5 de mar. de 2022

O NOME DO AMOR ENTRE OS POVOS É SOLIDARIEDADE. NEM SÓ DE GUERRA VIVEMOS (+video)

Em uma varanda em Cuba
                 

Carmen Diniz*

   Enquanto o mundo acompanha o desenrolar de um conflito na Europa, a sensação é de frustração com a humanidade. A quantidade de informações que chega a todo momento muitas vezes confunde mais do que explica, ainda mais quando não se consegue distinguir notícias falsas das verdadeiras, uma guerra de informações nas redes sociais surge paralela ao conflito que, ressalte-se, era evitável.

   A consequência em todo esse cenário muitas vezes  leva a um descrédito em relação à capacidade do ser humano em agregar, em aprender com seus próprios erros, em agir com humanidade, solidariedade com outros povos, desconsiderar fronteiras.  A sensação é de que tudo se refere ao repaginado ‘bezerro de ouro’ que atualmente é a ganância, o dinheiro, os lucros estratosféricos, a mercantilização da vida.

   É dessa forma que surgem, em um cantinho de alguma mídia, algumas notícias que faz com que se acredite novamente na vida. Há uma frase, a propósito, que resume o que se segue:  “O capitalismo não funciona. A vida é outra coisa”. Verdade, vamos aos fatos:

   Um país pobre, com poucos recursos naturais e que enfrenta um bloqueio comercial, financeiro, econômico e midiático ( o que não lhe permite, por exemplo, comprar vacinas anti-Covid de laboratórios comerciais, nem insumos, nem equipamentos médicos), desenvolve vacinas próprias sem ter que se submeter a preços exorbitantes. Este já seria um ponto muito além do que se esperava. Pois bem, este mesmo país enfrenta e controla a pandemia mundial contando neste início de 2022 com 90% de sua população de 11,2 milhões de pessoas imunizadas e dois milhões já com uma quarta dose.

    Aqui cabe uma informação: o bloqueio imposto pelos sucessivos governos estadunidenses já dura mais de 60 anos e é o maior de toda a história da humanidade que um país já sofreu. 

     Além deste feito impressionante das vacinas próprias, o mundo viu a atuação das brigadas médicas que percorreram o mundo com uma cooperação impressionante no combate ao coronavirus em diferentes países, independentemente de posições ideológicas diferentes. Por exemplo na Itália, onde imagens foram exibidas com caminhões militares levando corpos para a cremação. Naquela ocasião o governo italiano pediu socorro aos demais países da União Europeia que ignorou todos os apelos e foi Cuba que acudiu e assim foi reconhecida pelos governos locais com homenagens emocionadas de agradecimento. O contingente médico Brigada Henry Reeve existe há anos, atua em muitos outros países mas  só foi divulgado neste período. Bem o bloqueio é midiático também, ou vamos acreditar que em Cuba nada se fez de positivo nestes 63 anos?

                                

     Estes fatos aqui relatados confirmam a esperança no ser humano. Mas tem muito mais, o Programa Mais Médicos no Brasil, a “operação Milagros” que devolve  a visão às pessoas. o método de alfabetização “Sim, Eu Posso”, as bolsas de estudo em Cuba para jovens pobres do mundo, por aí vai. Mais recente no entanto, a doação de vacinas. Aqui cabe uma informação importante: circulou na mídia que Cuba faria doações de vacinas ao mundo. Impensável e irracional achar que um país pobre e bloqueado poderia se dar ao luxo de gastar seus investimentos para presentear por exemplo, países ricos. Isto é parte de notícias falsas para depois satanizar a ilha. Cuba precisa vender sua vacinas até para poder fabricar mais vacinas. E está vendendo para o Irã, Nicarágua, Venezuela, Vietnam, México etc. Tem exceções? Sempre tem, porque as realidades não são homogêneas.

    Assim sendo, chega a notícia de doações de 258.000 doses de vacinas para a República Árabe Saharauí Democrática. O país é dominado pelo Marrocos e sofre opressão daquele país há anos, seu povo vivendo  em sua maioria em acampamentos de refugiados (mais sobre o país aqui: https://bit.ly/3vGNBYo).


      Em 7 de janeiro de  2022 Cuba realizou outra  doação de suas vacinas, agora para o povo da Síria no total de 120.000 doses. No ato da doação a ministra interina do Comércio Exterior Teresita González se referiu à desigual distribuição de vacinas pelo mundo e ao fato de Cuba e Síria resistirem com dignidade ao assédio e ataques do imperialismo a seus países. (https://bit.ly/3Ch59LJ em uma publicação suíça).

                               

Carregamento de vacinas para a Síria no aeroporto de Havana  

       Tudo isso vem confirmar a esperança em um ser humano melhor, em uma coletividade solidária na qual todas podem se transformar e divulgar sempre que possível fatos como estes que a mídia oficial não vai mostrar e que não nos permite sonhar e almejar um outro mundo possível. E necessário.

   OBS: independentemente de cada crença pessoal,  o paraíso pode ou não existir. Fica aqui a ressalva: Cuba não é o paraíso na Terra. Até porque aqui neste planeta seguimos  cada vez mais distantes. Mas é um país EM revolução. Que   pretende fazer ressurgir o melhor do ser humano:  “Com todos e para o bem de todos” (José Martí)


   * Coordenadora do Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba


                                        


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