28 de jun. de 2025

INTERVENÇÃO DO EMBAIXADOR DE CUBA NA ARGENTINA, PEDRO P. PRADA, NA MESA REDONDA INTERNACIONAL “A OFENSIVA IMPERIALISTA NA AMÉRICA LATINA”, CONVOCADA PELO CAPÍTULO ARGENTINO DA REDE EM DEFESA DA HUMANIDADE

                                     
Centro Cultural de la Cooperación, Buenos Aires, 26 de junio de 2025.

Queridos amigos:

Ser a cereja do bolo [1]... felizmente, tivemos um bom churrasco antes e isso nos dá energia para cumprir a tarefa que me foi confiada hoje: encerrar esta mesa e abrir um espaço para refletir sobre os desafios que temos pela frente. E fazê-lo, além disso, a partir de uma experiência nacional que não começa em 1959, com a vitória da Revolução.

Quando, em 1916, Lenin escreveu “O imperialismo, fase superior do capitalismo”, esse mesmo sistema já instalado nos Estados Unidos da América havia travado sua primeira guerra de espoliação contra as potências coloniais da época, e Cuba havia conhecido suas consequências.

Um pouco antes, desde 1884, um cubano, José Martí, havia descrito com detalhes perspicazes a inter-relação entre os monopólios e a oligarquia financeira e seus esforços para encontrar fora de suas fronteiras novos mercados, áreas de influência e mão de obra barata, no quadro das novas relações internacionais.

Não se tratava da análise econômica de Marx, nem da brilhante interpretação de Lenin, mas Martí, à frente de seu tempo, foi capaz de perceber o extraordinário perigo que representava a nova potência emergente e de prever, além disso, o destino que caberia à sua pátria, última colônia da Espanha, e à Nossa América, caso se erigissem em obstáculos à voraz expansão.

A concretização do velho sonho de Jefferson e Adams de converter a ilha na mais suculenta adição que se poderia fazer à União Americana[2], como parte de sua Doutrina Monroe; a independência frustrada de Cuba em 1898, pela intervenção militar norte-americana; a imposição de um acordo de paz que deixou os cubanos à margem, a nomeação de um administrador neocolonial, a redação de uma Constituição em Washington, emendada pouco depois com uma cláusula[3] que garantia a ingerência e a ocupação – aí está a base de Guantánamo –, e a designação de um presidente, tudo como condição para ser república, foram fatos que marcam nossa história nacional e testemunham o nascimento do imperialismo.

Cuba foi, na primeira metade do século XX, o grande laboratório imperial: da exploração econômica – basicamente do açúcar – e do controle do comércio regional, do qual Havana continuou sendo o epicentro, passou-se à experimentação de processos de socialização do capital financeiro, de fórmulas produtivas e de técnicas comerciais que depois se expandiriam pelo mundo. Além disso, utilizaram Cuba como campo de treinamento de suas forças militares e repressivas e lançaram, a partir da ilha, mais de uma agressão contra outros países da região.

Essa acumulação de fatos acelerou o amadurecimento do pensamento político e social cubano, as lutas populares, acelerou a entrada das ideias mais avançadas da época e alimentou a rebeldia nacional que mais tarde se expressaria contra outras três ocupações militares ianques, contra governos ditatoriais pró-imperialistas e na onda revolucionária iniciada por Fidel Castro, que, sem ter sequer alcançado a vitória, previu que aquela guerra de libertação seria superada por outra mais longa e sangrenta, entre o imperialismo norte-americano e a revolução cubana.

Essa guerra dura há 66 anos. Teve momentos de tiros de canhão, em que experimentaram com soldados próprios, mercenários, napalm ou fósforo. E teve momentos de terror que causaram 3.478 mortos, 2.099 feridos, centenas de desaparecidos no estreito da Flórida, milhares de crianças arrancadas de suas famílias, centenas de atentados contra líderes políticos, embaixadas e diplomatas; mais de um milhão de animais sacrificados pela febre suína, centenas de milhares de hectares de plantações destruídas pela sigatoka* negra, o mosaico, o mofo azul e o thrips palmi *; milhares de seres humanos infectados pela dengue hemorrágica [4].

A joia da guerra imperialista contra Cuba tem sido o prolongado bloqueio econômico, comercial e financeiro, concebido para privar o governo cubano de recursos materiais e financeiros e causar fome, sofrimento e desespero ao povo, para que se levante e derrube seu próprio governo. Um bloqueio que se empenham permanentemente em invisibilizar, embora seja extraterritorial e afunde seus tentáculos em todo o mundo. Um bloqueio que constitui o mais amplo, profundo e complexo sistema de medidas coercitivas unilaterais aplicadas em tempo de paz contra qualquer país por tanto tempo e que, ao condená-lo todos os anos, a ONU tipifica como “genocídio” no artigo II, inciso c, da Convenção que previne e pune esse crime.

Eu já havia dito antes que Cuba tem sido um campo de testes do imperialismo. Sua agressividade contra nossa pátria sempre foi acompanhada pelo que hoje chamamos de fake news, guerra cultural ou cognitiva, subversão ideológica, lawfare e outras formas de exercício do poder “suave”. De fato, a guerra hispano-americana iniciada em 1898 foi lançada com uma operação que combinou a subversão do regime espanhol, com uma sabotagem terrorista contra um cruzeiro norte-americano no porto de Havana e a difusão de notícias falsas – é famosa a mensagem de William Hearst ao correspondente que cobria a guerra de independência: “Você põe as imagens, que eu ponho a guerra” [5].

Assim tem sido até hoje, primeiro para construir o império caricatural de Havana, governado por transnacionais e grupos mafiosos; depois para derrubar o único poder genuinamente livre, independente, democrático e popular, socialista! que se conseguiu constituir na ilha.

Ultimamente, foi notícia que, como resultado do corte de financiamento da USAID e da comunicação governamental nos Estados Unidos, diferentes programas de subversão e radiodifusão para Cuba sofreram cortes – não eliminação. O fato real é que, nos últimos anos, mais de duzentos milhões de dólares foram destinados a esses programas de mudança de regime, e que chegaram a ser transmitidas até 3 mil horas semanais de programas que os apoiavam, mas isso ocorreu ao longo de cada um dos últimos 66 anos.

Além disso, vivemos em um mundo onde os Estados Unidos, as oligarquias nacionais e transnacionais e seus meios de comunicação conseguiram homogeneizar a cultura de massa, o discurso e o pensamento de seus centros de poder com uma uniformidade e disciplina impressionantes.

Talvez por isso tenha passado despercebido que, apenas durante os primeiros cinco meses do atual governo imperialista, Cuba foi reincorporada à Lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo, o que agrava os efeitos do bloqueio, sobretudo no âmbito financeiro, aumenta o risco-país e desincentiva o turismo.

Foi reativado o Memorando Presidencial nº 5 de 2017, que afirma abertamente os objetivos de mudança de regime em Cuba, de restringir o turismo, apoiar a subversão e aplicar o bloqueio através da Lei Helms-Burton.

Empresas e instituições foram reincorporadas à lista de entidades cubanas restritas, com as quais é proibido realizar qualquer transação, e que tem alcance extraterritorial.

A empresa de remessas Orbit S.A. foi incluída na lista de entidades cubanas restritas, o que forçou a Western Union a suspender suas atividades em Cuba, afetando as famílias cubanas.

Reativaram o Título III da Lei Helms-Burton, que permite processar nos tribunais dos Estados Unidos aqueles que investirem em propriedades nacionalizadas em Cuba após a vitória da Revolução, incluindo aquelas que pertenciam a cidadãos cubanos posteriormente naturalizados americanos.

Encerraram o programa de parole humanitário para cubanos e a aplicação do CBP One, para solicitar a entrada por oito portos de entrada nos EUA.

Suspenderam a concessão de vistos a cubanos para intercâmbios culturais, esportivos, acadêmicos, científicos e de qualquer outra natureza.

Restringiram os vistos de entrada nos Estados Unidos para cidadãos cubanos e estrangeiros, e seus familiares, vinculados a programas de cooperação internacional de Cuba, em particular os de saúde, mas também em outras áreas.

Incluíram Cuba na Lista de Países que não aplicam medidas antiterroristas eficazes em seus portos, autorizando a Guarda Costeira a impor requisitos adicionais às embarcações provenientes do território cubano, devido à designação do país como Estado patrocinador do terrorismo.

Proibiram instituições localizadas em Cuba de acessar o repositório de dados dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos.

Suspendem as conversações migratórias entre os dois países.

Negam pagamentos e exigem a abertura de contas no exterior a proprietários privados cubanos na plataforma de alojamento Airbnb.

Impõem à Embaixada de Cuba em Washington um regime de notificações prévias a qualquer intercâmbio com autoridades ou visitas a governos locais, estaduais, centros educacionais e de pesquisa, incluindo instalações agrícolas e laboratórios nacionais.

Proibiram a entrada no país de funcionários judiciais, autoridades esportivas e atletas.

Suspenderam a entrada nos Estados Unidos de imigrantes e não imigrantes cubanos em diferentes categorias de vistos que apoiam negócios, turismo, intercâmbios estudantis e acadêmicos.

Além disso, limitaram o acesso a tecnologias americanas de inteligência artificial a um grupo de governos que consideram “adversários estrangeiros”, entre os quais incluíram Cuba.

Figuras de origem cubana no atual governo afirmaram com repugnante franqueza e crueldade que cada medida foi projetada com precisão milimétrica para causar o maior dano possível às famílias cubanas, e que o sofrimento será necessário [6].

Por isso, quando os cubanos falamos de imperialismo, não o fazemos a partir de uma cultura de manual, por termos estudado Lenin e todos aqueles que depois teorizaram sobre este sistema brutal, mas a partir da experiência mais crua, por termos sofrido as consequências das suas políticas durante gerações, especialmente aqueles que nascemos e crescemos depois de 1959.

Todo julgamento da realidade cubana que se regozija com nossas carências, defeitos e erros, e desconhece como o imperialismo atua sobre Cuba e os efeitos dramáticos que causa, como limita nosso desenvolvimento, carece de objetividade. Não se pode falar apenas de números, que seriam razão suficiente: 164 bilhões de dólares, ou 1,5 trilhões a preços do ouro![7] É preciso mencionar os danos humanos, os mortos, aqueles que não deveriam ter morrido, os feridos, os sofrimentos e a fratura das famílias, o adiamento de sonhos, a impotência de desenvolver as próprias forças e inteligência, a impossibilidade de exercer nossa cultura e nossas ideias. Por isso, o principal campo de batalha do imperialismo é nesse âmbito intangível: fazer com que suas vítimas assumam a lógica do carrasco.

A resistência cubana só pode ser compreendida se se entender que parte dela é defender a descolonização do pensamento, essa herança nefasta a que se referiu Frantz Fanon, que paralisa a libertação dos povos. Se percebermos que foram a cultura e as ideias mais avançadas que cimentaram valores e forjaram um caráter e comportamentos realmente livres. Se compreendermos que as verdadeiras transformações sociais só podem ser feitas a partir do povo, com o povo e para o povo, onde o povo é protagonista participante e líder coletivo.

Os mitos da repressão, dos presos, da censura, que podem ser possíveis como atos de autodefesa de um poder legítimo, não explicam como a imensa maioria de um povo resistiu tantos anos de guerra, tantas perdas e tanta dor, e nesse turbilhão de violência, não deixou de ser bom e justo. José Martí nos havia advertido em 1992: a principal guerra que nos é travada é uma guerra de pensamento, e é no pensamento que ela deve ser vencida. Cumprimos até hoje, mas não é suficiente.

Cada ato do imperialismo contra Cuba reafirma uma verdade incontestável: em sua pobreza material e em sua riqueza de espírito, o modelo de sociedade escolhido e construído pelos cubanos é viável, é o mais próximo da liberdade e da democracia com que muitos sonham, é a forma mais justa e solidária de distribuir e compartilhar riquezas em um país pequeno, de recursos escassos, em um mundo governado por forças egoístas e poderosas. E, ao contrário, reflete, como num espelho, tudo o que falta àqueles que tentam impor seu modelo aos outros.

Em resumo: não basta ver a expansão imperial e seus brutais golpes como ameaças desta fase brutal do capitalismo. É preciso assumi-la, sabendo que isso significa ter que viver sem preço. É preciso enfrentá-la em unidade, com firmeza, com clareza de objetivos, com identidade cultural e consciência próprias, com justiça e equidade.

A luta cubana contra o imperialismo também deixou outras lições: o confronto não se circunscreve ao âmbito nacional. Somos parte de um mundo que sofre tanto quanto nós. Basta olhar para Gaza, basta olhar para a loucura de bombardear instalações nucleares no Irã, basta olhar para a guerra na Europa e o ressurgimento do fascismo, basta saber que o antigo império hegemônico já não o é e não aceita alternativas ao seu poder opressor, mesmo que sejam multipolares.

Devo acrescentar que ser internacionalista e solidário tem sido o melhor antídoto anti-imperialista. Combater o imperialismo, onde quer que esteja, é um legado que permanecerá vivo enquanto ele existir. Defender a condição humana em todas as circunstâncias nos protegeu do ódio e de suas diferentes formas de exclusão humana. Marchar unidos em nossa diversidade como povo nos preparou melhor para compreender a diversidade do mundo em que vivemos e também para defender sua unidade sobre bases semelhantes. Insistir em utopias quando outros as desmantelam nos permitiu ter planos, programas e projetos permanentes, adaptados ao seu tempo. Ser rebeldes, insatisfeitos, autocríticos e enfrentar nossos próprios demônios nos salva da fragilidade, do tédio e da decepção, tão comuns na política de nosso tempo. Treinar-nos para construir e defender o que conquistamos garantiu nossa permanência, temperança, criatividade e resiliência, e permitiu que, mesmo na teia de mentiras que nos obscurece mais do que os apagões e nos isola, nossa verdade irrompa como uma luz ardente.

E uma última lição: mesmo que surja um período de paz e entendimento, nem um passo atrás. Não confiem neles, porque, como alertou o Che, “no imperialismo não se pode confiar, nem um pouquinho, nada!”

[1] La coordinadora de la Mesa Redonda Paula Klachko, presidenta del capítulo argentino de la Red de Artistas e Intelectuales en Defensa de la Humanidad, había presentado al Embajador como la frutilla del postre del intercambio

[2] Beveridge, A. (1901): Cuba and Congress. En The North American Review, Vol. 172, No. 533 (Apr., 1901), pp. 535-550 (16 páginas). Consultado en Internet el 25.06.25, en https://www.jstor.org/stable/25105151?seq=1

[3] Se refiere a la Enmienda Platt, aprobada en el Congreso de Estados Unidos para enmendar la Constitución cubana, que llevó al general Leonard Wood, jefe de las fuerzas de ocupación en la isla, a afirmar: “Por supuesto que a Cuba se le ha dejado poca o ninguna independencia con la Enmienda Platt”.

[4] Ver Demanda del pueblo de Cuba al gobierno de los Estados Unidos por daños humanos (1999) – en Internet: http://www.cuba.cu/gobierno/DEMANDA.html- y Sentencia en la Demanda del pueblo de Cuba al gobierno de los Estados Unidos por los daños económicos ocasionados a Cuba (2001) Editora Política, La Habana. El cálculo de los daños se actualiza anualmente en los Informes de Cuba al Secretario general de la ONU sobre el cumplimiento de las resoluciones de la Asamblea General que llaman a Estados Unidos a poner fin al bloqueo económico, comercial y financiero contra Cuba

[5] Hamilton, J. (2924); La explosión del Maine: una guerra basada en fake news. Consultado en Internet el 25.06.25, en https://historia.nationalgeographic.com.es/a/explosion-maine-guerra-basada-fake-news_19919

[6] Se refiere a declaraciones expresadas en diferentes momentos por el hoy secretario de Estado Marco Rubio y por el exfuncionario de la Casa Blanca Mauricio Claver Carone

[7] Informe de Cuba en virtud de la resolución 78/7 de la Asamblea General de las Naciones Unidas, titulada “Necesidad de poner fin al bloqueo económico, comercial y financiero impuesto por los Estados Unidos de América contra Cuba” (2024). Consultado en Internet el 25.06.25 en https://cubaminrex.cu/sites/default/files/2024-09/InformeB2024.pdf

https://atilioboron.com.ar/intervencion-del-embajador-de-cuba-en-argentina-pedro-p-prada-en-la-mesa-redonda-internacional-la-ofensiva-imperialista-en-america-latina-convocada-por-el-capitulo-argentina-de-la-red-en/


** NT: ambas são pragas introduzidas nas lavouras cubanas pelo inimigo  para sua destruição da produção agrícola.

Trad/Ed: @comitecarioca21




27 de jun. de 2025

CANDIDATO AO NOBEL DA PAZ TEM CONTAS BANCÁRIAS FECHADAS POR PARTICIPAÇÃO EM CONFERÊNCIA EM CUBA (a midia não é das mais apropriadas, mas o conteúdo é tristemente real - Ana Hurtado)

David Swanson na conferência em Havana.
                                  

Em janeiro, David Swanson foi um dos palestrantes principais na Sexta Conferência Internacional sobre Equilíbrio no Mundo, em Havana, que contou com a presença de cerca de 900 delegados de 93 países.

O ativista estadunidense David Swanson, indicado ao Prêmio Nobel da Paz, denunciou o fechamento repentino de sua conta financeira e de vários membros de sua família por um banco dos EUA, de acordo com um breve comunicado da plataforma de mídia The Belly of the Beast , sediada em Havana.

Swanson vê isso como uma retaliação direta por sua visita a Cuba no final de janeiro para participar de uma conferência internacional de paz.

Cofundador da organização World BEYOND War, Swanson viajou a Havana para falar na Sexta Conferência Internacional para o Equilíbrio do Mundo, “Com Todos e para o Bem de Todos”, que contou com a presença de cerca de 900 delegados de 93 países para discutir questões relacionadas ao diálogo entre civilizações e à cultura de paz.

Swanson, 54, conhecido por seu ativismo global antiguerra e defesa da abolição de bases militares estrangeiras, ainda não revelou o nome do banco envolvido.

Sabe-se que a Lei Helms-Burton e os regulamentos do Departamento do Tesouro proíbem cidadãos estadunidenses de realizar transações financeiras com entidades cubanas e que, nos últimos anos, os bancos americanos intensificaram o monitoramento de seus clientes para evitar sanções federais.

"Eles não vão me silenciar nem me impedir de continuar trabalhando pela paz", prometeu o ativista em uma declaração divulgada pela plataforma de mídia Belly of the Beast.

Além disso, organizações como a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) e a CodePink manifestaram interesse no caso.

O caso de Swanson reacendeu o debate sobre os limites das sanções e seu impacto nos direitos civis dos cidadãos estadunidenses  em relação ao seu direito à liberdade de movimento.

Um discurso em Havana

Durante seu discurso na conferência de Havana, Swanson criticou duramente a política externa dos EUA em relação a Cuba e seu uso do bloqueio econômico como uma ferramenta de pressão política.

"O verdadeiro propósito das sanções não é derrubar governos, mas impor sofrimento a grandes massas de pessoas comuns", disse ele a um público politicamente e geograficamente cosmopolita.

Swanson denunciou a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo, chamando-a de "ato político sem evidências", e observou que Washington mantém uma "ocupação ilegal" da base de Guantánamo.

Em seu discurso, o ativista também se referiu ao histórico de hostilidade entre os dois países, observando que "a principal causa da hostilidade dos EUA em relação a Cuba é o ressentimento e o trauma imaginários" decorrentes da Guerra Fria e da Crise dos Mísseis de Cuba. "Cuba só queria ser amiga. O governo dos EUA não tem amigos", gracejou Swanson, defendendo o fechamento de todas as bases militares estrangeiras e a conversão desses espaços em projetos social e ambientalmente benéficos.

                                             

Swanson em protesto em Washington 

Perfil de um Pacifista

Nascido nos Estados Unidos em 1971, David Swanson é um dos líderes contemporâneos do movimento internacional pela paz.

Graduado e mestre em Filosofia pela Universidade da Virgínia, ele se destacou por seu trabalho como escritor, jornalista e ativista pela paz.

Ele é cofundador e diretor executivo da World BEYOND War, uma organização global que promove a abolição da guerra como instituição e a conversão de infraestrutura militar em projetos de desenvolvimento humano.

Swanson é autor de vários livros, incluindo War Is a Lie e When the World Outlawed War, e apresenta a Talk Nation Radio.

Ele é membro do conselho do Progressive Democrats of America, Backbone Campaign, Voters for Peace e Liberty Tree Foundation for the Democratic Revolution, além de presidente do Comitê Diretor Robert Jackson. 

Paralelamente, ele coordenou campanhas de ativismo digital como RootsAction.org e tem sido um crítico persistente das políticas militares dos EUA, desde as guerras no Iraque e no Afeganistão até a expansão da OTAN e o uso de drones.

Em 2018, ele recebeu o Prêmio da Paz da Fundação Memorial da Paz dos EUA, e seu nome foi indicado diversas vezes ao Prêmio Nobel da Paz.

Swanson também participou de campanhas de impeachment de figuras políticas como George W. Bush e Dick Cheney, e foi preso durante vários protestos pacíficos em frente à Casa Branca e ao Capitólio, a sede do Congresso dos Estados Unidos.

 

Trad: @comitecarioca21

 https://oncubanews.com/cuba-ee-uu/cancelan-cuentas-bancarias-en-eeuu-de-aspirante-al-nobel-de-la-paz-por-participar-en-conferencia-en-cuba/

 




 

25 de jun. de 2025

CUBA ASSUME O PAPEL DE PAÍS COORDENADOR DO G -21

                                               

Ontem, Cuba assumiu como País Coordenador do Grupo dos 21 (G-21) em Genebra, no contexto da Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Desarmamento.

O anúncio foi feito pelo membro do Bureau Político e ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, que acrescentou que o G-21 é o maior grupo de negociação da Conferência.

Composto por 33 nações, o organismo defende o "desarmamento nuclear como a mais alta prioridade nesta esfera multilateral", enfatizou o Ministro das Relações Exteriores cubano em X.

A Conferência sobre Desarmamento foi reconhecida em 1978 pela Décima Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre Desarmamento. Foi concebida como o único fórum multilateral de negociação para o desarmamento dentro da comunidade internacional.

A Conferência foi precedida pelo Comitê de Desarmamento das Dez Nações (1960), pelo Comitê de Desarmamento das Dezoito Nações (1962-1968) e pela Conferência do Comitê de Desarmamento (1969-1978).

Segundo o Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Cuba ficará responsável pela liderança do Grupo até 15 de agosto.

O Fórum e seus antecessores negociaram importantes acordos multilaterais de controle de armas e desarmamento:

 - O Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP),

 - A Convenção sobre Armas Biológicas (BWC),

 - A Convenção sobre Armas Químicas (CWC),

 - Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT)

 

https://cubaenresumen.org/2025/06/25/cuba-asumio-como-pais-coordinador-del-g-21/




23 de jun. de 2025

TODA NOSSA SOLIDARIEDADE AO IRÃ E À PALESTINA

Nas primeiras horas de 13 de junho, enquanto o mundo exigia a abertura das fronteiras para permitir a entrada de ajuda humanitária na Gaza martirizada e sitiada, o estado terrorista de Israel cruzou a linha vermelha ao bombardear a República Islâmica do Irã.

A criminalidade do governo sionista israelense levou a região e o mundo à beira do abismo com seu ataque premeditado e covarde. Mais de 1.500 iranianos, a grande maioria civis, foram mortos e feridos. Entre eles, estão oficiais superiores das Forças Armadas Iranianas, da Guarda Revolucionária, físicos, cientistas e jornalistas.

A violação do espaço aéreo iraniano, os bombardeios injustificáveis ​​e os assassinatos seletivos de altos oficiais militares pretendem basear-se na mentira descarada de que as instalações nucleares representam um perigo para o ocupante israelense.

A memória coletiva do povo imediatamente nos lembra da mentira incansavelmente disseminada pelos Estados Unidos sobre as supostas armas de destruição em massa do Iraque, que nunca existiram, mas que , sob essa falsa alegação, causaram centenas de milhares de mortes, guerra, destruição e uma ocupação de 20 anos do país.

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) contradisse a alegação de Trump :  não há evidências de produção de armas nucleares pelo Irã.

 Não há nenhum programa nuclear oculto do Irã para fabricar armas atômicas que possam colocar em risco a segurança de Israel.

Reafirmamos as palavras do Líder Supremo da Revolução Islâmica do Irã, Sayyed Ali Khamenei, que afirmou repetidamente que o Irã não fabricará armas nucleares por razões religiosas e éticas.

O Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo e organizações internacionais que trabalham pela paz e pelo desarmamento nuclear indicam que Israel possui 90 ogivas nucleares. A entidade sionista se recusou a assinar o Tratado de Não Proliferação Nuclear e não permite a inspeção pelas agências internacionais de energia nuclear da ONU. Israel e os Estados Unidos representam o verdadeiro perigo para a humanidade.

Enquanto continua seus ataques ao Irã, Israel matou mais de 100 palestinos em Gaza somente nas últimas 24 horas.

Trump, o magnata despótico que se considera rei do mundo, repudiado pelo povo americano em mais de duas mil manifestações recentes, está seguindo o roteiro sionista ao ameaçar atacar as instalações nucleares do Irã dentro de duas semanas.

A criminalidade do sionismo e do imperialismo em 20 meses de ataques sistemáticos contra a atormentada Gaza constitui uma demonstração de crueldade sem limites, crimes contra a humanidade e genocídio, sem alcançar nenhum de seus objetivos: não conseguiram libertar os reféns, não conseguiram derrotar o governo legítimo de Gaza, não conseguiram colocar o heroico povo palestino de joelhos. O exército mais poderoso do mundo, financiado e equipado pelo país mais poderoso do planeta, não conseguiu derrotar a Resistência, que carece de um exército terrestre, de uma força aérea ou de uma marinha, nem das armas avançadas e letais de Israel, fabricadas nos Estados Unidos.

Nem o sionismo nem o imperialismo serão capazes de deter o programa nuclear pacífico do Irã.

O glorioso povo iraniano é amparado pela moralidade, pela verdade histórica e pelo direito legítimo de defender sua terra e soberania.

Assim como a heroica Palestina tem o direito legítimo de resistir à ocupação, ao extermínio, ao etnocídio e às vidas de suas crianças, mulheres e povo.

Condenamos veementemente a agressão de Israel contra o Irã.

Condenamos Netanyahu e seu governo nazifascista, que continua a bombardear Gaza e, com absoluta impunidade, impede a passagem de ajuda humanitária.

Exigimos o fim da loucura da guerra, o fim da guerra, da ocupação e do extermínio. A ameaça de uma conflagração nuclear teria consequências imprevisíveis para toda a humanidade.

O Conselho de Segurança e a Assembleia Geral da ONU devem agir imediatamente, juntamente com os governos ao redor do mundo, para garantir a paz e deter de uma vez por todas o novo Hitler do século XXI.

Nenhum país democrático pode continuar a ter relações comerciais e diplomáticas com Israel.

O mundo está observando os países árabes e muçulmanos e pedindo que passem de declarações formais para ações: rompimento imediato de relações com Israel e solidariedade efetiva com o Irã e a Palestina.

Apelamos à mobilização internacional nas ruas e praças para exigir que os governos rompam imediatamente as relações com o estado terrorista de Israel.

Apelamos à denúncia, por todos os meios possíveis, dos crimes do sionismo e do imperialismo que ameaçam a existência do planeta.

Apelamos à defesa do direito à paz.

●Solidariedade com a República Islâmica do Irã.

●Solidariedade com a Palestina. Livre do seu rio para o mar.

 

Comitê Internacional  Paz, Justiça e Dignidade aos Povos.

 

19 de junho de 2025

 https://cubaenresumen.org/2025/06/20/toda-nuestra-solidaridad-con-iran-y-palestina/

Imagem: Al Mayadeen

                         

13 de jun. de 2025

NÃO É SÓ UMA ESPERANÇA. É UMA CERTEZA. (Port/Esp)

                                 

No topo do Monte Pascoal, território indígena: pela Palestina livre, do rio ao mar!                                                                                                               

Em 22 de abril de 1500, os portugueses avistaram pela primeira vez o que viria a ser chamado de Brasil. O local desse avistamento foi o Monte Pascoal. Hoje, estou aqui, no mesmo Monte Pascoal — o primeiro pedaço de terra visto pelos colonizadores. Neste lugar simbólico, onde teve início a invasão e o roubo das terras indígenas, caminho ao lado do povo Pataxó — que, após séculos de violência, resistência e luta, permanece vivo, firme e em retomada do que é seu por direito: seu território, sua cultura, sua dignidade.

Visto uma camisa que diz “Viva a Palestina Livre” porque acredito que as lutas se conectam. O que o Estado de Israel faz hoje com o povo palestino é genocídio. É ocupação militar, é limpeza étnica, é o apagamento sistemático de uma história e de um povo. Assim como os povos originários das Américas foram massacrados em nome de impérios, hoje a Palestina sangra sob as bombas, muros e cercas de um Estado que busca apagar sua existência.

Mas a história nos ensina: não se apaga um povo que resiste. O povo Pataxó está aqui — vivo, presente e enraizado nesta terra ancestral. E o povo palestino também seguirá: resistindo, lutando, e reconquistando seu direito à terra, à autodeterminação e à paz. A ocupação não é eterna. A justiça, sim. A luta por liberdade e justiça é inabalável.

Este lugar é um símbolo poderoso de resiliência. A história do povo Pataxó prova que a justiça pode prevalecer, que a verdade pode emergir, e que a terra, uma vez tomada, pode — e deve — ser devolvida aos seus verdadeiros guardiões.

Que a força e a resistência do povo Pataxó nos inspirem a seguir lutando pela libertação da Palestina. Que a memória do passado e a esperança no futuro nos guiem na construção de um mundo mais justo, digno e livre para todos.

Viva a Palestina Livre!                                                                                            

   Leandro Bertoldi

Nota do Comitê Carioca : Leandro é médico, formado na Escola Latino-Americana de Medicina (Cuba)  e diretor executivo da SMI (Sociedade Médica Internacional) ligada à ELAM

                                                     


NO ES SOLO UNA ESPERANZA. ES UNA CERTEZA.

 

En la cima del Monte Pascoal, territorio indígena: ¡por una Palestina libre, desde el río hasta el mar!

El 22 de abril de 1500, los portugueses avistaron por primera vez lo que más tarde se llamaría Brasil. El lugar de ese avistamiento fue el Monte Pascoal. Hoy estoy aquí, en el mismo Monte Pascoal, el primer pedazo de tierra que vieron los colonizadores. En este lugar simbólico, donde comenzó la invasión y el robo de las tierras indígenas, camino junto al pueblo Pataxó, que, tras siglos de violencia, resistencia y lucha, sigue vivo, firme y recuperando lo que es suyo por derecho: su territorio, su cultura, su dignidad.

Llevo una camiseta que dice «Viva la Palestina Libre» porque creo que las luchas están conectadas. Lo que el Estado de Israel está haciendo hoy con el pueblo palestino es genocidio. Es ocupación militar, es limpieza étnica, es el borrado sistemático de una historia y de un pueblo. Al igual que los pueblos originarios de América fueron masacrados en nombre de los imperios, hoy Palestina sangra bajo las bombas, los muros y las vallas de un Estado que busca borrar su existencia.

Pero la historia nos enseña que no se puede borrar a un pueblo que resiste. El pueblo Pataxó está aquí, vivo, presente y arraigado en esta tierra ancestral. Y el pueblo palestino también seguirá resistiendo, luchando y reconquistando su derecho a la tierra, a la autodeterminación y a la paz. La ocupación no es eterna. La justicia, sí. La lucha por la libertad y la justicia es inquebrantable.

Este lugar es un poderoso símbolo de resiliencia. La historia del pueblo Pataxó demuestra que la justicia puede prevalecer, que la verdad puede salir a la luz y que la tierra, una vez tomada, puede —y debe— ser devuelta a sus verdaderos guardianes.

Que la fuerza y la resistencia del pueblo Pataxó nos inspiren a seguir luchando por la liberación de Palestina. Que la memoria del pasado y la esperanza en el futuro nos guíen en la construcción de un mundo más justo, digno y libre para todos.

¡Viva Palestina Libre! 

Leandro Bertoldi

Nota del Comité Carioca: Leandro es médico, graduado en la Escuela Latinoamericana de Medicina (Cuba) y director ejecutivo de la SMI (Sociedad Médica Internacional), vinculada a la ELAM.







10 de jun. de 2025

CUBA, A BATALHA DOS MEGABYTES. UMA REALIDADE CONSTRUÍDA.

                                         

 cubaporsiempre

    Uma nova onda midiática, buscando replicar em menor escala o roteiro desestabilizador de 11 de julho de 2021, vem se desenrolando contra Cuba. Manchetes sensacionalistas como "Greve histórica na Universidade de Havana" (El Mundo), "Estudantes ampliam protesto" (Infobae), "Universitários em greve" (Diario de las Américas), "Descontentamento em Cuba explode nas universidades" (El País), "Estudantes cubanos realizam protesto inusitado" (Los Angeles Times) e "A faísca de aumento de tarifas acende o desencanto político em Cuba" (EFE) têm inundado a imprensa internacional, projetando uma imagem de caos e crise que não corresponde à realidade. Enquanto as universidades cubanas optam pelo diálogo entre estudantes e autoridades, esses veículos de comunicação, juntamente com pseudoveículos financiados pelo NED (National Endowment for Democracy) de Miami, fabricam uma narrativa de protestos massivos e desestabilização, construindo uma realidade paralela.

    Os congressistas cubano-americanos de Miami, María Elvira Salazar, Carlos Giménez e Mario Díaz-Balart, também desempenharam um papel fundamental.Em 2021, o dia 11 de julho marcou uma reviravolta nas tentativas de desestabilização contra Cuba. Aproveitando as dificuldades econômicas, exacerbadas pelo bloqueio americano, e o aumento das infecções por COVID-19, atores externos orquestraram protestos amplificados pelas redes sociais e pela mídia. Imagens manipuladas, como as do Egito em 2011, apresentadas como protestos cubanos, e hashtags como #SOSCuba foram usadas para gerar uma percepção de crise total.Cinco anos depois, em 2025, o roteiro se repete, mas com um novo pretexto: o descontentamento estudantil com o aumento das tarifas de internet.

      Estudantes universitários cubanos expressaram críticas legítimas às novas tarifas da ETECSA, exigindo conectividade justa e transparência. No entanto, embora a universidade e as autoridades governamentais tenham iniciado um diálogo para atender a essas demandas, essas preocupações foram transformadas online na narrativa de uma "rebelião estudantil". Essas manchetes não refletem a realidade: não houve greves generalizadas ou manifestações em massa, mas sim discussões construtivas. A Federação de Estudantes Universitários (FEU), embora inicialmente questionasse as tarifas, distanciou-se dos protestos construídos, acusando a mídia externa de manipular o descontentamento. Essa distorção informacional, apoiada pela "realidade aumentada" das mídias sociais, busca deslegitimar as instituições cubanas e projetar um país à beira do colapso. Repetindo táticas clássicas de "guerra de quarta geração", o objetivo é claro: gerar agitação e pressionar toda a sociedade a se juntar a um movimento fictício.

    Um dos pontos-chave desta campanha é Agustín Antonetti, operador da direitista Fundación Libertad, conhecido por seu papel em campanhas de desinformação contra governos progressistas na América Latina. Antonetti participou de operações fraudulentas e de bots contra Evo Morales na Bolívia e Andrés Manuel López Obrador no México. Sua presença confirma a repetição de um manual projetado para desestabilizar, financiado do exterior e executado com algoritmos que priorizam a desinformação.

     A trama do 11J também inclui o uso de figuras públicas para legitimar o discurso desestabilizador. Em 2025, artistas estrangeiros como Melendi, durante um show, agitaram a bandeira cubana e exclamaram "Viva minha Cuba livre!" — um gesto que, embora apresentado como espontâneo, se alinha com a campanha midiática. Alejandro Sanz, por sua vez, emitiu uma declaração no X apoiando a "juventude cubana", sem mencionar o diálogo em curso nas universidades ou o contexto de manipulação. Essas intervenções, longe de serem de apoio, reforçam uma narrativa que ignora a realidade cubana e busca alimentar o descontentamento.

    Em 2021, Salazar acusou o governo cubano de "fechar a internet" para ocultar os protestos, alegação que ela apoiou com apelos à ação. Em 2025, os três congressistas emitiram declarações incendiárias, exigindo sanções contra Cuba e incentivando os estudantes a se "levantarem" contra o governo. Essas posturas cínicas buscam inflamar o clima e justificar a intervenção externa.

     No entanto, elas fracassaram. Os protestos em massa nunca se materializaram, nunca aconteceram, e os meios de comunicação que noticiaram com tanta intensidade as "manifestações" não publicaram sequer uma única foto de um estudante sendo reprimido pela polícia. O presidente Miguel Díaz-Canel chamou essas campanhas de "ofensiva brutal" de desinformação, destacando que os próprios estudantes rejeitaram essa manipulação. A resiliência do povo cubano e sua capacidade de distinguir entre demandas legítimas e narrativas fabricadas por algoritmos frustraram esses planos de desestabilização.

    A "batalha dos megabytes" é mais um capítulo de uma guerra midiática que tenta desestabilizar Cuba, explorando o descontentamento estudantil para projetar uma crise inexistente. Manchetes sensacionalistas, contas falsas e vozes de influenciadores fazem parte de um roteiro, mas Cuba se recusa a ceder. Essa determinação em criar uma realidade virtual de caos colidiu com a verdade: um povo que superará o obstáculo e, unido, enfrentará a desinformação e o imperialismo digital. 

A batalha não é por megabytes, mas pela dignidade de uma nação que resiste!

https://micubaporsiempre.wordpress.com/2025/06/10/cuba-la-batalla-de-los-megas-una-realidad-construida/#more-57

Trad: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 

30 de mai. de 2025

POR QUE "ISRAEL" NÃO VENCEU GAZA APÓS 600 DIAS DE GUERRA ? (PORT/ESP)

                           

O desejo de Netanyahu em Gaza é matar por bombardeios e de fome o máximo possível dos 2,1 milhões de palestinos do enclave. 

por Sayid Marcos Tenório* 

  Tenho acompanhado os comentários de vários analistas publicados em portais de vários países, inclusive de “israel”, questionando o desempenho do exército sionista, que mesmo após mais de 600 dias de intenso bombardeio aéreo e terrestre contra Gaza, nenhum dos três objetivos da guerra foi alcançado pelo regime nazi sionista de Netanyahu.

    E as questões mais frequentes levantadas por estes analistas são “por que ‘israel’ ainda não acabou com o Hamas?”, “por que isso está acontecendo?”, “por que o Hamas ousa e parece indestrutível?”, o que demonstra a incapacidade de entender que o Hamas é um adversário resiliente e o povo palestino tem a determinação de permanecer nas suas terras e enfrentar por todos os meios aqueles que juraram sua destruição. 

   Apesar da destruição da infraestrutura e da morte de líderes proeminentes da Resistência, “Israel” não alcançará a vitória em Gaza e não conseguirá destruir o Hamas, que continua respirando e resistindo, e forçando o exército sionista a retornar repetidamente às mesmas áreas.

  A conclusão inicial que podemos ter é a de que a “máquina de guerra” do estado judeu não apenas falhou como se meteu em uma guerra eterna em Gaza, que enfraqueceu seus líderes, causou divisões na sociedade israelense e exaustão em suas forças militares. Além dos milhares casos de soldados afastados por problemas psiquiátricos e do elevado número de suicídios. “Israel” precisa saber que pode vencer cada batalha, mas perderá a guerra.

  O desejo de Netanyahu em Gaza é matar por bombardeios e de fome o máximo possível dos 2,1 milhões de palestinos do enclave. E está fazendo isso diariamente com exacerbados e visível crueldade, sem que as potências ocidentais tomem qualquer iniciativa além da retórica, para estancar o genocídio e garantir o respeito ao direito internacional humanitário.

  O plano de esvaziar Gaza tem falhado dia após dia, mesmo diante das rompantes fascistas de Donald Trump, pois, centenas de milhares de palestinos que haviam sido expulsos e convencidos com promessas falsas, continuam retornando para suas casas desde o recente cessar-fogo, embora não houvesse mais nada delas.

  Nos mais de 600 dias de guerra em Gaza, “israel” usou uma força muitas vezes maior que a usada pelos EUA na Guerra do Vietnã, que durou 19 anos e provocou a morte de mais de 966 mil vietnamitas. No Vietnã, os EUA lançaram cerca de 15 toneladas de explosivos por quilômetro quadrado, enquanto Israel lançou 275 toneladas por quilômetro quadrado em Gaza desde 7 de outubro de 2023 — um número 18 vezes maior!

  Diante deste cenário catastrófico, não se viu até agora nenhuma palavra pública de condenação ao genocídio e aos crimes antissemitas de “israel” contra os árabes muçulmanos em Gaza, dita pelos lábios de Mohammed bin Salman, o príncipe herdeiro e governante de fato da Arábia Saudita; nem pelo presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan; ou pelo emir do Catar, xeque Tamim bin Hamad al Thani. Mas o abandono solene por eles dos verdadeiros heróis do mundo árabe, que estão sendo mortos de fome e bombardeados até a morte.

  A determinação dos palestinos de permanecer e morrer em suas terras, e o apoio crescente da opinião pública mundial, que está se voltando rapidamente contra Israel, são fatores que levarão o povo palestino a conquista do seu Estado. Observe que este apoio está se infiltrando inclusive nos grupos de centro e de direita e está firmemente estabelecido na esquerda. Rotular críticas legítimas ao genocídio como antissemitas, não está mais funcionando como antes. Essa bala de prata já foi disparada.

  Ao tentar varrer a Palestina do mapa, “Israel” tornou o mundo inteiro Palestina. Dezenas de milhões de pessoas têm se mobilizado nas ruas das capitais do mundo em apoio ao povo palestino. Ao tentar sitiar o povo de Gaza, o sionismo sitiou a si mesmo e parece estar em declínio terminal, ao ponto de historiadores sionistas, como Yuval Noah Harari, prever o fim do sionismo.

 A guerra genocida de “Israel” contra o povo palestino na Faixa de Gaza, utilizando todos os tipos de armas, munições e bombas internacionalmente proibidas, bombardeando indiscriminadamente escolas e hospitais protegidos pelo Direito Humanitário Internacional, não conseguiu nem será capaz de alcançar nenhum dos seus objetivos agressivos, principalmente o de aniquilar a resistência palestina.

  A única conquista que Israel pode ostentar são os crimes de guerra, o genocídio, o assassinato em massa de crianças e mulheres, a destruição de infraestruturas e a eliminação de todos os aspectos da vida na Faixa de Gaza. Enquanto isso, o povo palestino exibe excepcionais imagens de paciência, resiliência, patriotismo, apego à pátria e apoio incondicional à sua resistência.


*Sayid Marcos Tenório é historiador, especialista em Relações Internacionais e vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal). Autor do livro Palestina: do mito da terra prometida à terra da resistência (Anita Garibaldi/Ibraspal).

Participe: https://www.antigenocidepledge.com/               antigenocidepledge.com/


En español : 

¿Por qué «israel» no ha vencido a Gaza tras 600 días de guerra?

El deseo de Netanyahu en Gaza es matar con bombardeos y hambre al mayor número posible de los 2,1 millones de palestinos del enclave.

por Sayid Marcos Tenório

He seguido los comentarios de varios analistas publicados en portales de varios países, incluido «Israel», que cuestionan el desempeño del ejército sionista, que incluso después de más de 600 días de intensos bombardeos aéreos y terrestres contra Gaza, ninguno de los tres objetivos de la guerra ha sido alcanzado por el régimen nazi sionista de Netanyahu.

Y las preguntas más frecuentes planteadas por estos analistas son «¿por qué Israel aún no ha acabado con Hamás?», «¿por qué está sucediendo esto?», «¿por qué Hamás se atreve y parece indestructible?», lo que demuestra la incapacidad de comprender que Hamás es un adversario resistente y que el pueblo palestino está decidido a permanecer en sus tierras y enfrentarse por todos los medios a quienes han jurado su destrucción.

A pesar de la destrucción de la infraestructura y la muerte de destacados líderes de la Resistencia, «Israel» no logrará la victoria en Gaza ni conseguirá destruir a Hamás, que sigue respirando y resistiendo, y obligando al ejército sionista a regresar repetidamente a las mismas zonas.

La conclusión inicial que podemos sacar es que la «máquina de guerra» del Estado judío no solo ha fracasado, sino que se ha metido en una guerra eterna en Gaza, que ha debilitado a sus líderes, ha causado divisiones en la sociedad israelí y ha agotado a sus fuerzas militares. Además de los miles de casos de soldados apartados por problemas psiquiátricos y del elevado número de suicidios. «Israel» debe saber que puede ganar cada batalla, pero perderá la guerra.

El deseo de Netanyahu en Gaza es matar con bombardeos y hambre al mayor número posible de los 2,1 millones de palestinos del enclave. Y lo está haciendo a diario con una crueldad exacerbada y visible, sin que las potencias occidentales tomen ninguna iniciativa más allá de la retórica para detener el genocidio y garantizar el respeto del derecho internacional humanitario.

El plan de vaciar Gaza ha fracasado día tras día, incluso ante las arrebatos fascistas de Donald Trump, ya que cientos de miles de palestinos que habían sido expulsados y convencidos con falsas promesas siguen regresando a sus hogares desde el reciente alto el fuego, aunque ya no queda nada de ellos.

En los más de 600 días de guerra en Gaza, «Israel» ha utilizado una fuerza mucho mayor que la empleada por Estados Unidos en la guerra de Vietnam, que duró 19 años y provocó la muerte de más de 966 000 vietnamitas. En Vietnam, Estados Unidos lanzó alrededor de 15 toneladas de explosivos por kilómetro cuadrado, mientras que Israel ha lanzado 275 toneladas por kilómetro cuadrado en Gaza desde el 7 de octubre de 2023, ¡una cifra 18 veces mayor!

Ante este escenario catastrófico, hasta ahora no se ha escuchado ninguna palabra pública de condena al genocidio y a los crímenes antisemitas de «Israel» contra los árabes musulmanes en Gaza, pronunciada por Mohammed bin Salman, príncipe heredero y gobernante de facto de Arabia Saudí; ni por el presidente de los Emiratos Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan; ni por el emir de Catar, el jeque Tamim bin Hamad al Thani. Pero el abandono solemne por parte de ellos de los verdaderos héroes del mundo árabe, que están siendo asesinados de hambre y bombardeados hasta la muerte.

La determinación de los palestinos de permanecer y morir en sus tierras, y el creciente apoyo de la opinión pública mundial, que se está volviendo rápidamente contra Israel, son factores que llevarán al pueblo palestino a la conquista de su Estado. Obsérvese que este apoyo se está infiltrando incluso en los grupos de centro y de derecha y está firmemente establecido en la izquierda. Tachar de antisemitas las críticas legítimas al genocidio ya no funciona como antes. Esa bala de plata ya ha sido disparada.

Al intentar borrar Palestina del mapa, «Israel» ha convertido al mundo entero en Palestina. Decenas de millones de personas se han movilizado en las calles de las capitales del mundo en apoyo al pueblo palestino. Al intentar sitiar al pueblo de Gaza, el sionismo se ha sitiado a sí mismo y parece estar en declive terminal, hasta el punto de que historiadores sionistas, como Yuval Noah Harari, predicen el fin del sionismo.

La guerra genocida de «Israel» contra el pueblo palestino en la Franja de Gaza, utilizando todo tipo de armas, municiones y bombas prohibidas internacionalmente, bombardeando indiscriminadamente escuelas y hospitales protegidos por el Derecho Internacional Humanitario, no ha logrado ni podrá lograr ninguno de sus objetivos agresivos, principalmente el de aniquilar la resistencia palestina.

El único logro que Israel puede presumir son los crímenes de guerra, el genocidio, el asesinato masivo de niños y mujeres, la destrucción de infraestructuras y la eliminación de todos los aspectos de la vida en la Franja de Gaza. Mientras tanto, el pueblo palestino muestra una excepcional paciencia, resiliencia, patriotismo, apego a la patria y apoyo incondicional a su resistencia.


Sayid Marcos Tenório es historiador, especialista en Relaciones Internacionales y vicepresidente del Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal). Autor del libro Palestina: del mito de la tierra prometida a la tierra de la resistencia (Anita Garibaldi/Ibraspal).



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