevar o nível de organização e articulação em defesa dos povos humildes. Assim, a máxima de Che Guevara continua a ter grande validade no século XXI quando afirmou: “E se todos conseguíssemos unir-nos, para que os nossos golpes fossem mais sólidos e precisos, para que a ajuda de todos os tipos aos povos em luta fosse ainda mais eficaz, quão grande seria o futuro e quão próximo!"

   A sua imagem, ideologia e legado são internacionais, reconhecidos e respeitados por diferentes gerações em diferentes partes do mundo. Sua marca alcançou todas as latitudes. Até a vitória sempre!


* Cônsul da Embaixada da Cuba no Brasil

 

 

 

 

9 de jun. de 2024

CONTRA O BLOQUEIO A CUBA

          Nós, brasileiros e brasileiras profissionais da arte, da cultura e da política, exigimos que os Estados Unidos retirem Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo. Ponham fim ao criminoso bloqueio contra a Ilha.

          O Departamento de Estado dos EUA anunciou, em 15 de maio deste ano, que incluiu Cuba em seu relatório de 2023 sobre países que cooperam na luta contra o terrorismo.

           Contudo, Washington não retirou

Cuba da lista de países supostamente patrocinadores de terrorismo.

          Embora os responsáveis da administração Biden estejam conscientes dos esforços de Cuba na luta contra o terrorismo e pela paz na América Latina, no Caribe e no mundo, a Casa Branca nada fez para eliminar Cuba daquela lista da qual nunca deveria constar.

         A permanência de Cuba na lista é uma infâmia que dura há tempos, assim como o bloqueio que há mais de 60 anos tenta subjugar a heróica ilha caribenha.

         Exigimos que os EUA retirem a designação de Cuba como Estado Patrocinador de Terrorismo e levantem o bloqueio criminoso contra a nação caribenha. 

          Cuba tem o direito soberano inalienável de abraçar livremente seu próprio sistema econômico, político e social. 

           Basta de bloqueio contra Cuba!!!

            Assinam por ordem alfabética 


Ana Miranda - escritora

Antonio Grassi - ator 

Breno Altman - jornalista 

Cid Benjamin - jornalista 

Chico Alencar - professor e parlamentar 

Chico Buarque - escritor e compositor 

Chico Caruso - caricaturista

Chico Diaz - ator

Chico Pinheiro - jornalista

Eduardo Moreira - empresário e escritor 

Eduardo Suplicy - político 

Eliana Caruso - professora

Evanize Sydow - jornalista

Fernando Morais - escritor

Frei Betto - escritor

Itala Nandi - doutora em artes cênicas 

Ivan Valente - deputado federal 

Jamil Chade - jornalista

José de Abreu - diretor e produtor 

José Dirceu - advogado e militante político 

Juliana Monteiro - jornalista 

Ivan Ângelo - escritor 

Luiz Ruffato - escritor 

Luiza Erundina - deputada federal

Margarida Genevois - presidente de honra da Comissão Arns

Osmar Prado - ator

Pasquale Cipro Neto - professor e escritor 

Paulo Betti - ator

Paulo Vannuchi - jornalista 

Paloma Amado - cronista 

Ricardo Kotscho - jornalista 

Roberto Mader - cineasta 

Rosa Freire d’Aguiar - jornalista 

Tom Zé - cantor e compositor 

Walfrido Warde - advogado


PARTICIPE TAMBÉM ! 

6 de jun. de 2024

HAITI : NÃO É COM ARMAS QUE SE ROMPEM CICLOS DE VIOLÊNCIA

Grupos criminosos assumiram o controle de grandes áreas no Haiti. Foto: PL

                         

   Grupos criminosos assumiram o controle de grandes áreas do país, sendo protagonistas de numerosos e crescentes episódios de violência, que causaram mais de 2.500 mortes.

   A crise de governabilidade sofrida pelo Haiti, agravada desde o assassinato do presidente Jovenel Moise, em julho de 2021, que deixou o país num vazio institucional, parece não ter solução, pelo menos não na forma como tem sido enfocado sair desta crise .

    Desde o início deste ano, grupos criminosos assumiram o controle de grandes áreas do país, incluindo 90% da sua capital, Porto Príncipe. As gangues armadas têm sido protagonistas de numerosos e crescentes episódios de violência, que causaram mais de 2.500 mortes.

    Os grupos criminosos estão cada vez mais “mais fortes, mais ricos e mais autônomos”, sendo o tráfico ilícito de armas e munições um dos “principais impulsionadores” da sua expansão territorial.

   Estamos vendo no Haiti o agravamento dos problemas de desigualdade, pobreza, falta de proteção às crianças e aos jovens, comuns no resto da América Latina.

   A solução para o caos e a ingovernabilidade parecia alcançar um caminho positivo a partir de 25 de abril, após a renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry, quando foi criado um Conselho de Transição, apoiado pela Comunidade do Caribe (Caricom).

   Grupos violentos impediram Ariel Henry de regressar ao país desde março, periodo em que ele se encontrava em visita oficial ao Quênia, em busca de ajuda das forças de segurança daquela nação africana, para fazer face à crise interna.

   Concluída a renúncia, foi empossado o Conselho formado por representantes políticos da sociedade civil, que assumiria as rédeas do país caribenho.

   Contudo, o Conselho não iniciou a sua gestão com o sucesso que se esperava. A nomeação para o cargo de primeiro-ministro de Fritz Bélizaire, que atuou como ministro dos Esportes durante a segunda presidência de René Préval, entre 2006 e 2011, não teve o voto unânime dos associados.

   Em resposta, os vereadores que votaram contra, levantaram a possibilidade de contestar a nomeação, ação que, se concretizada, poderá fraturar a recém-formada coligação política.

   A nomeação foi considerada uma “conspiração tramada contra o povo haitiano” por vários grupos da sociedade civil representados no órgão governante.

   Deve-se notar que a reunião dos conselheiros ocorreu num ambiente complexo, sob constante ameaça de gangues que prometeram inviabilizar a tomada de posse se os grupos armados não fossem autorizados a participar nas negociações para estabelecer o novo governo.


ARMAS NÃO SÃO A SOLUÇÃO

 

   Equipes militares dos EUA começaram a chegar a Porto Príncipe esta semana para preparar a logística que a missão de segurança queniana utilizará para combater gangues criminosas, o que foi confirmado pelo subsecretário de Estado dos EUA, Todd Robinson.

  O Departamento de Defesa dos EUA destinou cerca de 200 milhões de dólares para materiais e equipamentos de segurança, além de aconselhamento do Pentágono, para alcançar os objetivos de pacificação do país.

   O Governo do Suriname também anunciou que enviará suas forças militares ao Haiti para colaborar com a segurança no processo de transição.

   O Haiti tem sido vítima de uma longa sucessão de intervenções militares estrangeiras e de “ajuda humanitária” que, longe de representarem uma solução para os problemas do país, os agravaram e os perpetuaram.

   Devemos lembrar que a América Latina e o Caribe são uma zona de paz, como dita a proclamação assinada pelos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), em janeiro de 2014, na II Cúpula de Havana, há dez anos.

   Este documento defende um compromisso permanente com a resolução pacífica de conflitos, a fim de banir para sempre o uso e a ameaça do uso da força na nossa região.



A DÍVIDA DO COLONIALISMO COM O POVO HAITIANO

 

   Qualquer pessoa que aborde o “problema haitiano” deve responder à seguinte pergunta: Quem pode estar interessado em manter os ciclos permanentes de violência e caos no Haiti?

   O “problema” começou, recordemos a história, depois de o Haiti ter obtido a sua independência em 1804, quando o Barão de Mackau, enviado do rei de França, entregou ao presidente da jovem República, então, Jean-Pierre Boyer, a Portaria de Carlos X em 17 de abril de 1825.

   Esse decreto forçou o Haiti a pagar grandes compensações à potência colonial, incluindo uma redução de 50% nas tarifas de importação francesas e o pagamento de 150 milhões de francos, em troca do seu reconhecimento como nação independente e para evitar uma invasão militar.

   O país teve que solicitar empréstimos aos bancos franceses, com taxas de juros elevadas, para poder pagar, e só em 1947 é que conseguiu liquidar a conta, nada menos que 122 anos depois.

   A enorme drenagem de recursos impediu a nação caribenha de construir as infra-estruturas necessárias ao seu desenvolvimento socioeconômico, impossibilitando a construção de escolas, hospitais, estradas e casas.

   Não podemos esquecer o papel desempenhado pelos Estados Unidos na desgraça do Haiti: a ocupação militar,   de 1915 a 1934, o apoio prestado por Washington às ditaduras brutais de François e Jean-Claude Duvalier, e as práticas intervencionistas do século XXI .

   A solução para o “problema haitiano” envolve o respeito irrestrito pela soberania, a não interferência nos seus assuntos internos e a colaboração eficaz, solidária e altruísta com o povo daquela nação irmã do Caribe.

   Se deixarmos de lado as práticas hegemônicas das grandes potências, poderemos avançar sinceramente no caminho da paz.

   Um primeiro passo seria a ex-metrópole devolver a chamada dívida de independência, conforme solicitado por um importante grupo de organizações da sociedade civil haitiana.

   A comunidade regional, sobretudo a Comunidade do Caribe (Caricom), deve oferecer os seus bons ofícios, tanto econômicos como técnicos, e prestar assistência quando necessário.

   Romper os ciclos de violência e pôr fim ao caos são questões vitais para a ilha do Caribe, e não é com armas que estes ciclos são quebrados.

   O Haiti não é colônia de ninguém. A visão “protetora” e discriminatória das antigas potências coloniais deve acabar. O povo haitiano é capaz de se governar e decidir o seu destino.

                               


https://www.granma.cu/mundo/2024-05-12/haiti-no-es-con-las-armas-que-se-rompen-los-ciclos-de-violencia-12-05-2024-21-05-05

Tradução : @comitecarioca21 

1 de jun. de 2024

Infância: um investimento no futuro. (em port/esp)

                             

 Idalmys Brooks Beltrán

          O Dia Internacional da Infância foi instituído por acordo da Conferência Internacional para a Defesa da Criança, realizada em Viena, Áustria, em 1952, para lembrar a vulnerabilidade das crianças diante de crises.

   A realidade da infância em Cuba, que adotou o dia 1º de junho para comemorar a data em 1963, é muito diferente da de outros países, onde mais de 250 milhões de crianças entre 5 e 14 anos de idade trabalham longas horas e outros 130 milhões não recebem nem mesmo educação básica.

   Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram que milhões de crianças vivem na pobreza e muitas morrem todos os dias por causas evitáveis.

   Em Cuba, há um conjunto de leis que garante a proteção da população mais jovem, o acesso à educação de qualidade, escolas que atendem às necessidades de crianças com deficiências e outras vantagens.

   O Unicef reconheceu globalmente a experiência de Cuba na educação da primeira infância por meio do programa Educa a tu Hijo (Eduque seu filho) e dos Círculos Infantis. Além disso, há um programa nacional de assistência médica para crianças entre zero e seis anos de idade, que garante proteção com vacinas contra doenças como poliomielite, tuberculose e difteria.

  Cuba foi um dos primeiros países a ratificar a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, em 1991.

  Tudo isso não é coincidência, pois as crianças têm sido vistas por figuras importantes da história cubana como o futuro da humanidade, como disse José Martí, nosso Herói Nacional, na revista dedicada a elas, “La Edad de Oro” (A Idade de Ouro), que as crianças são a esperança do mundo.

   Em total correspondência com o conceito expresso nessa revista, ele esperava que as crianças fossem adequadamente treinadas para que, no futuro, fossem homens e mulheres de boa vontade, consagrados e preparados para servir a seus semelhantes e a seus povos.

   Disse algo que tem grande significado e relevância, pois afirmou que as crianças deveriam chorar quando o dia passasse sem aprender algo novo, sem ser útil.

   Martí também se referiu à grande alegria espiritual que pode ser sentida quando alguém contribui para o bem-estar dos outros. E, a título de exemplo, lembro-me de que ele também enfatizou: “As coisas boas devem ser feitas sem apelar para o universo para que o veja fazê-las. Você é bom porque é; e porque por dentro você sente prazer quando faz o bem ou diz algo útil para os outros. Isso é melhor do que ser um príncipe: ser útil”.

   O líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro, também se dirigiu às crianças cubanas em várias ocasiões para explicar as tarefas, as conquistas e os sonhos da Revolução. Ele disse a elas em 6 de janeiro de 1962, na inauguração do Palácio dos Pioneiros “(...) queremos que nossas crianças sejam as mais estudiosas, as mais bem comportadas; queremos que nossas crianças sejam as mais organizadas; queremos que nossas crianças sejam as mais felizes; queremos sempre sentir orgulho das crianças, ver que as crianças entendem e ver que as crianças estão ajudando a fazer a Revolução (...)”. No mesmo dia, ele acrescentou: “E queremos que todas as crianças sejam felizes! Para que as crianças sejam felizes, nós lutamos, para que as crianças sejam felizes, muitos patriotas tiveram que dar suas vidas, desde Martí, Maceo e todos aqueles que morreram”.

  Fidel sempre buscou a oportunidade de compartilhar com elas, acompanhou-as em todos os momentos de maneira especial e, mesmo nas circunstâncias difíceis do período especial dos anos 90 do século passado, defendeu o encontro com os pequenos, celebrando assim o Primeiro Congresso de Pioneiros. Ele foi nosso líder incontestável na luta pelo retorno do menino Elián à sua terra natal, sem dúvida uma de suas maiores vitórias contra o imperialismo. Para esse incansável lutador, os pequenos príncipes representavam muito porque eram a esperança de um futuro melhor.

   Seu compromisso com a infância e com a qualidade da educação fez com que superasse qualquer obstáculo que o país pudesse apresentar. Em 3 de abril de 1976, quando discursou no evento do 15º aniversário da União dos Pioneiros de Cuba (UPC) e do 14º da União dos Jovens Comunistas (UJC), no teatro Lázaro Peña, ele enfatizou: “A Revolução deu, dá e dará o máximo apoio à educação e à formação de nossas crianças, porque elas são o futuro do país”.

   Tudo isso explica porque a Constituição da República de Cuba reconhece os direitos elementares de toda criança (sem distinção de sexo, raça, origem social ou outra especificidade) e não deixa sua proteção à boa vontade institucional ou à caridade individual.

   Além disso, embora Cuba seja parte da Convenção sobre os Direitos da Criança desde 1991, suas leis incluem penas severas para casos de corrupção de menores, e o país aderiu a instrumentos internacionais que protegem crianças e adolescentes contra a venda, a prostituição, a pornografia, o tráfico e outras formas de abuso sexual.

   No ano passado, a Política Integral de Atenção à Infância e à Juventude foi apresentada aos deputados cubanos pelo vice-primeiro-ministro Jorge Luis Perdomo Di-Lella, que destacou que se trata de uma política integral que responde à importância que o Estado dá às novas gerações em Cuba, à sua adaptação ao atual contexto demográfico e socioeconômico e à necessidade de transformar a legislação atual de acordo com a Constituição de 2019.

   Os artigos 86 e 87 da Carta Magna reconhecem as crianças, os adolescentes e os jovens como sujeitos plenos de direitos e participantes ativos da sociedade, ao mesmo tempo em que destacam o dever do Estado, da sociedade e da família de oferecer proteção contra todo tipo de violência e de garantir seu desenvolvimento harmônico e integral, afirmou.

    É por isso que não é coincidência que a celebração de todo dia 1º de junho (Dia Internacional da Infância) seja o prelúdio do terceiro domingo de julho (Dia da Criança em Cuba), já que em ambos os casos celebramos o que nosso José Martí chamou de “a esperança do mundo”.


Conselheira da  Embaixada de Cuba no Brasil

Tradução: Carmen Diniz      P/ @comitecarioca21                              

 


Em espanhol: 

La infancia: una inversión al futuro.

Por: Idalmys Brooks Beltrán

Consejera Embajada de Cuba en Brasil

El Día Internacional de la Infancia fue instituido por acuerdo de la Conferencia Internacional de Defensa de la Niñez, celebrada en Viena, Austria, en 1952 para recordar la vulnerabilidad de los niños ante las crisis.

La realidad de la infancia en Cuba, que adoptó el 1 de junio como día para celebrar la fecha a partir de 1963, es muy diferente a la de otros países donde más de 250 millones de pequeños desde cinco hasta 14 años trabajan extensas jornadas laborales y otros 130 millones no reciben siquiera educación elemental.

Datos del Fondo de las Naciones Unidas para la Infancia (Unicef) reflejan que millones de niños viven en la pobreza y muchos mueren cada día por causas evitables.

En Cuba, existe un cuerpo legislativo que vela por la protección de la población más joven, acceso a la educación de calidad, escuelas que cubren las necesidades de los niños con discapacidades, y otras ventajas.

La Unicef reconoció a nivel global la experiencia cubana en la atención educativa en edades tempranas, a través del programa Educa a tu Hijo, y de los Círculos Infantiles. Además, existe un programa nacional de atención de salud a la población infantil entre cero y seis años, que garantiza la protección con vacunas ante enfermedades como la poliomielitis, tuberculosis o difteria.

Cuba fue de los primeros países en ratificar la Convención Internacional sobre los Derechos del Niño en 1991.

Todo lo anterior no es casual, ya que la niñez fue percibida por figuras cimeras de la Historia cubana como el porvenir de la humanidad, como consagrara José Martí, nuestro Héroe Nacional, al expresar que los niños son la esperanza del mundo, en la revista dedicada a ellos: “La Edad de Oro”.

En correspondencia plena con ese concepto expresado en esa revista, él anhelaba que los niños se formaran adecuadamente para que en el mañana fuesen hombres y mujeres de bien, consagrados y preparados para servir a sus semejantes y a sus pueblos.

Manifestó algo que tiene una gran significación y vigencia puesto que aseveró que los niños debían echarse a llorar cuando ha pasado el día sin que aprendan algo nuevo, sin que sirvan de algo.

Martí también hizo referencia al gran goce espiritual que puede sentir alguien cuando contribuye al bienestar de los demás. Y a manera de ejemplo recuerdo que él igualmente enfatizó: “Las cosas buenas se deben hacer sin llamar al universo para que lo vea a uno pasar. Se es bueno porque sí; y porque allá adentro se siente como un gusto cuando se ha hecho un bien o se ha dicho algo útil a los demás. Eso es mejor que ser príncipe: ser útil.”

También el líder histórico de la Revolución Cubana, Fidel Castro, en varias ocasiones se dirigió a los niños cubanos para explicarles las tareas, logros y sueños de la Revolución. Así les dijo el 6 de enero de 1962, en el acto de inauguración del Palacio de los Pioneros “(…) nosotros queremos que nuestros niños sean los niños más estudiosos, los niños que mejor se porten; nosotros queremos que nuestros niños sean los más organizados; nosotros queremos que nuestros niños sean los más felices; nosotros queremos sentirnos siempre orgullosos de los niños, ver que los niños comprenden, y ver que los niños están ayudando a hacer la Revolución (…)”. Ese mismo día agregó “¡Y nosotros queremos que todos los niños sean felices! Para que los niños sean felices se ha luchado, para que los niños sean felices han tenido que dar su vida muchos patriotas, desde Martí, Maceo y todos los que han muerto”.

Fidel buscaba siempre la oportunidad de compartir con ellos, los acompañó en todo momento de manera especial, y hasta en las difíciles circunstancias del período especial en la década de los años 90 del siglo pasado, defendió encontrarse con los más pequeños, celebrándose así el Primer Congreso Pioneril. Fue nuestro líder indiscutible en la lucha por el regreso a la Patria del niño Elián, sin dudas, una de sus más grandes victorias frente al imperialismo. Para este incansable luchador los pequeños príncipes representaban mucho por ser la esperanza de un futuro mejor.

Su compromiso con la infancia y con la calidad de la educación lo hacían superar cualquier obstáculo que pudiera presentar el país, el tres de abril de 1976, cuando habló en el acto por el XV aniversario de la Unión de Pioneros de Cuba (UPC) y el XIV de la Unión de Jóvenes Comunistas (UJC), en el teatro Lázaro Peña destacó: “La Revolución ha prestado, presta y prestará el máximo apoyo a la educación y a la formación de nuestros niños, porque ellos son el futuro del país”.

Todo esto explica por qué la Constitución de la República de Cuba reconoce los derechos elementales de cada niño (sin distinción de sexo, raza, origen social o de otra índole) y no deja su protección a la buena voluntad institucional o la caridad individual.

Además, aunque Cuba sea estado parte en la Convención de los Derechos del Niño desde 1991, de igual modo, las leyes incluyen severas sanciones ante los casos de corrupción de menores, y el país se ha adherido a instrumentos internacionales que protegen a niños y adolescentes contra la venta, prostitución, utilización en pornografía, trata y otras formas de abuso sexual.

El pasado año se presentó a los diputados cubanos la Política Integral para la Atención a la Niñez y Juventudes, por el vice primer ministro Jorge Luis Perdomo Di-Lella, donde destacó que es una política integral que responde a la importancia que el Estado brinda a las nuevas generaciones en Cuba, su adecuación al contexto demográfico y socioeconómico actual y a la necesidad de transformar la legislación vigente en correspondencia con la Constitución de 2019.

La carta magna en sus artículos 86 y 87 reconoce a niños, adolescentes y jóvenes como plenos sujetos de derecho y activos participantes en la sociedad, a la vez que señala el deber del Estado, la sociedad y la familia de brindar protección contra todo tipo de violencia y garantizar su desarrollo armónico e integral, afirmó.

Por eso no es casual que la celebración de cada 1ro de junio (Día Internacional de la Infancia) sea la antesala del tercer domingo de julio (día de los niños en Cuba), pues en ambos casos se festeja a los que nuestro José Martí, llamó “la esperanza del mundo”.


PARTICIPE : 




Fotos, tradução e edição : Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba e às CausaJustas @comitecarioca21