6 de ago. de 2025

“Não existe no governo dos Estados Unidos a intenção de aliviar em nada o peso dessa guerra econômica contra o povo cubano, pelo menos por enquanto...”

                                           

Do fb do Vice-ministro das Relações Exteriores de Cuba Carlos Fernández de Cossío.

"É importante lembrar que o objetivo dos EUA e o sentido de suas ações em relação a Cuba são destruir a economia nacional, minar nossa infraestrutura e colocar os maiores obstáculos financeiros, comerciais e tecnológicos para impedir sua recuperação. Não existe no governo estadunidense a intenção de aliviar de alguma forma o peso dessa guerra econômica contra o povo de Cuba, pelo menos por enquanto.

Não é um segredo, mas uma política ostensivamente declarada e sustentada por leis e dezenas e dezenas de medidas coercitivas específicas. O objetivo, desde que surgiu essa agressão, é quebrar a vontade do povo cubano, conforme eles mesmos definiram, ou seja, romper o apoio esmagador do povo à Revolução e puni-lo com esse fim. Não é promover a democracia, mas exatamente o contrário.

De vez em quando, surgem contos de fadas, concebidos para confundir, gerar falsas expectativas e a consequente decepção. Faz parte da guerra cognitiva e comunicacional. A recuperação do sistema elétrico é uma responsabilidade nacional, extremamente difícil e desafiadora, mas que será alcançada com nosso próprio esforço".

 

NT: Veja aqui o documento inicial sobre os motivos do bloqueio: https://encurtador.com.br/KLwGA

                                    

Fernández de Cossío denunciou a intensificação da guerra econômica, midiática e cognitiva dos EUA contra a ilha.

    Em 3 de agosto, o vice-ministro das Relações Exteriores de Cuba, Carlos Fernández de Cossío, denunciou as tentativas do imperialismo de desestabilizar o país durante o verão de 2025, intensificando a guerra econômica, midiática e cognitiva contra a Revolução.

     Em declarações contundentes, Fernández de Cossío afirmou que o objetivo dessas ações é perturbar a paz social, gerar caos e desmoralizar o povo cubano. No entanto, reafirmou a determinação de Cuba em resistir e vencer:  "A batalha é dura e muito desigual, mas devemos travá-la, e temos o que é preciso. Nós venceremos! "

    O vice-ministro também criticou o papel de políticos anticubanos, que ele descreveu como “fantoches” que servem a interesses externos, buscando se beneficiar de uma suposta “piñata" *política enquanto traem aqueles que dizem representar.

    Diante desses ataques, Cuba continua fortalecendo sua defesa, a unidade popular e a confiança em suas instituições. Fernández de Cossío enfatizou que, apesar das dificuldades, o povo cubano permanece inabalável e segue em frente com a convicção de que a vitória será sua.

Texto de Carlos Fernández de Cossío nas redes sociais

"O imperialismo embarcou em um esforço extraordinário para desestabilizar Cuba neste verão, perturbar a paz e a tranquilidade de seus cidadãos e mergulhar o país em um estado de crise e confronto.

A intensificação da guerra econômica tem esse objetivo e se baseia nesse resultado. Ela a complementa com a outra guerra, a guerra cognitiva e comunicacional, que visa deprimir o moral, gerar confusão e irritação e desacreditar todos os esforços para superar dificuldades, atender às necessidades básicas e aliviar o impacto da agressão implacável.

Políticos anticubanos estão à solta, tentando ganhar terreno para conquistar a esperada piñata e tentando esconder o oportunismo evidente com que traem aqueles que afirmam representar. São marionetes, não tomadores de decisão.

A batalha é dura e muito desigual, mas precisamos lutar, e temos o que é preciso. Venceremos!”


 https://www.resumenlatinoamericano.org/2025/08/04/cuba-fernandez-de-cossio-denuncio-intensificacion-de-la-guerra-economica-mediatica-y-cognitiva-de-eeuu-contra-la-isla/

Trad: @comitecarioca21

*NT: Uma piñata é um objeto decorativo, geralmente feito de papel machê ou outro material semelhante, que é preenchido com doces, brinquedos e outras pequenas surpresas. É tradicionalmente usado em festas e celebrações, especialmente em países de língua espanhola e em algumas regiões do Brasil. O objetivo é que os participantes, vendados, acertem a piñata com um bastão até que ela se rompa e libere o conteúdo.

                                 


4 de ago. de 2025

“Em Cuba, aprendi a curar o corpo olhando a partir da alma”: Sarah Almusbahi, uma estadunidense formada pela ELAM

Sarah Almusbahi (primeira da esquerda para a direita) com alguns dos estudantes estadunidenses recém-formados na faculdade de medicina em Cuba. Foto: Retirada do Cubaminrex.

            

       Se não fosse pelo hijab (véu), que revela sua ascendência árabe, seria fácil chamar aquela médica de cubana só de olhar para seus gestos, seu andar, sua capacidade de se comunicar, sorrir e fazer amigos por onde passa. Embora ser "altamente sociável" não seja exclusividade desta ilha caribenha, quem vem de outros lugares sabe que o calor que emanamos toca corações e deixa uma marca permanente.

    A informação foi repassada ao Granma pela médica estadunidense-iemenita Sarah Almusbahi, uma das 11 alunas que celebraram sua formatura na semana passada em Cuba, graças ao programa de bolsas de estudo da Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), na maior das Antilhas, e da Fundação Inter-religiosa para Organização Comunitária (IFCO) - Pastores pela Paz.

 

"EU VOU PARA A ILHA"

    "Minha atração pela medicina era mais por servir às pessoas nos centros urbanos dos Estados Unidos, mas eu não sabia como fazer isso. Eu buscava uma oportunidade de estudar de uma forma que não exigisse empréstimos, um caminho que me proporcionasse o status social de uma família da classe trabalhadora, sem nos colocar em apuros, sem ter que me endividar."

     É assim que Sarah relembra suas motivações para estudar medicina em Cuba em vez dos Estados Unidos. Ela explica que, na época em que decidiu se tornar uma " médica internacional ", não havia um grande programa de bolsas de estudo em seu país ao qual ela pudesse se candidatar.

      "Eu estava procurando opções e encontrei Cuba, a Ilha. Li quase tudo na internet. Assisti aos vídeos da faculdade no YouTube e disse a mim mesma que aquilo não podia ser real. Era exatamente o que eu procurava." Apesar da própria descrença, Sarah disse que entrou em contato com um graduado da ELAM que atuava nos EUA, que confirmou o que ela já havia visto em sua pesquisa. "Eu não podia abrir mão dos meus sonhos. Disse a mim mesma: preciso me candidatar. Vou para a Ilha."

 

A ACADEMIA, A ENERGIA CUBANA

   "Minha trajetória acadêmica foi significativa para mim. Vim estudar medicina e pude fazê-lo. A paixão dos professores é evidente à distância, até na maneira como se movimentam, e mesmo quando há dificuldades, eles sempre dão tudo de si. Lembro-me do reitor, quando estávamos na ELAM, sempre dizendo: 'Em Cuba, não damos o que sobra, damos o que temos'", diz ela.

     Ela também afirma que "estudar com pessoas do mundo todo é único. Você aprende com elas, elas aprendem conosco. Essa troca é muito enriquecedora. E acho que vai me ajudar a me tornar a médica que quero ser, alguém que pode interagir com pacientes de qualquer lugar."

    Algo que também foi especial: os estágios. Desde os primeiros anos, íamos a consultórios e clínicas médicas, conhecíamos a comunidade e interagíamos com os pacientes. Embora ainda não tivéssemos todo o conhecimento, crescemos na relação médico-paciente. Precisamos entender a ciência; mas o mais importante é saber interagir com um ser humano e vê-lo de forma abrangente e holística; não se trata apenas de tratar uma doença. Em Cuba, aprendi a curar o corpo olhando a partir da alma.

    "A partir do terceiro ano, começamos a ter nossos próprios pacientes e a nos sentir mais responsáveis, a nos comunicar mais com eles. Foi aí que aprendemos o 'cubanhol'", conta ela, rindo. "Os pacientes cubanos, a energia cubana, em geral, é uma energia resiliente. Eles estão sempre dispostos, e isso é algo da cultura cubana que nos ajuda muito em nosso treinamento. Sei que sentirei falta dessa energia."

                                       


HUMANISMO EM JALECOS BRANCOS

   Vir a Cuba e aprender espanhol também é algo pelo qual sou grata. Nos Estados Unidos, há muitas pessoas que não falam inglês — quer dizer, falam, mas talvez não seja a língua materna delas. Então, falar espanhol, poder voltar, trabalhar com pessoas que falam espanhol e cuidar delas na língua deles — para mim, isso é algo enorme. Minha família é originária do Iêmen. Falamos árabe. Eu sei como é crescer e ver sua família ir ao médico e não haver compreensão, eles não se sentem seguros.

    Ao contrário daqui, no meu país não há muita confiança no sistema de saúde, porque os valores do humanismo e os aspectos externos que nos ajudam a entender o paciente às vezes não fazem parte dos fundamentos da medicina. É mais lucrativo; eles estão sempre procurando maneiras de ganhar dinheiro.

     Lembro-me da época da COVID, um período traumático para todos. Aqui vivemos e vivenciamos a magnitude dos problemas comunitários, que, para avançar, precisamos colaborar, precisamos ser solidários e precisamos tentar ser o mais positivos possível. No entanto, nos EUA, a situação era complexa, porque cada um fazia o que queria, cada um na sua. Algumas pessoas não queriam se vacinar.

   Em Cuba, todos foram vacinados. Foi organizado porque há confiança no sistema de saúde aqui. Vimos isso, especialmente naquela época. É por isso que meu país precisa se concentrar nos problemas internos.

    O bloqueio contra Cuba, contra o povo cubano, não faz sentido. Se os Estados Unidos dizem que querem democracia, intercâmbio, diálogo, por que impõem sanções? Suas ações não correspondem ao que dizem.

    Sarah questiona o que alguns veículos de comunicação tradicionais estão dizendo sobre as missões médicas cubanas. "Não se pode confiar nisso. Se alguém quiser saber, deve procurar especialistas em saúde. A medicina cubana e o espírito cubano, em geral, são internacionalistas."

 

"Quero levar a cultura daqui comigo"

   Meu plano é voltar para os EUA, me candidatar a um programa de residência e trabalhar com comunidades vulneráveis, porque há muitas delas lá. Temos todos os recursos; no entanto, há pessoas que não têm acesso a eles. É isso que eu quero fazer.

    "Pode haver muitos obstáculos. Há pessoas que não gostam do lugar onde estudei ou da minha filosofia. Estou seguindo esse caminho porque é algo de que precisamos. Aprendi com os cubanos que a vida é um teste, que é preciso sempre lutar, que os contratempos não podem me derrubar.

     Quero levar a cultura daqui comigo. As pessoas são muito gentis e há amor sempre que você anda pela rua. Elas dizem: 'E aí, querida?' Ou quando você liga para alguém: 'E aí, querida, me conta como foi'. É uma atitude que você não vê em muitos lugares.

   “E dessas relações sociais surgiram estudos sobre como elas influenciam na saúde, já que há pacientes com fatores de risco que precisam de tratamento especial.

    Nos Estados Unidos, essa cultura de sempre ter vizinhos, amigos, netos e estar unido não é praticada; é por isso que vou trazê-la.

   "Cuba me deu...", ela pensa e busca as palavras exatas, "uma energia positiva e de apoio, é como aquele espírito que... não consigo expressar em palavras."


https://www.cubainformacion.tv/solidaridad/20250804/117262/117262-en-cuba-aprendi-a-sanar-el-cuerpo-mirando-desde-el-alma-sarah-almusbahi-estadounidense-graduada-de-la-elam

Trad: @comitecarioca21



2 de ago. de 2025

NOSSA AMÉRICA. VENEZUELA E BRASIL FORTALECEM LAÇOS DE COOPERAÇÃO.

                                       

Nossa América. Venezuela e Brasil fortalecem laços de cooperação 

Em um gesto diplomático fundamental, a vice-presidente venezuelana Delcy Rodríguez se reuniu com a embaixadora brasileira na Venezuela, Galvania Maria, na quinta-feira, para revisar e fortalecer a agenda bilateral.

A reunião se concentrou na promoção da cooperação econômica e comercial e, ao fazê-lo, reafirmou o comprometimento de ambas as partes com seus acordos e relações estratégicas.

A agenda compartilhada foi uma das diretrizes revisadas, "incluindo a cooperação econômica e comercial, com o objetivo de continuar aprofundando e fortalecendo o relacionamento entre nossos países", disse Rodríguez após o encontro, destacando o espírito de entendimento mútuo.

               


O encontro ocorreu após alguns setores da imprensa brasileira divulgarem notícias sugerindo um suposto rompimento entre os governos do Brasil e da Venezuela.

As publicações surgiram após dificuldades relatadas por empresários brasileiros em relação à isenção de impostos para produtos exportados para a Venezuela.

No entanto, para refutar esses relatos e uma possível crise, autoridades locais do estado brasileiro de Roraima, na região de fronteira, garantiram que o sistema está totalmente normalizado.

Este encontro diplomático reforça o compromisso político de ambas as nações em preservar a estabilidade de seus laços comerciais e desmantelar narrativas que possam dificultar o progresso conjunto em diversas áreas de cooperação.


https://www.resumenlatinoamericano.org/2025/08/01/nuestramerica-venezuela-y-brasil-fortalecen-lazos-de-cooperacion/

Tras/ed: @comitecarioca21 

 

1 de ago. de 2025

FORMANDOS ESTADUNIDENSES DA ELAM: OBRIGADO, CUBA !

                               

Por Iliana García Giraldino 

   A festa de formatura  de 11 americanos recém-formados pela Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM)  foi uma mistura de emoções, humanismo, espiritualidade, comprometimento social, energia diante dos desafios futuros e gratidão a Cuba, que os parabeniza com a garantia de que, ao retornarem às suas comunidades, cumprirão seus deveres: prestar serviços médicos curativos, abrangentes, de apoio e não comerciais.

    Foi uma celebração de fraternidade, uma nova etapa do projeto do Comandante em Chefe Fidel Castro (1926-2016) e do Reverendo Lucius Walker (1930-2010), fundador da  Fundação Inter-religiosa para Organização Comunitária (IFCO) , que foram homenageados no evento que contou com a presença dos formandos e seus familiares, professores e representantes de instituições vinculadas ao programa.

A ELAM formou mais de 31.200 estudantes de 122 países (244 dos EUA) desde sua inauguração em 1999, quando seu fundador, Fidel, declarou: "Mais do que médicos, vocês serão guardiões zelosos do que há de mais precioso para os seres humanos; apóstolos e criadores de um mundo mais humano..."

 

O legado de dois grandes homens

                                     

Fernando González Llort, presidente do ICAP

   No evento, realizado nesta quarta-feira na Casa da Amizade, Fernando González Llort, presidente do ICAP, evocou Fidel e Lucius, e dirigindo-se aos formandos afirmou: em vocês, na formação que receberam e no serviço que prestarão está o legado desses dois grandes homens sem os quais este projeto teria sido impossível.

  Em nome do ICAP, ele parabenizou os jovens que concluíram seus estudos e suas famílias. Enfatizou que eles estão completando anos de esforço e sacrifício longe de seus entes queridos, afirmando que a formação, o conhecimento e as habilidades que adquiriram lhes dão confiança para realizar seu trabalho ao retornarem aos seus países.

   Com particular alegria, a reitora da ELAM, Yoandra Muro Valle, relembrou a estreita amizade entre Fidel e Lucius, dizendo aos jovens médicos: "Temos total confiança em tudo o que farão daqui para frente. Recebam um grande abraço de seus professores e de cada cubano que tocou sua alma e seu coração."

 

Cuidados com a saúde: um direito, não uma mercadoria

                                             


     Samira Addrey, coordenadora do programa de formação médica da ELAM pelo IFCO e formada por esse centro, iniciou esta celebração em nome de ambas as instituições "de amor, luta e solidariedade, celebramos o caminho percorrido pelos 11 formandos, cada um uma ponte entre comunidades, um fruto da solidariedade e um médico para o mundo", disse ela, e deu lugar à bênção da noite pelo líder ecumênico Reverendo Izett Sama, do Centro Memorial Martin Luther King Jr.

     Claudia de la Cruz, diretora executiva da IFCO, destacou na reunião: "Mais do que uma conquista acadêmica, celebramos um profundo processo de transformação e comprometimento, uma escolha de aprender medicina não a serviço do lucro, mas imersos na vibrante, resiliente e profundamente humana sociedade cubana. Na ELAM, eles não estudaram apenas anatomia e farmacologia; eles vivenciaram o princípio revolucionário de que a assistência médica é um direito, não uma mercadoria."

                             

Claudia de la Cruz, Diretora Executiva da IFCO

    Asseguro aos jovens: eles aprenderam no melhor lugar; "em bairros sobrecarregados por um bloqueio imposto pelos Estados Unidos que tem consequências terríveis para a população, e neste contexto", enfatizou, "eles aprenderam sobre a ternura, a determinação e a criatividade do povo cubano, apesar de sua luta para resistir", acrescentou, enfatizando: "Nossa esperança é que vocês levem essa determinação com vocês para onde quer que forem". 

  Ela  denunciou: "as mesmas forças que prejudicam nossas comunidades de imigrantes negros, pobres e da classe trabalhadora são as mesmas que tentam esmagar o espírito revolucionário e a vontade do povo cubano"

   A diretora executiva da IFCO disse aos formandos: "Vocês aprenderam que a medicina praticada com amor revolucionário, raízes profundas na comunidade e um forte compromisso com a justiça não é apenas possível, mas essencial."

   Vocês carregam o legado de médicos revolucionários e a profunda compreensão de que a saúde é um campo de batalha onde a luta por um futuro mais justo, equitativo e socialista é travada todos os dias, ele enfatizou, concluindo suas observações com um chamado: retornem às suas comunidades, pratiquem a medicina não apenas como uma ciência, mas como um ato de profunda solidariedade humana.

                                                             

   Samira Addrey e Gail Walker.

                                 

Mensagem de um congressista dos EUA

      O congressista Bennie Thompson, representante do Mississippi e membro do Congressional Black Caucus, proferiu uma mensagem na celebração: Vocês não são apenas graduados, são agentes de mudança. Eu os parabenizo. Vocês retornarão aos seus bairros, clínicas e ao seu povo, e lembrem-se: vocês são formados em um sistema que vê a medicina como um dever moral. 

       Dos 244 graduados da ELAM nos EUA, 100 estão trabalhando em saúde pública, educação, medicina integrativa, pesquisa e setores sem fins lucrativos; outros 144 estão concluindo residências ou são totalmente licenciados e atuam em mais de 30 estados, ele relatou.

   "Eles estudaram medicina em um sistema que vê a cura não apenas como uma ciência, mas como uma vocação; eles aprenderam a servir não onde é conveniente, mas onde é mais necessário", insistiu.

     Na cerimônia, os formandos receberam certificados e fizeram o Juramento Médico — um compromisso de servir com consciência, humildade e amor — que foi lido por Gail Walker, dando continuidade ao legado de seu pai, Lucius, um dos principais líderes que ajudaram a expandir o programa de bolsas de estudo da ELAM para estudantes americanos.

Os jovens também foram parabenizados pelos membros do Comitê Consultivo Médico do IFCO-ELAM, que os apoiaram durante seus estudos: Dras. Mary Louise Patterson, Maxine Orris, Rob Andrews e Michele Frank.

 

Retirado de Siempre con Cuba (Portal ICAP) / Fotos: Orlando Perera

https://cubaenresumen.org/2025/07/31/graduados-de-estados-unidos-en-la-elam-gracias-cuba/

Trad/Ed: @comitecarioca21 

                     


30 de jul. de 2025

UM "VALE DO SILÍCIO" EM CUBA.

                                       

Cayo Digital: Rússia pressiona por um 'Vale do Silício' em Cuba

Por: Victor Ternovsky

Cuba poderá ter seu próprio "Vale do Silício". Ele se chamará Cayo Digital e ficará localizado na Ilha da Juventude. O principal impulsionador do projeto é a Rússia, interessada em impulsionar a expansão internacional de seu setor de Tecnologia da Informação e Comunicação. A proposta de Moscou é criar um cluster de empresas dos países BRICS Plus e da União Econômica Eurasiática, com foco principal no fornecimento de produtos e serviços a clientes na América Latina e no Caribe.

A iniciativa é apoiada pelo Ministério da Indústria e Comércio da Rússia, o Ministério do Desenvolvimento Digital, Comunicações e Mídia de Massa, o escritório comercial russo em Cuba e a Agência de Iniciativas Estratégicas, criada pelo governo russo para implementar medidas econômicas e sociais.

O Cayo Digital foi concebido como um polo tecnológico com capacidade para acomodar até 15.000 moradores: 12.000 especialistas e 3.000 estudantes. Sua implementação envolve a construção ou reabilitação da infraestrutura necessária à vida e ao trabalho de seus moradores: escritórios, laboratórios, plantas industriais, residências, lojas, um shopping center e instalações esportivas, culturais e recreativas. O cluster também incluiria creches, escolas e filiais universitárias. Os autores do projeto enfatizam a importância de garantir vias de comunicação e serviços de alta qualidade, como gás, água, eletricidade, esgoto e coleta de lixo.

As medidas práticas a serem tomadas para tornar isso realidade foram o foco de uma reunião realizada em julho deste ano em Moscou, que reuniu líderes empresariais, investidores e autoridades governamentais russas e cubanas de ambos os países.

                                                


O evento contou com a presença de Alexandr Volkov, CEO da GenIT, empresa russa focada em sistemas e software de automação — com presença em Cuba desde 2023 — que afirmou haver alta demanda na América Latina e no Caribe por equipamentos e soluções do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação da Rússia. Ele observou que essa é uma tendência crescente, em resposta à fundada desconfiança regional em relação às ofertas tecnológicas ocidentais, visto que elas frequentemente contêm vulnerabilidades intencionais, incluindo aquelas projetadas para roubar dados pessoais ou interferir no funcionamento de dispositivos eletrônicos.

                                                


Ele explicou que Cuba está sendo proposta como sede do Cayo Digital por vários motivos: sua proximidade histórica e cultural com a Rússia, sua disposição em se envolver em cooperação mutuamente benéfica com empresas do país eurasiano, sua ausência de receio de sanções ocidentais e suas conexões com outras nações da região, o que facilita o acesso aos mercados vizinhos. Além disso, a ilha conta com pessoal de alta qualidade nos setores digital e de telecomunicações, enquanto, por exemplo, a Universidade Tecnológica José Antonio Echeverría de Havana oferece programas de treinamento em russo, algo que impacta positivamente a interação e a colaboração entre profissionais de ambos os países, enfatizou.

A localização da produção de equipamentos e software permitirá a criação de produtos mais adaptados às realidades e necessidades regionais, insistiu Alexandr Volkov, destacando o setor de segurança cibernética entre as ofertas russas mais procuradas na América Latina e no Caribe. Ele observou, em particular, que as empresas russas oferecem aos seus clientes infraestrutura de TI soberana, ou seja, que só pode ser operada pela empresa designada. Esse é o chamado modelo "on-premise", em que dados e software são armazenados nas instalações da empresa, evitando riscos na nuvem. Ao mesmo tempo, ele observou que as fintechs russas superaram suas contrapartes ocidentais em várias vezes. Ele acrescentou que suas tecnologias educacionais também têm muito a se orgulhar.

O cluster ocuparia uma área de 450 hectares. Atualmente, encontra-se em fase de projeto. A previsão é de que os primeiros complexos residenciais sejam construídos entre 2026 e 2028. A inauguração dos primeiros centros de pesquisa científica e plantas inovadoras está prevista para antes de 2030. A conclusão do projeto está prevista para 2032. Suas funções envolveriam o desenvolvimento de inteligência artificial, realidade virtual e aumentada, arte digital e tecnologias sustentáveis.                            

                            

                Fotos: cortesia do autor

 http://www.cubadebate.cu/noticias/2025/07/25/cayo-digital-rusia-impulsa-un-silicon-valley-de-cuba/

Tradução: @comitecarioca21

CARTA ABERTA HISTÓRICA DE GUSTAVO PETRO, PRESIDENTE DA COLÔMBIA, PARA TRUMP

                                   

CARTA ABERTA HISTÓRICA DE GUSTAVO PETRO, PRESIDENTE DA COLÔMBIA, PARA TRUMP

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, em Carta histórica e revolucionária, critica o imperialismo, resgata a história de resistência colombiana e reafirma a soberania da Colômbia diante das ameaças de sanções econômicas e políticas dos Estados Unidos, sob o comando de Donald Trump. Apenas nas duas primeiras horas de divulgação da Carta mais de 5 milhões de pessoas leram a carta na internet. Carta inspiradora e revolucionária em momento tão grave da humanidade. Coragem e sabedoria são imprescindíveis de agora em diante, mas do que nunca. (https://gilvander.org.br/)

Eis o texto da Carta de Gustavo Petro a Trump na íntegra:

“Trump, eu não gosto muito de viajar para os EUA, mas confesso que há coisas que merecem crédito. Confesso que gosto de Walt Withman, Paul Simon, Noam Chomsky e Miller.

Confesso que Sacco e Vanzetti (que têm meu sangue) são memoráveis na história dos EUA e eu os sigo. Eles foram assassinados por líderes operários na cadeira elétrica, os fascistas que estão dentro dos EUA como dentro do meu país.

Não gosto do seu petróleo, Trump, vai acabar com a espécie humana por ganância. Talvez algum dia, acompanhado de um copo de uísque que aceito, apesar da minha gastrite, possamos conversar francamente sobre isso, mas é difícil porque você me considera uma raça inferior e eu não sou, nem nenhum colombiano.

Então, se você conhece alguém teimoso, esse sou eu. Você pode, com sua força econômica e sua arrogância, tentar dar um golpe de Estado como fizeram com Allende. Mas eu morro na minha lei, resisti à tortura e resisto a você. Não quero escravistas ao lado da Colômbia, já tivemos muitos e nos libertamos deles. O que quero ao lado da Colômbia são amantes da liberdade. Se você não pode me acompanhar, eu vou para outro lugar. A Colômbia é o coração do mundo e você não entende isso. Esta é a terra das borboletas amarelas, da beleza de Remedios, mas também dos coronéis Aurelianos Buendía, dos quais sou um deles.

Você vai me matar, mas eu sobreviveria no meu povo, que é, antes do seu, das Américas. Somos povos dos ventos, das montanhas, do mar do Caribe e da liberdade.

Você não gosta da nossa liberdade, tudo bem. Eu não aperto a mão de escravistas brancos. Aperto as mãos dos libertários brancos herdeiros de Lincoln e dos camponeses negros e brancos dos Estados Unidos, diante dos quais chorei e rezei em um campo de batalha.

Eles são os Estados Unidos e diante deles me ajoelho, diante de mais ninguém.

Derrube-me, presidente, e as Américas e a humanidade lhe responderão.

A Colômbia agora deixa de olhar para o norte, olha para o mundo, nosso sangue vem do sangue do califado de Córdoba, a civilização daquela época, dos latinos romanos do Mediterrâneo, a civilização daquela época, que fundaram a república, a democracia em Atenas; nosso sangue tem os negros resistentes convertidos em escravos por vocês. Na Colômbia está o primeiro território livre da América, antes de Washington, de toda a América, lá me abrigo em seus cantos africanos.

Minha terra é de ourivesaria existente na época dos faraós egípcios e dos primeiros artistas do mundo em Chiribiquete.

Você nunca nos dominará. O guerreiro que cavalgava nossas terras, gritando liberdade e que se chamava Bolívar, se opõe a vocês.

Nossos povos são um pouco temerosos, um pouco tímidos, são ingênuos e amáveis, amorosos, mas saberão conquistar o canal do Panamá, que vocês nos tiraram com violência. Duzentos heróis de toda a América Latina jazem em Bocas del Toro, atual Panamá, antes Colômbia, que vocês assassinaram.

Eu levanto uma bandeira e, como disse Gaitán, mesmo que fique sozinho, ela continuará hasteada com a dignidade latino-americana, que é a dignidade da América, que seu bisavô não conheceu, mas o meu sim, senhor presidente imigrante nos Estados Unidos.

Seu bloqueio não me assusta, porque a Colômbia, além de ser o país da beleza, é o coração do mundo. Sei que você ama a beleza como eu, não a desrespeite e lhe oferecerá sua doçura.

A partir de hoje, a Colômbia se abre ao mundo inteiro, de braços abertos, somos construtores de vida e humanidade.

Fui informado de que você cobra 50% de tarifa sobre o fruto do nosso trabalho humano para entrar nos EUA, eu faço o mesmo.

Que nosso povo plante milho, que foi descoberto na Colômbia, e alimente o mundo.

 

Gustavo Petro

Presidente da Colômbia

 

Trad:  @comtecarioca21


8 de jul. de 2025

SILÊNCIO POR GAZA: 30 MINUTOS DE DESCONEXÃO DIGITAL DIÁRIA PROPOSTOS PARA A PALESTINA

                         

Um pequeno gesto que todos podemos fazer. Parece uma boa ideia.

Depoimentos belíssimos e comoventes do Dr. Ezzideen, de Gaza.

 

Não há internet.

Não há sinal. Não há som. Não há mundo além desta gaiola.


Caminhei por trinta minutos pelas ruínas e pela poeira. Não em busca de fuga, mas de um fragmento de sinal, apenas o suficiente para sussurrar: "Ainda estamos vivos".

Não porque alguém esteja ouvindo,

mas porque morrer sem ser ouvido é a morte definitiva.


Gaza está silenciosa agora.

Não de paz, mas de aniquilação.

Não um silêncio de quietude, mas de sufocamento.

 

Cortaram o último cabo.

Nenhuma mensagem é enviada. Nenhuma imagem é recebida.

Até a dor foi banida.

 

Passei pelos cadáveres de prédios, casas e homens, alguns respirando, outros não.

Todos apagados pela mesma mão que apagou nossas vozes.

 

Este não é apenas um cerco de bombas. É um cerco de memória: uma guerra contra a nossa capacidade de dizer: "Estivemos aqui".

 

Os bombardeios nunca pararam, especialmente em Jabalia.

Bombardearam as ruas onde as crianças pediam comida.

Bombardearam as filas onde as mães esperavam por farinha.

Bombardearam a própria fome.

 

Sem comida. Sem água. Sem saída.

E aqueles que tentam, aqueles que buscam ajuda, são abatidos.

 

Pessoas morrem aqui, e ninguém sabe.

Não porque a matança parou, mas porque a destruição da conexão foi bem-sucedida.

 

A internet foi o nosso último suspiro.

Não era um luxo; era a última evidência da nossa humanidade.

 

Agora ele se foi.

E na escuridão, eles massacram sem consequências.

 

Encontrei este sinal fraco e como um moribundo encontra uma chama brilhante.

Fiquei sob um céu destruído, arriscando a morte, não por resgate, mas para enviar isto.

 

Uma única mensagem.

Uma última resistência.

 

 

Se você está lendo isso, lembre-se:

atravessamos o fogo para nos manifestar.

Não ficamos em silêncio.

Fomos silenciados.

 

E quando a fiação for restaurada,

a verdade será revelada,

e o mundo saberá o que escolheu não ver.

 

30 minutos de silêncio digital


Esta é uma campanha digital coordenada do movimento "Silêncio por Gaza".

É uma onda crescente.

Porque algo pode ser feito: um intervalo digital diário de 30 minutos todas as noites, das 21h às 21h30, horário local de cada país.

Durante esse intervalo:

Mídias sociais não são permitidas.

Não são permitidas mensagens.

Comentários não são permitidos.

Telefones e computadores estão desligados.

Esta ação coletiva enviará um forte sinal digital aos algoritmos e mostrará nossa solidariedade com Gaza.


Não é fácil, mas vamos fazer alguma coisa. É isso que importa.

 

A ideia:

todos os dias, no mesmo horário, milhões de usuários ao redor do mundo mantêm silêncio absoluto nas redes sociais por 30 minutos.

Sem postagens.

Sem curtidas.

Sem comentários.

Sem abrir aplicativos.

Silêncio digital absoluto. Desligue o celular.

É um ato de resistência: um protesto digital global.

A raiva de tantos cidadãos diante de uma imensa injustiça.

Porque algo pode ser feito: simples e eficaz.

 

Explicação técnica:

 

1. Impacto Algorítmico:

As plataformas de mídia social dependem da atividade constante do usuário.

Somos nós que mantemos o sistema funcionando.

Uma queda repentina e sincronizada na atividade, mesmo que por um breve período, pode:

(a) interromper os algoritmos de visibilidade.

(b) afetar as estatísticas de tráfego em tempo real.

(c) enviar um sinal técnico aos servidores sobre comportamento anormal do usuário.

Este ato demonstra a resistência dos cidadãos à injustiça, que até agora tem sido alimentada por nossa passividade.

 

2. Impacto Simbólico

Em um mundo hiperconectado, o silêncio digital tem um impacto poderoso.

Cria um forte contraste entre o barulho das mídias sociais e o silêncio imposto em Gaza.

É um momento de reflexão coletiva.

 

3. Impacto social:

 Se a ação se espalhar, os líderes verão os cidadãos rejeitarem o crime em Gaza.

E só então agirão.

Nosso objetivo é criar uma onda progressiva que se espalhe pelo mundo.     



https://cubaenresumen.org/2025/07/07/silencio-por-gaza/