Cuba é, por muitos anos, um tema recorrente na agenda de qualquer um que tenha passado pelo mais alto cargo político nos Estados Unidos, as palavras são repetidas e a retórica é sempre a mesma, e se em um determinado momento se registrou uma melhoria nas relações bilaterais, o governo Donald Trump jogou (quase) tudo por terra.
Um dos eventos mais recentes ocorreu quando o mundo comemorou o Dia dos Direitos Humanos, e para «comemorá-lo», o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, supostamente enviou uma carta — que chegou à mídia primeiro do que ao seu destinatário — ao chanceler Bruno Rodríguez, em que levanta sua «preocupação» pelos direitos humanos na Ilha.
Apesar de o compromisso de Cuba com essa questão ter sido demonstrado repetidamente, apoiado por representantes de organizações multilaterais que visitaram Cuba, os ataques do lado norte-americano não cessam. Logo após da carta de Pompeo, numerosas personalidades e líderes cubanos responderam através de diferentes plataformas:
«Os EUA não têm moral para falar de Direitos Humanos, seu discurso é hipócrita, desonesto, de duplo padrão. Alguém conhece uma violação dos direitos humanos mais cruel, prolongada e maciça do que o bloqueio econômico, financeiro e comercial de Cuba?», afirmou o presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, por meio de sua conta no Twitter.
Na conta da chancelaria da Ilha nessa mesma rede social, o ministro Bruno Rodriguez reclamou de Pompeo: «Levante o bloqueio. Restaure os vistos para os cubanos. Pare a repressão aos migrantes, minorias e pobres».
Enquanto isso, uma declaração do diretor para os EUA, do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Carlos Fernández de Cossío, disse: «Se os Estados Unidos estivessem realmente interessados nos direitos humanos dos cubanos, não imporia um bloqueio criminoso econômico que punisse a nação inteira, nem colocaria obstáculos crescentes à emigração ordenada, nem aos serviços consulares dos quais dependem dezenas de milhares de cubanos».
Fernandez de Cossío fez referência em suas declarações à decisão da administração Trump de encerrar, desde segunda-feira, 10 de dezembro, o Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (Uscis, por sua sigla em inglês, e pertencente ao Departamento de Segurança Nacional). Segundo este mesmo documento, será agora o escritório da Uscis na Cidade do México que vai assumir a jurisdição sobre questões de imigração para os Estados Unidos, que anteriormente foram atendidos em Havana.
É necessário lembrar que desde novembro do ano passado, a maioria dos serviços da Uscis na Ilha foi transferida para outros consulados dos EUA em todo o mundo, mas agora, com o fechamento do escritório em Havana, serão afetados os moradores permanentes que percam seu chamado de «cartão verde», ou sua permissão de reentrada aos EUA em Cuba, que terão que gerenciar seus documentos fora da Ilha.
A decisão também afetará o Programa de Reunificação Familiar.
CRONOLOGIA BREVE DE UMA ESCALADA:
2017
- No início do ano, o lado norte-americano informou a Cuba dos supostos ataques acústicos contra o pessoal de sua embaixada.
- Embora hoje não haja provas de tais ataques, em setembro foi anunciada a retirada de 60% do pessoal diplomático norte-americano em Havana, enquanto o Departamento de Estado recomenda que seus cidadãos não viajem para a Ilha. Em outubro, o Departamento de Estado ordenou a saída de 15 diplomatas cubanos de Washington.
2018
- A partir de 5 de março, a sede diplomática dos EUA em Cuba, começou a funcionar como «posto diplomático sem companhia».
- Devido a todas essas medidas unilaterais, a seção consular de Washington em Havana estava praticamente paralisada.
- Na segunda-feira, 10, em uma declaração onde o termo «ataque» continua sendo usado, foi anunciado o fechamento do Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos na Ilha.
Fonte: granma.com - 12-12-18
Fonte: granma.com - 12-12-18
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