29 de nov. de 2024

ENCONTRO MUNDIAL DE PROMOÇÃO DA INTERNACIONAL ANTIFASCISTA - DECLARAÇÃO FINAL.

Foi  instalado nesta quarta-feira em Caracas o Comitê Internacional de Promoção Antifascista Por um Novo Mundo, ocasião em que rejeitou o fascismo e o denunciou como uma ideologia a serviço do imperialismo, utilizada para tentar ampliar a dominação dos povos e o roubo de seus recursos.                                                                                                             

  No evento, que contou com a participação de mais de mil delegados de mais de  70 países, o chanceler Yvan Gil enfatizou que essa internacional não é apenas antifascista, mas também anticolonialista, anti-imperialista e anticapitalista.  “O mundo está em uma de suas maiores encruzilhadas, a subsistência dos seres humanos em liberdade”, disse ele.

    Referindo-se à América Latina, disse que Javier Milei, presidente da Argentina, reivindica atitudes fascistas e as exibe com orgulho. De acordo com Gil, as ações do argentino são endossadas pela mídia fascista controlada pelas elites.  Essa mesma mídia, de acordo com Gil, glorifica o racismo, o machismo e a xenofobia, que também são expressões de fascismo e ódio.

A Venezuela, por sua vez, busca avançar na condenação e na garantia da mobilização social dos trabalhadores do mundo para combater o fascismo, o colonialismo e o imperialismo.

   O ministro das Relações Exteriores descreveu as agressões de Israel contra Gaza, perpetradas sob a tutela de potências mundiais como o G7, a União Europeia e os Estados Unidos, como um “genocídio nazista”. Gil também descreveu a Ucrânia como um regime que lembra o nazismo e considerou vergonhoso o fato de os Estados Unidos apoiarem essa nação.

    A internacional é a vanguarda da vanguarda contra o fascismo, disse o ministro das Relações Exteriores, apontando o caminho a seguir para um mundo melhor, livre do colonialismo e do ódio. “Será uma longa luta, mas será uma bela luta, porque é pela justiça, pela paz e pelos seres humanos”, concluiu Yvan Gil.

                               

  Estamos dando início a uma nova era! Seguindo as instruções do presidente Nicolás Maduro, criamos hoje o Comitê Internacional de Promoção Antifascista, que reúne delegados de várias nações. Juntos, lançaremos as bases para o lançamento da Frente Mundial Antifascista, uma iniciativa originária da Venezuela, comprometida com a luta pela humanidade. 


Declaração Antifascista de Caracas “Por um Novo Mundo”.

Hoje, 1100 delegados de 76 países celebram em Caracas o Encontro  Mundial da Equipe de Promoção da Internacional Antifascista, com o objetivo de lançar as bases sólidas que permitirão a criação de uma poderosa estrutura orgânica mundial que derrote e extinga definitivamente o fascismo, o neofascismo, o sionismo e expressões similares.

A Internacional Antifascista se inspira nos princípios do internacionalismo revolucionário para articular a luta de todos os povos do Sul Global para preservar a vida, salvar a espécie humana e o planeta do fascismo, do neofascismo, do sionismo e de expressõ es semelhantes. Consideramos que o ressurgimento dessas aberrações históricas é a maior ameaça que o mundo enfrenta hoje. Precisamos concordar com ações solidárias e vinculantes para criminalizar as práticas de incitação ao ódio, fanatismo extremista, xenofobia, misoginia, aporofobia, revanchismo, violência, morte e todas as formas de aniquilação das diferenças perseguidas pelo fascismo.

Expressamos nossa mais firme vontade e entusiasmo em criar novas formas de comunalidade, promovendo ações de resistência que nos permitirão formar um grande bloco histórico para transformar o destino em consciência. É por isso que estamos reunidos aqui hoje para batizar Caracas como o epicentro da luta global contra o fascismo. Para isso, nós, os povos livres e defensores de um novo mundo, constituímos uma Equipe de Promoção da Internacional Antifascista.

É por isso que hoje, 28 de novembro de 2024, de Caracas, Venezuela, terra de Simón Bolívar e Hugo Chávez, liderada corajosamente pelo presidente Nicolas Maduro, depois de um caminho intenso e frutífero que percorremos juntos, encerramos esta reunião apresentando ao mundo a Declaração Antifascista de Caracas. Uma declaração que pretende ir além da fase de diagnóstico do fascismo, do neofascismo e de expressões similares para combater ativa e coletivamente esse perigoso expansionismo. Nesse sentido, o plenário, formado por mil e duzentos delegados de 76 países, PROCLAMA:

 

1. Nosso compromisso com a democracia popular, participativa e protagonista dos povos, como eixo fundamental para a promoção da Paz Mundial, a resolução pacífica dos conflitos e a defesa da soberania dos povos.

2. Exigimos a cessação imediata de todas as formas de violência e crimes de agressão contra os povos vítimas do sionismo, incluindo a ocupação ilegal de seus territórios, as práticas neocolonialistas e a violação de seu direito à autodeterminação. Conclamamos todos os povos do mundo a agir para pôr fim a esse genocídio e apoiar as aspirações legítimas dos povos por soberania, liberdade e justiça. Portanto, pedimos o reconhecimento internacional total e imediato do Estado da Palestina e da soberania do Líbano.

3. Apoiamos uma solução pacífica para a guerra instigada pela máquina expansionista e belicista da OTAN na Ucrânia contra a Federação Russa. Pedimos a todas as forças humanistas e progressistas do mundo que unam todos os esforços para preservar a segurança estratégica de todas as nações e evitar uma conflagração nuclear.

4. O resgate das experiências históricas da luta de todos os povos do mundo contra o fascismo e as democracias liberais burguesas. Em particular, reivindicamos a epopeia de todos os povos da antiga União Soviética na vitória sobre o nazi-fascismo, que defendeu a liberdade e a cultura da humanidade contra a barbárie nazista.

5. Condenamos todas as formas de guerra e intervenções impostas pelas potências imperialistas, que buscam desestabilizar e subjugar os povos do mundo.

6. Nossa rejeição ao imperialismo como promotor estrutural do fascismo por meio da constante semeadura do medo e do terror nas esferas econômica, política, militar, tecnológica, cultural e social. Dessa forma, o imperialismo busca garantir sua hegemonia, a exploração dos povos e a pilhagem dos recursos naturais e estratégicos do planeta.

7. A defesa da educação e a construção de um NOVO MUNDO, mais sensível e humano, pluripolar e multicêntrico, é semeada e colhida com a educação como práxis de transformação social, conectando assim a universidade com nossos povos.

8. Estabelecer um think tank que aprofunde a pesquisa, o estudo e o treinamento para decodificar as múltiplas mutações do fascismo e neutralizar suas várias estratégias e táticas.

9. Reunir um movimento de tecnólogos em computação e sistemas para nos permitir desafiar os algoritmos e as redes de comunicação controlados pelos poderes econômicos.

10. A Internacional Antifascista está convencida de que devemos fazer uso de estratégias de comunicação híbridas que incluam tecnologias emergentes, mas também tradicionais, incluindo faixas, murais e panfletos. Devemos nos reunir pessoalmente para discutir e gerar processos revolucionários, promovendo a humanidade em todas as nossas comunidades.

11. Assumimos o ecossistema novo e mutante das redes ideológicas digitais (erroneamente chamadas de redes sociais) como um desafio epistêmico e, ao mesmo tempo, prático. Embora seus conteúdos sejam mercadorias ideológicas a serviço da reprodução metabólica social do sistema capitalista, também está claro que elas podem facilitar a criação de redes para debater, pesquisar e atualizar nossa política de defesa cognitiva. Dessa forma, precisamos promover um uso crítico, ativo, eficaz e responsável das tecnologias emergentes, promovendo iniciativas para combater a desinformação e a má comunicação que produzem as atrocidades da guerra cognitiva e as campanhas de ódio contra nossos povos. Nesse sentido, nos declaramos em luta permanente contra os centros hegemônicos que promovem o fascismo a partir de plataformas tecnológicas e corporações transnacionais de comunicação e redes digitais.

12. Devemos retomar com grande força a defesa dos direitos humanos. Expressamos nossa condenação a todas as formas de violação dos direitos humanos perpetradas pelo imperialismo por meio do fascismo, do neofascismo, do neocolonialismo e de outras formas de opressão que visam subjugar nações soberanas e minar a boa vida de nossos povos.

13. Implementar políticas e ações de solidariedade com a Palestina, Saarauí, Cuba, Nicarágua e Venezuela, e contra ações unilaterais.

14. Nossa unidade deve ser nacional, regional e global. A luta deve nos encontrar organizados, lado a lado, em uma ampla diversidade que inclua as lutas dos trabalhadores em países que enfrentam o fascismo e as políticas genocidas neoliberais.

15. A Internacional Antifascista, assim como a recente proposta do Festival da Juventude a ser realizado nos dias 8, 9 e 10 de janeiro de 2025, não apenas adere a ela, mas também convoca o Grande Festival dos Festivais dos Movimentos pela Humanidade da Internacional Antifascista com a presença e a participação de todos os capítulos setoriais e regionais, cujas conclusões serão apresentadas na Grande Plenária da Internacional Antifascista como o mais alto órgão de decisão política da Internacional.

16. Estabelecer o Observatório Mundial contra o fascismo, o neofascismo, o neocolonialismo e outras formas de opressão, um órgão internacional dedicado a monitorar, investigar e denunciar as agressões imperialistas e fascistas, apoiando os países que são vítimas dessas formas de violência e fortalecendo a cooperação entre os diferentes parlamentos para defender a soberania dos povos.

17. Criar a Secretaria Executiva do Movimento da Internacional Antifascista, com sede em Caracas, como órgão encarregado de coordenar os aspectos organizacionais, comunicacionais e ideológicos da organização, garantindo o acompanhamento e a articulação efetiva da ação política.

18. Convocar uma reunião de intelectuais e acadêmicos em janeiro para formalizar a criação de um grupo de reflexão, denominado Fórum de Caracas, destinado à reflexão estratégica e à geração de propostas para a luta antifascista.

19. Criar uma rede de juristas vinculados à Internacional Antifascista, com o objetivo de dar apoio jurídico às ações promovidas pela organização.

20) Comprometemo-nos a fundar equipes de trabalho da Internacional Antifascista nos 76 países participantes desse encontro mundial, como uma plataforma orgânica para garantir a vitória na batalha definitiva contra o fascismo, o neofascismo, o sionismo e expressões similares.

A base de nosso trabalho unificado deve ser a Declaração Antifascista de Caracas para um Novo Mundo.


HUMANIDADE OU FASCISMO!


https://www.telesurtv.net/instalan-en-caracas-el-comite-promotor-de-la-internacional-antifascista/

http://www.psuv.org.ve/portada/declaracion-antifascista-caracas-por-un-nuevo-mundo/

@comitecarioca21

     

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