#FIMDOBLOQUEIO
20/09/2015
Hoje, aproximadamente 93% dos médicos no estado do Amapá são
cubanos oriundos da cooperação com a OPAS/OMS. Ao todo, o estado recebeu
118 médicos cubanos pelo Programa Mais Médicos.
Macapá é a maior cidade e capital do estado do Amapá, no extremo
norte do Brasil. Localizada às margens do rio Amazonas, a cidade é
cortada pela linha do Equador. Um monumento chamado Marco Zero, a 5km do
centro da cidade, delimita os hemisférios. Um estádio de futebol colado
ao monumento tem o campo exatamente no meio da linha. Assim, um gol
fica no Hemisfério Norte e o outro, no Hemisfério Sul. A cidade recebeu
50 médicos cubanos do Programa Mais Médicos. Um deles é Ernesto Garcia
Peralta, que dá expediente na Unidade Básica de Saúde Novo Horizonte. O
bairro que dá nome à unidade é o segundo mais populoso do município, e
contava com mais de 24 mil habitantes em 2010.¹
Ernesto chegou a Macapá em novembro de 2013, e disse que havia uma
demanda acumulada muito grande na região. Além dele, hoje há mais dois
médicos cubanos e um médico brasileiro que formam as quatro equipes de
saúde da família que atuam na unidade.
“Foi difícil no início, mas agora nós fazemos um planejamento que eu
considero que é muito bom para o atendimento à população, cobrindo os
principais programas de saúde do Brasil. Na segunda-feira de manhã
fazemos atendimento a crianças e a puérperas, e à tarde fazemos
consultas de hiperdia, que é o acompanhamento a pessoas que têm
hipertensão arterial ou diabetes. Às terças fazemos visitas domiciliares
com toda a equipe em diferentes zonas da comunidade, e à tarde voltamos
a fazer consultas de hiperdia. Às quartas atendemos prioritariamente a
idosos de manhã, e hiperdia à tarde. Às quintas pela manhã fazemos ações
de saúde integral, campanhas de conscientização, palestras e
rastreamento em temos específicos, que vão desde vários tipos de câncer,
como mama, útero, próstata, a campanhas de vacinação, prevenção e
tratamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis, entre outras. E às
sextas pela manhã fazemos apenas consultas de pré-natal. Mas, além de
fazer essas consultas, diariamente nós fazemos atendimento a demandas
espontâneas: pessoas que chegam sentindo-se mal, uma urgência, seja o
que for”, conta o médico.
Além da rotina diária na unidade básica de saúde, Ernesto faz ainda
um curso de especialização em Saúde da Família, que é parte das suas
responsabilidades no Programa Mais Médicos. “Às sextas à tarde eu faço o
curso de especialização com a Universidade Federal de Pelotas, online,
onde já levo mais de um ano de estudos. É para melhorar e aprofundar
nossos conhecimentos, e eu venho aprendendo muito com as aulas”, afirma.
Quando chegou ao país, o médico já era especialista em Medicina Geral e
Integral (o equivalente no Brasil à Medicina de Família e Comunidade) e
contava com uma pós-graduação em Doenças Infecciosas no currículo.
Hoje, aproximadamente 93% dos médicos no estado do Amapá são cubanos
oriundos da cooperação com a OPAS/OMS. Ao todo, o estado recebeu 118
médicos cubanos pelo Programa Mais Médicos.
Brasil quer mais “especialistas em gente” na atenção básica
Com a atenção primária cada vez mais fortalecida no Sistema Único de
Saúde (SUS), a demanda por médicos especialistas em Medicina Geral de
Família e Comunidade (MGFC) está ainda maior. Por isso, o Programa Mais
Médicos vem promovendo ações para aumentar o número de profissionais com
essa especialidade no Brasil.
No último dia 19 de agosto, o ministro da Saúde, Arthur Chioro,
anunciou o Plano Nacional de Formação de Preceptores, medida que integra
o Mais Médicos e tem o objetivo de aumentar o número de profissionais
capacitados para atender os programas de residência em MGFC. A
expectativa é formar mais 10 mil preceptores até 2018, chegando a 14,2
mil profissionais.
A universalização da residência médica faz parte das ações do Mais
Médicos, que estabeleceu, até 2018, a meta de uma vaga de residência
para cada médico formado. Mas o programa não para por aí. A Medicina
Geral de Família e Comunidade, além de integrar a relação de
especialidades de acesso direto, também passa a ser pré-requisito para
todas aquelas especialidades que não são de acesso direto. Assim, caso o
médico queira fazer residência em ortopedia ou anestesiologia, por
exemplo, terá que cursar um ou dois anos de residência em MGFC, conforme
a especialidade em questão. Com essas medidas, o sistema educacional
formará mais médicos de família e comunidade e levará os demais
especialistas a ter essa referência em sua formação.²
Série Mais Médicos – Vídeo
A OPAS/OMS no Brasil estruturou uma série de reportagens sobre o
Programa de Cooperação Técnica Mais Médicos. A cada edição, será
apresentado um vídeo mostrando a experiência do programa em alguma
região do país.
O objetivo dos vídeos é refletir, em linhas gerais, o andamento da
cooperação, desde a chegada dos médicos cubanos, o processo de formação,
a integração com outros profissionais, a percepção da população, os
resultados obtidos, os avanços, os processos de inovação e a troca de
experiências.
Neste vigésimo primeiro episódio, Macapá – AP, o vídeo mostra a
análise dos gestores locais, do médico cubano em exercício, a visão da
enfermeira que integra a equipe, a opinião do assessor da OPAS no estado
e a opinião de uma paciente.
A Unidade Básica de Saúde Novo Horizonte (CNES 2022044)³, conta com quatro equipes de saúde da família e 75 funcionários, entre médicos, administrativos e profissionais de saúde. Presta atendimento ambulatorial e demanda espontânea, além de realizar visitas domiciliares. Funciona de segunda a sexta.
O Programa Mais Médicos
O Mais Médicos é um Programa de saúde lançado em 08 de julho de 2013
pelo Governo Federal, cujo objetivo é suprir a carência de médicos nos
municípios do interior e nas periferias das grandes cidades do Brasil.
Médicos brasileiros tiveram prioridade em preencher as vagas do
programa. As vagas remanescentes foram oferecidas primeiramente a
brasileiros formados em universidades no exterior e em seguida a médicos
estrangeiros, que trabalham sob uma autorização temporária para
praticar Medicina, limitada à provisão de atenção básica de saúde e
restrita às regiões onde serão direcionados pelo Programa.
A OPAS/OMS no Brasil e o Ministério de Saúde assinaram um Termo de
Cooperação para colaborar na expansão do acesso da população brasileira à
atenção básica de saúde. O termo inclui diversas linhas de ação, desde
documentar, disseminar informação a prover aconselhamento técnico e
apoio à capacitação e treinamento continuado aos médicos selecionados,
seguindo as recomendações do Código Global de Práticas em Recrutamento
Internacional de Pessoal de Saúde da OMS. A OPAS/OMS também assinou um
Acordo de Cooperação de natureza similar com o Ministério de Saúde
Pública de Cuba.
Os médicos cubanos trabalham nos municípios que não foram
selecionados por nenhum médico (brasileiros ou estrangeiros) nas
primeiras rodadas de recrutamento. A maioria destes municípios tem 20%
ou mais da população vivendo em extrema pobreza, e a maior parte deles
está nas regiões Norte e Nordeste do país. Todos os médicos fazem um
treinamento de 3 semanas de duração, uma semana de acolhimento nos
estados aos quais serão destinados e um módulo de avaliação.
Por Saúde Popular
VENCEMOS !!! VENCEREMOS !!!
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