5 de mai. de 2023

Primeiro-ministro da Austrália: Esforço dos EUA para extraditar Assange não faz sentido. #FreeAssangeNOW

                           

     CANBERRA, Austrália (AP) - O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, expressou frustração com os esforços contínuos dos Estados Unidos para extraditar o fundador do WikiLeaks e cidadão australiano Julian Assange, dizendo: "Não serve para nada seu encarceramento em curso".

   Os comentários de Albanese na sexta-feira, em uma entrevista à Australian Broadcasting Corp., pareceram aumentar a pressão diplomática sobre os Estados Unidos para que retirem as acusações contra Assange, de 51 anos, que passa  quatro anos na Prisão Belmarsh, na Grã-Bretanha, lutando contra a extradição para os Estados Unidos.

  Antes disso, Assange havia recebido asilo por sete anos na Embaixada do Equador em Londres.

    Albanese disse que o caso de Assange tinha de ser examinado em termos de se o tempo que Assange "efetivamente cumpriu" era superior ao que seria "razoável" se as alegações contra ele fossem comprovadas.

    "Eu apenas digo que já é o bastante. A  prisão atual dele nao serve para nada”.

    "Sei que é frustrante, compartilho a frustração. Não posso fazer mais do que deixar bem clara a minha posição, e o governo dos EUA certamente está bem ciente da posição do governo australiano", acrescentou Albanese.

   Assange tem lutado nos tribunais britânicos há anos para evitar ser enviado aos EUA, onde enfrenta 17 acusações de espionagem e uma acusação de uso indevido de computador, decorrentes da publicação pelo WikiLeaks de um enorme conjunto de documentos confidenciais em 2010.

   Os promotores americanos alegam que ele ajudou a analista de inteligência do Exército dos EUA, Chelsea Manning, a roubar cabos diplomáticos confidenciais e arquivos militares que o WikiLeaks publicou posteriormente, colocando vidas em risco.

    Para seus partidários, Assange é um jornalista que rompeu com o sigilo e expôs as irregularidades militares dos EUA no Iraque e no Afeganistão.

    Albanese disse que havia uma "desconexão" entre o tratamento dado pelos EUA a Assange e a Manning. O então presidente dos EUA, Barack Obama, comutou a sentença de 35 anos de Manning para sete anos, o que permitiu sua libertação em 2017.

  Disse ainda que defendeu Assange em reuniões com funcionários do governo Biden. Na sexta-feira, ele se recusou a dizer se falaria sobre Assange com Biden quando Albanese receber o líder dos EUA junto com os líderes da Índia e do Japão em Sydney, em 24 de maio.

   "A maneira como a diplomacia funciona (...) provavelmente não é prever as discussões que você terá ou teve com líderes de outras nações", disse Albanese. "Vou me engajar diplomaticamente para chegar a um resultado."

    Albanese disse que não queria entrar em uma discussão sobre se as supostas ações de Assange eram certas ou erradas.

      Ressaltou uma decisão de um tribunal distrital britânico, que já foi revogada, que rejeitou o pedido de extradição com base no fato de que Assange provavelmente se mataria se fosse mantido   sob as duras condições da prisão dos EUA.

     "Estou preocupado com a saúde mental do Sr. Assange", disse Albanese.

 

https://apnews.com/article/julian-assange-wikileaks-albanese-c513b125be952fa954667da1c280ffb7

Tradução: Carmen Diniz / Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 

                                                                      

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