Intervenção de Sani Ladan – ativista dos Direitos
Humanos, vice-presidente da Associação Elín – República de Camarões
“O mundo
inteiro estremeceria se os que deixam suas vidas no Mediterrâneo fossem brancos
e europeus, mas são africanos e o que interessa da África à Europa são seus
recursos.
Enquanto a
Europa não deixar de espoliar a África, não se surpreendam que continuem vindo
imigrantes.
Além do
mais, a migração sempre existiu na história da humanidade. E não saímos por
gostar da morte, isso também quero deixar bem claro. Não saímos de nossos
países porque gostamos de morrer, sabendo, inclusive, o que nos espera na
fronteira sul. E as pessoas chegam a
sair. Por que ? Por que não nos fazemos essa pergunta? Quando se fala de imigração
só nos limitamos às consequências, não vamos nunca às causas. E as causas reais
da imigração, longe do que pensam as pessoas que é a fome, a miséria, as
guerras, essa não é a causa da imigração.
A causa da
imigração são os recursos que a África tem.
Por que
saímos? Porque essas guerras, essas misérias, essa pobreza estão na base dos
recursos que temos. Criado pelo ocidente. E tenho certeza que com que vou dizer,
Europa não precisará nem sequer colocar controles na fronteira. Europa não
precisaria sequer colocar uma cerca entre Ceuta e Melilla, porque nós não
viríamos.
Digo que
há que se deixar os povos se desenvolverem sem intervencionismo selvagem e
paternalista da Europa. Dizem que há que se dar voz à África. Não, a África tem
voz. hà que deixá-la em paz. Eu lhes asseguro que há pessoas que pagam 6.000
euros, 4.000, 3.000 euros para entrar debaixo de um carro para entrar em Ceuta
e Melilla. E com 6.000 euros, qualquer europeu, qualquer ocidental paga a
viagem de sua vida a qualquer parte do mundo. Tendo o passaporte que tenha. E
esse é o mundo em que estamos vivendo. Onde o passaporte que você tem e seu
lugar de nascimento condiciona seu futuro..
Respeitar
os Direitos Humanos acima de qualquer coisa. E termino com uma frase de Albert
Einstein que dizia:
“O mundo
não será destruído pelos que fazem o mal, mas por aqueles que os veem sem fazer
nada”
Muito
obrigado”
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