Foi instalado nesta quarta-feira em Caracas o
Comitê Internacional de Promoção Antifascista Por um Novo Mundo, ocasião em que
rejeitou o fascismo e o denunciou como uma ideologia a serviço do imperialismo,
utilizada para tentar ampliar a dominação dos povos e o roubo de seus
recursos.
No evento, que contou com a participação
de mais de mil delegados de mais de 70
países, o chanceler Yvan Gil enfatizou que essa internacional não é apenas antifascista, mas
também anticolonialista, anti-imperialista e anticapitalista. “O mundo está em uma de suas maiores
encruzilhadas, a subsistência dos seres humanos em liberdade”, disse ele.
Referindo-se à América
Latina, disse que Javier Milei, presidente da Argentina, reivindica atitudes
fascistas e as exibe com orgulho. De acordo com Gil, as ações do argentino são
endossadas pela mídia fascista controlada pelas elites. Essa mesma mídia, de acordo com Gil, glorifica
o racismo, o machismo e a xenofobia, que também são expressões de fascismo e
ódio.
A Venezuela, por sua vez,
busca avançar na condenação e na garantia da mobilização social dos
trabalhadores do mundo para combater o fascismo, o colonialismo e o
imperialismo.
O ministro das Relações
Exteriores descreveu as agressões de Israel contra Gaza, perpetradas sob a
tutela de potências mundiais como o G7, a União Europeia e os Estados Unidos,
como um “genocídio nazista”. Gil também descreveu a Ucrânia como um regime que
lembra o nazismo e considerou vergonhoso o fato de os Estados Unidos apoiarem
essa nação.
A internacional é a
vanguarda da vanguarda contra o fascismo, disse o ministro das Relações
Exteriores, apontando o caminho a seguir para um mundo melhor, livre do
colonialismo e do ódio. “Será uma longa luta, mas será uma bela luta, porque
é pela justiça, pela paz e pelos seres humanos”, concluiu Yvan Gil.
Estamos dando início a uma nova era! Seguindo as instruções do presidente Nicolás Maduro, criamos hoje o Comitê Internacional de Promoção Antifascista, que reúne delegados de várias nações. Juntos, lançaremos as bases para o lançamento da Frente Mundial Antifascista, uma iniciativa originária da Venezuela, comprometida com a luta pela humanidade.
Declaração
Antifascista de Caracas “Por um Novo Mundo”.
Hoje, 1100 delegados de 76 países celebram em Caracas o Encontro Mundial da Equipe de Promoção da Internacional Antifascista, com o
objetivo de lançar as bases sólidas que permitirão a criação de uma poderosa
estrutura orgânica mundial que derrote e extinga definitivamente o fascismo, o
neofascismo, o sionismo e expressões similares.
A
Internacional Antifascista se inspira nos princípios do internacionalismo
revolucionário para articular a luta de todos os povos do Sul Global para
preservar a vida, salvar a espécie humana e o planeta do fascismo, do
neofascismo, do sionismo e de expressõ es semelhantes. Consideramos que o
ressurgimento dessas aberrações históricas é a maior ameaça que o mundo
enfrenta hoje. Precisamos concordar com ações solidárias e vinculantes para
criminalizar as práticas de incitação ao ódio, fanatismo extremista, xenofobia,
misoginia, aporofobia, revanchismo, violência, morte e todas as formas de
aniquilação das diferenças perseguidas pelo fascismo.
Expressamos
nossa mais firme vontade e entusiasmo em criar novas formas de comunalidade,
promovendo ações de resistência que nos permitirão formar um grande bloco
histórico para transformar o destino em consciência. É por isso que estamos
reunidos aqui hoje para batizar Caracas como o epicentro da luta global contra
o fascismo. Para isso, nós, os povos livres e defensores de um novo mundo,
constituímos uma Equipe de Promoção da Internacional Antifascista.
É
por isso que hoje, 28 de novembro de 2024, de Caracas, Venezuela, terra de
Simón Bolívar e Hugo Chávez, liderada corajosamente pelo presidente Nicolas
Maduro, depois de um caminho intenso e frutífero que percorremos juntos,
encerramos esta reunião apresentando ao mundo a Declaração Antifascista de
Caracas. Uma declaração que pretende ir além da fase de diagnóstico do
fascismo, do neofascismo e de expressões similares para combater ativa e
coletivamente esse perigoso expansionismo. Nesse sentido, o plenário, formado
por mil e duzentos delegados de 76 países, PROCLAMA:
1.
Nosso compromisso com a democracia popular, participativa e protagonista dos
povos, como eixo fundamental para a promoção da Paz Mundial, a resolução
pacífica dos conflitos e a defesa da soberania dos povos.
2.
Exigimos a cessação imediata de todas as formas de violência e crimes de
agressão contra os povos vítimas do sionismo, incluindo a ocupação ilegal de
seus territórios, as práticas neocolonialistas e a violação de seu direito à
autodeterminação. Conclamamos todos os povos do mundo a agir para pôr fim a
esse genocídio e apoiar as aspirações legítimas dos povos por soberania,
liberdade e justiça. Portanto, pedimos o reconhecimento internacional total e
imediato do Estado da Palestina e da soberania do Líbano.
3.
Apoiamos uma solução pacífica para a guerra instigada pela máquina
expansionista e belicista da OTAN na Ucrânia contra a Federação Russa. Pedimos
a todas as forças humanistas e progressistas do mundo que unam todos os
esforços para preservar a segurança estratégica de todas as nações e evitar uma
conflagração nuclear.
4.
O resgate das experiências históricas da luta de todos os povos do mundo contra
o fascismo e as democracias liberais burguesas. Em particular, reivindicamos a
epopeia de todos os povos da antiga União Soviética na vitória sobre o
nazi-fascismo, que defendeu a liberdade e a cultura da humanidade contra a
barbárie nazista.
5.
Condenamos todas as formas de guerra e intervenções impostas pelas potências
imperialistas, que buscam desestabilizar e subjugar os povos do mundo.
6.
Nossa rejeição ao imperialismo como promotor estrutural do fascismo por meio da
constante semeadura do medo e do terror nas esferas econômica, política,
militar, tecnológica, cultural e social. Dessa forma, o imperialismo busca
garantir sua hegemonia, a exploração dos povos e a pilhagem dos recursos
naturais e estratégicos do planeta.
7.
A defesa da educação e a construção de um NOVO MUNDO, mais sensível e humano,
pluripolar e multicêntrico, é semeada e colhida com a educação como práxis de
transformação social, conectando assim a universidade com nossos povos.
8.
Estabelecer um think tank que aprofunde a pesquisa, o estudo e o treinamento
para decodificar as múltiplas mutações do fascismo e neutralizar suas várias
estratégias e táticas.
9.
Reunir um movimento de tecnólogos em computação e sistemas para nos permitir
desafiar os algoritmos e as redes de comunicação controlados pelos poderes
econômicos.
10.
A Internacional Antifascista está convencida de que devemos fazer uso de
estratégias de comunicação híbridas que incluam tecnologias emergentes, mas
também tradicionais, incluindo faixas, murais e panfletos. Devemos nos reunir
pessoalmente para discutir e gerar processos revolucionários, promovendo a
humanidade em todas as nossas comunidades.
11.
Assumimos o ecossistema novo e mutante das redes ideológicas digitais
(erroneamente chamadas de redes sociais) como um desafio epistêmico e, ao mesmo
tempo, prático. Embora seus conteúdos sejam mercadorias ideológicas a serviço
da reprodução metabólica social do sistema capitalista, também está claro que
elas podem facilitar a criação de redes para debater, pesquisar e atualizar
nossa política de defesa cognitiva. Dessa forma, precisamos promover um uso
crítico, ativo, eficaz e responsável das tecnologias emergentes, promovendo
iniciativas para combater a desinformação e a má comunicação que produzem as
atrocidades da guerra cognitiva e as campanhas de ódio contra nossos povos.
Nesse sentido, nos declaramos em luta permanente contra os centros hegemônicos
que promovem o fascismo a partir de plataformas tecnológicas e corporações
transnacionais de comunicação e redes digitais.
12.
Devemos retomar com grande força a defesa dos direitos humanos. Expressamos
nossa condenação a todas as formas de violação dos direitos humanos perpetradas
pelo imperialismo por meio do fascismo, do neofascismo, do neocolonialismo e de
outras formas de opressão que visam subjugar nações soberanas e minar a boa
vida de nossos povos.
13.
Implementar políticas e ações de solidariedade com a Palestina, Saarauí, Cuba,
Nicarágua e Venezuela, e contra ações unilaterais.
14.
Nossa unidade deve ser nacional, regional e global. A luta deve nos encontrar
organizados, lado a lado, em uma ampla diversidade que inclua as lutas dos
trabalhadores em países que enfrentam o fascismo e as políticas genocidas
neoliberais.
15.
A Internacional Antifascista, assim como a recente proposta do Festival da
Juventude a ser realizado nos dias 8, 9 e 10 de janeiro de 2025, não apenas
adere a ela, mas também convoca o Grande Festival dos Festivais dos Movimentos
pela Humanidade da Internacional Antifascista com a presença e a participação
de todos os capítulos setoriais e regionais, cujas conclusões serão
apresentadas na Grande Plenária da Internacional Antifascista como o mais alto
órgão de decisão política da Internacional.
16.
Estabelecer o Observatório Mundial contra o fascismo, o neofascismo, o
neocolonialismo e outras formas de opressão, um órgão internacional dedicado a
monitorar, investigar e denunciar as agressões imperialistas e fascistas,
apoiando os países que são vítimas dessas formas de violência e fortalecendo a
cooperação entre os diferentes parlamentos para defender a soberania dos povos.
17.
Criar a Secretaria Executiva do Movimento da Internacional Antifascista, com
sede em Caracas, como órgão encarregado de coordenar os aspectos
organizacionais, comunicacionais e ideológicos da organização, garantindo o
acompanhamento e a articulação efetiva da ação política.
18.
Convocar uma reunião de intelectuais e acadêmicos em janeiro para formalizar a
criação de um grupo de reflexão, denominado Fórum de Caracas, destinado à
reflexão estratégica e à geração de propostas para a luta antifascista.
19.
Criar uma rede de juristas vinculados à Internacional Antifascista, com o
objetivo de dar apoio jurídico às ações promovidas pela organização.
20)
Comprometemo-nos a fundar equipes de trabalho da Internacional Antifascista nos
76 países participantes desse encontro mundial, como uma plataforma orgânica
para garantir a vitória na batalha definitiva contra o fascismo, o neofascismo,
o sionismo e expressões similares.
A
base de nosso trabalho unificado deve ser a Declaração Antifascista de Caracas
para um Novo Mundo.
HUMANIDADE
OU FASCISMO!
https://www.telesurtv.net/instalan-en-caracas-el-comite-promotor-de-la-internacional-antifascista/
http://www.psuv.org.ve/portada/declaracion-antifascista-caracas-por-un-nuevo-mundo/
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