11 de nov. de 2025

A VERDADEIRA NATUREZA DA COP30: "ECOLOGIA SEM LUTA DE CLASSES É JARDINAGEM" (CHICO MENDES) +vídeo

Caravana da Resposta parte de Sinop e conecta Cerrado e Amazônia contra o avanço da soja


Movimentos sociais e povos indígenas iniciam jornada de mais de 3 mil quilômetros rumo à COP30, denunciando os impactos do agronegócio e promovendo agroecologia 

 

De Sinop (MT), capital do agronegócio brasileiro, partiu nesta terça-feira (4) a Caravana da Resposta, uma mobilização que une movimentos sociais, povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e agricultores familiares em uma travessia terrestre e fluvial até Belém (PA), para a COP30. A mobilização percorre  o chamado “corredor da soja”, eixo logístico que liga o Cerrado mato-grossense à Amazônia, levando alimentos agroecológicos e denunciando o impacto dos portos, hidrovias, rodovias e do projeto da ferrovia Ferrogrão (EF-170).

Para Vivi Borari, comunicadora e ativista do Movimento Tapajós Vivo, do Baixo Tapajós (PA), a saída da Caravana de Sinop tem um peso simbólico profundo. “Estamos saindo do ponto onde a soja nasce para mostrar que o impacto não termina aqui. O que começa no Cerrado destrói rios e modos de vida até o Tapajós, onde as balsas carregam essa soja para a exportação”, afirma. Segundo Vivi, a Ferrogrão e o sistema de hidrovias previsto no Arco Norte “ameaçam unir a destruição de dois biomas — Cerrado e Amazônia — em nome de um único modelo de economia que exclui os povos e contamina os rios”.
 

Uma travessia que conecta lutas e territórios

Entre os que embarcam na Caravana em Sinop estão indígenas dos povos Myky, Kayabi, Kayapó, Huni Kuin e Panará. Montirenti Kayabi, da aldeia Sobradinho, no município de Feliz Natal (MT) na bacia do Xingu, é produtor de mel e leva consigo 130 litros de mel indígena Kayabi, que serão consumidos pela caravana e utilizados na Cozinha solidária da Cúpula dos Povos, durante a COP-30. “Nosso mel vem da floresta, mas milhões de abelhas morrem todos os anos com o veneno das plantações de soja e milho. A floresta que nos alimenta está sendo envenenada. Queremos mostrar que existe outro modelo de produção, com respeito à vida, às abelhas e ao território”, relata.

Quando a Caravana passou por Peixoto de Azevedo (MT), embarcaram lideranças do povo Kayapó, do Instituto Raoni, reforçando o elo entre as lutas do Xingu e do Tapajós. “A expansão da soja já ameaça nossas terras, mas com a Ferrogrão, vão abrir mais caminho para o desmatamento e trazer mais portos e mais veneno. Os governos falam em logística verde, mas não existe economia sustentável quando o preço é o fim das florestas”, destaca Ikrore Kayapó.

Em Guarantã do Norte (MT), se somaram representantes do povo Panará, cuja história de deslocamento forçado durante a abertura da rodovia BR-163 simboliza os efeitos da expansão do agronegócio na Amazônia. “Quando abriram a estrada, perdemos parte do nosso território e de nosso povo. Agora, querem passar a Ferrogrão pelo mesmo caminho, multiplicando os impactos e violência. É a repetição da mesma ferida. Estamos aqui para dizer que o progresso deles não é o nosso futuro”, afirma Peranko Panará, da Associação Iakiô.

Já em Novo Progresso (PA), outro município marcado por conflitos agrários e desmatamento, representantes do Instituto Kabu se uniram à travessia. “Somos os guardiões do Xingu e do Tapajós. A floresta que o mundo inteiro diz querer salvar é a mesma onde nossos parentes estão morrendo de fome e de contaminação por agrotóxicos. Nossa resposta é caminhar juntos, mostrar que estamos vivos e resistindo”, afirma Bepkyi Mekragnotire, liderança Kayapó do Kabu.

De acordo com levantamento do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), apenas entre 2010 e 2022, 68% dos recursos públicos destinados à infraestrutura de transportes na Amazônia foram aplicados em corredores de exportação — como a BR-163 e a rota Tapajós–Arco Norte. O resultado é a expansão acelerada da soja: 47% das exportações brasileiras já escoam pelos portos do Arco Norte, contra apenas 16% em 2010. “O que chamam de rota de grãos, é de injustiça social”, resume Vivi Borari.

 
Parada agroecológica e a força da comida sem veneno

Na manhã desta quarta (5), a Caravana fez uma parada em Trairão (PA) para um café da manhã coletivo preparado por agricultores locais. A Caravana recebeu alimentos agroecológicos produzidos pela Rede Agroecológica de Trairão, que alimentarão a Caravana no caminho até Belém. No local, agricultoras compartilharam as técnicas e estratégias para resistir à soja e produzir comida sem veneno.

“Enquanto o agronegócio envenena o solo, nós mostramos que é possível alimentar o povo com comida de verdade”, afirma Francislourdes Silva, integrante da rede agroecológica. “O que vai para Belém não é só alimento, é símbolo de resistência: o feijão, a farinha e o mel que vêm das mãos de quem planta sem destruir.”
 

Rumo à Belém

A Caravana da Resposta, mobilização que reúne mais de 300 indígenas e movimentos sociais para denunciar impactos da expansão da soja nos biomas Cerrado e Amazônia, segue para o próximo ponto: a reserva indígena Praia do Mangue, em Itaituba (PA), território Munduruku ameaçado pela exportação da soja. Isso porque a soja produzida desde Sinop (MT), desembarca nos portos próximos às aldeias — construídos em flagrante violação da OIT 169, que garante aos povos tradicionais o direito à consulta livre, prévia e informada.

Estudos do Terra de Direitos mostram que dos portos públicos e privados analisados por meio do site da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) e da Lei de Acesso à Informação (LAI), que dos 27 portos em operação em Santarém, Itaituba e Rurópolis, no oeste do Pará, apenas cinco possuem documentação completa do processo de licenciamento ambiental. Além disso, 16 possuem Licença de Operação sem apresentar Licença Prévia ou Licença de Instalação.

Os empreendimentos portuários nas margens do Rio Tapajós são projetados para o transporte de grãos do Centro-oeste do país. Além de impedir a pesca artesanal das populações tradicionais da região, resíduos de soja envenenada com agrotóxicos poluem os rios e matam os peixes, tornando-os cada vez mais raros. “Nossos rios estão morrendo. Nossos peixes estão se alimentando dessa soja cheia de veneno. Mas o rio é nosso! Não vamos deixar que a Ferrogrão e hidrovias o destrua”, finaliza Alessandra Korap, líder indígena do povo Munduruku.

Após Itaituba (PA), a Caravana da Resposta segue o trajeto até o Território Tupinambá, próximo de Santarém (PA). A previsão de chegada em Belém, para a COP30, Cúpula dos Povos e COP do Povo, é dia 12 de novembro, quando centenas de barcos se encontram na Baía do Guajará para uma grande barqueata.


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COP30 em Belém: soluções dentro do capitalismo não iludem mais o povo:

10 de nov. de 2025

CELAC : BRASIL E CUBA DEFENDEM AMÉRICA LATINA COMO ZONA DE PAZ.

                                       
Lula e Valdés Mesa rejeitaram, na cúpula de Santa Marta, a reativação da Doutrina Monroe e as intervenções estrangeiras no Caribe.

 "Somos de uma região de paz e queremos permanecer em paz." Com essa declaração contundente, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva traçou uma linha vermelha no domingo diante das crescentes ameaças de intervenção militar estrangeira na América Latina.

  Na cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a União Europeia, Lula denunciou que "a ameaça do uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano" na região. O presidente brasileiro não poupou palavras: alertou sobre a reciclagem de "velhas manobras retóricas para justificar intervenções ilegais", em clara alusão à política intervencionista histórica dos Estados Unidos.

  A voz do Brasil não foi a única. O vice-presidente cubano, Salvador Valdés Mesa, denunciou as tentativas de reviver a Doutrina Monroe e foi direto: "Devemos agir para deter a agressão e a infiltração militar". Cuba também expressou sua solidariedade à Colômbia, país que considera vítima de pressão externa, e condenou inequivocamente "o genocídio militar perpetrado por Israel em Gaza", que mergulhou o povo palestino em uma crise humanitária sem precedentes.

                                                                        

   


     Para Valdés Mesa, o progresso alcançado na parceria birregional "não é suficiente" e ele exigiu compromissos mais firmes em termos de cooperação e respeito pela soberania das nações.

   Lula argumentou que a democracia "é péssima quando o crime organizado corrompe as instituições, invade os espaços públicos e destrói famílias". Ele reconheceu que a segurança é tanto um dever do Estado quanto um direito humano fundamental, mas deixou claro que não existe uma "solução mágica". A resposta, segundo ele, está em cortar o financiamento do crime organizado e deter o tráfico de armas. E enfatizou algo essencial: "Nenhum país pode enfrentar esse desafio isoladamente". Daí seu apelo para fortalecer a cooperação regional por meio de ações coordenadas.

   Desde o final de agosto, os Estados Unidos enviaram destróieres, aeronaves de patrulha marítima e, mais recentemente, um porta-aviões para o Caribe. O Pentágono justifica essa operação como uma "missão de interdição marítima" contra redes internacionais de narcotráfico que — segundo Washington — operam a partir da Venezuela e de outras áreas costeiras da América do Sul.

   Mas a operação deixou dezenas de mortos e embarcações destruídas em águas caribenhas. Vários governos da região observam com preocupação a crescente presença militar estrangeira que ameaça a soberania regional

    O presidente colombiano Gustavo Petro, anfitrião da cúpula, propôs uma visão diferente para enfrentar as crises globais. Ele defendeu a construção de uma "democracia global" baseada no reconhecimento da diversidade: "A bandeira permanece a mesma: uma humanidade livre e uma democracia global que permita nossas diferenças de todos os tipos, que são nossa riqueza."

                                         


    Ele enfatizou que a democracia deve ser construída sobre o pluralismo e o respeito pelas diferenças históricas e culturais. "Uma humanidade unânime é uma humanidade morta", declarou, propondo que o diálogo entre a CELAC e a União Europeia se torne um modelo de entendimento entre civilizações.

   O que aconteceu em Santa Marta reflete um consenso cada vez mais sólido entre os países da América Latina. A região reafirma, mais uma vez, os princípios da não intervenção e da resolução pacífica de conflitos que têm sido sua marca histórica.

https://cubaenresumen.org/2025/11/09/celac-ue-brasil-y-cuba-defienden-a-america-latina-como-zona-de-paz/ 

@comitecarioca21


7 de nov. de 2025

NO SENADO DOS EUA FICOU EVIDENTE A SEDE DE BELICISMO DE TRUMP CONTRA A VENEZUELA.

                           07/11/2025

Yuleidys Hernández Toledo 

     Apesar dos argumentos apresentados, o órgão rejeitou uma resolução bipartidária que visava limitar o uso das forças armadas em operações militares contra a nação sul-americana.

     Senadores democratas e pelo menos dois republicanos — sim, do mesmo partido de Donald Trump — expuseram a beligerância do presidente dos Estados Unidos contra a Venezuela, destacando o extenso destacamento militar americano no Caribe, uma ação que denunciaram como uma busca por "mudança de regime" em vez de uma suposta luta contra o narcotráfico, como a administração imperialista levou as pessoas a acreditar.

    Apesar dos argumentos apresentados, o Senado dos EUA rejeitou, na quinta-feira, 6 de novembro, uma resolução bipartidária que visava limitar o uso das forças armadas em operações militares contra a nação sul-americana sem autorização prévia do Congresso.

     A medida, que visava interromper a guerra contra a Venezuela, foi apresentada pelos senadores democratas Tim Kaine e Adam Schiff, e posteriormente apoiada pelo republicano Rand Paul. Ela ficou a apenas dois votos de ser aprovada, com 49 votos a favor e 51 contra.

    Após a votação, Schiff publicou em sua conta no Twitter, afirmando que ele e os senadores democratas Tim Kaine, Rand Paul e Schiff "forçaram uma votação para bloquear uma guerra não autorizada com a Venezuela. Embora o objetivo não tenha sido alcançado, a votação foi bipartidária e um passo importante. Mas quanto mais o Congresso se recusar a agir, maior será o risco de entrarmos em uma guerra em grande escala. "


Fortes denúncias no Senado

    Durante o debate sobre o instrumento legal, o senador Adam Schiff explicou que "esta resolução foi especificamente concebida para impedir uma coisa: guerra com a Venezuela. O governo não solicitou autorização do Congresso para tal guerra, mas parece estar preparando o terreno de qualquer maneira. Se considerarem a guerra necessária, que compareçam perante o Congresso para justificá-la ". A citação pode ser lida no próprio site do funcionário estadunidense:

       (https://x.com/SenAdamSchiff/status/1986519141046538526)

 

  Embora o democrata tenha deixado claro que condena o governo constitucional da Venezuela, liderado pelo presidente Nicolás Maduro, a quem chamou de "ditador" e até de "assassino", ele afirmou que "(...) Não acredito que o povo americano queira ir à guerra para derrubar seu regime, na esperança de que algo melhor aconteça. Se o governo pensa diferente, que compareça perante o Congresso e apresente seus argumentos. Que compareça perante o povo estadunidense e apresente seus argumentos. Que peça autorização para usar a força e derrubar Maduro. Mas não vamos abdicar de nossa responsabilidade. Vamos votar para dizer não à guerra sem a nossa aprovação.  "

   Ele lembrou que a medida legal apresentada em 16 de outubro se enquadra na Resolução sobre Poderes de Guerra de 1973. Essa lei buscava limitar a capacidade do presidente de mobilizar forças americanas no exterior, exigindo que o Poder Executivo consultasse e informasse o Congresso antes de envolver forças estadunidenses em hostilidades estrangeiras.

 

Questionando o extenso destacamento militar no Caribe

Adam Schiff também denunciou o poderoso destacamento militar dos EUA no Caribe, que, segundo ele, representa a intenção do governo americano de promover uma guerra contra a Venezuela.

     Segundo o estadunidense, "hoje, no Caribe ou a caminho da região, estão presentes os seguintes recursos militares: três destróieres da classe Arleigh Burke: o USS Gravely, o Jason Dunham e o Sampson;   o USS Lake Erie, um cruzador de mísseis guiados da classe Ticonderoga; o USS Newport News, um submarino de ataque nuclear com torpedos e mísseis Tomahawk; o USS Iwo Jima, um navio de assalto anfíbio equipado com um convés de voo para aeronaves F-35 e Osprey e helicópteros de ataque; o MV Ocean Trader, uma base flutuante projetada para operações especiais; drones Reaper, aeronaves Harriet e caças de quinta geração — aeronaves incrivelmente letais", descreveu ele.

   Ele acrescentou: “Mas isso não é tudo. O maior porta-aviões já construído, o USS Gerald R. Ford, está atualmente a caminho do Mediterrâneo. Isso significa que veremos mais de duas dúzias de Super Hornets e mais duas dúzias de F-35. Este navio de guerra será acompanhado por três destróieres, colocando pelo menos dez dos melhores navios de guerra da Marinha dos EUA ao alcance de Caracas. ”

    “No total, haverá mais de 400 mísseis e outros sistemas de lançamento vertical à porta de Nicolás Maduro. Cento e quinze Tomahawks, e outros 70 chegarão com o Ford. Será que devemos acreditar que se trata apenas de atacar lanchas rápidas? Se for esse o caso, por que haverá 10.000 militares americanos na área? Por que enviar três B-52 dos Estados Unidos para a região? Por que bombardeiros supersônicos B-1 sobrevoaram a costa da Venezuela nas últimas semanas para as chamadas ‘Demonstrações de Ataque de Bombardeiros’? Essa não é a minha definição da missão. Foi assim que o Pentágono a chamou. Demonstrações de ataque de bombardeiros — para quê? Para explodir barcos de pesca? ”, acrescentou, conforme citado no site mencionado anteriormente.

    Após denunciar o extenso destacamento militar, ele indicou que isso apenas   demonstra que seu país busca uma mudança de governo na Venezuela.

    “Todos precisamos entender que isso se tornou muito maior e muito mais perigoso. E talvez esse fosse o objetivo: concentrar a atenção no narcotráfico, para que não nos alarmemos com o que pode estar prestes a acontecer na Venezuela: o uso da força para alcançar uma mudança de regime ”, enfatizou.

 

Os EUA estão obcecados com a mudança de regime.

    O senador republicano Rand Paul admitiu que seu país é obcecado por mudanças de regime e que sempre usa as mesmas justificativas para levar adiante suas operações belicistas.

     “Como diz o ditado, a definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente, esperando um resultado diferente. Isso se parece muito com Washington e sua obsessão perpétua por mudanças de regime ao redor do mundo: Iraque, Líbia, Síria e agora Venezuela. O resultado é sempre caos, cartéis, terrorismo e guerras intermináveis ”, afirmou ele durante seu discurso no debate, que o próprio senador compartilhou em sua conta na rede social X.

     Segundo o senador, o presidente constitucional, Nicolás Maduro, “é um ditador”; no entanto, acrescentou: “Mas existem muitos ditadores no mundo, e isso não significa que devamos enviar americanos para lutar contra todos eles. Uma guerra na Venezuela poderia fortalecer os próprios cartéis que estamos tentando derrotar e desencadearia uma migração em massa em nosso próprio país. E, mais importante, a Constituição é clara: somente o Congresso pode autorizar uma guerra. ”

          (https://x.com/SenRandPaul/status/1986561121361252381)

     Apenas dois republicanos aderiram à iniciativa dos democratas: Rand Paul e Lisa Murkowski.

      No início do mês, um grupo de senadores democratas, incluindo Tim Kaine e Adam Schiff, apresentou uma moção buscando encerrar as ações do governo Trump de realizar ataques no Caribe sem autorização do Congresso. Essa iniciativa também não foi aprovada, como Schiff observou na quinta-feira.

                       

https://diariovea.com.ve/en-senado-de-eeuu-evidenciaron-sed-guerrerista-de-trump-contra-venezuela.

Trad/Ed: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 


1 de nov. de 2025

Johana Tablada: Os Estados Unidos não fizeram nenhuma oferta concreta de ajuda a Cuba

                                 

      A vice-diretora-geral para os Estados Unidos no Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Johana Tablada, afirmou nesta sexta-feira que até o momento “os Estados Unidos não fizeram nenhuma oferta concreta, nem responderam às perguntas levantadas sobre o anúncio feito pelo secretário de Estado”.

     Em declarações à imprensa no Ministério das Relações Exteriores, o funcionário enfatizou que “em nenhum caso o governo cubano impôs condições extraordinárias” para o recebimento de ajuda internacional e lembrou que, nos últimos anos, diante de situações de desastre, o governo dos EUA fez ofertas “respeitosamente a Cuba e aos cubanos, que se concretizaram”.

    Tablada também especificou que existem mecanismos para canalizar doações de organizações e cidadãos dos EUA para as vítimas, suas famílias ou grupos específicos . Esses canais estão funcionando", assegurou, embora tenha reconhecido que aqueles que desejam ajudar enfrentam "restrições impostas pelo governo dos EUA".

    As declarações surgem no contexto de recentes anúncios oficiais sobre possíveis gestos de cooperação, cujos detalhes ainda não foram confirmados pelos Estados Unidos.

    A seguir, o Cubadebate reproduz as declarações à imprensa de Johana Tablada, Diretora-Geral Adjunta da Direção-Geral dos Estados Unidos:

    Ontem, nossa Embaixada em Washington contatou o Departamento de Estado a respeito da declaração publicada por eles. Posso confirmar que, até o momento, os Estados Unidos não fizeram nenhuma oferta concreta nem responderam às perguntas levantadas sobre o anúncio feito pelo Secretário de Estado. Outros países e agências das Nações Unidas fizeram ofertas, e estas já foram implementadas ou estão em processo de implementação.

    Em nenhuma circunstância o governo cubano impôs condições extraordinárias. Nos últimos anos, diante de desastres, os Estados Unidos ofereceram assistência respeitosa a Cuba e ao povo cubano, e essas ofertas foram cumpridas. Quanto a indivíduos e organizações nos Estados Unidos dispostos e interessados ​​em oferecer ajuda, em geral, aos afetados ou suas famílias, ou a indivíduos e grupos específicos, existem diversas maneiras de fazê-lo, e esses canais estão funcionando.

Naturalmente, eles têm que superar as restrições impostas pelo governo dos Estados Unidos.

                             


(Transcrição de Cubaminrex)

http://www.cubadebate.cu/noticias/2025/10/31/johana-tablada-estados-unidos-no-ha-concretado-ningun-ofrecimiento-de-ayuda-a-cuba-video/

Trad: @comitecarioca21

              


30 de out. de 2025

O TRIUNFO CUBANO ANTE UM IMPÉRIO AGRESSIVO

                         
Hedelberto López Blanch

    O fato de um império altamente agressivo ter ameaçado inúmeros países com severas sanções econômicas e financeiras caso não obedecessem às suas ordens, e de 165 nações terem ignorado essa pressão e votado na Assembleia Geral da ONU a favor da resolução cubana para pôr fim ao bloqueio imposto pelos Estados Unidos, representou uma retumbante vitória moral para o governo cubano e, ao mesmo tempo, uma vergonhosa derrota para o regime do presidente americano condenado, Donald Trump.

   Washington foi derrotada e humilhada 33 vezes desde 1992 na Assembleia Geral da ONU, que votou a favor da Resolução sobre a Necessidade de Acabar com o Bloqueio Econômico, Comercial e Financeiro imposto pelos Estados Unidos contra Cuba, atualizada anualmente.

  Nessa ocasião, as pressões imperiais foram abertas e descaradas, como denunciou o Ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez Parrilla. A campanha visava não apenas distorcer a imagem de Cuba, mas também gerar pressão sobre terceiros países em relação à sua posição sobre o bloqueio, e seu objetivo era criar um clima de desinformação e confusão, provocar desmoralização, bem como gerar um sentimento de insegurança ou medo nos Estados-membros das Nações Unidas.

   Rodríguez Parrilla revelou que o Secretário de Estado Marco Rubio enviou cartas agressivas, intimidatórias e enganosas a vários países com o objetivo de forçá-los a mudar sua posição tradicional e histórica em apoio à Resolução contra o bloqueio.

   Nessa ocasião, sete países votaram contra a Resolução, e seis cederam às ameaças dos EUA, alguns por lealdade e outros por medo. Esses países, além dos Estados Unidos, foram Argentina, Hungria, Israel, Macedônia do Norte, Paraguai e Ucrânia.

   O terror e a incerteza quanto a possíveis "sanções" também intimidaram outros 12 países que se abstiveram na votação: Albânia, Bósnia-Herzegovina, Costa Rica, República Tcheca, Equador, Estônia, Letônia, Lituânia, Marrocos, Polônia, Moldávia e Romênia.

   Esta foi mais uma oportunidade perdida, usada pelos Estados Unidos para tentar minimizar o impacto devastador do bloqueio, chegando a culpar o modelo de desenvolvimento cubano e suas autoridades por meio de manipulação e operações de desinformação, principalmente nas redes sociais.

   Mas a vergonha, a dignidade e a coragem do povo e do governo cubano foram exaltadas perante a comunidade internacional quando o império sofreu mais 165 derrotas de países dignos que deram seu apoio irreversível à ilha caribenha.

    Cuba triunfou mais uma vez sobre as poderosas forças do império e, no âmbito das Nações Unidas, hasteou as bandeiras da liberdade, da soberania e da independência que defende desde janeiro de 1959. Cuba triunfou e continuará avançando.

https://cubaenresumen.org/2025/10/29/el-triunfo-cubano-ante-un-imperio-agresivo/

Trad: @comitecarioca21 

                                          

28 de out. de 2025

Apoiar Cuba contra o Bloqueio é salvar a Humanidade

                                 

Declaração do Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos.

Nos dias 28 e 29 de outubro, Cuba apresentará pela trigésima terceira vez a resolução "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba".  Desde 1991, Cuba denuncia perante a Assembleia Geral da ONU o bloqueio arbitrário, ilegal, extraterritorial e imoral, principal obstáculo ao seu desenvolvimento e uma violação dos direitos humanos de toda a população cubana.

Em mais de seis décadas de aplicação sistemática, os danos humanos são imensuráveis ​​e constituem o mais longo genocídio da história.

Temendo a apresentação da resolução cubana, o Secretário de Estado da potência que bloqueia a ilha rebelde emitiu cartas constrangedoras, que desrespeitam a inteligência e os padrões mínimos de diplomacia entre os Estados. Dirigida a líderes e chanceleres da América Latina, do Caribe e de países europeus, a carta não apenas nega os danos atrozes causados ​​pelo bloqueio, como também os intimida e chantageia para minar o apoio unânime da comunidade internacional a Cuba.

Nem mesmo diante de desastres como furacões ou a pandemia de COVID-19 o bloqueio dos EUA foi levantado por um único dia. Cuba foi negada de tudo, desde aspirina até a compra de ventiladores.  

A Cuba soberana e socialista, a Cuba solidária que salva vidas em todo o mundo, a formadora de médicos internacionalistas, a que formou mais de 30.000 médicos da América Latina, do Caribe, dos Estados Unidos e da África gratuitamente pela Escola Latino-Americana de Medicina, a que ensinou milhões de analfabetos em toda a Nossa América a ler e escrever, a que compartilha o que tem, não o que lhe sobra, com aqueles que mais precisam.

Essa Cuba heroica e bela, sempre caluniada pela mídia hegemônica, atacada até para privá-la de turistas. O país, que não tem acesso a bens de consumo, alimentos, medicamentos, combustíveis e crédito internacional, prepara-se mais uma vez, com o seu Governo Revolucionário na linha de frente, para salvar o que lhe é mais precioso: a vida do seu heroico povo, face ao furacão Melissa, que já atingiu a categoria 5 e se aproxima da parte oriental do país com ventos sustentados superiores a 260 quilómetros por hora. Este furacão atingirá as províncias de Guantánamo, Granma e Santiago de Cuba, e o seu impacto será sentido em todo o país.

Do Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos, apelamos por uma solidariedade renovada com Cuba, denunciando o bloqueio como genocídio e apoiando a resolução para acabar com o bloqueio.

No seu centenário, façamos nossas as palavras que Fidel proferiu em 1992, em Madri, na Segunda Cúpula Ibero-Americana, evocando José Martí: "Cuba não anda pelo mundo como mendiga: anda como irmã, e age com a autoridade de tal. Salvando-se, salva. Nossa América não lhe falhará, porque não falha com a América."

 

Apoiar Cuba contra o Bloqueio é salvar a Humanidade.

Abaixo o Bloqueio!!

Bloqueio Nunca Mais!!

Cuba Vencerá!!

 

Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos

27 de outubro de 2026

 

Foto da capa: Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba, avaliando a situação climática antes do furacão Melissa. Foto: Estúdios Revolução.    


 

"O que está acontecendo em Cuba vem desde 2018, quando John Bolton anunciou que acabaria com o romantismo da Revolução Cubana e o mito de sua saúde pública": Johana Tablada

                              

Estamos no IX Encontro Continental de Solidariedade com Cuba, na Cidade do México. Há um grande clima de solidariedade e entusiasmo por Cuba e, em geral, de apoio em todos os sentidos ao povo cubano nestes tempos difíceis e complicados.

 

 


CubaInformacion : Vamos falar sobre o bloqueio e as medidas coercitivas unilaterais dos Estados Unidos contra Cuba com Johana Tablada, uma verdadeira especialista no assunto. Ela é vice-diretora da Direção-Geral dos Estados Unidos no Ministério das Relações Exteriores da República de Cuba. Já a entrevistamos em diversas ocasiões, uma delas recentemente, mas acredito que algumas novidades surgiram nesta guerra econômica, política e de comunicações dos Estados Unidos nos últimos meses.

 Bem, antes de mais nada, bem-vindos.

 

Joana Tablada: Muito obrigada, Manzaneda, obrigado ao Cubainformación. Sou fã da sua publicação.

CubaInformacion: Bem, Johana, como você explica esse clima de solidariedade neste Encontro? Você deu a palestra de abertura? Por quê?

 

Joana Tablada:É preciso ouvir as pessoas quando elas falam. Estamos verdadeiramente comovidos, porque sabemos que a situação é difícil hoje, não apenas em Cuba. Sabemos do sacrifício feito por nossos camaradas, colegas e amigos que vêm de diferentes partes do nosso continente para um evento deste tipo. Isso implica economia pessoal, um gasto, uma prioridade dada a Cuba, que nunca deixa de nos surpreender, digo-lhes honestamente.

Mas também é verdade que nosso país tem sido um país muito solidário. Hoje, enquanto eu estava lá agradecendo, me disseram: "Escute, a lista de coisas que Cuba fez..." Ou seja, nós, cubanos, milhões deles, também fizemos muito na defesa de causas justas em todo o mundo, em nossa intransigência diante de abusos, como está acontecendo hoje, por exemplo, na questão da Palestina, que é uma questão na qual Cuba não se juntou agora, entre as últimas, mas, sem olhar para onde estava o benefício, sempre olhou para onde estava a justiça, onde estava o dever.

Acho que é por isso. Primeiro, pelo exemplo da Revolução Cubana, pela força política, econômica e social do nosso projeto, nas condições em que se desenvolveu, se manteve e continua lutando para se defender da agressão mais brutal já perpetrada: o sistema de medidas coercitivas mais severo do mundo, e os bandidos e políticos corruptos que hoje detêm as rédeas da política anticubana, a política contra Cuba.

E acho que isso também implica solidariedade. Ou seja, irmãs e irmãos que conhecem Cuba profundamente, que a conhecem bem, que viram Cuba se comportar com eles, com o mundo, com o nosso próprio povo ao longo dos anos de uma certa maneira, e hoje veem o abuso e decidem participar da defesa de Cuba, dos cubanos, dos direitos do povo cubano de uma forma, como eu dizia, comovente, mas é o caminho do mundo que muitas pessoas, mesmo que sejamos de países diferentes, têm em comum: queremos um mundo melhor.

E esse mundo melhor não é só para Cuba, ou Espanha, ou Chile, ou Venezuela, não. Um mundo melhor se constrói com homens e mulheres que agem todos os dias de acordo com essas convicções, e isso, acredito, é o que, em última análise, nos une. Essa defesa contra os abusadores. Em outras palavras, devemos defender Cuba porque, em Cuba hoje, não está em jogo apenas o destino de uma nação e de seu povo heroico, mas também a possibilidade de que outros países ousem fazer o que Cuba ousou fazer.

                                                        


CubaInformacion: Johana, como você explicaria, da maneira mais simples possível, a relação entre os apagões que estão ocorrendo atualmente em Cuba — e a falta de outros recursos — e uma guerra econômica?

 

Joana Tablada :Veja, quase tudo o que está acontecendo conosco hoje era previsível para aqueles que sabiam e estavam atentos às medidas e anúncios feitos por John Bolton em 2018, quando ele disse: "Vamos acabar com o romantismo da Revolução, vamos acabar com essas viagens a Cuba, vamos acabar com esse mito que é a saúde pública de Cuba". E então há muita coerência entre essa abordagem, entre as medidas adicionais à guerra econômica que o bloqueio já representava, tanto por meio de decretos legislativos quanto de regulamentos executivos, e o que está acontecendo conosco hoje.

Entre as cinco medidas mais notáveis, das duzentas que mencionamos com frequência, que o governo Trump tomou durante seu primeiro mandato, a que se destaca por sua crueldade e natureza sinistra foi a decisão de prosseguir com a importação de combustível para um país que é uma ilha, sem estrada para a circulação de um trem que transporta petróleo. Houve a perseguição a navios, a perseguição a empresas de marketing, a perseguição a empresas que nos vendem peças de reposição.

Outro dia, vimos o diretor de uma das maiores empresas de eletricidade de Cuba, a usina termelétrica de Matanzas, explicando como, em 2015, uma empresa americana (General Electric) comprou a participação que a francesa Alstom tinha no investimento da usina termelétrica, e o investimento passou para as mãos deles. E então eles simplesmente pararam e não cumpriram a palavra, os compromissos que, mesmo na transação comercial com a empresa francesa, eram obrigados a cumprir com o compromisso que a Alstom tinha com Cuba, e eles não os cumpriram. E isso também explica o aumento do custo de todos os reparos e a dificuldade de acesso a peças de reposição.

Posso até dizer que, em alguns momentos — ainda sob o bloqueio, mas com algum alívio, por aquela pequena janela de esperança que se abriu após as decisões do presidente Raúl Castro e do presidente Barack Obama — até compramos motores da General Electric para esse tipo de coisa, que o governo que veio depois ignorou, assim como o governo Trump e o governo Marco Rubio ignoraram a decisão de Joe Biden de remover Cuba de sua "Lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo" agora mesmo, em janeiro. É um governo que não cumpre sua palavra em nada, em nada.

                                    


Portanto, há uma ligação muito direta entre a existência de apagões e todas as medidas, porque, além disso, as medidas que visam impedir o país de exportar, impedir o acesso a divisas, e as medidas contra os serviços médicos também têm impacto nos apagões. Ou contra os acordos de cooperação Sul-Sul de Cuba, onde parte desses acordos gera renda para o país. Aquela busca cirúrgica que eles realizaram para ver onde poderiam ter impacto.

E bem, as medidas contra o turismo não se tratavam de alguém que se cansou de vir ver o povo cubano, a cultura cubana, ou as praias, ou nossa bela e única paisagem, nossa reserva da biosfera e toda a fauna nativa de lá. Tratava-se de perseguir os países que tinham permissão para viajar para os Estados Unidos com vistos remotos (ESTA), perseguia os navios de cruzeiro e os proibia de entrar, perseguia as companhias aéreas, assim como agora estão enfrentando viajantes com medidas intimidatórias nos próprios Estados Unidos quando viajam para Cuba.

Portanto, tudo isso significa que o país não consegue arcar com os gastos necessários para reparos parciais ou maiores no sistema elétrico de um país que, além disso, alcançou a eletrificação completa a preços subsidiados. Porque muitos nos dizem: "Cuba está gastando mais em hotéis do que em uma usina termelétrica". Mas o problema é que também se tornou mais atraente para investidores estrangeiros investir em algo onde pudessem recuperar seu dinheiro facilmente.

Mas posso dizer que é mentira que continuamos construindo hotéis. Praticamente desde 2018, os novos hotéis concluídos foram aqueles associados a empréstimos de investidores estrangeiros, após o boom de 2018, ano em que mais pessoas vieram para Cuba, inclusive dos Estados Unidos, quando não havia quartos em Havana.

Mas quem entraria num negócio termelétrico cubano sabendo que a eletricidade em Cuba é subsidiada? Assim como em Cuba, as pessoas não são despejadas de suas casas. O que elas têm que pagar (pelo consumo de eletricidade) é muito pouco comparado ao que se paga em outros países por esse serviço.

E é verdade que a inflação também está subindo, e é verdade que os salários reais caíram. Tudo isso é verdade. Mas que os Estados Unidos desempenharam um papel de liderança no enfraquecimento da vitalidade da economia e na ameaça aos meios de subsistência e ao bem-estar dos cubanos — intencionalmente, com o propósito de desestabilizar e dominar — é uma verdade difícil de contestar, porque não há evidências em contrário.

                                                       


CubaInformacion: Dentro dessa política de medidas cirúrgicas, algumas organizações — digamos, "do setor civil" — também estão envolvidas, como alianças do governo dos Estados Unidos? Uma delas é a Prisoners Defenders, que atacou missões médicas e, sobretudo, tentou destruir a renda auferida pelo Ministério da Saúde Pública cubano. Mas recentemente apresentou um novo relatório que visa o mesmo objetivo: destruir a renda proveniente da venda de charutos de Havana e carvão de marabu, supostamente fabricados, em pequena parte, segundo eles, pela população carcerária. Qual o papel dessas organizações na implementação do bloqueio, não apenas na sua legitimação, mas na sua própria aplicação?

 

Joana Tablada: Eles desempenham um papel muito importante. Fazem parte daquele círculo perfeito, ou tempestade perfeita, que é criado para que uma mentira possa ser apresentada como verdade. Se o governo (dos EUA) pergunta como afetar os negócios de Cuba, é preciso fabricar — às vezes eles nem sequer fabricam a desculpa, mas geralmente tentam fabricar — uma desculpa, uma mentira. E eles têm muito dinheiro para encontrar, em setores da chamada sociedade civil, pessoas e entidades — muitas vezes criadas com seu financiamento — para então atuarem como contra-argumento e parecerem uma fonte independente. E o mínimo que são... independentes.

Às vezes é difícil descobrir de onde vêm os fundos, porque, por definição, desde que o National Endowment for Democracy (o famoso NED dos Estados Unidos) foi criado, um mecanismo de lavagem de dinheiro foi estabelecido por lei. Ou seja, não é que eles escapem do que está estabelecido. Não, o que está estabelecido é que eles agem como uma cascata: o governo os repassa ao NED, e então vem a primeira reforma — a palavra "fundação" soa civilizada, embora não fosse; vem do Congresso. Então, o NED os repassa a uma organização sem fins lucrativos, uma organização que se preocupa com "causas justas e direitos humanos". E essa organização acaba repassando-os, como também é o caso do Archivo Cuba, que também fez um ótimo e sujo trabalho ao se apresentar como uma fonte independente, para aqueles que fabricam e compram depoimentos que apoiam as acusações fraudulentas e mentiras dos Estados Unidos sobre a verdadeira natureza da nobre e admirável cooperação médica de Cuba.

Então, sim, eles desempenham um papel fundamental, essa é a resposta à sua pergunta. Eles fazem parte do negócio, porque esse também é um grande negócio. É uma piñata* onde o dinheiro federal é distribuído sem nenhum esforço, e na qual, por sua vez, eles se validam, por assim dizer, aos olhos do público. São eles que então se dão os prêmios, não são? E o mesmo acontece com outras questões: as supostas ameaças de Cuba à segurança nacional dos EUA, a suposta intervenção de Cuba na América do Sul... Há muitos episódios aí. Eles vivem disso; é um modo de vida.

                               

Johana Tablada e o presidente do Icap Fernando González Llort no Encontro no México 

 

https://www.cubainformacion.tv/especiales/20251027/118655/118655-lo-que-ocurre-en-cuba-se-veia-venir-desde-que-en-2018-john-bolton-anuncio-que-acabaria-con-el-romanticismo-de-la-revolucion-cubana-y-el-mito-de-su-salud-publica-johana-tablada

 Ed/Trad: @comitecarioca21

NT: *recipiente de papel machê ou barro, decorado e recheado com doces ou brinquedos, que é suspenso e quebrado com um bastão, geralmente com os olhos vendados, como parte de uma festa.

 

23 de out. de 2025

#TumbaElBloqueo



A partir de terça feira (28) o governo cubano vai apresentar na Assembleia Nacional das Nações Unidas a Resolução que exige o fim do bloqueio econômico, financeiro e comercial que os EUA impõem a Cuba há mais de seis décadas. A votação dos países deve acontecer na quinta-feira dia 30.

O panfleto explicativo (muito bem avaliado) que usamos para divulgar parte dos prejuízos causados à Ilha segue aqui pronto para enviar à gráfica para quem tiver interesse em esclarecer os graves problemas enfrentados pelo povo cubano.

                                                    

           


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22 de out. de 2025

A TENTATIVA VEXAMINOSA DE ALTERAR UMA VOTAÇÃO.

                          

  Por Carmen Diniz

Na próxima semana Cuba apresentará na Assembleia Geral das Nações Unidas a Resolução que exige o  fim do bloqueio criminoso que os governos estadunidenses impõem à Ilha há mais de seis décadas.

Por este motivo, o governo estadunidense tenta, com notícias falsas, negar o que seu país comete contra Cuba. 

É o que está acontecendo no momento.

Não vai adiantar. Os demais países sabem a verdade e a votação, no dia 30 de outubro,  mais uma vez, será avassaladora em defesa de Cuba.


A tentativa dos EUA para  mudar os votos favoráveis a Cuba :

O "embargo" não é a causa, o regime sim"
CONTRA-ATACAR A RESOLUÇÃO LIDERADA POR CUBA NA ASSEMBLEIA GERAL DA ONU

Aqui estão os verdadeiros fatos:

O Departamento de Estado gosta de mentir ou manipular meias verdades com evidentes propósitos políticos. Cuba pode importar alimentos e medicamentos dos EUA, mas não LIVREMENTE, como se esforçam em afirmar.

Uma legislação promovida pela sociedade civil norte-americana, especialmente pelos produtores agrícolas norte-americanos, buscava levantar as restrições do bloqueio para a venda de alimentos e outros produtos agrícolas a Cuba. Infelizmente, legisladores anticubanos conseguiram impor emendas que distorceram completamente a intenção inicial, incluindo:

1. Necessidade de obter uma licença do governo dos EUA para cada operação comercial.

2. Vendas unilaterais (Cuba não pode vender produtos agrícolas aos EUA)

3. Sem créditos de qualquer tipo (governamentais, privados, pela empresa vendedora ou por bancos de países terceiros)

4. Obrigatoriedade de pagar adiantado e em dinheiro antes de receber os produtos

5. Transporte apenas por navios estadunidenses e com licença para tal (lembrar a proibição de entrada de navios em portos dos EUA após atracarem em portos cubanos)

A venda de medicamentos é igualmente altamente regulamentada:

1. É necessária uma licença específica para cada proposta de venda

2. Processo de consulta extenso e complicado. Pelo menos 5 agências estadunidenses envolvidas (claro desincentivo para os vendedores)

3. Formulários a serem apresentados pelas empresas extensos e inquisitórios

4. Não venda de matérias-primas

5. Não venda a centros biotecnológicos 

6. Verificação in loco das instalações e equipamentos e apresentação de relatórios às autoridades estadunidenses.

A propósito, durante a epidemia de COVID, nunca foi autorizada a venda de oxigênio e respiradores a Cuba. Não foi permitida a importação de insumos para a produção de vacinas cubanas, nem que as farmacêuticas estadunidenses fornecessem vacinas a Cuba.

A pergunta seria: Cuba pode comprar alimentos e medicamentos nos EUA? Sim. Pode fazê-lo livremente? Não, e com muitos obstáculos, que tornam isso quase impossível.

Cuba tem utilizado o mercado estadunidense, apesar das suas sérias limitações, para adquirir produtos a melhores preços, a partir de subsídios estatais e por urgências no abastecimento da população, mas não se trata de comércio à maneira e costume internacional, nem em condições normais para qualquer país.

São múltiplos os exemplos de recusas de empresas farmacêuticas a pedidos cubanos para a aquisição de medicamentos e equipamentos.

Definitivamente, o BLOQUEIO é uma política desumana. Que esses apologistas não tentem esconder o sol com um dedo e mentir descaradamente para fugir às suas responsabilidades.

Nota: A esmagadora maioria da comunidade internacional não pode estar errada.

(DO FB DE Gustavo Machin

                         A VOTAÇÃO DE 2024 :                

            BRUNO PARRILA EM SEU PRONUNCIAMENTO :

 Bruno Rodríguez Parrilla, ministro do #MINREX, denuncia #ahora uma campanha de desacreditação realizada pelo governo dos Estados Unidos contra o relatório sobre o impacto do bloqueio na ilha. 

A campanha é desenvolvida por meio de um documento distribuído pelos Estados Unidos em várias capitais com o objetivo de intimidar e fazer com que as votações contra o bloqueio à ilha sejam um fracasso.                                

Entre os objetivos da campanha estão:

✍️Evitar que a comunidade internacional se concentre nos efeitos que o povo cubano sofre atualmente. 

✍️Tentar desviar a atenção do crime que está  sendo cometido e que hoje provoca violações, dificuldades e carências no nosso povo.

✍️Tentar evitar que o povo continue a denunciar que por trás dos apagões está a perseguição ao petróleo para o nosso país. 

✍️Perseguição contra as companhias marítimas que fazem negócios com Cuba.

✍️Tentam evitar que a comunidade internacional se pronuncie novamente sobre as consequências e os danos extraordinários que o governo dos Estados Unidos está  causando ao nosso povo.  

✍️Incentivam os governos de outras nações a rejeitar a resolução. 

✍️Acusam Cuba de ser uma ameaça para os Estados Unidos. 

(DO FB DE  Alexi Guerra)